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18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 1/11 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIACEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL de AHCRSFE | trabalhosfeitos.com INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Andréa Helena de Castro Anomiel Farias Pinheiro RESUMO Esta pesquisa teve por objetivo o levantamento e a análise bibliográfica relativos à avaliação neuropsicopedagogica em alunos que estão frequentando o ensino fundamental e especializado da rede pública, na cidade de Oeiras do Pará. O estudo analisou a relação dos processos de aprendizagem em alunos com lesões neurológica, do tipo paralisia cerebral na forma paraplégica, com deficiência mental. As pessoas de controle, formados por alunos sem queixa escolar e de desenvolvimento, teve como escopo referencial apresentar possíveis contribuições da Neuropsicopedagogia Educacional para o processo de inclusão dos alunos com paralisia cerebral no ensino fundamental. Foram utilizados na análise, os dados da Avaliação Neurológica e de neuroimagem, estatísticamente comparados à luz da literatura, considerandose suas implicações no conceito, classificação e referencial dos distúrbios da aprendizagem. Os resultados permitiram evidenciar que a condição lesional em alunos paraplégica não constituiu desvantagem no desenvolvimento e aquisição das funções corticais, relacionadas à aprendizagem. O conteúdo desta pesquisa atestou significativo grau de convergência entre as áreas especializadas de Psicologia, Neurologia, Pedagogia e médica, evidenciando a importância da relação interdisciplinar.PalavrasChave: Deficiencia, Educação e Inclusão. 1. INTRODUÇÃO A pesquisa abordou o olhar da Neuropsicopedagogia sobre a inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino fundamental. O ensino inclusivo é a prática de inclusão de todos, independentemente do talento, deficiência, origem social econômica ou cultural, em escolas e salas de aula que buscam satisfazer as necessidades dos alunos, educando todos juntos. A forma de a sociedade lidar com as pessoas com deficiência sofreu modificações ao longo do tempo. Podemos identificar claramente a presença de várias fases, a saber: iniciouse praticando a exclusão social de pessoas deficientes, por causa das condições diferenciadas, fazendo com que lhes parecesse não fazer parte da maioria do povo. Logo depois, a 18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 2/11 sociedade criou o atendimento segregado no interior das instituições, em seguida passou a praticar a integração social, adotando posteriormente a inclusão social, que é a filosofia em desenvolvimento nos dias atuais, para transformar os sistemas sociais gerais. Obviamente, essas etapas não aconteceram ao mesmo tempo para todos os seguimentos populacionais, ainda hoje encontramos a exclusão e a segregação em prática nos diversos grupos sociais vulneráveis. Por outro lado, vemos a mudança da tradicional integração sendo substituída, gradativamente, pela prática da inclusão. (SASSAKI, 2006). Paralisia cerebral é a intitulação que se dá a um grupo deproblemas motores, que se iniciam nas fases iniciais da vida, e que é o resultado de lesões no sistema nervoso central ou problemas no desenvolvimento do cérebro antes do nascimento, ou seja, são problemas congênitos. Embora a lesão ou os problemas no cérebro não piorem, os problemas motores podem aumentar com o passar do tempo. (LEITE, 2009). O direito de ir e vir é garantido a todos os seres humanos desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948). A Cartilha da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (BRASIL, 2007) aponta que todas as medidas necessárias para a eliminação de barreiras arquitetônicas, que impedem a inclusão social das pessoas com deficiência, devem ser adotadas pelo poder público como forma de promover o acesso a todos. O Decretolei n.° 5296 (BRASIL, 2004), institui que os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, públicos ou privados, devem proporcionar condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive nas salas de aula, bibliotecas, auditórios, instalações desportivas, áreas de lazer e sanitários. Ao receber alunos com PC, a escola deve oferecer ajuda técnica necessária que permita o acesso às atividades escolares em igualdade de condições com os demais alunos, tais como: rampas de acesso, adaptações nos banheiros como barras de segurança e assento adaptado, carteiras e cadeirasadaptadas, entre outras adaptações que se façam necessárias (BRASIL, 2004). A presente pesquisa trata de um tema de grande atualidade, pois as políticas de inclusão educacional só vieram com a implementação do Decreto Lei 9.394 (BRASIL, 1996). A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (NEEs) em rede regular de ensino tornouse uma obrigação do estado. A leitura bibliográfica de natureza investigativa. Buscaram, entre vários autores locais, nacionais, subsídios teóricos e resultados de pesquisas históricas e atuais acerca da inclusão escolar, reunindose, aqui, as principais ideias e sugestões a este respeito. 2. A PARALISIA CEREBRAL 18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 3/11 A paralisia cerebral é “tida como uma incapacidade neurológica causada por uma lesão nos centros motores do cérebro”. (LIMONGI, 1998, p. 39). A lesão no cérebro não acarreta somente uma perda de controle muscular funcional, mas também provoca alterações do sistema sensorial da pessoa. Essas alterações devem acontecer até os dois anos de idade, que é a fase mais importante da maturidade neurológica, na qual, também, ocorrem as principais aquisições motoras e perceptuais. Temos de considerar que a lesão no cérebro não é progressiva. Os primeiros sintomas são geralmente os de uma parada ou retardo, com retenção das sinergias primitivas e totais da primeira infância”. (Crothers e Paine, 1959; Paine, 1960, 1964; Paine e Oppé, 1966 apud BOBATH, [19––], p. 74). Aparalisia cerebral pode surgir nas fases pré, peri ou pós natal. Na fase prénatal, os riscos mais frequentes estão relacionados às doenças infecciosas da mãe, como a rubéola e a toxoplasmose. Na fase perinatal, o risco maior está na complicação do parto, com a anóxia cerebral, prematuridade e a asfixia por obstrução do cordão umbilical. E, os riscos na fase pósnatal se dão com as infecções no sistema nervoso central, como as meningites, as encefalites e os traumatismos cranioencefálicos causados por acidentes graves (MELO, 2008). A incidência de crianças nascidas vivas com paralisia cerebral nos países desenvolvidos, considerando todos os possíveis níveis de comprometimento, pode estar na ordem de 7 casos em cada mil nascidas. No Brasil, esses valores podem ser bem maiores, já que é difícil obter uma estimativa, levando em conta que o Brasil é um país em desenvolvimento e a precariedade da nutrição infantil e materna, igualmente os cuidados dispensados à gestante e ao recémnascido associados à qualidade ruim do atendimento no sistema de saúde, são condições que possibilitam o aparecimento de problemas crônicos como é o caso da paralisia cerebral (MELO, 2008). Os tipos de paralisia cerebral são classificados de acordo com suas alterações motoras e sensoriais causadas pelas lesões que podem ser extensas ou não no cérebro. De acordo com as áreas atingidas é que se dá a classificação, como: a área piramidal – do tipoespástica; a área extrapiramidal – do tipo atetóse; a área cerebelar– do tipo ataxia. (LIMONGI, 1998). Melo (2008), cita o tipo de paralisia cerebral mista, como sendo uma condição que se evidência em quadros motores associados, decorrentes de lesões nas áreas extrapiramidais e piramidais. O tipo espástico é o mais freqüente na população, acontece em decorrência de uma lesão no sistema piramidal com a característica do aumento do tônus muscular (hipertonia), paresia (diminuição da força muscular), hiperreflexia (é exacerbação da atividade reflexa). O aumento da espasticidade dificulta os movimentos, tornandoos lentos, como ocorre, por exemplo, uma situação de ameaça ou até mesmo de surpresa frente a perguntas difíceis 18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 4/11 (MELO, 2008). O tipo atáxica é muito raro, surge em decorrência de uma lesão no sistemacerebelar, responsável pela execução e regulação dos movimentos voluntários do corpo, pela manutenção das posturas com exatidão, resultantes da harmonia das ações musculares, permitindo a execução de atos motores coordenados. (MELO, 2008). Todas as pessoas com ataxias têm um tono postural baixo combinado com distúrbios da inervação recíproca. (BOABATH, [19––]). O tipo atetoíde ou atetósica é resultante de lesão no sistema extrapiramidal responsável pela regulação da postura e do tônus, e pelos movimentos automáticos. Esse tipo mostra o tono postural básico que se encontra abaixo do normal. (BOBATH, [19––];MELO, 2008). De acordo com Melo (2008), a intervenção de profissionais em uma criança com paralisia cerebral deve: Ser instituída o mais cedo possível, dentro de uma abordagem interdisciplinar, ou seja, envolvendo profissionais de diferentes áreas (médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, educador físico, pedagogo, assistente social, entre outros), tendo em vista a diversidade de problemas que podem estar presentes em graus diferenciados de comprometimentos. (p.6667). Vários transtornos podem estar associados à paralisia cerebral, como a epilepsia, alterações visuais, deficiência auditiva e o retardo mental. Perceba que o retardo mental pode estar associado, mas não é a regra. Ou seja, em geral pessoas com paralisia cerebral não têm qualquer dificuldade cognitiva para aprender. Então, por que vemos tão poucos alunos com PC nas universidades? Para responder a esta pergunta é necessário voltar o olhar para a educação das pessoas com deficiência. 3. DEFICIÊNCIA, EDUCAÇÃO E INCLUSÃO Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica Diz respeito à atividade exercida pela biologia da pessoa. Este conceito foi definido pela Organização Mundial de Saúde. A expressão pessoa com deficiência pode ser aplicada referindose a qualquer pessoa que vivencie uma deficiência continuamente. Contudo, há que se observar que emcontextos legais ela é utilizada de uma forma mais restrita e referese a pessoas que estão sob o amparo de uma determinada legislação. O termo deficiente para denominar pessoas com deficiência tem sido considerado por algumas ONGs e cientistas sociais inadequado, pois o termo leva consigo uma carga negativa depreciativa da pessoa, fato que foi ao longo dos anos se tornando cada vez mais rejeitado pelos especialistas da área e em especial pelos próprios indivíduos a quem se 18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 5/11 refira. Muitos, entretanto, consideram que essa tendência politicamente correta tende a levar as pessoas com deificência a uma negação de sua própria situação e a sociedade ao não respeito da diferença. Atualmente, porém, esta palavra está voltando a ser utilizada, visto que a rejeição do termo, por si só, caracteriza um preconceito de estigmatização contra a condição do indivíduo revertida pelo uso de um eufemismo, o que pode ser observado em sites voltados aos "deficientes" é que o termo deficiente é utilizado de maneira não pejorativa. A pessoa com deficiência geralmente precisa de atendimento especializado, seja para fins terapêuticos, como fisioterapia ou estimulação motora, seja para que possa aprender a lidar com a deficiência e a desenvolver as potencialidades. A Educação especial tem sido uma das áreas que tem desenvolvido estudos científicos para melhor atender estas pessoas, no entanto, o que inclui pessoas com deficiência além dasnecessidades comportamentais, emocionais ou sociais. Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes. A educação escolar inclusiva está sendo notada como uma questão de direitos humanos. A escola é desafiada a se adequar e a promover oportunidades igualitárias para a diversidade de alunos com necessidades especiais que chega à educação. Assim, com a inclusão a educação poderá ocorrer de forma mais justa e com maior eficiência e qualidade para todos os alunos. (MARTINS, 2008). Todas as pessoas têm o direito de estudar e de ter suas necessidades atendidas pelas escolas com os procedimentos pedagógicos adequados e com novas metodologias e ensino, que são mais apropriadas do que as atuais. Não há razão para algum tipo de isolamento de qualquer que seja em sua escolarização. (MARTINS, 2008). Nas palavras deMartins (2008), A inclusão escolar não se resume na mera inserção física desses alunos na escola ou na garantia de sua matrícula numa turma regular, pela força da lei. A escola precisa ser um espaço de efetiva convivência e um ambiente onde eles aprendam os conhecimentos valorizados pela sociedade para as pessoas de sua faixa etária, onde avancem na aprendizagem, sendo ensinados de acordo com as suas condições especificas de aprendizagem e de desenvolvimento. (p.13). A inclusão dessas pessoas de maneira justa e sem diferenciálas é um discurso recente e está em evidência devido aos novos desafios e às novas fronteiras almejadas por elas, que 18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 6/11 chegam à sociedade como uma nova demanda, pois, antigamente, as pessoas com deficiência eram enclausuradas dentro de suas casas por opção, por medo ou por proteção da família. (SASSAKI, 2006). A inclusão ainda é um grande desafio no Brasil, que enfrenta a falta de programas, de tratamento especializado e políticas públicas para o setor. Existem instituições que visam pura e simplesmente o acolhimento das crianças e adolescentes com deficiência, mas existem poucas instituições e serviços que trabalhem para a inclusão e desenvolvimento da autonomia desses alunos. O Ministério da Educação tem o princípio da inclusão como norteador das políticas públicas. A educação inclusiva é uma abordagem que procura responder às necessidades de aprendizagem de todas as crianças, jovens eadultos, com um foco específico naqueles que são vulneráveis à marginalização e exclusão. Nesta perspectiva, entendemos que o desenvolvimento de sistemas educacionais inclusivos no qual as escolas devem acolher todasas crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras, representa a possibilidade de combater a exclusão e responder as especificidades dos alunos. A transformação dos sistemas educacionais para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais significa uma mudança na gestão da educação que possibilite o acesso às classes comuns do ensino regular e a ampliação da oferta de atendimento educacional especializado que propicie a eliminação de barreiras para o acesso ao currículo. Uma nova gestão dos sistemas educacionais que priorize ações de ampliação da educação infantil, o desenvolvimento de programas para a formação de professores, a adequação arquitetônica dos prédios escolares para acessibilidade e a organização de recursos técnicos e de serviços que promovam a acessibilidade pedagógica e nas comunicações. No entanto, mesmo após muitas discussões em torno da inclusão social, a pessoa com deficiência vem sendo muito discriminada. MELO (2008), em sua pesquisa em duas escolas regulares da cidade de Natal/RN, identificou a presença de apenas 2 alunos com paralisia cerebral em um total de 1846; e que não existia nas escolas planejamento para umaorganização pedagógica e física, trabalho de conscientização da comunidade escolar, informação aos professores sobre direcionar a prática deles ao atendimento do aluno com deficiência ou mesmo qualquer recurso pedagógico voltado para facilitar a aprendizagem destes alunos. Esses resultados indicam que boa parte dos alunos com paralisia cerebral sequer conseguem iniciar a escolarização básica. (Recorde que, nos países desenvolvidos a proporção é de 7:1000 e que, em nosso país, devido às precárias condições de assistência médica, acreditase que esta proporção esteja entre 30 a 40 mil casos ano). Mesmo aqueles que chegam não encontram a instituição voltada para educálos levando em conta as suas necessidades educacionais especiais. Sabemos que o processo de inclusão escolar é difícil, contínuo e que precisa de políticas sociais inovadoras que consigam melhorar o atendimento educacional e as condições de vida dos alunos com deficiência. Dessa maneira, o envolvimento no trabalho de todas as pessoas que lidam com esses alunos se tornam importantíssimos, tendo em vista que o seu sucesso no processo de inclusão vai ser dar neste contexto de educadores, funcionários, 18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 7/11 família, amigos e comunidade, todos trabalhando juntos em prol dos alunos. (MARTINS, 2008). Embora exista um discurso favorável, a inclusão da pessoa com deficiência no contexto escolar e no meio social vem acontecendo gradativamente mesmo com dificuldades,buscando superar toda uma história de isolamento e distinção, provocando muitos questionamentos na sociedade e, principalmente, no meio fundamental de ensino. 4. ESCOLA INCLUSIVA Atualmente o tema escola inclusiva é cada vez mais discutido no âmbito fundamental, devido à sua importância e contribuição para uma sociedade inclusiva. A integração e a inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais nas escolas é o debate a ser compreendido e assumido, implantandose uma política social séria e educativa para chegar e ser aceitos na Universidade. A universidade deve pôr em prática a inclusão dos alunos com deficiência. (RODRIGUES, 2004). Nos anos 90, parte da comunidade acadêmica, das organizações e instituições sociais de pessoas com deficiência começaram a denunciar a inadequação da prática da integração social para eliminação da discriminação contra as pessoas com deficiência. A integração social se constrói pelo esforço da pessoa excluída e seus colaboradores e aliados, como por exemplo: família, instituição especializada com a ação segregadora e pessoas solidárias da comunidade. Na busca pela igualdade plena de oportunidades para todos, o ideal desejado é a inclusão, ou seja, o efetivo acolhimento da sociedade para com as pessoas com deficiência (SASSAKI, 2006). Como afirma STAINBACK e STAINBACK: O que está em questão no ensino inclusivo não é se os alunos devem ou não receber, depessoal especializado e de pedagogos qualificados, experiências educacionais aprimoradas e ferramentas e técnicas especializadas das quais necessitam. A questão está em oferecer a esses alunos os serviços de que necessitam, mas em ambientes integrados, e em proporcionar aos professores atualização de suas habilidades. (1999, p. 25). Não basta apenas a melhoria da qualidade de vida de todos os alunos, sem distinção de capacidades no ambiente escolar, ainda que esta seja uma exigência imprescindível e necessária, mas devese partir para uma realidade mais ampla, envolvendo toda a comunidade, provocando uma conscientização desta. A proposta de inclusão deve contar com o envolvimento dos docentes, discentes e do pessoal administrativo. As ações pretendidas devem englobar atividades que aliam o ensino, a pesquisa e a extensão. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PIAUÍ, 2006). A inclusão precisa ocorrer de forma abrangente e objetiva, respeitando as necessidades de 18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 8/11 cada aluno, analisando suas possibilidades e particularidades, tornarse á mais fácil e justo seu aprendizado como ser individual. (DIAS, 2009). Embora o foco deste trabalho seja a inclusão de alunos com paralisia cerebral, entendese que a escola inclusiva é aquela que oferece oportunidades de aprendizagem a todos os seus alunos, tenham eles alguma deficiência ou não. Especificamente no que se refere ao aluno com deficiência, constatase que se o Acesso ao ensinofundamental é difícil, a situação se repete no ensino superior. Thoma (2006) identificou que o percentual de alunos com deficiência matriculados em 10 IESs do Rio Grande do Sul varia de 0,04 a 0,16%. Atente para o fato de que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS – as pessoas com deficiência correspondem a 10% da população em geral (Valor que tende a ser maior em países subdesenvolvidos como o nosso). MAZZONI; TORRES e ANDRADE (2001) indicam algumas delas: no ingresso nas IES, cuidado na etapa de correção de provas; observar as características da expressão escrita de uma pessoa surda. Ao elaborar as provas, ter atenção às possíveis limitações dos candidatos, decorrentes da deficiência. Para pessoas com deficiência visual, usar textos ampliados, lupas ou outros recursos ópticos especiais para ajudar na leitura; para cegos, realizar provas orais, gravadas ou em Braille, soroban; para pessoas com deficiência física, adaptar o espaço físico, mobiliários e equipamentos; para pessoas com deficiência auditiva, disponibilizar intérprete de língua de sinais; para pessoas com deficiências múltiplas são utilizadas várias combinações de procedimentos de acordo com o tipo das deficiências associadas. Ainda no que se refere à inclusão de alunos com deficiência no ensino superior, destacase o “Programa Incluir” do Ministério da Educação que tem por objetivo promover ações que garantam o acesso e permanência de pessoascom deficiência nas instituições Federais de educação superior; apoiar a criação, reestruturação e/ou consolidação de núcleos de acessibilidade nas instituições Federais de ensino superior; implementar a política de acessibilidade plena de pessoas com deficiência na educação superior; promover a eliminação de barreiras pedagógicas, atitudinais, arquitetônicas e de comunicações e a efetivação da política de acessibilidade universal. No entanto, das 225 instituições públicas existentes no Brasil, apenas 50 participaram ou participam deste programa, ouseja, apenas 23% do total, e pouco mais de 12% (28 instituições) apresentaram um número igual ou superior a 10 alunos com alguma deficiência matriculados no primeiro semestre de 2006. (ALMEIDA; CASTRO, 2009). 5. CONCLUSÃO A levantamento bibliográfico, constatou que poucos alunos com PC frequentam as escolas públicas, talvez por falta de informação dos pais, por carência de preparação das escolas, e por essas escolas não fornecerem condições de acessibilidade a esses alunos. 18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 9/11 Apesar de a inclusão educacional ser tema bastante debatido na atualidade e de ter respaldo legal para ser efetivada, constatase que ainda há muito a ser feito na área da educação para que se possa incluir de fato todos os alunos. O direito à educação, garantido constitucionalmente, ainda não tem sido garantido na prática para boa parte dos alunos com deficiência desde o ensino fundamental aosuperior. A neuropsicologia precisa contribuir para denunciar a não efetivação deste direito e para desmitificar a idéia de que os alunos com deficiência não aprendem porque são deficientes! Urge fazer com que os profissionais envolvidos com a educação venham a compreender que a deficiência não impede a aprendizagem. As pessoas com deficiência são capazes de aprender! Após ter sido citado várias pesquisas em diferentes níveis educacionais e em diferentes partes do território nacional podem afirmar que, muitos dos resultados das referidas pesquisas contribuem para a evolução da inclusão não apenas nas IESs, mas também na escola regular. Dentre as principais sugestões dos vários estudos apresentados, destacamos o comprometimento dos professores e funcionários das instituições, com os alunos com necessidades educacionais especiais. Também é demasiada a importância para o sucesso da inclusão todos os recursos citados para o ingresso e a permanência do aluno com deficiência nas IES. Em suma, as pessoas com deficiência são capazes de aprender e a não aprendizagem ou maior lentidão na aprendizagem, em regra, decorrem de como a sociedade lida com este aluno (mais especificamente, a instituição educativa). O acesso restrito à educação e a falta de iguais oportunidades de aprendizagem praticamente inviabilizam a obtenção de uma formação profissional adequada e acabam por condenar as pessoas com deficiência ao subemprego.A Neuropsicologia pode contribuir para a efetiva inclusão desses alunos nas instituições, trabalhando com a equipe de profissionais de forma a superar as visões preconceituosas, auxiliar a pensar em estratégias metodológicas apropriadas a todos os alunos, buscar formas de avaliação que permitam identificar a aprendizagem ocorrida, mas que considerem as dificuldades inerentes à deficiência. Enfim, o profissional de psicologia precisa atuar como um incentivador em prol do respeito à subjetividade do aluno e dar suporte aos profissionais da instituição. A partir dos resultados obtidos foi possível identificar que essas escolas necessitam: de um trabalho multidisciplinar para favorecer o desenvolvimento do aluno com PC; derrubar preconceitos, desenvolvendo programas para orientar os colegas de classe e profissionais envolvidos com a educação desses alunos; realizar melhorias em sua estrutura física para garantir o acesso e a autonomia desses alunos em todos os ambientes da escola. O movimento da educação inclusiva fez aflorar a defesa dos direitos das pessoas com deficiência, dando visibilidade para sua situação de exclusão no processo educacional. Dessa forma, os avanços aqui apresentados mostram que os sistemas educacionais estão em processo de transformação e refletem uma nova visão do direito à educação que começa a transpor a concepção tradicional de ensino, alterando as concepções sobre a 18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Inclus%C3%A3oDeAlunosComParalisiaCerebral/46003008.html 10/11 educação daspessoas com deficiência, exigindo uma mudança na formação de professores e um planejamento para organização dos recursos necessários para efetivar a educação inclusiva. O resultado obtido nesta pesquisa demonstra que a contribuição da Neuropsicopedagogia no processo de inclusão é benéfica para os alunos com PC, pois facilita seu processo de inclusão. Sugerimos que para os próximos trabalhos, realizados com essa perspectiva de atuação do docente na inclusão de discentes com PC no ensino regular, sejam investigados mais alunos e, sobretudo, que se busque trabalhar com alunos que tenham um maior comprometimento motor. 6. REFERÊNCIAS ALMEIDA JÚNIOR, João Baptista de. O estudo como forma de pesquisa. In: CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de (org.) Construindo o saber – Metodologia Científica: Fundamentos e técnicas. 2.ed . Campinas: Papirus, 1989. ALMEIDA, Maria Amélia; CASTRO, Sabrina Fernandes. As Instituições de Ensino Superior Diante da Inclusão: processos seletivos e matrículas. In: MARTINS, BOBATH, Karel. Uma base neurofisiológica para o tratamento da paralisia cerebral. 2a ed. São Paulo: Manole Ltda, [19 –– ]. BRASIL. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos. 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