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INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL Teses Ahcrsfe

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18/10/2016 INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL ­ Teses ­ Ahcrsfe
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INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIACEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL
de AHCRSFE | trabalhosfeitos.com
INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL
Andréa Helena de Castro 
Anomiel Farias Pinheiro 
RESUMO
Esta pesquisa teve por objetivo o levantamento e a análise bibliográfica relativos à avaliação
neuropsicopedagogica em alunos que estão frequentando o ensino fundamental e
especializado da rede pública, na cidade de Oeiras do Pará. O estudo analisou a relação
dos processos de aprendizagem em alunos com lesões neurológica, do tipo paralisia
cerebral na forma paraplégica, com deficiência mental. As pessoas de controle, formados
por alunos sem queixa escolar e de desenvolvimento, teve como escopo referencial
apresentar possíveis contribuições da Neuropsicopedagogia Educacional para o processo
de inclusão dos alunos com paralisia cerebral no ensino fundamental. Foram utilizados na
análise, os dados da Avaliação Neurológica e de neuro­imagem, estatísticamente
comparados à luz da literatura, considerando­se suas implicações no conceito, classificação
e referencial dos distúrbios da aprendizagem. Os resultados permitiram evidenciar que a
condição lesional em alunos paraplégica não constituiu desvantagem no desenvolvimento e
aquisição das funções corticais, relacionadas à aprendizagem. O conteúdo desta pesquisa
atestou significativo grau de convergência entre as áreas especializadas de Psicologia,
Neurologia, Pedagogia e médica, evidenciando a importância da relação
interdisciplinar.Palavras­Chave: Deficiencia, Educação e Inclusão. 
1. INTRODUÇÃO
A pesquisa abordou o olhar da Neuropsicopedagogia sobre a inclusão de alunos com
paralisia cerebral no ensino fundamental. O ensino inclusivo é a prática de inclusão de
todos, independentemente do talento, deficiência, origem social econômica ou cultural, em
escolas e salas de aula que buscam satisfazer as necessidades dos alunos, educando todos
juntos.
A forma de a sociedade lidar com as pessoas com deficiência sofreu modificações ao longo
do tempo. Podemos identificar claramente a presença de várias fases, a saber: iniciou­se
praticando a exclusão social de pessoas deficientes, por causa das condições diferenciadas,
fazendo com que lhes parecesse não fazer parte da maioria do povo. Logo depois, a
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sociedade criou o atendimento segregado no interior das instituições, em seguida passou a
praticar a integração social, adotando posteriormente a inclusão social, que é a filosofia em
desenvolvimento nos dias atuais, para transformar os sistemas sociais gerais.
Obviamente, essas etapas não aconteceram ao mesmo tempo para todos os seguimentos
populacionais, ainda hoje encontramos a exclusão e a segregação em prática nos diversos
grupos sociais vulneráveis. Por outro lado, vemos a mudança da tradicional integração
sendo substituída, gradativamente, pela prática da inclusão. (SASSAKI, 2006).
Paralisia cerebral é a intitulação que se dá a um grupo deproblemas motores, que se iniciam
nas fases iniciais da vida, e que é o resultado de lesões no sistema nervoso central ou
problemas no desenvolvimento do cérebro antes do nascimento, ou seja, são problemas
congênitos. Embora a lesão ou os problemas no cérebro não piorem, os problemas motores
podem aumentar com o passar do tempo. (LEITE, 2009).
O direito de ir e vir é garantido a todos os seres humanos desde a Declaração Universal dos
Direitos Humanos (ONU, 1948). A Cartilha da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência (BRASIL, 2007) aponta que todas as medidas necessárias para a
eliminação de barreiras arquitetônicas, que impedem a inclusão social das pessoas com
deficiência, devem ser adotadas pelo poder público como forma de promover o acesso a
todos.
O Decreto­lei n.° 5296 (BRASIL, 2004), institui que os estabelecimentos de ensino de
qualquer nível, públicos ou privados, devem proporcionar condições de acesso e utilização
de todos os seus ambientes para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida,
inclusive nas salas de aula, bibliotecas, auditórios, instalações desportivas, áreas de lazer e
sanitários. 
Ao receber alunos com PC, a escola deve oferecer ajuda técnica necessária que permita o
acesso às atividades escolares em igualdade de condições com os demais alunos, tais
como: rampas de acesso, adaptações nos banheiros como barras de segurança e assento
adaptado, carteiras e cadeirasadaptadas, entre outras adaptações que se façam
necessárias (BRASIL, 2004). 
A presente pesquisa trata de um tema de grande atualidade, pois as políticas de inclusão
educacional só vieram com a implementação do Decreto Lei 9.394 (BRASIL, 1996). A
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (NEEs) em rede regular de
ensino tornou­se uma obrigação do estado. A leitura bibliográfica de natureza investigativa.
Buscaram, entre vários autores locais, nacionais, subsídios teóricos e resultados de
pesquisas históricas e atuais acerca da inclusão escolar, reunindo­se, aqui, as principais
ideias e sugestões a este respeito.
2. A PARALISIA CEREBRAL
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A paralisia cerebral é “tida como uma incapacidade neurológica causada por uma lesão nos
centros motores do cérebro”. (LIMONGI, 1998, p. 39). A lesão no cérebro não acarreta
somente uma perda de controle muscular funcional, mas também provoca alterações do
sistema sensorial da pessoa. Essas alterações devem acontecer até os dois anos de idade,
que é a fase mais importante da maturidade neurológica, na qual, também, ocorrem as
principais aquisições motoras e perceptuais. Temos de considerar que a lesão no cérebro
não é progressiva.
Os primeiros sintomas são geralmente os de uma parada ou retardo, com retenção das
sinergias primitivas e totais da primeira infância”. (Crothers e Paine, 1959; Paine, 1960,
1964; Paine e Oppé, 1966 apud BOBATH, [19––], p. 74).
Aparalisia cerebral pode surgir nas fases pré, peri ou pós­ natal. Na fase prénatal, os riscos
mais frequentes estão relacionados às doenças infecciosas da mãe, como a rubéola e a
toxoplasmose. Na fase peri­natal, o risco maior está na complicação do parto, com a anóxia
cerebral, prematuridade e a asfixia por obstrução do cordão umbilical. E, os riscos na fase
pós­natal se dão com as infecções no sistema nervoso central, como as meningites, as
encefalites e os traumatismos cranioencefálicos causados por acidentes graves (MELO,
2008).
A incidência de crianças nascidas vivas com paralisia cerebral nos países desenvolvidos,
considerando todos os possíveis níveis de comprometimento, pode estar na ordem de 7
casos em cada mil nascidas. No Brasil, esses valores podem ser bem maiores, já que é
difícil obter uma estimativa, levando em conta que o Brasil é um país em desenvolvimento e
a precariedade da nutrição infantil e materna, igualmente os cuidados dispensados à
gestante e ao recém­nascido associados à qualidade ruim do atendimento no sistema de
saúde, são condições que possibilitam o aparecimento de problemas crônicos como é o
caso da paralisia cerebral (MELO, 2008).
Os tipos de paralisia cerebral são classificados de acordo com suas alterações motoras e
sensoriais causadas pelas lesões que podem ser extensas ou não no cérebro. De acordo
com as áreas atingidas é que se dá a classificação, como: a área piramidal – do
tipoespástica; a área extrapiramidal – do tipo atetóse; a área cerebelar– do tipo ataxia.
(LIMONGI, 1998).
Melo (2008), cita o tipo de paralisia cerebral mista, como sendo uma condição que se
evidência em quadros motores associados, decorrentes de lesões nas áreas extrapiramidais
e piramidais.
O tipo espástico é o mais freqüente na população, acontece em decorrência de uma lesão
no sistema piramidal com a característica do aumento do tônus muscular (hipertonia),
paresia (diminuição da força muscular), hiperreflexia (é exacerbação da atividade reflexa). O
aumento da espasticidade dificulta os movimentos, tornando­os lentos, como ocorre, por
exemplo, uma situação de ameaça ou até mesmo de surpresa frente a perguntas difíceis
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(MELO, 2008).
O tipo atáxica é muito raro, surge em decorrência de uma lesão no sistemacerebelar,
responsável pela execução e regulação dos movimentos voluntários do corpo, pela
manutenção das posturas com exatidão, resultantes da harmonia das ações musculares,
permitindo a execução de atos motores coordenados. (MELO, 2008).
Todas as pessoas com ataxias têm um tono postural baixo combinado com distúrbios da
inervação recíproca. (BOABATH, [19––]). O tipo atetoíde ou atetósica é resultante de lesão
no sistema extrapiramidal responsável pela regulação da postura e do tônus, e pelos
movimentos automáticos. Esse tipo mostra o tono postural básico que se encontra abaixo do
normal. (BOBATH, [19––];MELO, 2008).
De acordo com Melo (2008), a intervenção de profissionais em uma criança com paralisia
cerebral deve:
Ser instituída o mais cedo possível, dentro de uma abordagem interdisciplinar, ou seja,
envolvendo profissionais de diferentes áreas (médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogo,
terapeuta ocupacional, educador físico, pedagogo, assistente social, entre outros), tendo em
vista a diversidade de problemas que podem estar presentes em graus diferenciados de
comprometimentos. (p.66­67).
Vários transtornos podem estar associados à paralisia cerebral, como a epilepsia, alterações
visuais, deficiência auditiva e o retardo mental. Perceba que o retardo mental pode estar
associado, mas não é a regra. Ou seja, em geral pessoas com paralisia cerebral não têm
qualquer dificuldade cognitiva para aprender. Então, por que vemos tão poucos alunos com
PC nas universidades? Para responder a esta pergunta é necessário voltar o olhar para a
educação das pessoas com deficiência.
3. DEFICIÊNCIA, EDUCAÇÃO E INCLUSÃO
Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura
psíquica, fisiológica ou anatômica Diz respeito à atividade exercida pela biologia da pessoa.
Este conceito foi definido pela Organização Mundial de Saúde. A expressão pessoa com
deficiência pode ser aplicada referindo­se a qualquer pessoa que vivencie uma deficiência
continuamente. Contudo, há que se observar que emcontextos legais ela é utilizada de uma
forma mais restrita e refere­se a pessoas que estão sob o amparo de uma determinada
legislação.
O termo deficiente para denominar pessoas com deficiência tem sido considerado por
algumas ONGs e cientistas sociais inadequado, pois o termo leva consigo uma carga
negativa depreciativa da pessoa, fato que foi ao longo dos anos se tornando cada vez mais
rejeitado pelos especialistas da área e em especial pelos próprios indivíduos a quem se
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refira. Muitos, entretanto, consideram que essa tendência politicamente correta tende a levar
as pessoas com deificência a uma negação de sua própria situação e a sociedade ao não
respeito da diferença. Atualmente, porém, esta palavra está voltando a ser utilizada, visto
que a rejeição do termo, por si só, caracteriza um preconceito de estigmatização contra a
condição do indivíduo revertida pelo uso de um eufemismo, o que pode ser observado em
sites voltados aos "deficientes" é que o termo deficiente é utilizado de maneira não­
pejorativa.
A pessoa com deficiência geralmente precisa de atendimento especializado, seja para fins
terapêuticos, como fisioterapia ou estimulação motora, seja para que possa aprender a lidar
com a deficiência e a desenvolver as potencialidades. A Educação especial tem sido uma
das áreas que tem desenvolvido estudos científicos para melhor atender estas pessoas, no
entanto, o que inclui pessoas com deficiência além dasnecessidades comportamentais,
emocionais ou sociais.
Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em
qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e
perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de
ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo
ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos
espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao
grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de
socialização e endoculturação, mas não se resume a estes.
A educação escolar inclusiva está sendo notada como uma questão de direitos humanos. A
escola é desafiada a se adequar e a promover oportunidades igualitárias para a diversidade
de alunos com necessidades especiais que chega à educação. Assim, com a inclusão a
educação poderá ocorrer de forma mais justa e com maior eficiência e qualidade para todos
os alunos. (MARTINS, 2008).
Todas as pessoas têm o direito de estudar e de ter suas necessidades atendidas pelas
escolas com os procedimentos pedagógicos adequados e com novas metodologias e
ensino, que são mais apropriadas do que as atuais. Não há razão para algum tipo de
isolamento de qualquer que seja em sua escolarização. (MARTINS, 2008). Nas palavras
deMartins (2008), A inclusão escolar não se resume na mera inserção física desses alunos
na escola ou na garantia de sua matrícula numa turma regular, pela força da lei.
A escola precisa ser um espaço de efetiva convivência e um ambiente onde eles aprendam
os conhecimentos valorizados pela sociedade para as pessoas de sua faixa etária, onde
avancem na aprendizagem, sendo ensinados de acordo com as suas condições especificas
de aprendizagem e de desenvolvimento. (p.13).
A inclusão dessas pessoas de maneira justa e sem diferenciá­las é um discurso recente e
está em evidência devido aos novos desafios e às novas fronteiras almejadas por elas, que
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chegam à sociedade como uma nova demanda, pois, antigamente, as pessoas com
deficiência eram enclausuradas dentro de suas casas por opção, por medo ou por proteção
da família. (SASSAKI, 2006).
A inclusão ainda é um grande desafio no Brasil, que enfrenta a falta de programas, de
tratamento especializado e políticas públicas para o setor. Existem instituições que visam
pura e simplesmente o acolhimento das crianças e adolescentes com deficiência, mas
existem poucas instituições e serviços que trabalhem para a inclusão e desenvolvimento da
autonomia desses alunos.
O Ministério da Educação tem o princípio da inclusão como norteador das políticas públicas.
A educação inclusiva é uma abordagem que procura responder às necessidades de
aprendizagem de todas as crianças, jovens eadultos, com um foco específico naqueles que
são vulneráveis à marginalização e exclusão. Nesta perspectiva, entendemos que o
desenvolvimento de sistemas educacionais inclusivos no qual as escolas devem acolher
todasas crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais,
linguísticas e outras, representa a possibilidade de combater a exclusão e responder as
especificidades dos alunos.
A transformação dos sistemas educacionais para a inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais significa uma mudança na gestão da educação que possibilite o
acesso às classes comuns do ensino regular e a ampliação da oferta de atendimento
educacional especializado que propicie a eliminação de barreiras para o acesso ao currículo.
Uma nova gestão dos sistemas educacionais que priorize ações de ampliação da educação
infantil, o desenvolvimento de programas para a formação de professores, a adequação
arquitetônica dos prédios escolares para acessibilidade e a organização de recursos
técnicos e de serviços que promovam a acessibilidade pedagógica e nas comunicações.
No entanto, mesmo após muitas discussões em torno da inclusão social, a pessoa com
deficiência vem sendo muito discriminada. MELO (2008), em sua pesquisa em duas escolas
regulares da cidade de Natal/RN, identificou a presença de apenas 2 alunos com paralisia
cerebral em um total de 1846; e que não existia nas escolas planejamento para
umaorganização pedagógica e física, trabalho de conscientização da comunidade escolar,
informação aos professores sobre direcionar a prática deles ao atendimento do aluno com
deficiência ou mesmo qualquer recurso pedagógico voltado para facilitar a aprendizagem
destes alunos. Esses resultados indicam que boa parte dos alunos com paralisia cerebral
sequer conseguem iniciar a escolarização básica. (Recorde que, nos países desenvolvidos a
proporção é de 7:1000 e que, em nosso país, devido às precárias condições de assistência
médica, acredita­se que esta proporção esteja entre 30 a 40 mil casos ano). Mesmo aqueles
que chegam não encontram a instituição voltada para educá­los levando em conta as suas
necessidades educacionais especiais.
Sabemos que o processo de inclusão escolar é difícil, contínuo e que precisa de políticas
sociais inovadoras que consigam melhorar o atendimento educacional e as condições de
vida dos alunos com deficiência. Dessa maneira, o envolvimento no trabalho de todas as
pessoas que lidam com esses alunos se tornam importantíssimos, tendo em vista que o seu
sucesso no processo de inclusão vai ser dar neste contexto de educadores, funcionários,
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família, amigos e comunidade, todos trabalhando juntos em prol dos alunos. (MARTINS,
2008).
Embora exista um discurso favorável, a inclusão da pessoa com deficiência no contexto
escolar e no meio social vem acontecendo gradativamente mesmo com
dificuldades,buscando superar toda uma história de isolamento e distinção, provocando
muitos questionamentos na sociedade e, principalmente, no meio fundamental de ensino.
4. ESCOLA INCLUSIVA
Atualmente o tema escola inclusiva é cada vez mais discutido no âmbito fundamental,
devido à sua importância e contribuição para uma sociedade inclusiva. A integração e a
inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais nas escolas é o debate a
ser compreendido e assumido, implantando­se uma política social séria e educativa para
chegar e ser aceitos na Universidade. A universidade deve pôr em prática a inclusão dos
alunos com deficiência. (RODRIGUES, 2004).
Nos anos 90, parte da comunidade acadêmica, das organizações e instituições sociais de
pessoas com deficiência começaram a denunciar a inadequação da prática da integração
social para eliminação da discriminação contra as pessoas com deficiência. A integração
social se constrói pelo esforço da pessoa excluída e seus colaboradores e aliados, como por
exemplo: família, instituição especializada com a ação segregadora e pessoas solidárias da
comunidade. Na busca pela igualdade plena de oportunidades para todos, o ideal desejado
é a inclusão, ou seja, o efetivo acolhimento da sociedade para com as pessoas com
deficiência (SASSAKI, 2006).
Como afirma STAINBACK e STAINBACK:
O que está em questão no ensino inclusivo não é se os alunos devem ou não receber,
depessoal especializado e de pedagogos qualificados, experiências educacionais
aprimoradas e ferramentas e técnicas especializadas das quais necessitam. A questão está
em oferecer a esses alunos os serviços de que necessitam, mas em ambientes integrados,
e em proporcionar aos professores atualização de suas habilidades. (1999, p. 25).
Não basta apenas a melhoria da qualidade de vida de todos os alunos, sem distinção de
capacidades no ambiente escolar, ainda que esta seja uma exigência imprescindível e
necessária, mas deve­se partir para uma realidade mais ampla, envolvendo toda a
comunidade, provocando uma conscientização desta. A proposta de inclusão deve contar
com o envolvimento dos docentes, discentes e do pessoal administrativo. As ações
pretendidas devem englobar atividades que aliam o ensino, a pesquisa e a extensão.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE PIAUÍ, 2006).
A inclusão precisa ocorrer de forma abrangente e objetiva, respeitando as necessidades de
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cada aluno, analisando suas possibilidades e particularidades, tornar­se á mais fácil e justo
seu aprendizado como ser individual. (DIAS, 2009). Embora o foco deste trabalho seja a
inclusão de alunos com paralisia cerebral, entende­se que a escola inclusiva é aquela que
oferece oportunidades de aprendizagem a todos os seus alunos, tenham eles alguma
deficiência ou não.
Especificamente no que se refere ao aluno com deficiência, constata­se que se o Acesso ao
ensinofundamental é difícil, a situação se repete no ensino superior. Thoma (2006)
identificou que o percentual de alunos com deficiência matriculados em 10 IESs do Rio
Grande do Sul varia de 0,04 a 0,16%. Atente para o fato de que, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde – OMS – as pessoas com deficiência correspondem a 10%
da população em geral (Valor que tende a ser maior em países subdesenvolvidos como o
nosso).
MAZZONI; TORRES e ANDRADE (2001) indicam algumas delas: no ingresso nas IES,
cuidado na etapa de correção de provas; observar as características da expressão escrita
de uma pessoa surda. Ao elaborar as provas, ter atenção às possíveis limitações dos
candidatos, decorrentes da deficiência. Para pessoas com deficiência visual, usar textos
ampliados, lupas ou outros recursos ópticos especiais para ajudar na leitura; para cegos,
realizar provas orais, gravadas ou em Braille, soroban; para pessoas com deficiência física,
adaptar o espaço físico, mobiliários e equipamentos; para pessoas com deficiência auditiva,
disponibilizar intérprete de língua de sinais; para pessoas com deficiências múltiplas são
utilizadas várias combinações de procedimentos de acordo com o tipo das deficiências
associadas.
Ainda no que se refere à inclusão de alunos com deficiência no ensino superior, destaca­se
o “Programa Incluir” do Ministério da Educação que tem por objetivo promover ações que
garantam o acesso e permanência de pessoascom deficiência nas instituições Federais de
educação superior; apoiar a criação, reestruturação e/ou consolidação de núcleos de
acessibilidade nas instituições Federais de ensino superior; implementar a política de
acessibilidade plena de pessoas com deficiência na educação superior; promover a
eliminação de barreiras pedagógicas, atitudinais, arquitetônicas e de comunicações e a
efetivação da política de acessibilidade universal. No entanto, das 225 instituições públicas
existentes no Brasil, apenas 50 participaram ou participam deste programa, ouseja, apenas
23% do total, e pouco mais de 12% (28 instituições) apresentaram um número igual ou
superior a 10 alunos com alguma deficiência matriculados no primeiro semestre de 2006.
(ALMEIDA; CASTRO, 2009).
5. CONCLUSÃO
A levantamento bibliográfico, constatou que poucos alunos com PC frequentam as escolas
públicas, talvez por falta de informação dos pais, por carência de preparação das escolas, e
por essas escolas não fornecerem condições de acessibilidade a esses alunos.
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Apesar de a inclusão educacional ser tema bastante debatido na atualidade e de ter
respaldo legal para ser efetivada, constata­se que ainda há muito a ser feito na área da
educação para que se possa incluir de fato todos os alunos. O direito à educação, garantido
constitucionalmente, ainda não tem sido garantido na prática para boa parte dos alunos com
deficiência desde o ensino fundamental aosuperior. A neuropsicologia precisa contribuir
para denunciar a não efetivação deste direito e para desmitificar a idéia de que os alunos
com deficiência não aprendem porque são deficientes! Urge fazer com que os profissionais
envolvidos com a educação venham a compreender que a deficiência não impede a
aprendizagem. As pessoas com deficiência são capazes de aprender!
Após ter sido citado várias pesquisas em diferentes níveis educacionais e em diferentes
partes do território nacional podem afirmar que, muitos dos resultados das referidas
pesquisas contribuem para a evolução da inclusão não apenas nas IESs, mas também na
escola regular.
Dentre as principais sugestões dos vários estudos apresentados, destacamos o
comprometimento dos professores e funcionários das instituições, com os alunos com
necessidades educacionais especiais. Também é demasiada a importância para o sucesso
da inclusão todos os recursos citados para o ingresso e a permanência do aluno com
deficiência nas IES.
Em suma, as pessoas com deficiência são capazes de aprender e a não aprendizagem ou
maior lentidão na aprendizagem, em regra, decorrem de como a sociedade lida com este
aluno (mais especificamente, a instituição educativa). O acesso restrito à educação e a falta
de iguais oportunidades de aprendizagem praticamente inviabilizam a obtenção de uma
formação profissional adequada e acabam por condenar as pessoas com deficiência ao
subemprego.A Neuropsicologia pode contribuir para a efetiva inclusão desses alunos nas
instituições, trabalhando com a equipe de profissionais de forma a superar as visões
preconceituosas, auxiliar a pensar em estratégias metodológicas apropriadas a todos os
alunos, buscar formas de avaliação que permitam identificar a aprendizagem ocorrida, mas
que considerem as dificuldades inerentes à deficiência. Enfim, o profissional de psicologia
precisa atuar como um incentivador em prol do respeito à subjetividade do aluno e dar
suporte aos profissionais da instituição.
A partir dos resultados obtidos foi possível identificar que essas escolas necessitam: de um
trabalho multidisciplinar para favorecer o desenvolvimento do aluno com PC; derrubar
preconceitos, desenvolvendo programas para orientar os colegas de classe e profissionais
envolvidos com a educação desses alunos; realizar melhorias em sua estrutura física para
garantir o acesso e a autonomia desses alunos em todos os ambientes da escola.
O movimento da educação inclusiva fez aflorar a defesa dos direitos das pessoas com
deficiência, dando visibilidade para sua situação de exclusão no processo educacional.
Dessa forma, os avanços aqui apresentados mostram que os sistemas educacionais estão
em processo de transformação e refletem uma nova visão do direito à educação que
começa a transpor a concepção tradicional de ensino, alterando as concepções sobre a
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educação daspessoas com deficiência, exigindo uma mudança na formação de professores
e um planejamento para organização dos recursos necessários para efetivar a educação
inclusiva.
O resultado obtido nesta pesquisa demonstra que a contribuição da Neuropsicopedagogia
no processo de inclusão é benéfica para os alunos com PC, pois facilita seu processo de
inclusão. Sugerimos que para os próximos trabalhos, realizados com essa perspectiva de
atuação do docente na inclusão de discentes com PC no ensino regular, sejam investigados
mais alunos e, sobretudo, que se busque trabalhar com alunos que tenham um maior
comprometimento motor.
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de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para
a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3 dez. 2004.
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