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A Disciplina de História nos Currículos Escolares e o uso Dos Materiais Didáticos e como é Abordado a Arqueologia nos Livros no Brasil

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A Disciplina de História nos Currículos Escolares e o uso dos Materiais Didáticos e como é Abordado a Arqueologia nos Livros no Brasil
Marcelle Carmona de Figueiredo Gomes¹
Talita Nasimento²
	
RESUMO
O presente paper, tem como objetivo, apresentar de uma forma sucinta, a Arqueologia e como ela vem sendo trabalhada junto aos currículos escolares, especificamente, na disciplina de História. Visto que, estes temas são de fundamental importância, na formação da cidadania e da criticidade do indivíduo como ser atuante dentro do local, cidade e país em que reside, ainda precisa ser explorada de forma a ser compreendida em sua totalidade. Tendo como pressuposto, ideias de como trabalhar a Arqueologia nos espaços escolares e não escolares, e de tentar descaracterizar a ideia de que o Brasil não possui uma pré-história, que sua história teve início somente com a chegada dos portugueses. História essa, que vem sendo passada, ao longo dos anos, dentro dos livros didáticos e que diminuem o caráter de nacionalidade e pertencimento. Em contrapartida, a disciplina de história vem transformando, mesmo que aos poucos, a forma de resgatar o interesse dos educandos e educadores, para transformar este conhecimento mais dinâmico, participativo e interessante, mostrando na prática a grandeza de sua importância.
Palavras-chave: Arqueologia, História, Livros Didáticos
INTRODUÇÃO
	Com o propósito de analisar de forma crítica os livros didáticos atuais de história, utilizou-se como recorte a arqueologia, Pré-História e os povos indígenas brasileiros. E decorrente disso, nota-se que os livros didáticos vêm impossibilitando o processo de ensino aprendizagem, o que urgentemente necessita de uma reelaboração dos conteúdos dos mesmos. Pois, é visto que a estruturação e a caracterização do conteúdo dos livros didáticos utilizados, atualmente, nas escolas públicas brasileiras, desvaloriza o indígena e exalta a criação do herói nacional, dando aos povos brancos, os portugueses, uma visão de superioridade, pois a eles é concebido uma cultura superior, civilizada. Diante disso, a história do Brasil passa a existir apenas após a chegada dos portugueses, colocando-os como desbravadores e descobridores do país, uma vez que aqui já habitavam os povos nativos.
	Mesmo com a renovação teórico-metodológico do ensino de história nos últimos anos, ainda assim, o conteúdo programático dessa disciplina na escola fundamental, prioriza uma visão monocultural e eurocêntrica do nosso passado. Exemplo disso, é a forma de transmitir nas imagens, sempre colocando o indígena em segundo plano, lado mais escuro, e os portugueses no centro e de uma forma mais iluminada. A Arqueologia entra como meio de elaboração curricular de ensino, sendo aplicada na interdisciplinaridade, valorizando a diversidade étnica e cultural do país para facilitar a percepção da História atendendo as necessidades de cada grupo, prestigiando os povos marginalizados e excluídos, afastando a homogeneização. O obstáculo encontrado no ensino de história está na utilização de documentos oficiais em sua grande maioria, tornando o aprendizado limitado. Em consequência disso, esse tipo de metodologia começa a ser questionada por vários estudiosos por ser apenas um fragmento da história, dando lugar a fontes orais e visuais, o que origina uma cultura popular e diversificada.
	O principal objetivo da arqueologia está em reconstruir sociedades passadas através de vestígios materiais deixados por elas. É visível que, com o estudo do processo histórico de todas as sociedades que todas, sem nenhuma exceção, são produtoras de cultura e que todas diferem-se umas das outras. A arqueologia aqui no Brasil baseou-se em modelos europeus, e atualmente, norte americanos, o que defasa seu entendimento, pelo simples fato de que o brasileiro desconhece suas raízes indígenas, pois aos olhos de muitos, não equivale a uma pré-história nacional. Lembrando que, o livro didático é parte de grande importância veicular do conhecimento resumido e uma ferramenta auxiliar na sala de aula, para alunos e professores. E o mesmo encontra-se anexado na cultura escolar.
2. UMA BREVE HISTÓRIA DA ARQUEOLOGIA NO BRASIL
A arqueologia Brasileira ainda não é muito conhecida aqui e no exterior, e até mesmo no mundo acadêmico ela é tida como uma matéria auxiliar. O conhecimento sobre este tema para algumas pessoas está ligado ao espírito aventureiro ao que remota ao Egito ou qualquer outro lugar, mas não aqui, já que nos falta pirâmides e outras ruínas interessantes. A ideia de uma arqueologia pré-histórica voltada aos nativos americanos é geralmente ignorado, pois procurar índios incivilizados e bárbaros, não é de grande valia, a não ser quando se trata dos vestígios humanos aqui deixados. Nas universidades a arqueologia ainda é vista como auxiliar da história, comprovando com ilustrações de fatos conhecidos, tais como documentos contemporâneos de períodos históricos até a seleção e artefatos pré-históricos, devem ser deixados para a construção de conteúdo e análises para os historiadores e antropólogos.
No período colonial (1500 – 1822), segundo FUNARI (1994), não há muitas menções a respeito das fontes coloniais e sítios arqueológicos, ainda que
Fernão Cardim (1925) se refira a montes de conchas, conhecidos no Brasil pelo seu nome tupi "sambaquis", e os soldados de Feliciano Coelho, já em 1598, mencionem inscrições em rochas (Prous 1992:5). Entretanto, viajantes e escritores como Yves d'Euvreux (1985), Gabriel Soares (1944), Carvajal (1942), Padre Anchieta (1988), André Thevet (1944), Jean de Léry (1942) e Hans Staden (1930), juntos com outros, descrevem os habitantes nativos e sua cultura, fornecendo dados sobre a cultura material indígena. Graças a estas fontes, é possível estudar assentamentos nativos, dando conta, integralmente, das evidências históricas relativas à área da Bacia Amazônica Oriental (Porro 1992; Renard-Casevitz 1922; Taylor 1922; Erikson 1922; Wright 1922), da Região Norte da Amazônia (Farage et Santilli 1922; Menéndez 1992; Amoroso 1922), da área Sul da Amazônia (Perrone-Moisés 1992; Franchetto 1922; Lopes da Silva 1992), do Nordeste (Paraíso 1922; Dantas, Sampaio et Carvalho 1922), do Sudeste (Carvalho 1992), do Sul (Monteiro 1992; Kem 1982) ou de todo o país (Fausto 1992). As evidências obtidas destes documentos compõem-se de descrições escritas, bem como de desenhos e pinturas, que são realmente úteis em termos da análise das evidências materiais. Os desenhos de Hans Staden são, talvez, o melhor exemplo daquelas primeiras evidências, mas para seu uso nós precisamos estar conscientes das idéias pré-concebidas daqueles antigos autores. Recentemente, Fleischmann e Assunção (1991) estudaram estes documentos e enfatizaram que eles estavam não descrevendo mas interpretando os costumes nativos de acordo, não apenas com sua própria ideologia, mas, também, com os seus interesses. Isto significa que as fontes coloniais, a iconografia e igualmente os documentos escritos, além de sua utilidade real, podem ser interpretados no seu contexto social. Eles são eminentemente preconceituosos contra os nativos americanos, africanos e também europeus pobres e, portanto, eles precisam ser estudados cuidadosamente pelos arqueólogos. (p.25)
No império brasileiro (1822 – 1889), houve um primeiro estudioso da pré-história brasileira, desde a sua chegada em 1825, Peter Wilhelm Lund, estabeleceu seu laboratório paleontológico em uma pequena cidade da província de Minas Gerais. Lá encontrou fósseis humanos e animais, o paleontólogo aos longos dos anos, fez várias descobertas de fósseis de milhares de anos, coletando-os e estudando-os. Neste mesmo período, 
o Museu Nacional, graças a Charles Wiener (1876), iniciou pioneiramente os estudos de material lítico, enquanto o canadense Charles Friedrich Hartt (1871; 1872; 1874; 1876; 1885) chegou à Bacia Amazônica, região estudada também por Ferreira Penna (1876) e Barbosa Rodrigues (1876; 1892). Karl Rath (1871) estudouos montes de conchas (sambaquis) e o estudioso alemão Fritz Mueller foi admitido no Museu Nacional como pesquisador de material natural e humano. Todas estas atividades eram devedoras do caráter Iluminista da corte real brasileira. Durante toda a segunda metade do século dezenove, graças a D. Pedro Il e sua visão européia, havia uma responsabilidade oficial em diferentes campos, tal como Paleontologia e Etnologia. Ladislau Neto (1876; 1885; 1885) como diretor do Museu Nacional foi, talvez, o primeiro brasileiro a estudar explicitamente e escrever sobre Arqueologia enquanto tal. Neto pesquisou americanos nativos e estava realmente em contato com modelos acadêmicos internacionais. Sua troca de correspondência com o estudioso francês Ernst Renan é um bom exemplo da excelente comunicação entre estes primeiros cientistas brasileiros. Está claro que desde seus primórdios a Arqueologia no Brasil estava ligada a influências estrangeiras e patrocínio do Estado. (FUNARI, 1994, p. 25,26)
Na primeira república (1889 – 1920), as pessoas continuam ligadas aos museus, por causa do crescimento do Estado de São Paulo dentro da Federação, no que se referia a economia hegemônica, havendo assim, a troca da Corte do Rio de Janeiro pela elite de São Paulo, dentro do país, explicando assim, a importância exercida do Museu Paulista desde o início. 
Haviam pessoas estudando em outros lugares, como o suíço Emílio Goeldi (1897-98; 1900), que explorou a Bacia Amazônica a partir do seu posto no Museu do Pará (hoje "Museu Paraense Emílio Goeldi"); ou Alberto Loefgren (1893; 1903), que estudou montes de conchas em São Paulo e Rio de Janeiro, assim como Ricardo Krone (1902; 1909; 1910: 1914; 1918). Entretanto, foi em São Paulo que aconteceram as atividades mais permanentes. O estudioso alemão Hermann von lhering (1895; 1902; 1904; 1907; 1911) tornou- se diretor do Museu Paulista em 1895, cargo em que permaneceu até 1916, quando foi demitido por razões políticas (Losano 1992:99). Embora lhering fosse um racista, ainda que tenha defendido o extermínio dos índios nativos no Brasil, e a despeito do fato dele ter-se oposto à idéia de que montes de conchas eram evidência de assentamentos humanos pré-históricos, ele poderia ser considerado como o primeiro ideólogo conservador da Arqueologia brasileira. É interessante notar que ele estava ao mesmo tempo fora de sintonia com a pesquisa moderna da Europa e que era politicamente reacionário. (FUNARI, 1994, p. 26)
Das décadas de 1920 até chegar nos tempos atuais, houve muitas mudanças políticas, culturais e sociais, e é visto que, a arqueologia brasileira, assim como toda a parte das Ciências Sociais e Humanas sofreram com a banalização e desinteresse de seus governantes da época. Ainda que houvesse toda essa situação, foram criados centros de desenvolvimento arqueológicos e vários lugares como, no Estado de São Paulo, no Estado do Pará, no Estado de Pernambuco, no Estado de Santa Catarina, no Estado do Rio de Janeiro, no Estado de Minas Gerais, no Estado do Piauí, no Estado de Goiás e no Estado do Rio Grande do Sul. E, em consequência disso, também foram criados cursos de graduação em arqueologia em alguns destes Estados citados, mas somente São Paulo e Pernambuco tiveram destaque por alguns anos. Assim sendo,
Em 1980, o establishment� arqueológico estava apto a organizar uma conservadora Sociedade para a Arqueologia Brasileira (SAB). André Prous (inédito) enfatizou recentemente que "a "geração pioneira' fundou a Sociedade para a Arqueologia Brasileira e estabeleceu uma estrutura hierárquica que a habilita a controlar o desenvolvimento da Arqueologia no país”. Os principais jornais criados desde os anos 60 eram, Revista de Pré-história (publicada pelo IPH-USP até 1989), Dédalo (publicado pelo MAE-USP até 1989), Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (desde 1991), Clio (publicada pela UFPE), Pesquisa (publicada pelo Instituto Anchetiano de Pesquisas Arqueológicas, São Leopoldo, Rio Grande do Sul), Revista do Museu Paulista (até 1989), Arquivos do Museu de História Natural (UFMG), Revista de Arqueologia (publicação do Centro Nacional de Pesquisas, CNPq). (FUNARI, 1994, p. 29)
Deste modo, arqueologia no Brasil vem se desenvolvendo gradativamente, dependendo em partes, das transformações sociais brasileiras. Entretanto, desenvolvimentos recentes vêm mudando este quadro para uma arqueologia brasileira mais ousada, vindo a trabalhar em vários setores em que seus serviços são solicitados. É de suma importância compreender a valorização da arqueologia brasileira perante a cultura nacional, pois é dela que se terá a garantia do entendimento da origem e costumes da nação.
A ABORDAGEM DA ARQUEOLOGIA EM LIVROS DIDÁTICOS 
Uma vez que, existe uma certa dificuldade no ensino de História, mais precisamente, nos ensinos fundamentais, pelo fato de supervalorizarem o presente e o futuro, dando ênfase a tudo o que é moderno e recente é de melhor qualidade e superior em relação aos objetos antigos, que são considerados ultrapassados e sem utilidade. Segundo SOARES et. al (2013), “isso faz com que ocorra uma desvalorização do processo histórico e de formação pelo qual passou a sociedade e também a perda da identidade cultural da população.” Continuando,
Além da problemática presente nos livros didáticos a respeito do pouco conteúdo referente a povos indígenas, existe também a questão da visão da evolução do homem ao longo do tempo. Percebe-se em alguns livros, que a evolução dos hominídeos se deu de forma linear, de que o homem evoluiu do “macaco” e que as diferentes espécies de hominídeos viveram em períodos históricos diferentes. Porém, através de estudos tirou-se a conclusão de que várias espécies descendentes de um ancestral comum conviveram na mesma época, onde, algumas se adaptaram melhor ao ambiente e garantiram a perpetuação da sua espécie. (SOARES, et. al, 2013, p. 525)
Infelizmente, os homens pré-históricos, só são reconhecidos dentro da história após o surgimento da escrita e tendo a arqueologia como instrumento na descoberta de fontes que possam comprovar a sua existência de história e cultura desses povos. “E cabe aos livros didáticos repassarem este conhecimento aos alunos, criando uma sociedade consciente e crítica sobre o surgimento e evolução da humanidade” (SOARES, et. al, 2013, p. 527). A arqueologia deve ser colocada como de grande valia para a sociedade, deve possuir destaque nos livros didáticos, pois somente com o conhecimento, que o aluno conseguirá conhecer e respeitar a história de cada povo indígena como também irá valorizar os vestígios deixados por eles, ou seja, pela comunidade pré-histórica.
Conforme RODRIGUES e MARINOCI (2002), “A Arqueologia tem ajudado a ampliar os horizontes históricos de compreensão da Pré-história”. A partir disso, é visto que nos livros didáticos das series iniciais, especificamente, quintos anos, “procuram explicar o que é a história, para que serve, o que são fatos e fontes históricas, a contagem do tempo, ou seja, nos capítulos que iniciam volumes”. Embora os autores tenham reservado um espaço ao período pré-histórico, haja visto que ainda não conseguem estabelecer uma conexão de conhecimento entre aluno e análise crítica, transformando o conteúdo raso, genérico, fantasioso e até mesmo ficcional. A arqueologia segundo as autoras, não deve ser vista como sinônimo de pré-história e sim como uma técnica imprescindível para o restauro dos restos materiais do passado, ou seja, ela pode ser utilizada como base de habilidades capazes prover dados a serem utilizados em vária disciplinas. Assim sendo,
A Arqueologia estuda todas as mudanças do mundo material provocada pela ação humana. Essa ciência busca descobrir, pesquisar e reconstituir sinais de povos, seus restos, culturas desaparecidas, tendo grande importância no fato de fornecer evidências materiais de grupos humanos ou de indivíduos isolados, portadores de uma cultura característica. Através da Arqueologia é possível ampliar nossa compreensão da Pré-História. Masé importante percebemos que a Arqueologia não se limite apenas à época pré-histórica. Segundo Sigfried J. de Laet (1977) a Arqueologia se estende a todos os períodos do passado, mesmo se este esteja bastante próximo. (RODRIGUES E MARINOCI, 2002, p. 3)
De acordo com Vasconcellos et. al, a arqueologia até certo momento, ainda é restrita a área acadêmica, museus e centros especializados mostrando que a sociedade brasileira ainda não conhece a fundo a ciência arqueológica e tal como Rodrigues e Marinoci, também observam o quanto a ciência ainda é formadora de opiniões errôneas, levando “ao aspecto fantasioso e aventureiro, onde ainda pesam conceitos equivocados e distorcidos” (VASCONCELLOS et. al, 2000, p. 231). Continuando,
Reconhecemos que o livro didático é o principal instrumento utilizado por professores e alunos e tem o papel de mediador das propostas curriculares e o conhecimento ensinado em sala de aula, e por isso é fundamental analisá-lo em seus vários aspectos: relação texto/imagem, estrutura, linguagem, conteúdos veiculados e diferentes abordagens historiográficas. (VASCONCELLOS et. al, 2000, p. 232)
Da mesma forma que já foi abordado por outros autores aqui citados, o livro didático, diante as análises feitas pelos mesmos, é o instrumento de quase, se não, total apoio dentro da sala de aula pelos professores. De acordo com os autores, os livros por eles analisados, acabam por privilegiar uma historiografia contemporânea, trazendo ao conhecimento dos alunos assuntos como, História do Cotidiano, das Mentalidades, da Vida Privada, das Estruturas Econômicas, entre outras. Na visão destes sobre os livros didáticos, o período que retrata o “descobrimento” do Brasil, já não é voltado somente aos portugueses como era feito antes. “(...) Nossa história não começou quando os portugueses iniciaram a ocupação do Brasil em 1500. Os primeiros habitantes do Brasil aqui chegaram há dezenas de milhares de anos” (PILETTI & PILETTI 1997).
Os autores finalizam observando que a função do professor é instigar o interesse e atenção de seus alunos, mesmo que utilizando o livro didático como instrumento construtor de discussões que levem os alunos a derrubarem preconceitos e desenvolvam um olhar crítico e que alavanquem o seu processo educativo. 
A DISCIPLINA DE HISTÓRIA NOS CURRÍCULOS ESCOLARES
Segundo ACKER e BERCITO (2015), a construção da aprendizagem escolar acontece de 3 formas: “a individual (aluno), a coletiva (classe) e a social (o contexto social real – comunidade escolar, comunidade do bairro, família, cidade e país)”. E, ao aceitar essas três formas, é preciso levar em conta:
 
o protagonismo de cada aluno, a diversidade presente no grupo classe e a valorização social dos percursos de construção do conhecimento, especialmente daqueles ligados à disciplina escolar, no caso, a História. Nesse contexto o professor tem um papel importante de mediador do diálogo entre os alunos com suas diferentes experiências, destes com as propostas do material didático e deste com o conhecimento produzido na área da disciplina História – o que engloba tanto a disciplina escolar quanto a área acadêmica. (ACKER, BERCITO, 2015, p. 4) 
Para as autoras, 
Ensinar História é tornar um conteúdo acadêmico, informativo e significativo para uma determinada sociedade, passível de ser aprendido pelos alunos sem deixar de lado os princípios que fundamentam :a disciplina escolar. Fazer isso exige ferramentas que se utilizam de concepções de aprendizagem e de elementos que definem a disciplina escolar, ou seja, o corpo de conhecimentos e práticas que alicerçam os currículos, os objetivos da disciplina, seus caminhos metodológicos e, até sua representatividade social. (ACKER, BERCITO, 2015, p. 4) 
Assim sendo, o ensino de História, prioriza a aprendizagem do aluno e organiza conteúdos de acordo com “pressupostos importantes definidos por um campo de estudos específico, o das disciplinas escolares” (ACKER, BERCITO, 2015, p. 5). Segundo elas, ao entender a disciplina escolar define-se o que deve conter no conteúdo escolar, ou seja, trazer até os alunos a ciência trabalhada nas universidades para as salas de aula, tendo é claro, um rigor metodológico. Outro ponto, descrito pelas autoras é de que a disciplina escolar é parte da cultura escolar, uma vez que, “ela não é transposição de saber externo e superior ao da escola. É no interior da escola que se formam as disciplinas escolares” (ACKER, BERCITO, 2015, p. 6).
A partir da década de 1980, era verificada a ideia da mudança da forma tradicional de ensino de história, ou seja, mostrar a disciplina sob outro aspecto de que o
espaço para um ensino crítico, centrado em discussões sobre temáticas relacionadas ao cotidiano do aluno, seu trabalho e sua historicidade. O objetivo era recuperar o aluno como sujeito de uma história já determinada, produzida por heroicos personagens dos livros didáticos (SCHIMIDT e CAINELLI, 2004, p. 12-13).
Em resumo, a disciplina de história, pode ser trabalhada de forma mais ampla envolvendo conceitos fundamentais tendo em vista a formação da cidadania crítica e que compreende as diferenças de suas próprias realizações históricas. ACKER e BERCITO (2015), evidenciam conceito como sendo próprio para o ensino de história: “cultura, trabalho, organização social, relações de poder e representações. Nessa medida, a abordagem cultural procura substituir a ideia de história como estudo de civilizações construído sob uma ótica eurocêntrica”. 
IMPORTÂNCIA DA ARQUEOLOGIA NOS CURRÍCULOS ESCOLARES DE HISTÓRIA
A Arqueologia é um ramo científico que se preocupa na compreensão das sociedades humanas por meio de registros e evidências antigas, obtendo assim, informações das sociedades antigas e suas formas de organização humana. A forma mais comum de estudar e através de pesquisas do solo e materiais arqueológicos soterrados e danificados ao longo do tempo. Em consequência disso, existe um lugar específico para tal estudo, que é chamado de sítio arqueológico, este também é considerado um patrimônio pois, com ele é possível se ter uma compreensão em maior escala das informações históricas perdidas.
Tendo isso em vista, 
Atualmente, no Brasil, a profissão de arqueólogo é comumente exercida, basicamente, em duas frentes de trabalho: a Arqueologia acadêmica, relacionada às universidades e centros de pesquisa, e a Arqueologia preventiva, relacionada aos procedimentos de licenciamento ambiental que regem as atividades econômicas com potencial risco de dano ao meio ambiente e ao patrimônio cultural. (BERNARDO, NEVES, 2014)
Existem algumas formas de se trabalhar a arqueologia com o Ensino fundamental, haja visto que existe a possibilidade de interdisciplinaridade com três matérias: ciências, história e geografia. Este tipo de contato com esta ciência tem por objetivo fazer com que os alunos, mesmo que em uma simulação, relacionem a história geológica do planeta junto a demarcação de vistígios de ocupação de sociedades humanas. Certamente, instigará a curiosidade, desenvolvendo neles o conhecimento e a criticidade acerca de sua própria origem, pois demonstrará que uma escavação arqueológica é uma fonte rica em dados e ao mesmo tempo, complexa. Além de proporcionar aos alunos uma explicação diferente a comumente usada em sala de aula, comprovando que as aulas podem ser divertidas, trazendo na prática o conhecimento.
MATERIAIS E MÉTODOS
	Para a elaboração deste paper, foi utilizado trabalhos acadêmicos, artigos científicos que dissertam sobre o tema, e o método utilizado é a leitura dos mesmos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Haja visto que, a Arqueologia, é de fundamental importância para construção do conhecimento, tem-se a necessidade de implementar não somente a teoria como a prática nas aulas e fazer com que o educando vivencie o conteúdo explanado em sala de aula. A experiência a ele ofertada o ajudará a fortalecer em suas tomadas de decisões bem como na formação de sua cidadania, seus direitos e seus deveres junto a sociedade, ou seja,o tornará um cidadão mais crítico.
E para que tal situação se concretize, os educadores devem estar dispostos a novas formas de ministrar suas aulas, tornando-as mais fáceis de assimilar e que provoquem a curiosidade do educando a buscar por mais informação, tirando-o da alienação lousa/livro didático, de modo que, sem que haja a mediação de outrem, possam estar aptos a realizar suas próprias reflexões, ao final do processo escolar. Indubitavelmente, que o educador precisa buscar acesso aos museus de Arqueologia, locais que possuam extensa produção acadêmica, instituições que possuam os cursos de extensão, exposições, entre outros, podem ser uma alternativa à deficiência que os livros didáticos apresentam. 
	Quanto aos livros didáticos, é notório os diversos problemas e inadequações que alguns apresentam tanto em relação a Pré-História como também em relação aos povos indígenas, evidenciando o não conhecimento da arqueologia. Pois, deveria ser melhor desenvolvida tanto nos livros didáticos como em sala de aula, pelo fato de ser tratada com superficialidade e expressando pontos de vistas carregados de ideologias por aqueles que desenvolvem o conteúdo dos mesmos.
REFERÊNCIAS
ACKER, Maria Teresa Vianna Van e BERCITO, Sonia De Deus Rodrigues. ENSINO DE HISTÓRIA, MATERIAL DIDÁTICO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: ENTRE PRÁTICAS E SABERES. XXVIII Simpósio Nacional de História - Lugares dos Historiadores: Velhos e Novos desafios. p. 1-15, julho 2015. http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1427812924_arquivo_ensinodehistoria.pdf. Acessado em 20 de outubro de 2018.
BERNARDO, Danilo Vicensotto e NEVES, Walter Alves. ARQUEOLOGIA EM SALA DE AULA. Carta Educação. junho 2014. http://www.cartaeducacao.com.br/aulas/fundamental-2/arqueologia-em-sala-de-aula/. Acessado em 25 de outubro de 2018.
FUNARI, Pedro Paulo A. ARQUEOLOGIA BRASILEIRA – Visão Geral e Reavaliação. Revista de História da Arte e Arqueologia. Vol.1, p. 23-41, 1994. http://www.unicamp.br/chaa/rhaa/english/revista01.htm. Acessado em 20 de outubro de 2018.
PENA, Rodolfo Alves. ARQUEOLOGIA. Geografia - Brasil Escola. https://brasilescola.uol.com.br/geografia/arqueologia.htm. Acessado 25 de outro de 2018.
RODRIGUES, Isabel Cristina e MARINOCI, Márcia Cristina. A PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL NOS LIVROS DE HISTÓRIA PARA 5ª a 8ª SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL. http://www.uel.br/cch/his/arqdoc/aprehistoriadoBrasilnoslivrosdehistoria_PDE2.pdf. Acessado em 20 de outubro de 2018.
SOARES, André Luís Ramos, et al. A ARQUEOLOGIA NOS LIVROS DIDÁTICOS. Revista Latino-Americana de História. Vol. 2, nº. 6 p. 520-531 – agosto de 2013. http://projeto.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/viewArticle/213. Acessado em 20 de outubro de 2018.
VASCONCELLOS, Camillo de Mello, et al. A ABORDAGEM DO PERÍODO PRÉ-COLONIAL BRASILEIRO NOS LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL. Revista Do Museu de Arqueologia e Etnologia. Vol. 10, p. 231-238, 2000. https://www.google.com.br/search?q=a+abordagem+do+per%c3%8dodo+pr%c3%89colonial+brasileiro+nos+livros+did%c3%81ticos+do+ensino+fundamental&oq=a+abordagem+do+per%c3%8dodo+pr%c3%89colonial+brasileiro+nos+livros+did%c3%81ticos+do+ensino+fundamental&aqs=chrome..69i57j69i64.1241j0j7&sourceid=chrome&ie=utf-8. Acessado em 20 de outubro de 2018.
	
� É um termo em � HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesa" \o "Língua inglesa" �língua inglesa� que refere-se, geralmente com sentido depreciativo, ao grupo de pessoas que detêm a maior parte do poder e da influência no � HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado" \o "Estado" �Estado� e na sociedade, concentrando os meios de ação no país e exercendo sua autoridade em defesa de seus próprios privilégios.
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - História (FLX0539) – Prática do Módulo V - 26/11/2018
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