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BROMATOLOGIA LIPÍDEOS / PROTEÍNAS LIPÍDEOS Tamanho e formas variáveis Característica comum: insolúveis em água – ácidos graxos. Densidade energética: 1g de gordura – 9,4 kcal de energia bruta 1g de carboidrato – 4,15 kcal de energia bruta Composição geral: 77% C, 12% H, 11% O2 – menor % de O2 que CHO. FORMA DOS LIPÍDEOS SIMPLES: ácidos graxos ligados ao glicerol, formam a maior % dos lipídeos. Gorduras e óleos. COMPOSTOS: Ácidos graxos com alguma substância não lipídica. Exemplos: fosfolipídeos – ácido fosfórico, galactolipídeos – galactose, lipoproteínas – proteínas. DERIVADOS: derivados da hidrólise de lipídeos simples e compostos. DOIS TIPOS DE AG Saturados – ligações simples Insaturados – ligações duplas ESTRUTURA Ácidos graxos, glicerol. Monoglicerídeo, diglicerídeo, triglicerídeo. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS Grau de saturação Insaturados – líquidos em temperatura ambiente Saturados – sólidos em temperatura ambiente COMO DIFERENCIAR AS CARACT. FÍSICO QUÍMICAS Valor ou índice de Iodo – gramas de iodo absorvidas por 100g de lipídeos (gordura) Ponto de fusão – temperatura em que as gorduras sólidas passam para o estado líquido Perfil de ácidos graxos – cromatografia – participação individual dos ácidos graxos e suas relações e índices. ÍNDICES PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL DE LIPÍDEOS EM ALIMENTOS PARA SERES HUMANOS SISTEMA DE PRODUÇÃO E ALIMENTAÇÃO MODIFICA O PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DOS PRODUTOS FORMADOS FOSFOLIPÍDEOS: componentes da membrana celular, atuam em funções enzimáticas. Lecitina: possui glicerol, 2AG e acido fosfórico. Comumente usada no processamento de alimentos. Mantém H2O e gordura em solução (emulsão). ESTERÓIS E ESTERÓIDES Ex: colesterol, estrogênio, testosterona, progesterona, sais biliares, ergosterol. Lipídeos mais importantes – nutrição. Acidos graxos, glicerol, monoglicerídeos, diglicerídeos, triglicerídeos, fosfolipídeos. FONTES NUTRICIONAIS Fonte de energia: oxidação da gordura produz CO2 + H20. 2,25 vezes mais do que CHO. Pode substituir CHO (limites e custo) Meio transportador: vitaminas lipossolúveis – intestino. Lipoproteínas – sangue (colesterol como HDL e LDL, hormônios sexuais). ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS Linolênico Araquidônico prostaglandinas Componentes da membrana celular. Transporte – lipoproteínas. Síntese de prostaglandinas – funções de regressão do corpo lúteo, contração muscular, constrição de vasos sanguíneos, secreção de muco que recobre a parede do estômago. Sob o ponto de vista nutricional, há necessidade de suplementar as dietas dos animais de produção com AGE ? FONTES DE GORDURA VEGETAL Grãos oleaginosos – soja, algodão, canola, girassol, linhaça, etc. (18 – 36% lipídeos) Grãos de cereais – milho, sorgo, trigo (2 – 4% lipídeos; Média=3,0%) Subprodutos de beneficiamento de grãos – farelo de arroz (17- 20% de lipídeos) Tortas/ Resíduos da extração parcial do óleo (conteúdo variável) Óleos vegetais usados por humanos (soja, milho, arroz, girassol, linhaça, canola, palma/dendê, côco, etc.) ANIMAL Sebo (ruminantes) e óleos (ex. frango, pescado) GORDURAS PROTEGIDAS – rúmen inertes (by pass) Ca + AG = gordura protegida (sais cálcicos de AG) – cerca de 80-85% de lipídeos. DIGESTÃO, ABSORÇÃO E TRANSPORTE DE LIPÍDEOS ENZIMA PRINCIPAL: lípase Formas: lípase gástrica (encontrada no estômago, baixa atividade em animais adultos e funcional apenas em animais jovens), lípase pancreática (principal enzima na digestão das gorduras, secretada com o suo pancreático, na forma inativa, ativada por Ca no intestino. INTESTINO DELGADO: sais biliares e lípase pancreática Bile (produzida no fígado, armazenada na vesícula biliar, secretada no duodeno) Ações principais de emulsificação de gordura e organiza os triglicerídeos para a lípase hidrolizar. Lipase: cliva os AG ligados ao glicerol. Clivagem do glicerol forma uma estrutura chamada Micela: AG livres + Sais biliares; interage com as microvilosidades intestinais possibilitando a absorção. DIETA: VOLUMOSOS E CONCENTRADOS Lipídeos em volumosos com folhas e talos – galactolipídeos. Galactolipídeos: glicerol + galactose + AGL Glicerol e galactose: AGV Acidos graxos derivados do rúmen – AGL ou da membrana celular – microrganismos (abomaso – intestino delgado) METABOLISMO DOS LIPÍDEOS Estado dinâmico do corpo Catabolismo – hidrólise de lipídeos Anabolismo – síntese de lipídeos Funções: oxidação a CO2 – ATP Glicolipídeos, fosfolipídeos Integridade dos alvéolos pulmonares Sulobiliza vitaminas: ADEK Hormônios Energia de reserva RESERVA DE TRIGLICERÍDEOS NO CORPO - Ocorre em todos tecidos, tecido adiposo: adipócito. GORDURA DE RESERVA X CATABOLISMO DAS GORDURAS Suprimento de energia, tempo de abastecimento. Gordura de reserva – glicose, proteína e gordura. Deficiência energética: mobiliza gordura de reserva. Há relação entre a composição dos triglicerídeos (lipídeos) consumidos com a composição dos triglicerídeos (lipídeos) corporais? Ex.: Suínos alimentados com ácidos graxos insaturados, como será a característica da gordura de depósito (corporal/carcaça)? RESERVA DE VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS E COLESTEROL Produção de lipídeos no tecido mamário Não ruminantes: gordura do leite deriva principalmente da glicose e de AG da circulação sanguínea. Ruminantes: Gordura do leite deriva principalmente do acetato e butirato (AGV) produzidos no rúmen. Responsáveis pela síntese dos AG até 14 carbonos e cerca da metade do C16. Restante dos AG provem da circulação sanguínea. SÍNTESE E HIDRÓLISE DE LIPÍDEOS AG são formados a partir de Acetil CoA. Fontes de Acetil coa: CHO, proteínas, AGVs em ruminantes, degradação de gorduras. Tecidos: fígado, rins, cérebro, pulmões, glândula mamária. SÍNTESE Gorduras são formadas a partir de 2C. Enzima: ácido graxo sintase Controle da síntese de AG: Excesso de energia (glicose, proteína, gordura ) aumenta a síntese. Deficiência de energia diminui a síntese. ENERGIA DAS RESERVAS DE GORDURA Gorduras não hidrolisadas: músculo, fígado, rins, tecido adiposo. Triglicerídeos + lípase dos tecidos = glicerol + AG Fígado, coração, músculo esquelético em descanso depende da oxidação dos AG. DEGRADAÇÃO E HIDRÓLISE DOS LIPÍDEOS Transporte no sangue via quilomicra – TG, colesterol, fosfolipídeo e proteína. BETA OXIDAÇÃO DOS AG: remove C dos AG de 2 em 2. Remove 1 mol acetato 2C como acetil coA. A etapa é repetida até a gordura ficar completamente hidrolisada. Ácidos graxos são degradados à acetil coA. Este pode entrar no ciclo de Krebs. CETOSE/CETONEMIA Ocorre quando o animal tem alta demanda energética. Comumente em vacas leiteiras de alta produção em pós parto e ovelhas no pré-parto com gêmeos ou trigêmeos. Aumento da demanda energética aumenta a beta oxidação. Aumenta o catabolismo – aumenta acetil coA que sobrecarrega o ciclo de Krebs. UTILIZAÇÃO DE LIPÍDEOS EM CONDIÇÕES NORMAIS NO INÍCIO DA LACTAÇÃO CETOSE/CETONEMIA Acetil coa – fígado converte para: cetonas Ácido acetoacetato, Ácido b-Hidroxibutírico, acetona. Quando aumenta as cetonas, diminui o ph do sangue acidose metabólica Ácido acetoacético é tóxico em grandes quantidades Não tratado: diminui glicose e energia e aumenta as cetonas – morte. Sintomas: fraqueza, tremores musculares, hálito cetônico. Tratamento: glicose PROTEÍNAS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Compostos orgânicos, de alto peso molecular, formados pela união de aminoácidos ligados entre sipor ligações peptídicas, formando longas cadeias, em várias estruturas geométricas e combinações químicas para formar proteínas específicas, cada uma com sua especificidade fisiológica. Composição elementar: C=50-55%, H=6-8%; O=20- 24%; N=15-18%. Frequentemente: S=0,2-0,3% (algumas: Fe, P, Cu, Zn) Média de 16g por 100g de proteína = 6,25. %N x 6,25 = % PB Principal constituinte do corpo dos animais em base seca (50-80%). Necessidades de proteína em jovens é maior. PROPRIEDADES Diversificadas, várias solubilidades, funções biológicas. Compostas de no mínimo 20-22 aa. Aminoácidos essenciais e não essenciais CLASSIFICAÇÃO GERAL Proteínas Simples: aquelas que por hidrólise fornecem AA como únicos produtos - Albuminas: altamente solúvel em água (clara do ovo, leite, grãos de leguminosas) - Globulinas: insolúveis em água (músculos, grãos de leguminosas) - Glutelinas: somente em vegetais (trigo) - Prolaminas: somente em vegetais (trigo, centeio, milho, cevada) - Protaminas: peixes - Histonas: ácidos nucléicos - Escleroproteínas: queratina, colágeno Proteínas Conjugadas: Proteínas Simples ligadas a substâncias não proteicas Cromoproteínas Lipoproteínas Nucleoproteínas Glicoproteínas Fosfoproteínas Metaloproteínas Proteínas Derivadas • Produtos da degradação das proteínas FUNÇÃO DA PROTEÍNA Estrutural: colágeno e elastina Tecido conectivo – contrátil Sistema circulatório (vasos sanguíneos) Músculos Queratina – pelos Sangue – ligação e transporte de proteínas LDL, HDL, etc. PROTEÍNAS ENVOLVIDAS NO METABOLISMO Enzimas: amilases, lípases, maltase, tripsina (envolvidas na digestão e metabolismo) Hormônios: GH e insulina (regulam o metabolimo) Sistema imune: anticorpos (igG, IgA, igM) Transporte no organismo: quilomicra, albumina Aminoácidos Estrutura geral: amino + carboxil Aminoácidos ocorrem naturalmente na natureza • Somente 20–22 são comumente encontrados em quantidades significativas nas proteínas. Aminoácidos essenciais: PROPRIEDADES FÍSICAS DOS AA: - Sólidos e incolores, cristalinos e fundem a altas temperaturas - Solúveis em água, mas insolúveis em solventes orgânicos - Solúveis em soluções diluídas de ácidos e bases - A solubilidade é influenciada pela cadeia lateral (hidrofílica mais solúvel em água) - Em soluções aquosas são dipolares (anfótero) tem função de ácido e de base. Estão ligados por ligações peptídicas: grupo carboxil com grupo amino. Aminoácidos como fonte de energia: Esqueleto carbônico pode ser usado para energia Glicogênicos (aminoácidos) - Glicina, alanina, treonina, cistina, metionina: convertidos em glicose. Cetogênicos (aminoácidos) - Lisina, leucina: convertidos em acetil coA. DIGESTÃO Alimentos protéicos (fontes): origem vegetal e animal. Proteínas são hidrolizadas em aminoácidos. Proteínas aa tri e dipeptídeos. Exceção: mamíferos jovens absorvem proteínas intactas: colostro (leite) com imunoglobulinas. Digestão química ou enzimática HCl, Pepsina, Enzimas pancreáticas, enzimas das células da mucosa intestinal. ETAPAS DA DIGESTÃO Boca: redução no tamanho das partículas dos alimentos (mastigação) Estômago (química e enzimática): HCL: reduz ph para 2-3; rompimento das ligações e desnaturação das proteínas. Pepsina: pró-enzima: pepsinogênio Secretada pela mucosa gástrica, clivagem das proteínas em aa. Quebra das ligações peptídicas. Intestino delgado: Enzimas pancreáticas: secretadas no duodeno, com o suco pancreático que é tamponante ph = 7-8 Secretadas como pró enzimas: Tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidase A, carboxipeptidade B. - Todas rompem ligações peptídicas das proteínas Peptidase intestinal secretada pelas células intestinais (borda em escova) Absorção: AA, di e tri-peptídeos absorvidos de forma passiva e ativa. DESTINO DOS AMINOÁCIDOS APÓS ABSORÇÃO - SÍNTESE NOS TECIDOS: usados para síntese de proteínas. - SINTESE DE ENZIMAS E HORMÔNIOS: AA se movem em direção as células que secretam enzimas e proteínas. Pâncreas, TGI, fígado, órgãos reprodutivos. - DESAMINAÇÃO: AA não usados para síntese de proteínas: sofrem desaminação. ESTADO DINÂMICO DAS PROTEÍNAS A renovação da proteína corporal é constante. Combinação de síntese e degradação Portanto: necessidade de consumo diário. Exemplo: em 1 ano, toda proteína é mobilizada. Em 60 dias, toda a proteína muscular. Em 20 dias, toda proteína do TGI. SÍNTESE DE PROTEÍNAS Complexa, envolve vários sintemas. Energia necessária: 20 ATP por ligação peptídica. Reação muito rápida: hemoglobina – 146 aa. Leva 1,5min para ser formada. CATABOLISMO PROTEICO Excesso de aa não usados para síntese protéica são catabolizados. Energia e outros compostos DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNA E OU DE AA Reduz o crescimento e a eficiência alimentar, anorexia, infertilidade, reduz o peso ao nascimento e a produção de leite. NUTRIÇÃO PROTEICA Somente a % PB na dieta é suficiente para atender as necessidades protéicas? Aminoácidos! Deficiência de aminoácidos: resulta na desaminação, sintomas similares a deficiência de proteína. Desbalanço entre aminoácidos Balanço ideal de aa: consumo de aa em proporções similares as necessidades. Exemplos: aa na dieta necessário para a formação de músculo e para a formação do leite. FONTES DE PROTEÍNAS PARA RUMINANTES - Proteína degradável e não degradável no rúmen Proteína degradável (PDR) utilizada pelos microrganismos. Proteína não degradável (PNDR) – passagem intacta pelo rúmen (não utilizada pelos microrganismos). Proteína não degradável “by pass”: proteína sobrepassante -Digestão similar aos não-ruminantes (abomaso e intestino delgado) Usualmente proteínas de alta qualidade/processadas. Proteína degradável – maior parte da proteína presente nos alimentos convencionais, assim como fontes de N não protéico (ex: uréia) Microrganismos podem usar aminoácidos, peptídeos e NH3 para formar proteína microbiana. - Nitrogênio não protéico – limites: toxicidade! Excesso de proteína CORRESPONDÊNCIA ENTRE ENERGIA DISPONÍVEL E TAXA DE DEGRADAÇÃO PROTEICA Para maximizar a eficiência da síntese de proteína microbiana a partir da amônia é necessário ter energia disponível no rúmen. QUALIDADE DA PROTEÍNA DOS ALIMENTOS (NÃO RUMINANTES) Eficiência relativa com que a proteína de determinado alimento satisfaz as necessidades protéicas do animal. Valor Biológico das Proteínas: Corresponde a fração da proteína do alimento, digerida e absorvida que é utilizada como proteína. VALOS BIOLÓGICO (NÃO RUMINANTES) Proteína de alto VB: proteína que apresenta os aminoácidos em teores necessários a manutenção da vida e síntese de novos tecidos. Proteína de baixo VB: não tem os aminoácidos em teores adequados ou apresenta um ou mais aminoácidos limitantes. Ex.: cereais (deficientes em lisina, triptofano e treonina) e grãos de leguminosas (deficientes em metionina). ALTERNATIVAS PARA FORNECER UREIA (NNP) PARA RUMINANTES Mistura com sal: 30-60% Mistura com volumosos: 0,5-1,0% Mistura com concentrados: até 2,0% Mistura com melaço líquido: até 10% Nível máximo na MS da dieta: 1% Qual a melhor fonte de carboidratos para potencializar o uso de uréia na dieta de ruminantes? RECOMENDAÇÕES PARA USO EFICIENTE DE UREIA NA DIETA DE RUMINANTES Rúmen funcional (ruminante) Teor de proteína na dieta (concentrações de N-NH3 de 5-8mg/mL no líquido ruminal) = ~13% PB na dieta Considerar o teor de N-NH3 nos alimentos(plantas verdes conservadas na forma de silagem) Adaptação (fornecimento gradativo: 2-6 semanas) até alcançar o nível máximo de uso (Máximo: 40g/100kg de PV) Presença de carboidratos na dieta (energia e esqueleto carbônico para as bactérias) Presença de minerais na dieta (P e S) Relação recomendada de N:S (12-15:1) Não fornecer junto com grão de soja “in natura” – uréase INTOXICAÇÃO POR UREIA (AMÔNIA) Níveis sanguíneos normais de N-NH3: 0,1-0,2 mg/100ml Intoxicação 1,0mg/100ml Morte >3mg/100ml INTOXICAÇÃO: SINTOMAS Respiração ofegante Salivação excessiva Incordenação motora Tremores musculares Timpanismo Convulsão e morte TRATAMENTO Ácido acético (vinagre) – 3-6 litros no início dos sintomas pH baixo diminui atividade da urease no rúmen Ácido acético + N-NH3 livre (rúmen) = acetato de amônia
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