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METABOLISMO DOS 
CARBOIDRATOS
PROF° CLÁUDIA M. DE LAZZARI
MEDICINA VETERINÁRIA - 2018
■ Principal fonte de Energia
 Composição: C, H, O;
 Vegetais (~75%) e até 85% alguns grãos;
 Amido: principal fonte de energia.
Carboidratos
Nos animais = glicogênio
Tetroses (C4H8O4)
Eritrose
Pentoses (C5H10O5)
Ribose 
Xilose
Arabinose
Hexoses (C6H12O6)
Glicose
Galactose
Manose
Frutose
Monossacarídeos
Glicose: Ppal. produto da digestão de CHOs para não-ruminantes
Trioses (C3H6O3)
Diidroxiacetona
Gliceraldeído
CLASSIFICAÇÃO: Açúcares simples (< 10 monossacarídeos)
Sacarose
α D-glicose + β D-frutose
Maltose
α D-glicose + α D-glicose (1,4) 
Lactose
α D-glicose + β D-galactose
Celobiose
β D-glicose + β D-glicose (1,4)
Dissacarídeos (C12H22O11)
(2 moléculas de monossacarídeos)
 ↑ Peso molecular (> 10 unidades monossacarídeos);
 Insolúveis em água;
 Material de reserva e energia (amido) e estrutural
(celulose, hemicelulose e pectina) dos vegetais; 
 Devem ser degradados a monossacarídeos p/ absorção.
Polissacarídeos
Carboidratos
CHO não-fibrososCHO fibrosos
Amido AçúcaresLignina Celulose
Hemicelulose
 Reserva de energia dos animais (fígado e mm.);
 Solúvel em água;
 Produz glicose como único produto final da hidrólise
(glicogenólise).
Glicogênio
 Não são nutrientes p/ monogástricos;
 Em excesso: influência negativa na digestibilidade
dos nutrientes;
 Alteram o tempo de trânsito intestinal e absorção de
nutrientes;
 Utilidade p/ monogástricos: alimentos funcionais
Manejo da obesidade/diabetes;
Qualidade das fezes/excretas.
Fibras
Digestão e absorção 
CHOs
BOCA: função mecânica e enzimática; 
ESTÔMAGO: ação ácida;
INTESTINO DELGADO: local mais ativo da digestão 
(monossacarídeos);
Digestão e Absorção 
polissacarídeos oligossacarídeos
Amilase pancreática
Amido α- dextrinas
Maltose
Isomaltose
Maltotriose
Metabolismo dos CHOs
Carboidratos Alimentares Glicose Glicose-6-fosfato
Glicose -1-fosfatoGlicogênio
Glicólise
Ácido Pirúvico
Ciclo de Krebs
Cadeia respiratóri a
Produção de CO
2
e H
2
O e 
ENERGIA (ATP)
Insulina
glicogênese
(alimento abundante)
(mm. e fígado)
Glicose Glicogênio
glicogenólise
(jejum/hipoglicemia)
Carboidratos
Digestão difere quando empregados por 
monogástricos ou ruminantes
Monogástricos
Amido
Glicose
Ruminantes
CHOs solúveis e insolúveis
Ácidos Graxos Voláteis
(absorvidos na parede 
ruminal)
Absorção dos CHOs
► Após a absorção  ↑ [glicose] no sangue, as cél.
β das ilhotas pancreáticas secretam insulina 
estimula a captação de glicose;
► O fígado, o cérebro e os eritrócitos, não
necessitam de insulina para captação de glicose por
suas células.
Controle Hormonal de CHOs
Os hormônios 
glicorreguladores: 
• insulina, 
• glucagon, 
• epinefrina, 
• cortisol e 
• hormônio de 
crescimento. 
 
(plasmática)
Gliconeogênese é o processo 
inverso da glicólise
A glicose é obtida à partir de 
substâncias glicogênicas precursores, 
não CHOs (AA, glicerol.....precurosores
de glicose como piruvato e acetil-Coa 
oxaloacetato)
Piruvato Quinase
Duas moléculas
deste composto
formam a glicose
Piruvato
Oxaloacetato
Fosfoenolpiruvato
Glicose
Ponto partida para 
gliconeogênese
Acetil-Coa
Oxidação completa da 
glicose em CO2 e H2O, 
produzindo ATP
Piruvato AcetilCoA
Oxalacetato Ciclo de Krebs
Fosfoenolpiruvato
Glicose
 Glicólise: glicose  2 mols. piruvato;
 Glicogênese: glicose  glicogênio;
 Glicogenólise: glicogênio  glicose;
 Gliconeogênese: glicose  AA., glicerol. 
Metabolismo da Glicose
Digestão de CHOs em Suínos
 Leitões recém-nascidos =  atividade enzimática
Digestão de CHOs em Suínos
Digestão 
Enzimática
Digestão 
Microbiana
5-30% Energia
20-30% Derivados lácteos;
30-35% Amido cozido
Inclusão de amido
Ingredientes de ↑ qualidade;
Capacidade de digerir PNA.
Digestão de CHOs nas Aves
Digestão 
Enzimática
Digestão 
Microbiana
mínima
β-Glucanos (cevada, aveia)
Arabinoxilanos (trigo, centeio)
↑ Retenção líquidos
↑ viscosidade
↑ Umidade excretas
↓ Digestibilidade
Utilização de Enzimas Exógenas
Bedford (2000) - três grupos de enzimas exógenas 
utilizadas para monogástricos:
 para alimentos com baixa viscosidade (milho, sorgo 
e soja); 
 para alimentos de alta viscosidade (trigo, centeio, 
cevada e farelo de arroz) e,
 para degradar o ácido fítico dos grãos.
As principais. carboidrases: amilases, pectinases, β-
glucanases, arabinoxilanases, celulases e hemicelulases. 
Utilização de Enzimas
↓ Viscosidade
↓ Umidade excretas
↑ Retenção Energia (N)
↑ Valor nutritivo dos alimentos
↑ Nível de incorporação trigo e 
cevada
β-glucanases
Arabinoxilanases
CHOs para Peixes
 Amido e açúcares simples;
 Processamento térmico;
 PNAs (% inclusão e enzimas exógenas);
 Níveis corretos  economia de proteína 
animal;
 a capacidade de digestão das fibras é 
menor que 10%
 Proteína de origem vegetal em substituição
parcial à farinha de peixe, devido ao elevado
custo e elevado nível de P;
 Preocupação com fatores antinutricionais
 Baixa atividade amilolítica:
Herbívoros - 40% 
Onívoros - 20% 
Carnívoros - 10%
 Requerimento variável: 5 a 20% nas dietas; preferencialmente 
que fique entre 5 e 6%
Proteínas na 
Nutrição Animal
 Compostos orgânicos de alto peso molecular (C-H-O-N); 
representam 50 a 80% do peso de uma célula;
 Estruturas: cadeias de aminoácidos;
 Aminoácidos: mols. contém um grupo carboxila (COOH) 
e um grupo Amina (NH2) ligados a um C.
Proteínas e Aminoácidos
Aminoácidos
Ligação peptídica
Ligação feita entre aminoácidos (aa) para formar 
peptídeos (2 a 5 aa), polipeptídeos (+5 aa) e proteínas 
(+50 aa).
Im
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Ligação Péptica
Aminoácido 2Aminoácido 1
Duplo Peptídeo
Água
Proteínas e Aminoácidos
FUNÇÕES Gerais:
 Composição do tecido animal;
 Fornecimento de energia;
 Composição de hormônios e enzimas.
 Natureza: ~ 500 aas. descobertos;
 Somente 23 atuam como constituintes das proteínas;
 Cada combinação = proteína diferente. 
Proteínas e Aminoácidos
 Classificados
 Simples: albuminas, globulinas, caseínas, etc.
 Conjugados: glicoproteínas, hemoproteínas, 
fosfoproteínas, nucleoproteínas, lipoproteínas, etc.
Proteínas e Aminoácidos
Classificação de acordo com a Função Biológica:
• Enzimas = tripsina, hexoquinase;
• Proteínas transportadoras = hemoglobina, mioglobina;
• Proteínas nutritivas e de reserva = ovoalbumina, caseína, 
ferritina;
• Proteínas contráteis e de movimento = actina e miosina;
• Proteínas estruturais = queratina, colágeno;
• Proteína de defesa = anticorpos, trombina;
• Proteínas hormonais ou reguladoras = insulina, glucagon, 
GH.
 Aminoácidos Essenciais: formam proteínas de alto 
valor biológico.
Aminoácidos não sintetizados (produzidos) pelo 
organismo em quantidade suficiente para atender a sua 
demanda. 
Proteínas e Aminoácidos
 A proteína é essencial para a manutenção, crescimento, 
reprodução e lactação;
 A demanda protéica ~ idade, sexo e condições fisiológicas.Proteínas e Aminoácidos
Aminoácidos Limitantes
 Aminoácidos que estão presentes em menor 
concentração do que a exigida para o máximo 
crescimento. Eles limitam a retenção dos 
demais aminoácidos, caso não estejam na 
devida proporção. 
Aminoácidos Aves Suínos
1o Limitante Metionina Lisina
2º Limitante Lisina Metionina
3o Limitante Treonina
Triptofano
Treonina
Triptofano
*Rações à base de milho e farelo de soja
Bertechini (2012)
Aminoácidos Limitantes
DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS 
DE PROTEÍNA BRUTA:
A quantificação dos níveis de proteína de uma ração é feita
a partir da determinação do conteúdo de nitrogênio da
amostra. O método de determinação é conhecido como
Método de Kjeldahl, onde a amostra sofre três processos:
Digestão, Destilação e Titulação
PROTEÍNA BRUTA (%) = N (%) x 6,25*
* Conteúdo de nitrogênio de 16% na proteína total proteína do 
ovo (alto valor biológico).
Proteínas e Aminoácidos
DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS
 Aumento da síntese hepática  fígado gorduroso;
 Aumento da síntese de gordura;
 Crescimento reduzido;
 Redução na eficiência alimentar;
 Reprodução ineficiente;
 Problemas com aparência: pelos, pele, penas, etc.
 Aves = deficiência de treo e met = fígado gorduroso
 Lis e met = empenamento
 A maior parte do nitrogênio da dieta é consumido na 
forma de proteína (vegetal ou animal);
 Hidrólise até seus aminoácidos  absorção;
 As enzimas proteolíticas são produzidas por três 
órgãos: estômago, pâncreas e intestino delgado;
 Aas. livres são absorvidos céls. Intestinais.
Digestão de Proteínas
1. Destino: Síntese protéica;
2. Não sendo utilizados para esse fim, são degradados;
3. Em animais, não são armazenados como fonte de 
energia;
4. Parte da degradação dos aas. ocorre no fígado.
- Carnívoros = até 90% das necessidades de energia pela 
oxidação dos aas.;
- Herbívoros = apenas pequena fração energética;
Degradação de Proteínas e Aas.
Degradação de Proteínas e Aas.
Catabolismo dos aminoácidos
 Desaminação: aa. perde o grupo amino (uréia – urina) e 
os -cetoácidos podem sofrer oxidação até CO2 e H2O;
 Metabolismo do esqueleto de carbono fornece unidades 
de 3 a 4 C que são convertidos a glicose.
Formas de Excreção do Nitrogênio
Excreção do Nitrogênio
AMÔNIA
- Solúvel em água;
- Peixe excreta amônia pelas brânquias – difusão direta;
- Aves e répteis convertem amônia em ácido úrico;
- Mamíferos convertem amônia em uréia, no fígado, e 
excretam via urina.
3
URÉIA
- Facilmente solúvel em água e não possui carga;
- Fácil excreção  < energia;
- Moderada toxicidade.
Excreção do Nitrogênio
ÁCIDO ÚRICO
- Altamente insolúvel em água  precipita;
- Removido na forma sólida  economia de água;
- Maior gasto de energia = muitas etapas
na síntese.
Excreção do Nitrogênio
Formas de Excreção do Nitrogênio
Perda de água na excreção: amônia (300-500 mL)>uréia (50 mL)>ácido úrico 
(10 mL) por cada 1g de N2;
No entanto, maior gasto energético para ácido úrico>uréia>amonia;
ANIMAL PB
(%)
EM 
(KCAL/g)
EM/PB
(KCAL/g)
EA
GP/CR
PEIXES 32 2.7 8.5 0.75
AVES 18 2.8 16.0 0.48
BOVINOS 11 2.6 24.0 0.13
Lovell (1998)
Exigências diferenciadas entre sps.
 Plânctófagos – plâncton;
 Detritívoros - matéria em decomposição;
 Iliófagos - matéria orgânica;
 Herbívoros
 Carnívoros
 Onívoros
Rações no mercado
26-28% de PB
32% de PB
36-38% de PB
42-56% de PB
Peixes: Hábitos Alimentares
Proteína Ideal
► Dietas com o perfil de aas. nas proporções 
exatas das necessidades dos animais 
(Mitchel, 1964).
Conceito de Proteína Ideal:
 Dependente da qualidade protéica;
 Adequação dos desequilíbrios – aas. puros;
 Combinação de ingredientes;
 Lisina = aa. padrão.
PI = minimizar custos, elevar o desempenho produtivo e reduzir a
excreção de resíduos metabólitos.
Lisina = fácil determinação, participa no crescimento dos tecidos, exigência
metabólica alta, limitante em aves e suínos, conhecimentos científicos, não
ocorre transaminação.
Sabe-se que apenas 45% do N consumido pelas
aves são retidos como proteína animal, logo, 55%
do N ingerido são excretados, o que contribui
para aumentar a poluição ambiental
(CAUWENBERGHE & BURNHAM, 2001).
Já Ferket (2002) considera que somente 35% do
N são retidos pelo animal.
O uso do conceito de proteína ideal só é possível
porque os principais aas limitantes (lisina,
metionina, treonina, triptofano e valina) estão
comercialmente disponíveis e a cada ano se
tornam mais competitivos com relação aos custos
dos aas presentes nos alimentos.
Proteína Ideal
Baker (1997) NRC (1998)
Lisina 100 100
Metionina 30 27
Met + Cis 60 57
Treonina 65 62
Triptofano 17 18
Arginina 42 41
Histidina 32 32
Isoleucina 60 55
Tabela 4. Relação de alguns aminoácidos com a lisina para estimar as
exigências de aminoácidos de frangos de corte.
PRÓXIMA AULA
■ Metabolismo 
de Lipídeos