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AULA 01 - CRIMES CONTRA PESSOA

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1 
 
RESUMO DE AULA 
 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
Homicídio - Artigo 121 do Código Penal 
Bem Jurídico tutelado – a vida 
Sujeito ativo – qq pessoa 
Sujeito passivo – qq pessoa 
Elemento objetivo do tipo - verbo - matar 
Elemento subjetivo do tipo - dolo – culpa. 
Tentativa – admite 
 
Artigo 121 - matar alguém 
- “caput” – homicídio simples 
- § 1º - homicídio privilegiado 
- § 2º - homicídio qualificado 
- § 3º - formas de homicídio culposo, exceto o de acidente de trânsito. 
- § 4º causas de aumento de pena - 1º parte – homicídio culposo e a parte final – homicídio 
doloso 
- § 5º perdão judicial 
- § 6º causas de aumento – milícia privada. 
- § 7º causas de aumento de pena - Feminicídio. 
 
“Animus necandi” – O homicídio admite todas as formas de dolo. 
Art. 5º, XXXVIII, d – Tribunal do Júri (competência para julgar os crimes dolosos contra a 
vida). 
 
Consumação e tentativa – art. 14, I e II CP. 
 
Homicídio simples 
Art. 121 “caput” - matar alguém, forma simples de homicídio. 
Pena: seis a vinte anos de reclusão 
 
Homicídio privilegiado 
Art. 121 § 1º - Pena diminuída em 1/6 a 1/3. A forma privilegiada do homicídio tem por 
natureza jurídica causas de diminuição de pena aplicada na 3ª fase. 
 
Homicídio qualificado 
Forma qualificada 
Art. 121 do CP, § 2º - Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; (subjetiva ligada à 
motivação do crime). 
II - por motivo fútil; (subjetiva relativa ao motivo do crime motivo insignificante). 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que possa resultar perigo comum; (objetiva ligada ao meio utilizado para 
executar). 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625629/artigo-121-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
2 
 
IV - Traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível à defesa do ofendido; (objetiva ligada ao modo como executa o crime). 
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. 
(objetiva ligada a finalidade do crime). 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (Feminicídio) 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
§ 2
o
-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime 
envolve: 
 I - violência doméstica e familiar; 
 II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
 
É bom saber que: 
- Meio insidioso: engana a vitima. 
- Meio cruel: cortar, retalhar a vítima. 
- Outro meio de que possa resultar perigo comum: número indeterminado de pessoas: ataques 
do PCC. 
- Traição: há quebra de confiança depositada pela vitima em relação ao agente. 
- Tocaia ou emboscada: sujeito aguarda ocultamente a vitima, que se encontra desprevenida, 
para atacar, ocorre à premeditação. 
- Dissimulação: disfarce, ocultação, que esconde o propósito delituoso. 
- Recurso que dificulte ou torne impossível à defesa do ofendido: dormindo, drogado, atirar 
pelas costas. 
 
Todas as figuras do homicídio qualificado, bem como do homicídio simples, quando 
praticado por grupo de extermínio o tornam hediondo. 
 
Não se cumulam qualificadoras subjetivas. É possível, no entanto, a cumulação de objetivas 
ou de uma subjetiva e uma ou mais objetivas. 
 
Homicídio híbrido 
É a possibilidade de cumular uma forma privilegiada (subjetiva) ou uma ou mais 
qualificadoras objetivas (meio ou modo de execução). 
Perdem o atributo da hediondez porque na concomitância entre algo de cunho subjetivo 
(motivação) e algo de cunho objetivo (meio ou modo de execução), prevalece sempre aquele 
(subjetivo). A parte subjetiva não é hedionda. 
Ex: pai que mata estuprador da filha armando uma tocaia e mata torturando. 
 
Homicídio culposo 
Art. 121, § 3º - Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
Forma culposa é a figura do parágrafo 3º, exceto o homicídio culposo decorrente de trânsito 
art. 302 da Lei 9.503/97. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10588942/artigo-302-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97
3 
 
§ 3º - formas de homicídio culposo, exceto o de acidente de trânsito. 
- Imprudência, imperícia e negligência. 
 
§ 4º causas de aumento de pena 
1º parte – homicídio culposo e a parte final – homicídio doloso. 
 
§ 5º perdão judicial 
No homicídio, o perdão judicial só cabe no parágrafo 3º - homicídio culposo. É causa 
extintiva da punibilidade. Arts. 107, IX e 120, CP. 
 
Natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial: é meramente declaratória, 
conforme Súmula 18 do STJ (A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da 
extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório). O Estado perdeu o 
direito de punir. 
 
§ 6º causas de aumento 
Milícia privada. 
 
§ 7º causas de aumento de pena 
Feminicídio. 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência. 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o 
faça: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de 1 (um) a 
3 (três) anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único - A pena é duplicada: 
Aumento de pena 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
Motivo que acarrete uma vantagem para o agente, não necessariamente econômica. 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
 
A vítima deve ser maior de 14 anos, vitima está crise depressiva, e o agente se aproveitar 
dessa situação para induzi-lo ao suicídio. 
 
Bem jurídico tutelado – vida 
Sujeito ativo – qq pessoa 
Sujeito passivo – qq pessoa (maior de 14 anos ) 
Elemento objetivo tipo - Trata-se de tipo misto alternativo induzir, auxiliar e ou instigar. 
Elemento subjetivo tipo – dolo 
Tentativa – não admite 
 
É crime exclusivamente de participação. A conduta do agente é acessória. Ao menor ato de 
execução a conduta se amolda ao homicídio. 
Tentativa - não se pune a tentativa de instigar, auxiliar ou induzir o suicídio. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627547/artigo-107-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627154/inciso-ix-do-artigo-107-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625664/artigo-120-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
4 
 
 
Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou 
logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
Bem Jurídico tutelado – a vida 
Sujeito ativo – a mãe 
Sujeito passivo – nascente ou neonato. 
Elemento objetivo do tipo - verbo - matar 
Elemento subjetivo do tipo - dolo 
Tentativa – admiteÉ crime próprio que admite concurso de agentes. 
À Adoção da teoria unitária ou monista: unicidade de crime e pluralidade de agentes. 
(art. 29 do CP). Todos os agentes são condenados pelo mesmo crime. Se um dos acusados 
recorrer, a decisão alcança os demais acusados. 
 
A incomunicabilidade das elementares de caráter pessoal (subjetivas) quando integram a 
esfera de conhecimento dos agentes (art. 30 do CP). 
 
Há diferença entre estado puerperal e depressão pós-parto. 
 
Depressão pós-parto: é um tipo de perturbação do humor associada ao parto. Os sintomas mais 
comuns são tristeza profunda, fadiga, ansiedade, episódios de choro, irritabilidade e 
perturbações no sono ou na alimentação. Os sintomas manifestam-se geralmente entre a 
primeira semana e o primeiro mês a seguir ao parto. A DPP pode também afetar negativamente 
o recém-nascido. Embora a causa exata de DPP não seja ainda clara, acredita-se que se deva a 
uma combinação de fatores físicos e emocionais. 
 
Estado puerperal: após o parto é o fenômeno biopsicológico, é reação hormonal que 
desencadeia uma reação psicológica. Domina o pensamento da mãe e esta perde parcialmente 
a capacidade de pensar. Verifica-se a intensidade do estado puerperal e não a duração. 
 
 
Aborto 
É a interrupção da gravidez com a morte do produto da concepção. 
Objetividade jurídica - vida intrauterina. 
- Aborto natural ou espontâneo: é o oriundo de causas patológicas decorrentes de um processo 
fisiológico espontâneo do organismo feminino. 
- Aborto acidental: deriva de causas exteriores e traumáticas. 
- Aborto culposo: é o que resulta de culpa, conduta imprudente, negligente ou imperita. 
- Aborto típico ou jurídico – art. 128 (excludentes de ilicitude) 
- Aborto terapêutico ou necessário (inciso I): quando não há outro meio de salvar a vida da 
gestante, só pode ser realizado por médico. O estado de necessidade geral pode ser qualquer 
pessoa 
- Aborto humanitário ou sentimental (inciso II): quando o aborto resulta de estupro, com o 
consentimento da gestante. 
A lei faculta a gestante o aborto nesta situação. Não é necessária permissão judiciária. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624670/artigo-129-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636793/artigo-30-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtornos_do_humor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fadiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ansiedade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sono
5 
 
 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
Bem jurídico tutelado - vida intrauterina. 
Sujeito ativo - a gestante 
Sujeito passivo - feto. 
Elemento objetivo tipo - 1 parte praticar aborto em si mesma e 2 parte permitir, concordar. 
Elemento subjetivo tipo - dolo 
Tentativa - admite 
 
Aborto sem o consentimento da gestante 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de (três) a 10 (dez) anos. 
 
Bem jurídico tutelado - vida intrauterina e a gestante 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, exceto a gestante. 
Sujeito passivo: a primeira vítima é o feto, a segunda vítima é a gestante. 
Elemento objetivo tipo - provocar, realizar manobrar abortivas. 
Elemento subjetivo do tipo - dolo 
Admite tentativa. 
 
Aborto com consentimento da gestante 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
Parágrafo único - Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 
(quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante 
fraude, grave ameaça ou violência. 
 
Bem jurídico tutelado - vida intrauterina e a gestante 
Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: feto 
Elemento objetivo tipo- provocar, realizar manobrar abortivas. 
Elemento subjetivo tipo - dolo 
Admite tentativa. 
 
As causa de aumento de pena são aplicam exclusivamente nos arts. 125 e 126 CP, ou seja, só 
poderá aumentar a pena no aborto cometido por terceiro, com ou sem o consentimento da 
vítima. 
 
Quando houver concurso de pessoas, no crime do aborto, os crimes cometidos são diferentes 
para os agentes. Ex: gestante permite aborto e o médico pratica. A gestante responderá pelo 
art. 124 CP o médico responderá pelo art. 126 CP. 
 
Forma qualificada 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, 
se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625007/artigo-124-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624935/artigo-126-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
6 
 
sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, 
lhe sobrevém à morte. 
 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
 
Aborto sentimental 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, 
quando incapaz, de seu representante legal. 
 
É bom saber: 
- Aborto eugênico: realizado quando o feto apresenta graves e irreversíveis defeitos genéticos 
- aborto de feto anencefálico. 
-Aborto de feto anencefálico é crime impossível, se não há expectativa de vida, não há 
proteção à vida intrauterina, logo, não há aborto. 
- ADPF 54 - tornou desnecessária a autorização judicial para o aborto anencéfalos. 
- Aborto econômico ou social: realizado para que não se agrave a situação de penúria ou 
miserabilidade da gestante. 
- Aborto “honoris causa”: praticado para ocultar desonra própria. 
 
 
CAPÍTULO II 
DAS LESÕES CORPORAIS 
 
Lesão corporal 
Art. 129 caput – lesão leve ou simples 
§ 1º - doutrinária e jurisprudencia lesões graves 
§ 2º - doutrinária e jurisprudencia lesões gravíssimas 
§ 3º - lesão corporal seguida de morte 
§ 4º - lesão corporal privilegiada 
§ 5º - substituição de pena 
§ 6º - lesões culposas (exceto decorrente de acidente de trânsito) 
§ 7º - causas de aumento de pena 
§ 8º - perdão judicial 
§ 9º - lesão qualificada pela violência doméstica 
§ 10º - causas especiais de aumento de pena dos parágrafos 1º a 3º 
§ 11 – causas especiais de aumento de pena da lesão qualificada pela violência doméstica 
§ 12 - se a lesão for praticada contra pessoas especificas. 
 
Lesão corporal é todo e qualquer dano ocasionado à normalidade funcional do corpo humano, 
quer do ponto de vista anatômico, quer do ponto de vista fisiológico ou mental. 
 
Bem jurídico tutelado – proteção a saúde, física e mental. 
Sujeito ativo – qq pessoa 
Sujeito passivo – qq pessoa 
Elemento objetivo tipo - ofender 
7 
 
Elemento subjetivo tipo – dolo, culpa ou preterdolo 
Admite tentativa. 
 
Lesão corporal - simples ou leve 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º - Se resulta: 
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; 
Resulta em incapacidade, impossibilidade, habitual ou realizar ao menos uma atividade 
(rotineira, tem que ter periodicidade). 
II - perigo de vida; 
Perigo de vida é a probabilidade concreta e presente do resultado letal. 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
Debilidade significa diminuição, redução. 
IV - aceleração de parto: 
É o parto antecipado, fora de hora. 
 
Lesão corporal de natureza gravíssima 
§ 2º - Se resulta: 
I - incapacidade permanente para o trabalho; 
A vítimaperde a capacidade de trabalhar - pianista perde o dedo – não poderá mais trabalhar 
profissionalmente – poderá trabalhar ainda, mas não mais como um pianista virtuoso. 
II - enfermidade incurável; 
É a doença ou moléstia, grave e incurável - vírus HIV, doenças por radiação. 
III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função; 
Da perda à amputação. Exige a perda ou inutilização, ou seja, a eliminação e não apenas a 
debilidade ou a redução do membro, sentido ou função. 
IV - deformidade permanente; 
Atrelada à ideia de dano estético - cicatriz no rosto, queimadura. 
V - aborto: 
Interrupção da gravidez com a destruição do produto da concepção. Para que seja imputado 
esse resultado, é indispensável que ele soubesse ou pudesse saber da gravidez da vítima. 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. 
 
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, 
nem assumiu o risco de produzi-lo: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
É lesão preterdolosa. Dolo na lesão corporal - culpa no resultado morte. 
 
Diminuição de pena – ver art. 121, § 1º. 
§ 4º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral 
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o 
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
Substituição de pena 
8 
 
§ 5º - O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela 
de multa: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas. 
 
Lesão corporal culposa - Vide 121, § 3º. 
§ 6º - Se a lesão é culposa: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. 
 
Aumento de pena 
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. 
 
Violência doméstica 
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou 
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o 
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas 
no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). 
 
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for 
cometido contra pessoa portadora de deficiência. 
 
Só serve para a lesão leve qualificada pela violência domestica. A deficiência pode ser mental 
ou física, pois o legislador não definiu. 
 
A presença de violência doméstica qualifica o crime de lesão corporal, segundo o art. 129, § 9º, 
do CP, o legislador no mesmo artigo prevê hipóteses de aumento de pena nos, § 10 e 11. 
 
No art. 129, § 10 CP, se a lesão corporal provocada em situação de violência doméstica foi 
grave, gravíssima ou levou a vítima à morte, aplica-se a pena prevista nos §§ 1º, 2º ou 3º do art. 
129 do CP, conforme o caso, e o aumento de pena previsto no § 10 do mesmo artigo, ou seja, de 
1/3. 
 
No art. 129, § 10 CP, se a lesão corporal provocada em situação de violência doméstica foi 
grave, gravíssima ou levou a vítima à morte, aplica-se a pena prevista nos §§ 1º, 2º ou 3º do art. 
129 do CP, conforme o caso, e o aumento de pena previsto no § 10 do mesmo artigo, ou seja, de 
1/3. 
 
No art. 129, § 11, do CP, terá aplicabilidade mesmo que a lesão corporal praticada em situação 
de violência doméstica seja leve, desde que figure como vítima pessoa portadora de deficiência, 
sendo leve a lesão, aplica-se a pena prevista no art. 129, § 9º, com o aumento de pena de um 
terço. 
 
Se a lesão corporal em situação de violência doméstica praticada contra vítima deficiente for 
grave, gravíssima ou seguida de morte, abrir-se-á a possibilidade, de incidência tanto da 
9 
 
majorante do § 10 quanto do § 11, podendo o juiz optar pela aplicação de apenas uma delas 
nos termos do art. 68, parágrafo único, do CP. 
 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena 
é aumentada de um a dois terços. 
 
DAS AFIRMATIVAS ABAIXO RESPONDA 
(V) PARA VERDADEIRO E (F) PARA FALSO 
 
1) “A” induziu “B” a suicidar-se, mas não alcançou o resultado morte, somente lesões leves. 
“A” não responderá por tentativa de induzimento ao suicídio; é um fato atípico. 
2) "A", porque momento antes "B" estuprara sua filha, quer matá-lo, porém confunde-o na 
escuridão com "C" e alveja fatalmente este. "A" responde por homicídio privilegiado contra "C" 
porque a intenção era matar o estuprador. 
3) Caio porque quer matar, fere Beatriz que, entretanto, é morta no hospital, por efeito de 
uma injeção trocada que lhe ministra o enfermeiro, Caio responderá por homicídio tentado. 
4) Mário, médico, pratica cirurgia de aborto, tendo em vista que sua paciente engravidou após 
ser estuprada a conduta de Mário é lícita, desde que haja consentimento da gestante ou, 
quando incapaz, de seu representante legal. 
5) César, sabendo que sua filha fora violentada momentos antes por Mário, parte ao seu 
encalço, levando consigo seu amigo Pedro. Ambos armam uma emboscada e matam Mário, 
ateando fogo em suas vestes. Os crimes praticados por César e Pedro são respectivamente 
homicídio privilegiado qualificado para Mário e homicídio qualificado para Pedro. 
6) “B” ofendeu a integridade física de “A”, resultando a perda de um dos testículos”. “B” 
responde por lesão corporal de natureza gravíssima (129, § 2º., III – perda ou inutilização de 
membro, sentido ou função). 
7) Homicídio simples não será considerado crime hediondo em nenhuma hipótese. 
8) A eutanásia é crime de homicídio privilegiado, por ser praticado por um relevante valor 
social. 
9) Segundo a maioria doutrinária e jurisprudencial, havendo confronto entre qualificadoras e 
privilégios, o homicídio privilegiado terá a hediondez afastada, tendo em vista que as 
circunstâncias preponderantes são motivos determinantes do crime, da personalidade e a 
reincidência, prevalecendo-se as de natureza subjetiva sobre a objetiva. 
10) Responderá por homicídio qualificado, o agente que cometer o delito mediante paga ou 
promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe, sob o domínio de violenta emoção, logo 
em seguida a injusta provocação da vítima. 
11) "A" está agonizando no hospital, sem poder se mexer, e pede que "B" lhe dê veneno para 
morrer. Nessa hipótese, caso "B" atenda ao pedido de "A" responderá por crime de instigação 
ao suicídio. 
12) Ao praticar "roleta russa", "A" acaba por causar a morte de um de seus amigos que 
participava da "brincadeira". "A" deverá ser julgado por homicídio culposo, pois agiu sob a 
forma de culpa consciente. 
13) João, em estado de embriaguez voluntária, motivado por ciúme de sua ex-mulher, matou 
Paulo. Nessa situação, o fato de João estar embriagado afasta o reconhecimento da motivação 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
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fútil, haja vista que a embriaguez reduziu a capacidade de entender o caráter ilícito de sua 
conduta. 
14) Comete o crime de infanticídio a gestante que mata o seu nascituro. 
15) O perdão judicial será concedido ao autor que tenha cometido crime de homicídio doloso 
se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção 
penal se torne desnecessária. 
16) De acordo com o Código Penal, no crime de homicídio qualificado pelo Feminicídio, apena 
é aumentada de um terço até a metade se o crime for praticado na presença de descendente 
ou de ascendente da vítima. 
17) A qualificadora de Feminicídio no crime de homicídio fica caracterizada se o delito for 
praticado contra a mulher por razões de sua convicção religiosa 
18) A genitora que mata o neonato, sob o estado puerperal e logo após o parto, responderá 
por homicídio duplamente qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e por 
meio insidioso. 
19) Para configuração do homicídio privilegiado, previsto no art. 121, § 1o, do Código Penal, 
basta que o agente cometa o crime sob o domínio de violenta emoção. 
20). A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do Juiz singular e não do 
Tribunal do Júri.

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