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* Avaliação Laboratorial DIABETES MELLITUS Silvana Pinto Duarte Nutricionista * Centros Hiperdia Minas - CHDM Diabetes Mellitus (DM) Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Doença Renal Crônica (DRC) Critérios para admissão Abordagem no CHDM tem objetivo de implementar as medidas de controle glicêmico, lipídico e pressórico nos usuários diabéticos e diagnosticar e tratar as complicações e comorbidades destes usuários. * * As recomendações atuais para critério de diagnóstico inicial são as seguintes: Diabetes: HbA1c > 6,5% a ser confirmada em outra coleta. Dispensável em caso de sintomas ou glicemia > 200 mg%. Indivíduos com alto risco para o desenvolvimento de diabetes: HbA1c entre 5,7% e 6,4%. O valor de 6,5% foi escolhido com base no ponto de inflexão para a prevalência de retinopatia. * Problemas para a aplicação da HbA1C como critério diagnostico do DM hemoglobinopatias: fatores que aumentam o turnover dos eritrócitos (hemólise, sangramentos) e variantes de Hb podem falsear o resultado da HbA1C (valor inferior ao real, pela reduzida vida das hemácias). na maioria das anemias carênciais (ferropriva, def. B12 ou folato) há aumento da sobrevida das hemácias, aumentando-se os valores da HbA1C. Hipertrigliceridemia, hiperbilirrubinemia, uremia, alcoolismo crônico, ingestão crônica de salicilatos o opiáceos podem interferir em algumas metodologias, produzindo resultados falsamente elevados. A glicohemoglobina não é indicada para o diagnóstico de DM * Obs.: Glicemia pós prandial é fator de risco isolado para doença cardiovascular. * * A hemoglobina glicada (HbA1c) indica a glicemia média dos últimos 90 dias, sendo influenciada principalmente pelos valores glicêmicos dos últimos 30 dias. A estabilização da glicohemoglobina após uma intervenção sobre o controle glicêmico leva de 8 a 10 semanas, não justificando-se sua dosagem mais frequente quando o tratamento está sendo modificado. É fundamental que o laboratório indicado execute os exames de acordo com o NGSC (National Glycohemoglobin Standardization Program) para padronização do método. * * No caso de usuários que apresentem descontrole metabólico esta periodicidade poderá ser modificada, segundo a necessidade clínica. * Dislipidemia O colesterol total é composto da soma das frações HDL+LDL+VLDL. HDL – colesterol bom. Protege os vasos da aterosclerose (Placas de gordura). Quanto mais elevado melhor. LDL e VLDL – Colesterol ruim, formador da aterosclerose que obstrui os vasos sanguíneos e leva a doenças como infarto. Quanto mais baixo melhor. Triglicerídeos – Estão relacionados ao VLDL. Normalmente equivale a 5x o seu valor. Um paciente com 150 mg/dl de triglicerídeos apresenta 30 mg/dl de VLDL. * O colesterol total não é tão importante quanto os valores de suas frações. Pois vejamos 2 pacientes distintos: 1- HDL = 70, LDL= 100, VLDL= 30. Colesterol total = 200 mg/dl 2- HDL = 20, LDL = 160, VLDL = 20. Colesterol total = 200 mg/dl Sem dúvida o primeiro paciente tem muito menos risco de desenvolver aterosclerose que o segundo, apesar de terem o colesterol total igual. Realizar monitoramento a cada 3 a 6 meses em usuários com dislipidemia. Atingidos os níveis adequados, a avaliação poderá ser anual. * Os valores de LDL serão calculados com base na fórmula de Friedewald: LDL = Colesterol Total – (Triglicérides/5 + HDL), desde que Triglicérides < 400 mg/dL * TGO, TGP São exames para se avaliar o fígado. Valores elevados indicam lesão das células hepáticas. Normalmente traduzem algum tipo de hepatite, seja viral, medicamentosa ou isquêmica. * Rastreamento para microalbuminúria é um procedimento recomendável para prevenir ou retardar a progressão da insuficiência renal, permitindo intervir mais precocemente no curso natural da doença renal. A excreção urinária de albumina e a relação albumina/creatinina, em amostra isolada de urina, deve ser realizada anualmente, nos usuários com DM2, na ocasião do diagnóstico, e para DM1, após 5 anos de doença. Albumina – primeiro sinal de problema renal * Creatinina sérica – Taxa de Filtração Glomerular Recomenda-se a dosagem anual da creatinina sérica, independente da presença de microalbuminúria,visando a estimativa da TFG. * O cálculo da TFG deve ser feito a partir da equação de Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) para diagnóstico da doença renal crônica e seu estabelecimento. * Microalbuminúria e Macroalbuminúria Quanto à albumina, sua excreção normal não ultrapassa 20 mg/dia. Quando a excreção de albumina se encontra na faixa de 30-300 mg/dia, é chamada de microalbuminúria, ou seja, presença de pequena quantidade anormal de albumina na urina. Valores superiores a 300 mg/dia são chamados de proteinúria ou macroalbuminúria. * Controle pressórico Monitorar níveis de creatinina e de potássio ao iniciar IECAs, BRAs e diuréticos, devido à possibilidade de desenvolver insuficiência renal (estenose da artéria renal – creatinina > 1,5 mg/dL) e hipercalemia (concentração sérica de potássio > 5 mEq/L). A hipocalemia é definida por uma concentração sérica de potássio < 3,5 mEq/L, e ocorre por deficiência de potássio corpóreo ou por desequilíbrio do meio extracelular para intracelular. A dosagem de K deve ser realizada anualmente no DM. * Nos usuários com HAS, nefropatia diabética e aqueles em uso de IECA ou BRA, os exames para avaliar nefropatia diabética devem ser realizados pelo menos semestralmente.
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