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ZOO 613 Professor Jalison Lopes Zootecnista-DSc Metabolismo de proteínas 1 � Fornecem os aminoácidos (AA) necessários para a manutenção das funções vitais, reprodução, crescimento e lactação. � Representam de 15 a 20% do corpo (metade na massa muscular). � Processo de quebra das proteínas em AA ou pequenos peptídeos é denominado de proteólise. � Bactérias são consideradas os principais microrganismos proteolíticos do rúmen. Proteínas na nutrição de ruminantes 2 � Ruminantes possuem a habilidade de sintetizar AA e proteínas usando nitrogênio não protéico (NNP) � Habilidade relacionada com a presença de microorganismos no rúmen. � Possibilita usar várias fontes de N. � Não-ruminantes precisam de AA pré-formados na sua dieta. � Ruminantes possuem um mecanismo que possibilita a reutilização do N � Não ocorre em não-ruminantes. Proteínas na nutrição de ruminantes 3 Metas da nutrição protéica � Garantir quantidades adequadas de proteína degradável no rúmen (PDR) para obter máximo crescimento microbiano (objetivo principal). � � Fluxo de proteína microbiana para o intestino delgado (ID) � � Suprimento de energia para animal (através do � AGVs) � Obter a produtividade animal desejada com o mínimo de PB dietética. 4 Proteína Bruta � A Proteína bruta (PB) dos alimentos contém N na forma protéica e N na forma não protéica (NNP) � PB = N x 6,25 (proteínas contém 16% de N em média) � N na forma protéica ou Proteína verdadeira: aminoácidos unidos através de ligações peptídicas � NNP: AA livres, peptídeos, ácidos nucléicos, amidas, aminas, amônia, nitrato, nitrito 5 Proteína Bruta � PB de gramíneas e leguminosas apresenta uma grande quantidade de NNP � NNP aumenta em forragens conservadas devido a proteólise: � NNP = 10-15% em material fresco � NNP = 15-25% em material fenado � NNP = 30-65% no material ensilado � Alimentos concentrados NNP≤ 12% 6 Metabolismo da Proteína � A PB é composta por uma fração degradável no rúmen (PDR) e uma fração não degradável no rúmen (PNDR). � Fração PDR da PB é quebrada por microrganismos ruminais (principalmente bactérias). � Ocorre a liberação de peptídeos, AA e amônia no rúmen. � Estes compostos são utilizados para síntese de proteína microbiana. 7 PB ingerida (dietética) NP PNDR NNP AA Peptídeos Amônia Célula bacteriana ID “Rúmen” PDR Ação enzimática bacteriana 8 Eventos que ocorrem dentro da célula bacteriana A) Degradação dos peptídeos a AA livres B) Incorporação de AA na proteína microbiana C) Deaminação de AA a amônia e ácidos graxos de cadeia ramificada (AGCR) para obtenção de energia D) Utilização da amônia e AGCR para síntese de novos AA (principal forma de síntese de proteína bacteriana) E) Difusão da amônia não utilizada para fora da célula Metabolismo da Proteína 9 � 80 % das bactérias podem utilizar amônia como única fonte de N para crescer � A População microbiana como um todo não exige fornecimento de AA – Alimentação cruzada entre bactérias atende exigência � Entretanto tem-se observado aumento no crescimento ou na eficiência de síntese de proteína microbiana quando peptídeos e AA substituem amônia e uréia como fonte de N Metabolismo da Proteína 10 “Mecanismo de ação de protozoários é diferente das bactérias” � Bactérias: formam um complexo com as partículas dos alimentos � Protozoários: ingerem as partículas (bactérias, fungos e pequenas partículas de alimentos) que são digeridas e fornecem AA. � Bactérias são suas principais fontes de proteína. � Não são capazes de sintetizar AA a partir de amônia. � Liberam grandes quantidades de peptídeos, AA e peptidases no fluido ruminal (processos secretórios, autólise e morte). � Contribuição de fungos para degradação de proteínas é considerada insignificante (� população). Metabolismo da Proteína 11 Metabolismo da Proteína � Proteína metabolizável (PM): proteína digestível pós- ruminalmente, com seus componentes (AA) absorvidos pelo intestino delgado. � As fontes de proteína metabolizável para o ruminante são: 1º Proteína microbiana (principal) 2º PNDR (escape ou “by-pass”) 3º Proteína endógena (enzimas digestivas, células intestinais, etc...) 12 Metabolismo da Proteína Proteína microbiana (Pmic) � Sintetizada no rúmen como resultado da fermentação de carboidratos na presença de PDR. � Melhor fonte protéica disponível para a síntese de proteína no leite e no tecido animal � Perfil de AA mais próximo do ideal. � Excelente perfil de lisina e metionina (AAE mais limitantes) � � digestibilidade intestinal � Pmic que chega ao intestino é basicamente de origem bacteriana (≥ 90%) 13 Presença de Proteína microbiana na PM em diferentes situações produtivas Metabolismo da Proteína Situação produtiva % Pmic na PM Vacas leiteiras de alta produção 45% a 55% Bovinos confinados 55% a 65% Bovinos a pasto 65% Fonte: Santos (2006) 14 Metabolismo da Proteína Otimização da síntese de Pmic � Representa uso eficiente da PDR � � perda de amônia ruminal � � excreção de uréia � � necessidade de PNDR na ração � � fluxo de proteína metabolizável com melhor perfil de AAE para o intestino. 15 Metabolismo da Proteína Otimização da síntese de Pmic � � da quantidade de matéria orgânica fermentada no rúmen � � Produção microbiana total no rúmen. 120 g de PDR/Kg de NDT (condições tropicais) � Microrganismos celulolíticos (fermentam CF) crescem mais lentamente e usam amônia para sintetizar proteína microbiana. � Microrganismos amilolíticos e pectinolíticos (fermentam CNF) crescem mais rapidamente e usam, amônia, peptídeos e aminoácidos para sintetizar proteína microbiana. � Nível ótimo de amônia no rúmen para crescimento microbiano: 5 mg N-NH3/dL de líquido ruminal é controverso. 16 Metabolismo da Proteína PNDR � Fração da proteína dietética que escapa à degradação ruminal . � Enquanto PDR supre exigências nutricionais dos microrganismos a PNDR supre exigência nutricional do animal � PNDR supre a deficiência quantitativa de alguns aminoácidos essenciais (AAE) na proteína microbiana produzida no rúmen. � Normalmente só se usa a PNDR para vacas de � produção (fontes são caras). � Pmic supre produção de até 4500 kg de leite por lactação. 17 Metabolismo da Proteína Santos (2006) Fontes ricas em PDR Fontes ricas em PNDR Fontes Intermediárias Grãos de soja Farelo de soja Farelo de amendoim Farelo de girassol Farelo de canola Farelo de glúten-21 (refinasil ou promil) Farelo de glúten-60 (protenose ou glutenose) Resíduo de cervejaria Farelo de soja tratado a ���� temperatura ou quimicamente Farelo de soja expeller Grãos de soja tostados Farinhas de peixe, carne e ossos, sangue e pena* Farelo de Algodão * Proibidas atualmente devido a “doença da vaca louca” 18 Metabolismo da Proteína Teor de proteína bruta (PB), de proteína não degradável no rúmen (PND), digestibilidade intestinal da PND (D) e concentração de metionina, lisina e fenilalanina em alguns alimentos protéicos. Pereira (2004) 19 Metabolismo da Proteína Proteção da proteína contra fermentação ruminal: � Desejável quando a proteína dietética é de alta qualidade � Formas de proteção: � Uso de fonte naturalmente protegida (ex. PNDR da uréia é 0%, farelo de soja 40% e milho 60%) � Tostagem � Tratamento com taninos � Tratamento com formaldeído � Uso de AA protegidos � Uso de Ionóforos � � concentrados na dieta (� Tx passagem e � pH ruminal) 20 Origem da amônia presente norúmen: � Degradação da proteína verdadeira � Degradação de NNP (uréia) � Degradação das células microbianas mortas no rúmen � N reciclado para o rúmen na forma de uréia (ciclo da uréia) 21 Ciclo da uréia � A amônia que não é utilizada pelos microorganismos e que não passa para o omaso é absorvida pela parede ruminal e transportada para o fígado. � O fígado converte a amônia em uréia, a qual vai para a corrente sanguínea (a amônia no plasma é tóxica para o ruminante) . � Conversão da amônia em uréia custa 12 Kcal/g de N � A uréia no sangue pode seguir as seguintes vias: 1) Retornar ao rúmen pela saliva ou mesmo pela parede ruminal (mecanismo permite ao ruminante sobreviver em dieta com � proteína) 2) Ser excretada na urina pelos rins. 22 Ciclo da uréia � Devido a alta atividade da urease, estima-se que a taxa de hidrólise ruminal da uréia seja 4x superior à capacidade de utilização da NH3. � A urease apresenta atividade máxima a 39ºC e melhor atividade na faixa de pH de 7,0 a 9,0 (ótimo = 8,5) � Urease é inativa em pH < 3,5 e pH > 9,5. � A amônia é absorvida através da parede ruminal na sua forma não ionizada (NH3) � Na forma ionizada (NH4 +), a amônia não é absorvida � � do pH favorece ionização da amônia � � absorção 23 Ciclo da uréia � Quando em altas concentrações a amônia é tóxica para o ruminante � Indicações clínicas de intoxicação por amônia �> 100 mg/dl de líquido ruminal � pH ruminal > 8 �> 2 mg/dl de plasma sanguíneo � Condições normais de criação intoxicação só acontece quando quantidades elevadas de NNP (uréia) são ingeridas em curto espaço de tempo. 24 NIDN e NIDA 25 � As frações de nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e ácido (NIDA) correspondem as porções protéicas de grande interesse nutricional � NIDA representa quanto do N está indisponível para o animal � Suplementação protéica na época das águas para animais mantidos no pasto pode ser justificada pelo fato de 30-40% do N das forrageiras tropicais estar presente na forma de NIDA. Reis (2007) Importância do“Sincronismo” no fornecimento de proteína e energia Eficiência da utilização de amônia pelos microrganismos para síntese protéica depende principalmente da disponibilidade de energia no rúmen (Matéria orgânica fermentável). 26 Influência do fornecimento de N sobre a quantidade de amônia no rúmen e uréia no sangue nas horas após a alimentação em dietas não balanceadas Van Soest (1994) 27 Taxa de degradação da proteína > taxa de fermentação de carboidratos, consequência: � Perda de N na forma de amônia. � Risco de intoxicação e morte causada por excesso de amônia. � Gasto de energia para converter a amônia em uréia � � fertilidade de machos e fêmeas (uréia no sangue > 20 mg/dL e no leite > 19 mg/dL indicam possíveis problemas reprodutivos ) � � resposta imunológica Taxa de degradação da proteína < taxa de fermentação de carboidratos, consequência: � � produção de proteína microbiana � � digestibilidade da dieta seguida de � do consumo 28 Efeito da suplementação de proteína na digestibilidade da forragem (Van Soest, 1994) 29 Relação do consumo animal em função do conteúdo de proteína bruta de forragens tropicais (Van Soest, 1994) 30 Aminoácidos da corrente sanguínea Proteína verdadeira: caseína, lactoglobulina, lactoalbunina Fermentação ruminal Síntese de proteína microbiana (PDR) Nitrogênio Uréico no Leite (NUL) Proteína não degradada no rúmen (PNDR)Uréia da corrente sanguínea Uréia sintetizada no fígado Fermentação ruminal NH3 não utilizado pela microbiota Origem da proteína no leite 31 Manipulação do teor de proteína no leite � ���� ingestão de energia através de fontes de CNF → ���� produção e % de proteína no leite (principal responsável). � � Produção de propionato - � síntese de PM (chega mais aas na GM) � AAs originados da PM deixam de ser usados como fonte de energia e são usados para síntese protéica na GM. � Bactérias produtoras de propionato possuem perfil de aas mais adequado à síntese da proteína do leite. � Variação pode ser de até 0,6 unidades percentuais 32 Manipulação do teor de proteína no leite � Quando as exigências são atendidas, o teor de PB da dieta tem pouca influência no teor de proteína do leite! � Dietas com PB adequada (≥ 15 % na MS) resposta à suplementação protéica, irá depender de fornecimento de aas específicos (manipulação dificultada devido a fermentação ruminal). � Toda estratégia que permita otimizar a produção de proteína microbiana, potencialmente irá corrigir ou melhorar seu teor no leite. 33 Fim... 34
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