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teoria geral dos recursos

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05/03/2019
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TEORIA GERAL DOS RECURSOS
PROCESSO CIVIL III
1. Estudo dos recursos: 
Está dividido em duas fases: 
(1) Teoria geral dos recursos: serão examinados o conceito, os
princípios, os efeitos e os requisitos de admissibilidade dos
recursos.
(2) Recursos em espécie: serão analisados os recursos admitidos
no direito processual civil brasileiro.
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2. Conceito: 
Recurso pode ser conceituado como instrumento voluntário e idôneo
a provocar a impugnação e, consequentemente, o reexame de um
decisão judicial com vistas a obter, na mesma relação jurídica
processual a reforma, invalidação, esclarecimento ou integração do
julgado.
Em suma, o recurso é remédio processual voluntário que pode ser
utilizado para reformar, anular ou aperfeiçoar uma decisão judicial
dentro da mesma relação processual que foi proferida.
3. Características do conceito: 
(a) Voluntariedade: não existe recurso obrigatório, pois, só recorre
quem está insatisfeito e pretende provocar o reexame da decisão,
portanto, a parte prejudicada com a decisão tem um ônus, ou seja,
não é obrigado a recorrer.
(b) Instrumento de impugnação de decisão com conteúdo
decisório: o recurso é remédio processual contra decisão judicial
que causa prejuízo a uma das partes, portanto, não se admite
recurso contra despacho. (art. 1.001, CPC)
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(c) Impugnação dentro da mesma relação processual: recurso
não tem natureza jurídica de ação, mas de remédio apresentado no
mesmo processo. Por isso, prolonga o estado de litispendência do
processo à medida que obsta a preclusão ou o trânsito em julgado
da decisão recorrida.
(d) Servem para corrigir erros de forma e conteúdo: o recurso
provoca o reexame da decisão objetivando sua reforma, anulação ou
aperfeiçoamento.
(e) Não é possível inovar nos recursos: como regra geral, não é
possível invocar, no recurso, matéria que não foi discutida ou
questionada no juízo inferior. Exceções: matérias supervenientes
(art. 493, CPC) e força maior (art. 1.014, CPC).
4. Justificativa para um sistema recursal:
O sistema recursal se justifica por: 
(a) Existir falhas ou erros nas decisões judiciais.
(b) Irresignação das partes prejudicadas pela decisão.
(c) Necessidade de uniformizar a aplicação do direito.
(d) Controle das decisões judiciais. 
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5. Objetivo dos recursos:
(1) ERRO DE JULGAMENTO OU ERROR IUDICANDO: Trata de um
equívoco na decisão recorrida. Ocorrendo erro de julgamento o
pedido e eventual resultado do recurso é a reforma da decisão,
portanto, compete ao órgão julgador proferir nova decisão que
substituirá a decisão marcada pelo erro.
(2) ERRO DE PROCEDIMENTO OU ERROR IN PROCEDENDO:
Trata-se de um equivoco no exercício da atividade jurisdicional.
Ocorrendo um vício na atividade de produção da decisão judicial o
pedido e eventual resultado do recurso é a nulidade da decisão,
portanto, compete ao órgão julgador invalidar a decisão para que
outra seja produzida.
(3) OMISSÃO, OBSCURIDADE E CONTRADIÇÃO: Neste casos a
decisão precisa ser aperfeiçoada, assim, o pedido e eventual
resultado do recurso é a integração ou esclarecimento da decisão,
portanto, compete ao órgão integrar a decisão quando omissa e
esclarecer nos casos de obscuridade e contradição.
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6. Princípios recursais: 
Os principais princípios recursais são: 
(1) Duplo grau de jurisdição: 
É princípio implícito na Constituição Federal, pois, decorre de sua
interpretação. (art. 5º, LV e Art. 92, ambos da CF/88).
É princípio que garante o exercício da ampla defesa e o controle das
decisões judiciais, pois, multiplica a possibilidade de impugnação e
possibilita, em tese, que injustiças ou ilegalidade prevaleça dada a
possibilidade de combate-las.
(2) Taxatividade: 
O sistema processual civil adota o sistema da taxatividade recursal,
portanto, todos os recursos estão expressamente previstos em lei.
Em nosso sistema processual civil, são cabíveis, apenas e tão
somente os recurso previstos em lei, portanto, não existe recurso
que não tenha sido criado por lei, assim, o rol de recurso é taxativo:
Em regra, estão previstos no art. 994 do CPC, porém, é possível a
previsão de outros recursos em legislação extravagante. Ex: Lei
9.099/95 – Recurso Inominado.
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(3) Singularidade ou unicidade (unirrecorribilidade):
Para cada tipo de decisão judicial cabe uma e, só uma, espécie de recurso, que o legislador
previu como apropriado para impugná-lo. É que, existe uma correlação entre o ato judicial, seus
vícios e cada um dos recursos.
Portanto, a depender da decisão e do vício que ensejou o reexame existe apenas um recurso
adequado à medida que não se admite a interposição, por exemplo, de mais de um recurso para
a reforma de uma sentença.
Cuidado: é possível a interposição de mais de um recurso contra uma decisão judicial. Ex: de
sentença cabe embargos de declaração e apelação, porém, com objetivos diferentes. REsp e
RE, porém, com objetivos diferentes.
Portanto, de acordo com o princípio da singularidade cada recurso, por assim dizer, tem aptidão
de viabilizar o controle de determinadas decisões judiciais com exclusão dos demais, sendo
vedada – é este o ponto nodal do princípio – a interposição concomitante de mais de um recurso
para o atingimento da mesma finalidade (Cássio Scarpinella Bueno).
(4) Fungibilidade:
Fungível significa que podem ser substituído. Embora exista o
princípio da unirrecorribilidade ou singularidade, em certas situações
é possível a admissão de um recurso inadequado pelo outro, como
se adequado fosse, de modo a não prejudicar o recorrente.
Para sua aplicação exige:
(a) Dúvida fundada a respeito do recurso cabível.
(b) Inexistência de erro grosseiro.
Exemplo: Julgamento primeira fase de prestação de contas (art. 548,
III, CPC)
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(5) Proibição da reformatio in pejus:
É proibido o julgamento fora da provocação recursal que cause gravame
ao único recorrente (princípio do dispositivo - art. 2º, CPC e correlação –
art. 141 e 492).
Portanto, é vedada a reforma da decisão em prejuízo ao recorrente,
assim, não poderá ser agravada a situação de quem interpôs o recurso,
pois, quem recorre pretende melhorar sua situação.
Exceções:
a) Caso ambas as partes interponham recurso contra a decisão, não se
aplica o princípio em comento. É que, tal situação, o provimento de um
recurso em detrimento do outro pode ensejar, nos limites do recursos
interpostos, prejuízo a um dos recorrentes.
b) Constitui exceção ao princípio sob análise a apreciação de questões
de ordem pública, porquanto conhecíveis de ofício em qualquer tempo
e grau de jurisdição (arts. 485, § 3º, e 337, § 5º).
7. Juízo de admissibilidade e mérito: 
O julgamento do recurso se desdobra em duas fases:
(1) Juízo de admissibilidade: está relacionado aos requisitos de
admissibilidade dos recursos, ou seja, o preenchimento dos
pressupostos formais para que o recurso possa ser conhecido.
(2) Juízo de mérito: está relacionado ao enfrentamento dos
argumentos da irresignação do recorrente, ou seja, aos
fundamentos recursais para o provimento ou não do recurso.
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JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
O CONHECIMENTO DO RECURSO
- No juízo de admissibilidade será promovida a verificação dos requisitos
de admissibilidade do recursos, ou seja, dos pressupostos para se
apreciar o mérito.
- O juízo de admissibilidade é preliminar ao mérito, portanto, realizado de
forma prévia ao juízo de mérito.
- Quando preenchido todos os requisitos de admissibilidade o recurso será
conhecido. Por outro lado, ausente um pressuposto de admissibilidade o
recurso não será conhecido.
- IMPORTANTE: Caso se trata de um vício sanável, antes de considerar
inadmissível o recurso, o relator deve conceder o prazo de 5 dias ao
recorrente para que o vício seja sanado ou a documentação completada.
(Princípioda primazia de julgamento do mérito)
Os requisitos de admissibilidade se desdobram em: 
(1) Genéricos: para todos os recursos, a exemplo da tempestividade
e do preparo.
(2) Específicos: exigidos apenas para um ou poucos recursos, a
exemplo do prequestionamento e da repercussão geral.
É que, os recursos devem ser entendidos como desdobramento do
exercício do direito de ação ao longo do processo, portanto, o direito
ao recurso depende da análise de diversos pressupostos, vejamos
os pressupostos genéricos:
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(1) Cabimento e adequação:
O recurso interposto precisa ser cabível contra a decisão impugnada
e adequado para os fins pretendidos.
Em suma, o recurso precisa estar previsto em lei para impugnar
determinada decisão e, ainda, ser adequado para a obtenção do
resultado prático pretendido.
O cabimento e a adequação estão relacionados com o art. 994, pois,
exige que o recorrente interponha recurso cabível em lei e adequado
ao combate da decisão recorrida, sob pena, de inadequação da via
eleita.
(2) Tempestividade: 
Todo recurso deve ser interposto dentro do prazo fixado em lei, sob pena
de preclusão temporal.
A normatização do prazo para a interposição dos recursos está prevista no
art. 1.003, CPC e demais regras referente aos prazos processuais.
Em regra, o prazo para interpor e responder os recurso é de 15 dias, salvo
os embargos de declaração que possui prazo de 5 dias.
Trata-se de prazo peremptório, portanto, não interporto no prazo o recurso
não será conhecido, pois, trata-se de vício insanável.
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(3) Preparo: 
Consubstancia na exigência de recolher e comprovar, no ato de interposição do recursos, o
recolhimento, quando devido, das custas recursais, inclusive, porte de remessa e retorno.
Este requisito está previsto no art. 1.007, CPC.
Importante: não efetivado e comprovado o preparo, poderá ser aplicada a pena de deserção,
ou seja, o não conhecimento do recurso pela ausência de recolhimento do preparo.
Cuidado:
(a) Insuficiência no valor do preparo (art. 1.007, §2º): implica deserção se o recorrente,
intimado, não suprir a diferença no prazo de cinco dias.
(b) Não comprovação do preparo: implica deserção se o recorrente, intimado, não realizar o
recolhimento em dobro, sendo que, neste caso, é vedada a complementação em caso de
insuficiência.
(4) Regularidade formal: 
Compreende a exigência do recurso ser interposto na forma
estabelecida em lei. É que, em algumas situações, a legislação
estabelece formas a serem observadas como forma de garantir a
segurança jurídica.
Em que pese, o Código de Processo Civil valorize o princípio da
instrumentalidade das formas, em regra, a interposição dos recursos
devem respeitar, exemplificadamente, as seguintes formalidades:
(a) Ser interpostos por petição, portanto, na forma escrita.
(b) Impugnar especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
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(5) Legitimidade e interesse: 
Em relação a legitimidade, o recurso deve ser interposto por quem
possui, nos termos da lei, o poder de recorrer. Trata-se da aptidão
para interpor o recurso.
Por outro lado, o interesse está pautado na exigência de que o
recurso interposto seja útil (possa trazer alguma vantagem prática) e
necessário (seja a única forma de se obter a vantagem aspirada) ao
recorrente.
É importante destacar que, tanto a legitimidade como o interesse
estão previstos no art. 996, CPC.
(6) Inexistência de fato extintivo ou impeditivo: 
A inexistência de fato extintivo ou impeditivo se consolida na
exigência de que não tenha ocorrido fato que conduza a extinção do
direito de recorrer ou que impeça a sua admissibilidade.
São exemplos da fato extintivo a renúncia ao direito de recorrer. Por
outro lado, são exemplos de fato impeditivo a desistência do recurso,
o reconhecimento do pedido.
É importante analisar os arts. 998, 999 e 1.000, CPC.
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JUÍZO DE MÉRITO
ANÁLISE DO MÉRITO RECURSAL
Preenchido os requisitos de admissibilidade o recurso será
conhecido, assim, será analisado o mérito do recurso com o exame
do pedido de reforma, nulidade ou integração da decisão judicial.
Neste caso, o órgão julgador poderá dar provimento ao recurso caso
seja acolhida o pedido recursal ou negar provimento ao recurso em
caso de rejeição do pedido recursal.
O mérito se relacionada com a pretensão recursal, isto é, o objetivo
que se pretende alcançar com a interposição do recurso, sendo que,
poder ser:
(a) Reforma da decisão.
(b) Nulidade da decisão.
(c) Integração ou esclarecimento da decisão nos embargos de declaração.
A pretensão recursal está ligada a causa de pedir do recurso,
portanto, aos fatos e fundamentos que autorizam a reforma,
invalidação, integração ou esclarecimento da decisão recorrida.
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A causa de pedir de um recurso pode ser: 
(a) Erro de julgamento (error in iudicando): É um equivoco no julgamento,
dada a má interpretação da questão de direito ou de fato. Aqui o Juiz decidiu
mal, apreciou mal aquilo que foi submetido para ser decidido.
Esse erro enseja o pedido de reforma da decisão recorrida, portanto, se acolhido
a decisão será reformada.
(b) Erro de procedimento (error in procedendo): É o vício de atividade, que
revela um defeito da decisão. Trata-se de um defeito formal, portanto, não diz
respeito ao conteúdo do ato, mas a condução do procedimento e forma do ato
processual.
Neste caso, o pedido é de nulidade da decisão, portanto, se acolhido a decisão
anulada.
Efeito do julgamento: 
Importante: Caso o recurso seja provido, a reforma da decisão, de
acordo com o professor Alexandre Freitas Câmara, produzirá dois
efeitos:
a) SUBSTITUTIVO: quando acolhido o pedido de reforma da
decisão se opera a substituição da decisão recorrida pela decisão
que julgou o recurso, isso porque, não pode existir duas decisões
com o mesmo objeto. (art. 1.008, CPC).
b) RESCINDENTE: o acolhimento do pedido de nulidade da decisão
acarreta a necessidade de ser proferida uma nova decisão.
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8. Efeitos dos recursos: 
É importante destacar que, a interposição dos recurso, acarreta a
produção dos seguintes efeitos:
(1) Impeditivo ou obstativo:
A interposição do recurso impede o trânsito em julgado da decisão.
Portanto, prolonga o estado de litispendência do processo à medida
que impede a preclusão da decisão recorrida ou seu trânsito em
julgado.
Cuidado: apenas recursos cabíveis e tempestivos impedem o
trânsito em julgado.
(2) Devolutivo: 
A interposição e admissibilidade do recurso transfere ao órgão
julgador o conhecimento da matéria recorrida. Este efeito é comum a
todos os recursos, pois, é da essência deles provocar o reexame da
decisão.
Em suma, o efeito devolutivo equivale a transferência da matéria ou
renovação do julgamento para o mesmo ou outro órgão jurisdicional
(Fredie Didier Jr.)
É importante destacar que, o efeito devolutivo pode ser examinado
em duas dimensões:
(a) Extensão ou dimensão horizontal.
(b) Profundidade ou dimensão vertical.
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(a) Extensão (dimensão horizontal): é determinada pela amplitude da impugnação.
Essa dimensão é determinada pelo recorrente, pois, aplica o princípio “tantum
devolutum quantum apellatum”.
Em suma, a extensão do efeito devolutivo determina-se pela extensão da impugnação à
medida que só devolve ao órgão competente a possibilidade de reexaminar, apenas, a
matéria expressamente impugnada, pois, o recurso pode impugnar no todo ou em parte
a decisão recorrida (art. 1.002, CPC)
É importante destacar que, a extensão delimita o que pode ser reexaminado no recurso.
(b) Profundidade (dimensão vertical): determina as questões que deverão ser
examinadas pelo órgão julgador ao decidir o recurso, portanto, identifica e delimita o
material que o tribunal poderá enfrentar para decidir.
Em suma, relaciona-se com o objeto de conhecimentodo recurso, ou seja, as
questões que pode ser enfrentadas no capítulo impugnado. No caso, a profundidade do
recurso independe da vontade das partes, pois, está delimitada na lei como todas as
questões suscitadas e discutidas no processo juntamente com as matérias de ordem
pública. (art. 1.013, §1º e 2º, CPC)
Importante: 
O tribunal poderá apreciar todas as questões que se relacionarem
àquilo que foi impugnado, portanto, o recorrente estabelece a
extensão do recurso, mas, não a sua profundidade. (Fredie Didier Jr.)
(3) Suspensivo:
Diz respeito a possibilidade ou não da decisão recorrida gerar efeitos
enquanto não for julgado o recurso. É que, se o recurso for dotado
de efeito suspensivo a decisão impugnada se mantém ineficaz, ou
seja, não produz efeitos.
Os recursos somente possuem efeito suspensivo se houver previsão
legal nesse sentido ou decisão judicial que o conceda, vejamos:
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Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão,
salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido
diverso.
Portanto, como regra, os recursos não possuem efeito suspensivo,
salvo quando houver previsão legal ou decisão judicial em sentido
diverso.
Com isso, é possível afirmar que o efeito suspensivo pode ser
atribuído por lei (ope legis) a exemplo do recurso de apelação (art.
1.012, CPC) ou por decisão judicial (ope judicis) na hipótese do art.
995, parágrafo único, do CPC
(4) Regressivo ou iterativo: 
É aquele que permite ao juiz o exercício de retratação, ou seja, que 
reveja a decisão recorrida como ocorre nos seguintes recursos:
(a) Agravo de instrumento (art. 1.018, §1º, CPC)
(b) Apelação nas hipóteses de indeferimento da inicial (art.
331, CPC) e nas sentenças que extingue o processo sem
resolução do mérito (art. 484, §7º).
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9. Recurso adesivo: 
Existe duas forma de interposição de um recurso no CPC: (a)
independente e (b) adesiva.
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no
prazo e com observância das exigências legais.
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por
qualquer deles poderá aderir o outro.
Portanto, o recurso adesivo não é uma espécie de recurso, mas forma de
interposição, tanto que, o recurso adesivo é exatamente o mesmo recurso
que poderia ser interposto autonomamente. A única diferença é a técnica
de interposição.
Cuidado: para que um recurso seja interposto pela forma adesiva é preciso o
preenchimento dos seguintes requisitos:
(a) Sucumbência recíproca;
(b) Só uma das partes tiver recorrido;
(c) Diante de apelação, recurso especial e recurso extraordinário.
Importante:
● O recurso adesivo é subordinado ao recurso principal (art. 997, §2º,
CPC).
● O recurso adesivo é inadmissível se a parte já interpôs recurso
autônomo, dada a preclusão consumativa.
● A interposição do recurso adesivo deve ser acompanhada da palavra
adesivo e interposto simultaneamente às contrarrazões do recurso
principal, sob pena de preclusão consumativa.
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10. Sucumbência recursal: 
O Código de Processo Civil prevê a chamada sucumbência recursal, nos termos do art. 85, §11, do
CPC:
“O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau
recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários
devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento”.
No caso, tendo o recorrente dado causa a uma demanda recursal, porém, não sendo esta acolhida
haverá uma majoração dos honorários de sucumbência fixados em primeiro grau. É importante destacar
que, o valor total dos honorários não poderá superar o percentual de 20%.
Fredie Didier Jr. informa que a sucumbência recursal, com a majoração dos honorários, só ocorre
quando o recurso for inadmitido ou não provido, mantida a decisão recorrida. Caso o recurso seja
conhecido e provido, havendo a reforma da decisão, haverá a inversão da sucumbência, neste caso, a
condenação se inverte.

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