Buscar

MATERIA PENAL II

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
DIREITO PENAL
PARTE ESPECIAL
*
ESTRUTURA
*
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
TÍTULO II – DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
TÍTULO III – DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
TÍTULO IV – DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
TÍTULO V – DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
*
TÍTULO VI – DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
TÍTULO VII – DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
TÍTULO VIII – DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
TÍTULO IX – DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
TÍTULO X – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
TÍTULO XI – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
*
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA A VIDA
CAPÍTULO II – DAS LESÕES CORPORAIS
CAPÍTULO III – DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
CAPÍTULO IV – DA RIXA
CAPÍTULO V – DOS CRIMES CONTRA A HONRA
CAPÍTULO VI – DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I – DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
SEÇÃO II – DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
SEÇÃO III – DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
SEÇÃO IV – DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
*
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA A VIDA
1. HOMICÍDIO
1.1. Definição: Eliminação da vida de alguém praticada por outra pessoa. 
*
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, pois é crime COMUM.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
OBJETO JURÍDICO: direito à vida.
MEIOS DE EXECUÇÃO: crime de ação livre, pois, não há na lei a descrição pormenorizada da conduta que o agente deve praticar para incorrer nesta espécie delitiva.
CLASSIFICAÇÃO: Crime simples, instantâneo, material.
*
1.2. 	Quanto ao momento da morte: Lei 9.434 de 1997.
	
	Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
*
A) Homicídio simples
Art 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
*
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
*
B) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
b.1) Relevante VALOR SOCIAL
Valor de interesse coletivo
b.2) Relevante VALOR MORAL
Interesse particular (nobre, altruístico)
b.3) Sob domínio de VIOLENTA EMOÇÃO, logo em seguida a INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA
*
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
*
C) HOMICÍDIO QUALIFICADO
Crime hediondo (art. 1, inc. I da Lei 8.072\90)
c.1) Paga ou promessa de pagamento:
	Homicídio mercenário.
c.2.) Motivo TORPE:
	Moralmente reprovável, repugnante, vil.
c.3) Motivo FÚTIL:
	Insignificante, desproporcional, frívolo, mesquinho.
*
c.4) VENENO:
	Qualquer substância que introduzida no organismo, seja capaz de colocar em risco a vida ou a saúde humana.
c.5) FOGO;
c.6) EXPLOSIVO;
c.7) ASFIXIA:
	a) MECÂNICA	Estrangulamento – força atuante não é o peso do corpo.
			Enforcamento – peso do próprio corpo.
			Esganadura – uso das mãos.
			Sufocação - obstrução dos orifícios respiratórios.
			Afogamento – meio líquido ou semi líquido.
			Soterramento – meio sólido ou semi sólido.
	b) TÓXICA	Confinamento - Gás asfixiante
			Exaurimento do Oxigênio
*
c.8) TORTURA:
	É o suplício, tormento ou sofrimento desnecessário.
	Homicídio qualificado pela tortura;
	Tortura qualificada pela morte:
		Lei nº 9.455/97, art. 1º, § 3º.
c.9) Meio INSIDIOSO:
	É o meio disfarçado.
	Somente será insidioso quando a vítima não tiver qualquer conhecimento de seu emprego.
c.10) Meio CRUEL:
	Causa sofrimento ou brutalidade incomum.
*
c.11) meio de que possa resultar PERIGO COMUM:
	É o meio que pode expor a perigo um número indeterminado de pessoas.
c.12) TRAIÇÃO:
	Mediante ataque súbito e sorrateiro, atingindo a vítima, descuidada ou confiante, antes de perceber o gesto criminoso.
	Anterior vínculo entre autor e vítima.
	Quebra de fidelidade ou confiança.
	a) Traição Material ou Física,
	b) Traição Moral – quebra de confiança.
c.13) EMBOSCADA:
	É a tocaia.
*
c.14) DISSIMULAÇÃO:
	É a ocultação do próprio desígnio, o disfarce que esconde o propósito delituoso.
c.15) recurso que DIFICULTE ou torne IMPOSSÍVEL A DEFESA do ofendido;
c.16) para assegurar a EXECUÇÃO, OCULTAÇÃO, IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME.
*
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos.
*
D) HOMICÍDIO CULPOSO
O agente não tem intenção de causar a morte mas ocorre a imprudência, negligência ou imperícia.
MODALIDADES DA CULPA
IMPRUDÊNCIA: ato perigoso.
NEGLIGÊNCIA: comportamento negativo/omissivo.
IMPERÍCIA: falta de conhecimento, habilitação ou aptidão TÉCNICA, TEÓRICA ou PRÁTICA para o exercício da arte ou profissão.
*
Violação do dever de cuidado.
Previsibilidade é elemento da culpa.
O direito somente pode censurar o indivíduo que não previu o que poderia ser previsto.
*
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
*
1. Se o crime é praticado por inobservância de regra técnica de arte, profissão ou ofício: pressupõe que o agente tenha formação técnica para o desempenho da arte, profissão ou ofício e ainda que alguma regra técnica pertinente a atividade desempenhada pelo agente não tenha sido observada na sua conduta praticada. Ex: o médico que não esteriliza os instrumentos utilizados para a cirurgia, os quais vêm a provocar infecção e óbito do paciente.
*
“De acordo com a primeira reconstituição feita por Verusio, o capitão se aproximou demais da ilha de Giglio, fez uma manobra errada e o lado esquerdo do casco do navio se chocou com as rochas. Em pouco tempo, muita água entrou dentro da embarcação.”
*
2. Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima: é fundamental que o agente tenha condições de prestar socorro à vítima, pois, se em decorrência da conduta culposa praticada pelo agente, ele também se lesionou ficando impedido de prestar socorro à vítima, a causa de aumento não incidirá. Além do mais se a vítima é prontamente socorrida por terceiros ou tem morte instantâneo também não incidirá o aumento.
*
3. Se o agente foge para evitar a prisão em flagrante delito: ausenta-se do local sem causa que justifique, ou seja, foge para evitar a condução até a autoridade policial onde seria autuado em flagrante.
*
Perdão Judicial
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
*
PERDÃO JUDICIAL
Homicídio CULPOSO
É causa extintiva de PUNIBILIDADE: Sentença declaratória de Extinção de Punibilidade (Súmula 18 do STJ)
*
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
*
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa, salvo se de resistência nula.
CLASSIFICAÇÃO: Crime comum quanto ao sujeito ativo e passivo, material e instantâneo.
*
2. INDUZIMENTO, AUXÍLIO OU INSTIGAÇÃO AO SUICÍDIO
INDUZIMENTO: faz surgir a idéia que não existia.
AUXÍLIO: ajuda material.
INSTIGAÇÃO: estimula a idéia já existente.
*
Participação no suicídio
MORAL
1. INDUZIMENTO
2. INSTIGAÇÃO
MATERIAL
1. AUXÍLIO
*
Figuras qualificadas
(pena em dobro)
1. MOTIVO EGOÍSTICO
2. MENORIDADE DA VÍTIMA
3. REDUÇÃO DA CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA
*
3) INFANTICÍDIO
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
*
PUERPÉRIO
PUERPÉRIO: É o nome dado à fase pós-parto, em que a mulher experimenta modificações físicas e psíquicas, tendendo a voltar ao estado que a caracterizava antes da gravidez.
*
O PUERPÉRIO se inicia no momento em que cessa a interação hormonal entre o ovo e o organismo materno, após a dequitação da placenta ou pela cessação de sua função endócrina.
O momento do término do puerpério é impreciso, aceitando-se, em geral, que ele termina quando retorna a ovulação e a função reprodutiva da mulher.
O PUERPÉRIO é, portanto, um período variável, de evolução diferente de mulher para mulher, onde concomitante ao efetivo exercício da maternidade a mulher experimenta profundas modificações genitais, gerais e psíquicas, com gradativo retorno ao período não gravídico.
*
Com a dequitação da placenta a mulher perde, subitamente, a sua fonte produtora de estrógenos, uma vez que os ovários tinham sua função bloqueada durante a gravidez.
A experiência da maternidade, o início da lactação, o manuseio do recém-nascido, a alteração do ritmo do sono, trazem normalmente para a mãe, alterações psíquicas que podem variar de crises de choro, crise depressiva, instabilidade emocional, até a um quadro patológico de psicose puerperal que exigirá atenção especializada.
*
INFANTICÍDIO
1. CRIME PRÓPRIO: somente a mãe
2. Influência do estado puerperal
3. Filho próprio recém nascido.
4. Durante ou logo após o parto.
*
4) ABORTO
CONCEITO: é a interrupção da gravidez com a morte do feto.
ESPÉCIES:
NATURAL
ACIDENTAL
CRIMINOSO
LEGAL OU PERMITIDO
*
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE ABORTO
CRIME MATERIAL: as figuras típicas descrevem a conduta e o resultado, deixando vestígios que podem ser materializados.
CRIME INSTANTÂNEO: a consumação ocorre em um só momento e aí se esgota, não tendo continuidade do bem jurídico.
*
CRIME DE DANO: se consuma com a efetiva lesão do bem jurídico.
CRIME DE FORMA LIVRE: pode ser executado por qualquer meio, ação ou omissão, físico, químico, mecânico ou material.
*
MEIOS DE EXECUÇÃO
A) MEIOS QUÍMICOS: uso de substâncias abortivas ou que não são propriamente abortivas mas atuam por via de intoxicação.
B) MEIOS PSÍQUICOS: provocação de susto, terror, sugestão.
C) MEIOS FÍSICOS: são os mecânicos, térmicos e elétricos.
*
ABORTO – Figuras típicas
4.1 (Art. 124) Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
4.2 (Art. 125) Aborto provocado por terceiro SEM o consentimento da gestante
4.3 (art. 126) Aborto provocado por terceiro COM o consentimento da gestante
4.4 (Art. 127) Aborto qualificado
4.5 (Art. 128) Aborto praticado por médico
A) Necessário
B) Resultante de estupro (Sentimental)
*
4.1) Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos. 
*
AUTO ABORTO
CRIME PRÓPRIO: somente a gestante pode ser autora.
Irrelevante se a morte ocorre no ventre materno ou depois da expulsão.
TENTATIVA é admissível.
ÓVULO FECUNDADO, EMBRIÃO, FETO – o Código Penal não distingue.
*
4.2) Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
O DISSENTIMENTO PODE SER PRESUMIDO (art 126, par. ún.)
*
4.3) Aborto provocado por terceiro COM o consentimento da gestante
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
*
4.4) ABORTO QUALIFICADO
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
*
4.5) ABORTO LEGAL
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
*
ABORTO NECESSÁRIO
É A INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ REALIZADA PELO MÉDICO QUANDO A GESTANTE ESTIVER CORRENDO PERIGO DE VIDA E INEXISTIR OUTRO MEIO DE SALVÁ-LA.
ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
*
ABORTO SENTIMENTAL OU HUMANITÁRIO
PRATICADO POR MÉDICO NOS CASOS DE GRAVIDEZ RESULTANTE DE ESTUPRO.
ESTUPRO REAL
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menos de 14 (catorze) anos.
*
Somente MÉDICO;
Tem que haver consentimento somente no caso de estupro;
Não é necessário condenação pelo estupro;
NEM CONHECIMENTO DA AUTORIA
*
OUTRAS FORMAS DE ABORTO
ABORTO EUGENÉSICO, EUGÊNICO OU PIEDOSO.
Realizado para impedir que nasça criança com deformidade ou enfermidade incurável.
Não é admitido pelo nosso ordenamento jurídico.
STJ “HAVENDO DIAGNÓSTICO MÉDICO DEFINITIVO ATESTANDO A INVIABILIDADE DE VIDA APÓS O PERÍODO NORMAL DE GESTAÇÃO, A INDUÇÃO ANTECIPADA DO PARTO NÃO TIPIFICA O CRIME DE ABORTO, UMA VEZ QUE A MORTE DO FETO É INEVITÁVEL, EM DECORRÊNCIA DA PRÓPRIA PATOLOGIA”.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando