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Doença Periodontal & Diabetes Mellitus PREVALENCIA E PROJEÇÃO DM: No mundo: 415 milhões de pessoas (2015) 642 milhões até 2040(mesmas tendências atuais) No Brasil: 14,3 milhões de pessoas (2015) 23,3 até 2040 CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES TIPO 1- Destruição autoimune das células beta produtoras de insulina, localizadas nas ilhotas de Langerhans do pâncreas- deficiência de insulina. TIPO 2- Resistência periférica a ação da insulina, deficiência na secreção desta e aumento na produção de glicose pelo fígado. DIABETES MELLITOS GESTACIONAL- hiperglicemia de graus variados diagnosticada durante a gestação, na ausência de critério de DM prévio. OUTRAS: -Diabetes neonatal; -Secundário a endocrinopatias; -Secundário a doenças do pâncreas exócrino; -Secundário a infecções; -Secundário a medicamentos. CATEGORIAS DE TOLERÂNCIA À GLICOSE GLICEMIA (mg/dl) Jejum(8h) 2h após 75g de glicose Casual Normal Menor que 110 Glicemia de jejum alterada 110 ou maior, menor que 126 Tolerância a glicose diminuída Menor que 126 140 ou maior, menor que 200 Diabetes 126 ou maior* 200 ou maior Maior que 200 com sintomas* *necessita de um segundo exame (glicemia plasmática) para confirmação. CONDIÇÕES DE RISCO QUE JUSTIFICAM O RASTREAMENTO DO DM TIPO 2 Idade maior que 40 anos; Histórico familiar (pais, filhos, irmãos) de DM; Hipertensão arterial; Presença de doença vascular aterosclerótica antes dos 50 anos; Histórico prévio de hiperglicemia e/ou glicosúria; Mães de recém- nascido com mais de 4 Kg. Mulheres com antecedentes de abortos frequentes partos prematuros, mortalidade perinatal, diabetes gestacional; HDL- colesterol menor ou iguala 35 mg/dl; Triglicérides maior ou igual a 200mg/dl; Uso de medicamentos diabetogênicos (corticoides, anticoncepcionais, dentre outros); Sedentarismo. SINAIS E SINTOMAS QUE ALERTAM PARA A POSSIBILIDADE DE DIABETES MELLITUS Poliúria/nictúria; Polidipsia/boca seca/polifagia; Emagrecimento rápido; Diminuição brusca da acuidade visual; Achado de hiperglicemia ou glicosúria em exames de rotina; Predisposição a infecções COMPLICAÇÕES DO DIABETES MELLITUS Retinopatia; Nefropatia; Neuropatia; Doença macrovascular; Cicatrização retardada; Doença periodontal. FATORES DE RISCO DM TIPO 2 História familiar da doença; Avançar a idade; Obesidade; Sedentarismo; Diagnóstico prévio de pré-diabetes ou diabetes mellitus gestacional; Presença de componentes da síndrome metabólica; Hipertensão arterial e dislipidemia. ALTERAÇÕES BUCAIS Queilose, ressecamento e fissura da mucosa; Queimação na boca e na língua; Redução do fluxo salivar; Alterações na microbiota da cavidade bucal. ALTERAÇÕES BUCAIS Influencia sobre o periodonto: Tendência ao aumento gengival; Pólipos gengivais sésseis ou pediculados Proliferações gengivais Abscessos Periodontite Mobilidade dentária Diminuição nos mecanismos de defesa e o aumento da suscetibilidade a infecções DOENÇA PERIODONTAL DESTRUTIVA DIABETES MAL CONTROLADO E MÁ HIGIENE BUCAL Inflamação gengival grave bolsas periodontais profundas perda óssea rápida abscessos periodontais frequentes CAUSAS DA GRAVIDADE DA DOENCA PERIODONTAL DESTRUTIVA ASSOCIADA AO DM GLICOSE NO FUNDO GENGIVAL E NO SANGUE- Alterações no ambiente da microbiota- alterações qualitativas nas bactérias. Deficiência dos leucócitos polimorfonucleares(PMN) Comprometimento da quimiotaxia (migração celular), defeitos na fagocitose ou comprometimento da adesão. Função dos PMN, monócitos e macrófagos comprometida- 1ª linha de defesa proporcionada pelos PNM contra os patógenos periodontais diminui a probabilidade de proliferação bacteriana. CAUSAS DA GRAVIDADE DA DOENÇA PERIODONTAL DESTRUTIVA ASSOCIADAS AO DM Glicose no fluido gengival e no sangue maior em diabéticos, mesmo com índices de placa e gengival semelhantes a não diabéticos Alteração ambiente microbiótico Alterações microbianas qualitativas HIPERGLICEMIA CRÔNICA- lteração na estrutura e função do colágeno- síntese, maturação e manutenção- integridade do periodonto. HIPERGLICEMIA CRÔNICA- moléculas proteicas e da matriz sofrem glicosilação não enzimática- acúmulo de produtos finais da glicação avançada(acumulated glycation end = AGES O possível impacto que a periodontite teria sob o nível de hemoglobina glicada foi avaliado em um estudo prospectivo com 2973 indivíduos. Verificou-se que todos os participantes que apresentavam periodontite mais avançada no periodonto inicial tiveram um aumento de aproximadamente cinco vezes no nível de hemoglobina glicada do que aqueles sem periodontite. (DEMMER RT,2010) A prevalência da DP entre os indivíduos em DM2 com controle inadequado é geralmente maior do que em pessoas não diabéticas e, o risco de periodontite é aproximadamente três vezes maior em diabéticos do que não diabéticos. TRATAMENTO ODONTÓLOGIO PARA O PACIENTE PORTADOR DE DM Anamnese Conhecimento detalhado da patologia paciente que sabe ser portador deve ser questionado sobre: classificação(tipo) terapia que está sendo utilizada; nível de controle metabólico; presença de complicações secundárias da doença; duração da doença; ocorrência de hipoglicemias; história de hospitalizações; regime terapêutico. consultas curtas; início da manhã (níveis endógenos de corticosteroides neste período são geralmente altos, portanto os procedimentos estressantes podem ser mais bem tolerados); em consultas demoradas, especialmente se esta se prolongar pelo tempo da refeição normal, deve-se interromper o atendimento para uma refeição rápida. paciente deve manter dieta e terapêutica normais antes da consulta. Antibióticos? uso em pacientes com bom controle glicêmico. (AINES)- cautela- retenção de sódio e água anestésicos locais- mais indicado- prilocaina e felipressina; preferencialmente anestesias de bloqueio evitando-se o uso vasocontrictor à base de adrenalina- promove quebra de glicogênio em glicose, podendo determinar hiperglicemias. terapia periodontal de suporte -pacientes controlados- a cada 6 meses -descontrolados, mais frequentemente. CONCLUSÕES Diabetes pode ser considerado fator de risco para periodontite Diabéticos com controle glicêmico inadequado apresentam risco aumentado para perda óssea alveolar progressiva e maior severidade da periodontite. Diabetes com periodontite têm pior controle glicêmico do que diabéticos sem doença periodontal; O tratamento periodontal interfere no controle glicêmico de diabetes tipo 2.