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Faculdade Vértice Departamento de Medicina Veterinária PRODUÇÃO DE EQUÍDEOS NUTRIÇÃO DOS EQUINOS João Luis do Espirito Santo Junior Medico Veterinário – Especialista em Reprodução Equina Nutrição de Eqüinos NUTRIÇÃO MANEJO GENÉTICA CRIAÇÃO DE CAVALOS 60% dos custos de uma criação Nutrição de Eqüinos Herbívoros monogástricos não ruminantes Respeitar particularidades da anatomia e fisiologia do aparelho digestivo dos eqüinos Nutrição de Eqüinos • Respeitar o estágio de vida do animal - categorias • Respeitar a condição corporal: evitar extremos (escore corporal) • Respeitar treinamento: tipo, volume, intensidade, horários Nutrição de Eqüinos Apreensão dos alimentos Mastigação Deglutição Digestão Absorção dos nutrientes Eliminação dos resíduos Nutrição de Eqüinos Nutrição de Eqüinos Particularidades anatômicas do trato gastrintestinal Lábios, dentes e língua Apreensão e mastigação Início da digestão Salivação dos alimentos (10 a 50 litros/dia) Essencial para uma boa digestão BOCA • A duração da mastigação depende da natureza do alimento • Concentrado: 1kg = 10 minutos • Feno: 1kg = 40 minutos • Insalivação é indispensável para utilização digestiva satisfatória da ração Nutrição de Eqüinos Particularidades anatômicas do trato gastrintestinal Nutrição de Eqüinos Particularidades anatômicas do trato gastrintestinal ESÔFAGO Aproximadamente 1,5 metros Válvula cárdia (fechamento hermético) Impossibilidade de regurgitação Nutrição de Eqüinos Particularidades anatômicas do trato gastrintestinal ESTÔMAGO Pequeno em relação a capacidade do trato digestivo e ao tamanho do animal Capacidade volumétrica de 10 a 18 litros Quantidade efetiva de alimentos → 2/3 da capacidade volumétrica Hidrólise das proteínas (HCl e pepsina) Alguma digestão de carboidratos solúveis (bactérias amilolíticas) Nutrição de Eqüinos Margo plicatus região glandular piloro esôfago duodeno região aglandular Nutrição de Eqüinos Particularidades anatômicas do trato gastrintestinal INTESTINO DELGADO Aproximadamente 20 a 24 metros de comprimento Digestão e absorção dos nutrientes nobres da dieta (proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas e minerais) Principal sítio de absorção do t. gastrintestinal Trânsito rápido da dieta Nutrição de Eqüinos Particularidades anatômicas do trato gastrintestinal INTESTINO GROSSO Maior e mais complexo dos animais domésticos Aproximadamente 12 a 14 metros Ceco, cólon maior, cólon menor e reto Digestão das fibras (carboidratos estruturais) Produção de AGV (acético>propiônico>butírico) Absorção de água e eletrólitos Síntese de vitaminas do complexo B Nutrição de Eqüinos Particularidades anatômicas do trato gastrintestinal GLÂNDULAS ANEXAS Salivares (parótida, submandibular, sublingual) Pâncreas (enzimas digestivas) Fígado (bile) Particularidades da anatomia e da fisiologia do aparelho digestório dos eqüinos PARTE DO SISTEMA CAPACIDADE RELATIVA CAPACIDADE ABSOLUTA MÉDIA Estômago 8,5 % 17,96 litros Intestino Delgado 30,2% 63,82 litros Ceco 15,9% 33,54 litros Cólon e reto 45,4% 96,02 litros Fonte: Fisiologia dos animais domésticos (Dukes, 2002) Nutrição de Eqüinos Nutrição de Eqüinos NECESSIDADES NUTRICIONAIS Variação de acordo com idade e função NRC (National Research Councill) - 1989 Ingestão de Matéria Seca (IMS - % PV) Proteína Bruta (PB - %) Energia Digestível (ED - %) Vitaminas e minerais Nutrição de Eqüinos Categoria IMS (%) PB (%) ED (Mcal) Ca (%) P (%) Potros lactentes 3,5 17,00 10,00 0,80 0,55 Potros desmamados 3,0 14,00 16,00 0,65 0,45 Potros de 1 a 2 anos 2,5 14,00 13,00 0,40 0,30 Éguas em lactação 0-3 meses 3,0 13,00 26,00 0,45 0,35 Éguas em lactação 3-6 meses 3,0 11,00 23,00 0,40 0,30 Éguas 1/3 final de gestação 2,5 11,00 17,00 0,45 0,35 Garanhões 2,5-3,5 11,00 15,50-19,00 0,40 0,30 Eqüinos adultos (manutenção) 2,5 9,00 15,00 0,30 0,20 Tabela 1: Necessidades nutricionais mínimas dos eqüinos Nutrição de Eqüinos NUTRIENTES 1) Proteínas 2) Carboidratos 3) Lípides 4) Minerais 5) Vitaminas Nutrição de Eqüinos ALIMENTOS 1) ÁGUA Principal alimento Reposição hídrica Consumo diário = 5 a 6% PV Ótima qualidade “A água boa para o cavalo é aquela que até a gente tem coragem de beber!” Nutrição de Eqüinos ALIMENTOS 2) FORRAGENS Pastagens de boa qualidade e bem manejadas Nutrição de Eqüinos Valor nutritivo (análise bromatológica) Nutrição de Eqüinos Tipo de crescimento Cespitoso Estolonífero Nutrição de Eqüinos Hábito de pastejo rasteiro (manejo) Nutrição de Eqüinos Palatabilidade Nutrição de Eqüinos Produção de massa Nutrição de Eqüinos Relação cálcio/oxalato (> 0,5) Brachiaria humidicola Nutrição de Eqüinos Relação folha/haste FORRAGEIRAS RECOMENDADAS PARA OS EQÜINOS Cynodon sp Coast cross Coast Cross: cobre o terreno rápido, palatável Tifton Tifton: bem aceito, bom feno, pode ser dado no cocho. Tifton 85: mais palatável Jiggs: talo fino, excelente feno Hermatria FORRAGEIRAS RECOMENDADAS PARA OS EQÜINOS Panicum sp Colonião Colonião:nativo, muito oxalato, terra deve ser boa.(Desvantagens: touceiras, éguas, potros, cortes nos lábios) Tanzânia Aruana: oxalato, sementes, palatável, não faz touceiras, resistente ao pisoteio, ↑ produção/ha Mombaça Gordura: palatável, cespitoso, não suporta pisoteio, animais/piquete Grama Batatais Rhodes Angola Andropogon Buffel Pensacola Pensacola: não resiste calor e encharcamento; escarificação da semente! Humidícula: ↑oxalato, palatável, fotossensibilização Dictioneura Tanner Grass CAPINEIRAS Capim elefante Colonião Azevém FORRAGEIRAS UTILIZADAS NA SECA Aveia Cana de açúcar Silo em pé Fonte de energia Sacarose 1/3 da dieta total 120 ton. de MS/ha Armazenamento de forragens (período seco) FENO Feno de alfafa Alto valor protéico Alto teor de Cálcio SILAGEM Fonte de energia 1/3 da dieta total 50 ton. de MS/ha Nutrição de Eqüinos ALIMENTOS 3) CONCENTRADOS Grãos: MILHO Composição média do grão: 60% amido 6,5% casca 10% glúten 5% gérmen 15% água Principal fonte de carboidratos (base energética) Maior componente dos concentrados PB = 9%; NDT = 80% Baixos teores de cálcio (0,02%) Fósforo = 0,27% Conteúdo razoável de vitaminas Em excesso pode causar cólicas e laminite MILHO Milho grão inteiro, Quirera, Fubá Rolão Silagem de milho Gérmen de milho Óleo de milho Milho desengordurado Farelo de glúten 55% (Glutenose 50-60% = Protenose 42-55%) Farelo de glúten 21% (Promill = Refinasil) FORMAS DE UTILIZAÇÃO DO MILHO SOJA Principal fonte de proteína Farelo de soja Fonte de lisina PB = 46%; NDT= 75% FARELO DE SOJA Produto tostado, resultante do processo de extração do óleo de soja dos grãos Calor = destrói os fatores anti-nutricionais Fator inibidor da tripsina (↓ desempenho) Excesso de calor = Reação de Maillard Farelo de casca de soja (fonte de fibra) Óleo de soja = fonte de energia e palatabilizante FARELO DE TRIGO Obtido do tegumento que envolve o grão + gérmen Proteína de melhor qualidade que a do milho (PB= 16%) Rica em K e P Fonte de fibra e palatabilizante ↓ energia (NDT = 48%) Cólica estomacal e cara inchada (relação Ca/P) FARELO DE ARROZ Película externa que reveste o grão + gérmen + casca Fonte de energia e proteína ↑ óleo (rancificação) PB = 13% Fonte de energia e CHO Casca = ↑ lignina e sílica Cólicas FARELO DE ALGODÃO Fonte de proteína (PB = 28-48%) Usar até 20% da ração ↑ fibra e gossipol (lesões fígado e rins) ↓ lisina, Ca e vitaminas Caroço de algodão = não utilizado Casca de algodão = fonte de fibra PB = 3% AVEIA Aveia em grão (laminada) Fonte de fibra digestível e energia (↓) Palatável Considerada cereal seguro para cavalo PB = 11% Custo CEVADA Casca que envolve o grão Finamente moída Fonte de fibra e energia Menor digestibilidade que o milho Menos palatável que milho e aveia PB = 14% Custo LINHAÇA Farelo de linhaça Fonte protéica (PB = 40%) ↓ lisina Alto teor de óleo Fonte de ômega 3 e 6 Óleo de linhaça Efeito laxativo (mucilagem) Oferecimento molhada ??? Cianeto (morte súbita) Processamento SORGO Sorgo em grão Planta jovem = cianeto Casca dura (processamento) Fonte de energia Pobre em fibra PB = 8%; NDT = 67% Taninos (↓ digestibilidade protéica e palatabilidade) Adição de melaço FARELO DE AMENDOIM Subproduto da produção de óleo de amendoim Fonte protéica (PB = 48%) ↓ lisina NDT = 77% Usar até 30 % da proteína da ração Grande risco de aflatoxinas Pouco usado MELAÇO Subproduto da indústria do açúcar Alto teor de umidade e baixo valor energético Palatabilizante Diminui pulverulência Ligante para peletização PB = 3% ↓ lisina 5% da mistura de grãos Nutrição de Eqüinos Fórmula de Concentrado Ingredientes (%) Garanhões Éguas Grão de milho moído 58,50 4,90 Farelo de soja 19,50 19,70 Farelo de trigo 19,5 28,60 Feno triturado 1,50 1,50 Calcário 1,00 1,00 Rolão de milho - 44,30 TOTAL 100 100 Nutrição de Eqüinos Concentrados Éguas em lactação 16% de PB Ingestão de 1 a 2% do PV Relação PB/ED = 55 g/Mcal Potros lactentes 16% de PB Ingestão de 1 a 2% do PV Relação PB/ED = 55 g/Mcal Nutrição de Eqüinos Concentrados Éguas 1/3 final de gestação 14% de PB Ingestão de 0,5 a 1% do PV Relação PB/ED = 55 g/Mcal Potros desmamados 14% de PB Ingestão de 0,5 a 1% do PV Relação PB/ED = 50 g/Mcal Nutrição de Eqüinos Garanhões 14% de PB Ingestão de 1 a 2% do PV Relação PB/ED = 50 g/Mcal IMS = 2,5% (trabalho leve) IMS = 3,0% (trabalho médio) IMS = 3,5% (trabalho pesado) Concentrados Nutrição de Eqüinos Relação concentrado/volumoso na dieta Categoria Volumoso (%) Concentrado (%) Potros até 6 meses 30 70 Potros de 6 a 12 meses 40 60 Potros de 12 a 24 meses 70 30 Éguas em gestação 75 25 Éguas em lactação 55 45 Manutenção 85 15 Trabalho Leve 65 35 Trabalho Médio 50 50 Trabalho Pesado 40 60 Nutrição de Eqüinos CARBOIDRATOS Açúcares, amido e celulose Fontes de energia Excesso = acúmulo excessivo de gordura → excesso de peso → compressão da cartilagem articular → EPIFISITE Nutrição de Eqüinos PROTEÍNAS Aminoácidos essenciais (lisina, metionina, triptofano) Excesso = aumento de amônia no sangue → liberação renal → carreia cálcio → LESÕES RENAIS E CONTRAÇÃO DE TENDÕES Uréia (NNP) = não há utilização da proteína microbiana → Intestino grosso Nutrição de Eqüinos Nutrição de Eqüinos LIPÍDEOS Ausência de vesícula biliar (liberação constante de bile) Energia rapidamente metabolizável (cavalos de esporte) Não oferecer no dia da prova (absorção de eletrólitos) Até 16% na dieta total e 80% no concentrado Nutrição de Eqüinos MINERAIS Relação cálcio/fósforo (2:1 ou 3:1) Suplementar Fe, Zn e Cu Selênio (doença do músculo branco) Relação Ca/Oxalato Mn e Mg → presente nas pastagens Nutrição de Eqüinos VITAMINAS Lipossolúveis (A, D, E K) Hidrossolúveis (complexo B) Suplementação de vitaminas A e E no período seco Complexo B → animais em crescimento ÉGUAS Escore corporal ZERO • Animal emaciado, processos espinhosos, costelas, base da cauda, tuberosidades coxais e ísquios evidentes, PESCOÇO FINO E BAMBO NA BASE, esqueleto visível, sem gordura visível e a palpação. UM Emaciado, leve cobertura gordurosa na base dos processos espinhoso, processos transversos das vértebras lombares arredondados. DOIS Cobertura muscular do pescoço e cernelha são deficientes mas regiões são firmes, processos espinhosos não são visíveis mas são palpáveis. TRÊS Bordo Dorsal do pescoço sem reentrância, dorso nivelado, costelas visíveis mas com cobertura muscular a palpação, sem acúmulo de gordura. QUATRO Pescoço rodado, pregueamento na parte inferior do dorso, gordura sobre cernelha e sob costelas e na inserção da cauda. CINCO Espessamento do pescoço, cernelha empastada, costelas não palpáveis, dorso cheio e plano, gordura macia na base da cauda, pélvis arredondada, gordura na face interna da coxa. ANIMAIS EM ATIVIDADES ATLÉTICAS • Necessita de fornecimento de glicose para trabalho muscular • Dieta: 14% PB Relação PB/ED = 45g/Mcal Fornecimento diário: 1,0 a 2,0% do P.V. • Escore para iniciar trabalho: + 3,5 • Orientações para avaliação - Cavalo que trabalha 1h/dia _ trabalho leve _ 1,0% para escore bom - Até 2hs/dia - trabalho leve-médio _ 1,5% - Superior a 2hs/dia _ trabalho pesado - 2,0% ENERGIA • Trabalho pesado • uso de óleo _ aumenta ED, sem aumentar energia • maior fracionamento da dieta • 500g / 100 Kg PV / fornecimento • 2 Kg / fornecimento ENERGIA REPRODUTORES REPRODUTORES • Avaliar a necessidade conforme número de éguas e, ou inseminação artificial •Iniciar suplementação 30 a 60 dias antes do início da estação de monta • Exemplo: •50 éguas/garanhão _ 1% P.V. • se estiver sentindo _ até 2% P.V. OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!!
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