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Metabolismo de carboidratos Metabolismo de carboidratos Professor Jalison Lopes Zootecnista-DSc ZOO 613 1 CARBOIDRATOS NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES CARBOIDRATOS NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES �Quantitativamente, carboidrato é o nutriente mais importante na dieta dos ruminantes (70 a 80% da ração). � Principal fonte de energia para os microorganismos do rúmen e para o animal. �Os vegetais contém aproximadamente 75% de carboidratos na forma de polissacarídeos – celulose, hemicelulose, pectinas, frutosanas e amido e com menor concentração de outras moléculas de dissacarídeos (sacarose, maltose, etc...) e monossacarídeos (glicose, frutose, etc...) 2 Classificação dos carboidratosClassificação dos carboidratos Estruturais (CE) e Não-estruturais (CNE) “Refere-se unicamente à função dos carboidratos nas plantas e não na nutrição de ruminantes” � CE: encontrados na parede celular (PC) dos vegetais e dão sustentação para o crescimento da planta. �PC é composta por pectina, celulose, hemicelulose, lignina, complexos fenólicos, proteínas, dentre outros � CNE: encontrados no conteúdo celular (maiores concentrações nas sementes, folhas e hastes) e representam reservas de energia usadas principalmente em períodos de estresse, ex: glicose, frutose, sacarose, amido, frutosanas, etc... 3 Classificação dos carboidratosClassificação dos carboidratos Carboidratos fibrosos (CF) e não-fibrosos (CNF) “Baseada em características nutritivas, ao invés de composição química ou função exercida na planta (mais apropriada do ponto de vista da nutrição animal)” � CNF: representa as frações degradas mais rapidamente e inclui: pectina, amido e açúcares; � CF: representam a fração que ocupa espaço no trato digestivo e exigem mastigação para redução do tamanho de partículas e passagem através do trato digestivo, inclui: basicamente celulose e hemicelulose (sinônimo de FDN); �% CNF = 100 - %PB - % EE - % CINZAS - % FDN 4 Classificação dos carboidratosClassificação dos carboidratos A grande diferença entre as duas classificações é em A grande diferença entre as duas classificações é em relação a pectina, que apesar de ser um CE apresenta rápida fermentação sendo nutricionalmente classificada como CNF. 5 Conteúdo celular - Açúcares solúveis - Amido - Frutosanas Lamela média - Pectina Parede celular - Celulose -Hemicelulose - Pectina - Lignina (composto fenólico) Localização de carboidratos nas células vegetais 6 Parede CelularParede Celular � Constitui de 30 a 80 % daMS da planta forrageira �Além de celulose, hemicelulose e pectina, apresenta tanino, nitrogênio, lignina, sílica, cutina e outros. � Lignina: polímero fenólico que se associa a celulose e hemicelulose, durante o processo de formação da parede celular, alterando significativamente a digestibilidade destes carboidratos das forragens. � Forrageiras de clima tropical, em relação às espécies de clima temperado, apresentam ���� teores de carboidratos solúveis e���� de parede celular (CE). 7 Parede CelularParede Celular 8 Parede CelularParede Celular 9 Parede CelularParede Celular 10 Concentração (% MS) dos principais CHOS presentes em plantas forrageiras Concentração (% MS) dos principais CHOS presentes em plantas forrageiras Carboidrato Leguminosas Temperadas Gramíneas Temperadas Gramíneas Tropicais Carboidratos Não-estruturais Açucares Solúveis 2 – 5 3 – 6 1 – 5 Amido 1 – 11 0 – 2 1 – 5 Frutosanas - 3 – 10 - Carboidratos estruturais Celulose 20 – 35 15 – 45 22 – 40 Hemicelulose 4 – 17 12 – 27 25 – 40 Pectina 4 – 12 1 – 2 1 - 2 Kozloski, 2002 11 � Os níveis de carboidratos estruturais são bem mais elevados em gramíneas do que em leguminosas, e no caule em relação às folhas. � Com o avançar da maturidade, verificam-se aumentos nos teores de carboidratos estruturais e redução nos carboidratos de reserva, o que depende, em grande parte, das proporções de caule e folhas. � Isso se reflete na digestibilidade da forragem, que declina de maneira especialmente mais drástica para as gramíneas do que para as leguminosas. Reis e Rodrigues, 1993 Carboidratos versus características da planta forrageira Carboidratos versus características da planta forrageira 12 Carboidratos + importantes na nutrição de ruminantes Carboidratos + importantes na nutrição de ruminantes Pectina Sacarose Celulose Hemicelulose Amido 13 CeluloseCelulose �Principal substância fibrosa da PC e carboidrato mais abundante nos vegetais superiores. �Polissacarídeo formado por uma cadeia linear de glicose com ligações β -1,4. � É digerida apenas pelosmicrorganismos do rúmen. � Grau de aproveitamento pelo ruminante varia de 20 a 90% variando principalmente em função do grau de lignificação da planta. 14 CeluloseCelulose �Lignina é resistente ao ataque das bactérias e dificulta a “ruptura” da celulose ligada a ela. � Pode ser digerida até 80% da celulose de uma forragem tenra (≤ 5% de lignina) �Forragem madura (10% de lignina) a proporção de celulose digerida é ≤ 60% ����� proporção de amido ou açúcares na dieta�������� digestão da celulose � Presença N (≥ 1% ) e minerais (Ca, P e Na) na dieta ���� ���� digestão da celulose 15 HemiceluloseHemicelulose � Heteropolissacarídeo com predominância de xilose e glicose (xiloglucanas) � Envolve as microfibrilas de celulose � Presente em grande quantidade nas plantas forrageiras tropicais (exceto leguminosas) � Digerida apenas por microrganismos do rúmen e não é digerida pelo animal � Sua digestibilidade é proporcional à digestibilidade da celulose e é inversamente proporcional à lignificação 16 SacaroseSacarose �Açúcar solúvel mais abundante de interesse nutricional �Formado por glicose + frutose � Fermentado rápida e completamente no rúmen �Fermentação produz lactato além de outros AGV’s �Fonte mais importante em países tropicais é a cana-de-açúcar (pode apresentar até 48% de sacarose no colmo) 17 PectinaPectina � Pectinas são polissacarídeos associados com a parede celular (celulose e hemicelulose) mas não é covalentemente unida a lignina � São digeridas completamente no rúmen (90 a 100 %) � Concentrações são ���� em polpa cítrica, polpa de beterraba, casca de soja e em leguminosas e insignificantes emgramíneas � Não é degradada pelas enzimas animais mas é rapidamente degrada pelosmicrorganismos no rúmen (fibra solúvel) � Fermentação da pectina ���� produção de acetato não produz lactato . 18 AmidoAmido � É omais importante carboidrato de reserva vegetal. � Armazenado nas raízes, caules, tubérculos e grãos. � Grãos são a principal fonte na alimentação humana e animal. �Maioria das forragens: ���� quantidade de amido, exceto silagens de grãos, (milheto - 10 a 20 %, sorgo - 25 a 35 %) emilho - 25 a 35 % daMS). � Formado por 2 polímeros de glicose: amilose (linear) e amilopectina (ramificada). 19 AmidoAmido Milho Sorgo Cevada Trigo Mandioca 66,3 – 75,7 62,9 – 71,3 56,1 – 66,1 64,8 – 70,4 70,7 – 79,3 Teores de amido (%MS), dos principais alimentos ricos em amido utilizados na alimentação de ruminantes Compilação de dados da literatura especializada 20 AmidoAmido � Relação amilose/amilopectina do amido varia entre os cereais e sofre controle genético, em média, 25-30% para amilose e 70-75% para amilopectina �Digestibilidade do amido é inversamente proporcional ao conteúdo de amilose �O Amido é digerido por enzimas produzidas pelos microrganismos do rúmen e também por enzimas produzidas pelo animal (α – amilase). �O efeito negativo do amido dietético está relacionado com a produção de ácido láctico comoumdos produtos de sua fermentação no rúmen. 21 AmidoAmido Nos cereais, o amido (grânulo) está organizado em dois tipos de endosperma: � Endosperma Vítreo: grânulos de amido demenor tamanho ematriz protéica contínua; � Endosperma Farináceo: grânulos de amido maiores, circundados pormatriz protéica descontínua. 22 AmidoAmido Endosperma Vítreo Matriz protéica Grânulo de amido Matriz protéica Grânulo de amido Endosperma Farináceo 23 AmidoAmido Endosperma Vítreo Milho de grão duro Milho de grão dentado Endosperma Farináceo 24 AmidoAmido � A degradação ruminal do amido é extremamente variável, da ordem de 40 a 90 %, dependendo de fonte, processamento e outros fatores: � Grãos de trigo, a aveia e a cevada são mais rápida e extensamente fermentados no rúmen que o sorgo e o milho (matrizes protéicas mais resistentes a degradação ruminal). � Processamento físico dos grãos���� taxa e extensão de fermentação do amido no rúmen e���� amido disponível para a digestão no ID. 25 Biodisponibilidade dos componentes de forrageiras (Adaptado de Van Soest, 1994) Classe 1 = completamente disponível; Classe 2 = parcialmente indisponível devido a Lignificação; Classe 3 = indisponível. a – primeiro fator limitante relativo a utilização animal; b – fermentação pode variar pelo catabolismo a AGVs e amônia; c pectina pode ser usada somente pela fermentação microbiana a AGVs e outros produtos microbianos; d – fermentabilidade da celulose e hemicelulose é limitada pela Lignificação; e – componentes com baixo peso molecular podem ser absorvidos mas são excretados na urina sem serem utilizados. 26 Fermentação de carboidratos no rúmen Fermentação de carboidratos no rúmen A fermentação dos carboidratos é a principal fonte de energia (ATP) para mantença e crescimento dos microrganismos Origina Ácidos graxos voláteis que é a principal fonte de energia para ruminantes (atendendo até 80% das exigências diárias) 27 Fermentação de carboidratos no rúmen Fermentação de carboidratos no rúmen Microorganismos ruminais digestores de carboidratos são bem específicos quanto ao substrato preferencial. Por isto mudanças no perfil de carboidratos dietéticos, seja fibroso ou não fibroso, requer tempo de adaptação da flora ruminal para que seja detectada resposta produtiva ao novo substrato. 28 29 Respiração x Fermentação � C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O + 38 ATP (resultaria em ausência de energia e excesso de proteína para o animal) � 5 C6H12O6 + NH3 6 CH3COOH + 2 CH3CH2COOH + 1 CH3(CH2)2COOH + 3 CH4 + 5 CO2 + 6 H2O + calor + massa microbiana � C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O + 38 ATP (resultaria em ausência de energia e excesso de proteína para o animal) � 5 C6H12O6 + NH3 6 CH3COOH + 2 CH3CH2COOH + 1 CH3(CH2)2COOH + 3 CH4 + 5 CO2 + 6 H2O + calor + massa microbiana � C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O + 38 ATP (resultaria em ausência de energia e excesso de proteína para o animal) � 5 C6H12O6 + NH3 6 CH3COOH + 2 CH3CH2COOH + 1 CH3(CH2)2COOH + 3 CH4 + 5 CO2 + 6 H2O + calor + massa microbiana Ácidos graxos voláteisÁcidos graxos voláteis � Contémde 1 a 7 átomos de carbono. � Formam cadeias lineares ou ramificadas. � Principais: Ácido fórmico, acético, propiônico, butírico, isobutírico, hexanóico e heptanóico. � Predominantes: acético, propiônico, butírico (> 95%) � Encontram-se no rúmen na forma aniônica, não protonada (90 a 99%) � Acetato é o que aparece em maior quantidade (maior que a soma de todos os outros ânions orgânicos combinados) 30 Ácidos graxos voláteisÁcidos graxos voláteis Relação molar normal Acético ButíricoPropiônico 65 25 10: : Dieta a base de Forragem Concentrado50 : 40 : 10 31 Pectina Hemicelulose Celulose Amido Frutosanas Sacarose Ácidos urônicos Xilobiose Celobiose Dextrinas Rotas de fermentação de CHOS no rúmenRotas de fermentação de CHOS no rúmen Frutose Pentoses Hexoses Maltose Amilose + amilopectina microbianaXilulose Ciclo das pentoses Glicose Piruvato Oxaloacetato AcrilatoAcetil-CoA Formato CO2 + H2 CH4 Acetato Butirato PropionatoEtanol Lactato 32 Rotas de fermentação de CHOS no rúmenRotas de fermentação de CHOS no rúmen �Na conversão de glicose a piruvato (glicólise) ocorre geração líquida de 2 ATP e 2 NADH2 para a célulamicrobiana �O piruvato é a substância na qual todos os carboidratos são convertidos e é rapidamente convertido em AGVs, CO2, calor e células microbianas �Produtos finais da fermentação ruminal são similares em suas proporções molares emdiferentes espécies de ruminantes. 33 Produção de Ácidos graxos voláteis � Entre os produtos da fermentação ruminal, o acetato é o menos reduzido e sua formação determina omáximo rendimento emATP para a bactéria. � A oxidação completa de 1 molécula de glicose para acetato resulta na formação de 2 acetatos e 4 moléculas de ATP. Acetato 34 Produção de Ácidos graxos voláteis �Principal via de eliminação de H+ e elétrons do rúmen �Pode ser formado por duas rotas diferentes: � Rota do oxaloacetato e succinato � Rota do acrilato. Propionato 35 Produção de Ácidos graxos voláteis � Ocorre a formação de 1molécula de ATP para a bactéria � Esta via é responsável por 90% do propionato produzido, exceto em dietas com� amido (cai para 75%) Formação do propionato pela rota do oxaloacetato e succinato 36 Produção de Ácidos graxos voláteis � A formação de propionato pela rota do acrilato não envolve síntese de ATP. � As bactérias produzem propionato por esta rota metabólica a partir de lactato liberado no rúmen por outras espécies. � Mais importante no rúmen de animais que estão consumindo dietas ricas em concentrados. Formação do propionato pela rota do acrilato 37 Produção de Ácidos graxos voláteis � Via mais importante de produção é o inverso da β- oxidação em que são utilizadas duas moléculas de acetato para produzir uma molécula de butirato, ocorrendo a formação de 1molécula de ATP Butirato 38 Estequiometria da conversão de um mol de glicose para AGV’s a) Glicose ���� 2 acetato + 2 CO2 + 8H; (ΔH = -252 Kcal/mol) b) Glicose ���� butirato + 2 CO2 + 4H; (ΔH = -118 Kcal/mol) c) Glicose + 4H ���� 2 propionato; (ΔH = + 60 Kcal/mol) d) Glicose ���� 2 lactato (ΔH = - 16 Kcal/mol) ΔH = energia ganha/perdida na fermentação da glicose para produzir AGV’s 39 Relações do pH do rúmen com as proporções de AGV’s Relações do pH do rúmen com as proporções de AGV’s Church, 199340 Curvas de produção de AGV’s em função da dieta Curvas de produção de AGV’s em função da dieta Kozloski, 200241 Porcentagem e concentração de ácidos graxos voláteis (AGV) em função da dieta Porcentagem e concentração de ácidos graxos voláteis (AGV) em função da dieta Faixa Dieta volumosa Dieta concentrada Acetato,% 54-74 70 50 Propionato,% 16-27 20 40 Butirato,% 6-15 10 10 AGV total mM/mL 90 150 Lana, 2005 *Demais AGV’s no rúmen correspondem a menos de 4% do total 42 Influência da relação forragem:concentrado sobre as proporções molares de AGV’s em vacas em lactação Influência da relação forragem:concentrado sobre as proporções molares de AGV’s em vacas em lactação Relação forragem:concentrado Proporções molares Acetato Propionato Butirato 100 71,4 16,0 7,9 75:25 68,2 18,1 8,0 50:50 65,3 18,4 10,4 40:60 59,8 25,9 10,2 20:80 53,6 30,6 10,7 Church, 1993 43 44 Dieta com alto teor de concentrado �pH < 6.0 desfavorável para metanogênicas →→→Cresce importância de propionato como mecanismo de eliminação de elétrons (2H)� População de microorganismos tem propionato como caminho metabólico preferencial Produção de gases no rúmen Produção de gases no rúmen � Fermentação ruminal gera gases tais como CO2 (60%), CH4 (30- 40%) e traços de N2, H2S, H2 e O2 � CH4 é responsável pela perda de 6-8% da energia bruta da dieta �Parte do CH4 é absorvido pela parede no rúmen entra na circulação e sai como ar expirado pelos pulmões �Maior parte sai do rúmen junto com os outros gases através da eructação 45 Metabolismo dos AGV’sMetabolismo dos AGV’s Absorção �A maior parte dos AGV’s (80 a 90%) são absorvidos pela parede do rúmen e o restante é absorvido no omaso e abomaso �AGVs são absorvidos na forma protonada (não dissociada) por difusão simples e na forma ionizada (dissociada) por troca iônica envolvendo HCO3- �Taxa de absorção: Acetato>Propionato>butirato ����� pH ruminal�������� absorção de AGV . � AGVs passam diretamente para a corrente sanguínea ou são metabolizados na parede ruminal 46 Esquema da absorção ruminal de AGV na forma protonada (AGVH) por difusão e na forma dissociada (AGV-) através de troca iônica (O) com bicarbonato (HCO3 -), AC = anidrase carbônica 47 Metabolismo dos AGV’sMetabolismo dos AGV’s Metabolismo na parede ruminal AGV % Produto gerado Acetato 30 CO2 + ATP 70 Absorvido pela veia porta (fígado) Propionato 50 Succinato + CO2 + ATP + lactato 50 Absorvido pela veia porta (fígado) Butirato 90 Corpos cetônicos (15% acetoacetato e 85% β-hidroxibutirato) ou CO2 + ATP 10 Absorvido pela veia porta (fígado) Adaptado Britton e Krehbiel (1993) 48 Metabolismo dos AGV’sMetabolismo dos AGV’s AGV’s absorvidos são utilizados nos tecidos em 3 grandes funções: Fornecimento imediato de energia (oxidação) Síntese de gordura (corporal e do leite) Síntese de glicose 49 Rúmen Parede Rúmen Circulação Portal Fígado Circulação Geral Tecido Propionato Cérebro T. Muscular Gl. Mamária T.Adiposo M e t a b o l i z a ç ã o G ���� ATP Propionato Glicose (G) G G ���� ATP G ���� Glicogênio G ���� ATP G ���� Lactose G ���� ATP G ���� Glicerol G ���� Glicerol ���� ATP Lactato ���� ATP LactatoLactato Propionato 50 Rúmen Parede Rúmen Circulação Portal Fígado Circulação Geral Tecido Cérebro Butirato T. Muscular Gl. Mamária T.Adiposo M e t a b o l i z a ç ã o Butirato Butirato Corpos cetônicos (CC) CC ���� ATP CC ���� ATP CC ���� ATP ���� AG + glicerol ���� Gordura CC CC ���� AG + glicerol ���� Gordura 51 Rúmen Parede Rúmen Circulação Portal Fígado Circulação Geral Tecido Cérebro T. Muscular Acetato Gl. Mamária T.Adiposo M e t a b o l i z a ç ã o Acetato Ac ���� ATP Ac ���� ATP Ac ���� ATP ���� AG + glicerol ���� Gordura ���� AG + glicerol ���� Gordura Acetato 52 Visão geral do metabolismo de CHOS Visão geral do metabolismo de CHOS 53 Fibra na alimentação de ruminantes Fibra na alimentação de ruminantes � A fibra representa a fração do alimento de digestão lenta ou indigestível e que ocupa espaço no rúmen � Dependendo de sua concentração e digestibilidade, impõe limitações ao consumodematéria seca e energia. � É essencial para manutenção da saúde dos ruminantes, por estimular a mastigação, a produção de saliva (tamponante) e a motilidade ruminal. 54 Fibra na alimentação de ruminantes Fibra na alimentação de ruminantes Em relação a fibra 2 situações são claramente definidas Deficiência: prejudica a saúde do animal (acidose)(enchimento ruminal) Excesso: limitação física no consumo de energia (enchimento ruminal) 55 Proteínas Carboidratos solúveis Vitaminas Proteínas Carboidratos solúveis Vitaminas CAPIM NOVO CAPIM VELHO Parede celular (Fibra) Conteúdo celular Alta INGESTÃO Alta ENERGIA Baixa INGESTÃO Baixa ENERGIA “Em geral, quanto menos fibra, maior é o valor energético de uma forragem”. Lignina, celulose e hemicelulose Lignina, celulose e hemicelulose 56 57 58 Efeitos do estágio de desenvolvimento sobre a produção e composição química de plantas forrageiras. Adaptado de Blaser, 1988. Análise de fibras nos alimentos. Análise de fibras nos alimentos. �Dentre os métodos analíticos disponíveis para a determinação das frações fibrosas, a fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) representa amelhor opção para formulação de dietas para ruminantes. �FDN é o resíduo da digestão laboratorial de um alimento em solução de detergente neutro. �Quimicamente FDN é representada por hemicelulose, celulose e lignina. 59 FDN = hemicelulose + celulose + lignina FDA Análise de fibras nos alimentos. Análise de fibras nos alimentos. � A Fibra emDetergente Ácido (FDA) é o FDN subtraído a hemicelulose. �O teor dietético de FDA tem pouco valor prático na formulação de dietas (poucos dados científicos) � Tem valor na predição do conteúdo de energia de forrageiras (���� FDA ����� Energia) 60 Análise de fibras nos alimentos Análise de fibras nos alimentos � FDN mede as características químicas e não as características físicas da fibra, (tamanho de partícula e densidade) � Estas características podem influenciar a saúde animal, fermentação ruminal, metabolismo animal e produção de gordura do leite independente da quantidade ou composição de FDN mensurada quimicamente Mertens, 1997 61 Respostas fisiológicas típicas de vacas leiteiras, decorrentes das variações nas proporções de forragem de fibra longa e das concentrações de fibra em detergente neutro (FDN) na dieta Adaptado de Mertens (2001). 62 Análise de fibras nos alimentos Análise de fibras nos alimentos � A partir do final dos anos 90, introduziu-se o conceito de efetividade da fibra. � A efetividade da fibra está relacionada com a capacidade da fibra de promover a ruminação emanter os teores de gordura do leite. � Assim a FDN efetiva (FDNe) se refere a todas as características do alimento que auxiliam a manter o teor de gordura no leite e saúde do animal. � FDNe está ligada às características macro-físicas e “químicas” do alimento. � FDNe = FDN calculado em laboratório x fator de efetividade da FDN 63 Análise de fibras nos alimentos Análise de fibras nos alimentos Alimento Fator de efetividade (fe) Forragem 1 Subprodutos e concentrados 0,5 Caroço de algodão 1 Ex. - Capim elefante picado com FDN de 65% apresenta FDNe = 65 x 1 = 65% daMS - Farelo de arroz com FDN de 33% apresenta FDNe = 33 x 0,5 = 16,5 % daMS 64 Exigências de fibra para ruminantes Exigências de fibra para ruminantes Recomendações mínimas de FDN total FDN de forragem e FDNe (% da MS) em rações de vacas em lactação NRC (2001). FDN forragem FDN total FDNe 19 25 22 18 27 22,5 17 29 23 16 31 23,5 15 33 24 Considerando adequado tamanho de partícula da forragem, milho como principal fonte de amido e rações fornecidas em mistura total. 65 � No Brasil, ainda não existem estudos planejados com o objetivo de validar as propostas de teores de FDN gerados em países do Hemisfério Norte � Recomendações atuais sugerem que o teor de FDN total deve variar de 33 a 50% daMS da ração para produções diárias de 24 a 18Kg de leite por vaca, respectivamente (Lana et al. 2004) . Exigências de fibra para ruminantes Exigências de fibra para ruminantes 66 Expressão da energia dos alimentos para ruminantes Expressão daenergia dos alimentos para ruminantes Energia não é nutriente, mas sim o produto da oxidação dos nutrientes Carboidrato Proteína Lipídeos Andriguetto et al., 1984 4,15 5,65 9,45 K c a l / g d e M S 67 Energia bruta - EB (Bomba calorimétrica)Energia bruta - EB (Bomba calorimétrica) Energia digestível - EDEnergia digestível - ED Energia fecal Energia metabolizável - EM Energia líquidaEnergia líquida Energia nos gases da fermentação Energia urinária Incremento calórico (regulação temperatura corporal, fermentação, metabolismo de nutrientes,etc�) Mantença (Elm) (Atividade basal) Produção (Elp) Crescimento/engorda, gestação, lactação Partição da energia no organismo de ruminantes Partição da energia no organismo de ruminantes 68 Expressão da energia dos alimentos para ruminantes Expressão da energia dos alimentos para ruminantes Nutrientes digestíveis totais (NDT, como% daMS) é a formamais utilizada para descrever concentração de energia no alimento e exigência em energia pelo ruminante (maior banco de dados). NDT (%)= PBD(%) + 2,25 x EED(%) + CNFD (%) + FDND(%) Weiss (1999) 69 Expressão da energia dos alimentos para ruminantes Expressão da energia dos alimentos para ruminantes Equações importantes: NDT (%) = 0,99 x DIVMO NDT (%) = 88,9 – (0,799 x FDA) leguminosas e gramíneas NDT (%) = 87,84 – (FDA x 0,7) silagem de milho ED (Mcal/kg de MS) = 0,04409 x NDT (%); EM (Mcal/kg de MS) = 0,82ED EM (Mcal/kg de MS) = (NDT% x 3,62)/100 ELm (Mcal/kg de MS) = -1,12 + 1,37EM - 0,138EM2 + 0,0105EM3; (NRC,1996) ELg (Mcal/kg de MS) = -1,65 + 1,42EM - 0,174EM2 + 0,0122EM3; (NRC,1996) ELl (Mcal/kg de MS) = (0,703 x EM) - 0,19; (NRC,2001) 70 Fim... 71
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