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MODELO RESPOSTA À ACUSAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15.ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – RS 
(10 LINHAS)
Autos n.º...
(1 LINHA)
Antônio Lopes, já qualificado nos autos em epígrafe a folhas ..., por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, apresentar
RE	SPOSTA À ACUSAÇÃO,
com fundamento legal nos artigos 396, “caput”, e 396 –A, ambos do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
(2 LINHAS)
I – DOS FATOS 
Conforme consta nos autos, a Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul recebeu notícia crime identificada, imputando à Maria Campos a prática de crimes, quais sejam enviar crianças brasileira para o exterior ilegalmente, por meio de documentos falso. Diante da notícia, a autoridade policial, após instauração do inquérito, solicitou, como primeira medida, a intercepção telefônica de Maria, sendo esta deferida pelo magistrado, utilizando, como razão de decidir, o genérico argumento de: “os fundamentos explicitados na representação”.
Em certo momento, através da intercepção telefônica, foi identificado conversas entre Maria e Antônio Lopes, em que Maria consultava Antônio sobre passaportes que ela, supostamente, havia solicitado já estavam prontos.
Novamente, foi solicitado intercepção telefônica, dessa vez, nas linhas de Antônio, todavia nada relevante foi interceptado. 
Por meio de autorização do juiz, com prévia manifestação do Ministério Público, a quebra do sigilo bancário e fiscal dos investigados, tendo sido identificado um depósito de dinheiro na conta de Antônio, efetuado naquele mesmo ano, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). 
Mantido o monitoramento dentro do prazo legal, foi deferida a diligência de busca e apreensão nos endereços de Maria e Antônio, sob o seguinte fundamento: “diante da gravida dos fatos e real possibilidade de serem encontrados objetos relevantes para investigação, defiro requerimento de busca e apreensão nos endereços de Maria (Rua dos Casais, 213) e de Antônio (Rua Castro, 170, apartamento 201)”. 
No endereço da acusada, foi encontrado somente uma lista de nomes que, segundo a autoridade policial, seriam de clientes. No endereço de Antônio Lopes, nada foi encontrado. Porém, os agentes policiais que estavam a cumprir o mandado, perceberam que o apartamento 202 do mesmo prédio pertencia ao acusado, motivo pelo qual nele ingressaram mesmo sem ordem judicial, apreendendo a quantia de cinquenta mil dólares em espécie. 
Concluída as diligências, os autos foram enviados ao Ministério Público que, ofereceu a denúncia nos seguintes termos: “o Ministério Público vem oferecer denúncia contra Maria Campos e Antônio Lopes, pelos fatos a seguir descritos: Maria Campos, com o auxílio do agente da polícia federal Antônio Lopes, expediu diversos passaportes para crianças e adolescentes, sem observância das formalidades legais. Maria tinha a finalidade de viabilizar a saída dos menores do país. A partir da quantia de dinheiro apreendida na casa de Antônio Lopes, bem como o depósito identificado em sua conta bancária, evidente que ele recebia vantagem indevida para efetuar a liberação dos passaportes. Assim agindo, a denunciada Maria Campos está incursa nas penas do art. 239, parágrafo único, da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), e nas penas do art. 333, parágrafo único, c/c o art. 69, ambos do Código Penal. Já o denunciado Antônio Lopes está incurso nas penas do art. 239, parágrafo único, da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e nas penas do art. 317, § 1º, c/c art. 69, ambos do Código Penal”.
Este ilustre juízo recebeu a denúncia, usando dos seguintes argumentos: “compulsando os autos, verifico que há prova indiciária suficiente da ocorrência dos fatos descritos na denúncia e do envolvimento dos denunciados. Há justa causa para a ação penal, pelo que recebo a denúncia. Citem-se os réus, na forma da lei”.
(2 LINHAS)
II – DO DIREITO 
PRELIMINARMENTE 
De início, é oportuno registrar que os crime objetos dos presentes autos devem ser processados e julgado pela Justiça Federal, quer seja pelo denunciado ser funcionário público federal, quer seja por, em tese, ter agido no exercício das funções e com estas relacionadas, de acordo com o art. 109, IV, da Constituição Federal), ou pelo caráter transnacional do delito, conforme art. 109, V, da Constituição Federal.
Nesse sentido, urge transcrever o dispositivo legal em questão:
“Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previsto em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente”. 
Desse modo, portanto, este juízo é incompetente para processar e julgar tal processo, visto a nulidade absoluta que resta contaminado. 
A incompetência ora suscitada implica no reconhecimento da nulidade prevista no artigo 564, I, do Código de Processo Penal, desde o início do processo. 
Seguindo, no que se refere à interceptação telefônica, outros dois vícios maculam de nulidade o processo. De início, o despacho do magistrado que não foi minimamente fundamento, constitui grave afronta à determinação constitucional de que toda decisão judicial deve ser fundamentada, conforme dispõe o artigo 93, IX da Magna Carta de 1988 e ao artigo 5.º da Lei 9.296/1996. Outra nulidade facilmente identificada encontra previsão no art. 2, II, da Lei 9.296/1996, em que determina que a não será admitida o uso da intercepção quando houver outros meios de prova disponíveis. No caso, a autoridade policial, ignorando a previsão legal, solicitou como primeira providência a interceptação telefônica, violando, assim, o princípio a excepcionalidade que norteia o uso das interceptações. 
Ademais, identifica-se também a ocorrência de nulidade no mandado de busca e apreensão, tendo em vista a ausência da descrição pormenorizada da coisa pelo qual se busca apreender, desrespeitando o art. 243, I, do Código de Processo Penal. E, novamente, pela ausência de fundamentação, em que o magistrado se limitou a argumentos vagos e insuficientes, alegando tão somente gravidade do delito, em clara desconformidade ao art. 93, IX, da Constituição Federal. Não bastasse isso, os polícias que cumpriram o mandado ultrapassaram os limites do mandado que detinham, uma vez que a quantia em dinheiro foi encontrada no apartamento 202, sendo que só havia autorização judicial para o apartamento 201, violando, dessa forma, o inciso I do artigo 243 do Código de Processo Penal. 
Por fim, ao analisar a peça acusatória, verifica-se, facilmente, que é genérica. A denúncia deve ser redigida de forma a delimitar o que, de que modo e os motivos pelos quais cada um dos denunciados agiu, o que não ocorre na peça em exame, desrespeitando o contraditório e a ampla defesa. Portanto, a inicial está em desacordo com art. 41 do Código de Processo Penal. 
Por todas essas razões, requer-se o reconhecimento da nulidade do processo, desde o seu início. 
DO MÉRITO 
Caso não sejam reconhecidas as nulidades arguidas, pede-se apreciação dos argumentos de mérito aqui redigidos. 
No que tange à acusação de o réu ter concorrido com o crime do artigo 239 da Lei 9.069/1990 (Estatuto da Criança e Adolescente), resta claro que a acusação não obteve êxito em demonstrar quais atos praticados pelo réu contribuíram para a prática do delito. Além disso, em nenhum momento ficou demonstrado pela acusação que o acusado tinha conhecimento das infrações que, supostamente, ocorriam, afastando, dessa forma, o elemento subjetivo do tipo, consistente no dolo. De modo que, fica impraticável imputar a alguém um tipo penal sem a concretademonstração da vontade do agente em praticar ou se omitir o ato criminoso. 
Quanto ao crime de corrupção passiva, a acusação foi igualmente incapaz de demonstrar qual conduta praticada pelo acusado se submete à norma prevista no artigo 317 do Código Penal. Isto porque não elencou provas robustas de que a quantia em dinheiro encontrada no apartamento de Antônio são proveito de vantagem econômica indevida em razão da função.
Portanto, diante dos fatos expostos, conclui-se que a acusação não se desincumbiu de comprovar os fatos constitutivos de sua pretensão, ônus que lhe incumbe no Processo Penal. 
Em homenagem ao princípio da presunção de inocência, o esperado por consequência é absolvição do acusado. 
(2 LINHAS)
III – DO PEDIDO
Isto posto, a presente defesa requer:
que seja anulado o processo, desde o início, seja em razão da incompetência da Justiça Estadual para processar o feito, com fundamento no artigo 564, I, do Código de Processo Penal, seja em razão da denúncia ter sido elaborada de modo absolutamente genérico, ou, por fim, em razão da prova manifestamente ilícita carreada nos autos.
 se este não for o entendimento deste magistrado, requer-se a absolvição sumária do acusado, com fulcro no artigo 397, III, do Código de Processo Penal.
Caso Vossa Excelência entenda por bem não absolver sumariamente o acusado, requer-se desde já pela produção de todas as provas admitidas em direito e pela inquirição das testemunhas elencadas no rol abaixo, que deverão ser oportunamente intimadas. 
(2 LINHAS)
Termos em que,
pede deferimento.
 (2 LINHAS)
Local, 08 de novembro de 2010.
(2 LINHAS)
Advogado OAB- sob n.º_____
(2 LINHAS)
ROL DE TESTEMUNHAS:
Carlos de Tal, residente na Rua 1, n. º 10, nesta capital;
João de Tal, residente na Rua 4, n. º 310, nesta capital;
Roberta de Tal, residente na Rua 4, n. º 310, nesta capital.
ESTUDO DE CASO_ PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL

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