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Microeconomia II – Aula 17 Decisão em contexto de incerteza ∗ Incerteza ∗ Distribuição de probabilidades e estados da natureza / resultados ∗ Atividade seguradora ∗ Plano de consumo contingente ∗ Restrição orçamental e curvas de indiferença ∗ Utilidade esperada ∗ Função de utilidade esperada ou de von Neumann‐ Morgenstern ∗ Bibliografia: Varian (cap. 12) Sumário 2 ∗ Incerteza: ∗ conhecemos os resultados / estados da natureza futuros que poderão ocorrer, não com certeza, mas com um certo grau de probabilidade conhecido ∗ As decisões terão de ser tomadas sem saber que estado da natureza existirá no futuro, mas conhecendo a distribuição de probabilidade da ocorrência dos vários resultados possíveis Incerteza 3 ∗ Dotação inicial de riqueza: €100. 2 opções: ∗ guardá‐los; ∗ apostar €5 numa lotaria com um prémio de €200. ∗ 1.ª opção: situação com certeza de termos €100 no futuro ∗ 2.ª opção: estamos a escolher uma distribuição de probabilidades de riqueza futura, logo incerta ∗ Com probabilidade p1 (probabilidade de ganharmos a lotaria), teremos no período seguinte €100 ‐ €5 + €200 = €295 ∗ Com probabilidade p2 = 1 – p1 (probabilidade de não ganharmos a lotaria), teremos no período seguinte €100 ‐ €5 = €95 ∗ Neste caso, os resultados são mutuamente exclusivos. Incerteza – Exemplo A 4 ∗ Proprietário(a) de um automóvel no valor de €35.000 ∗ probabilidade de 1% de o automóvel ser danificado (num acidente, numa tempestade, …) e de o proprietário ter de incorrer num custo de €10.000 (para o reparar ou em desvalorização do próprio automóvel). ∗ O facto de ser proprietário do automóvel, independentemente de quaisquer outras ações já coloca o seu proprietário perante uma distribuição de probabilidades associada aos dois resultados futuros possíveis. ∗ Com probabilidade p1 = 0,01, a riqueza do indivíduo será de €25.000 ∗ Com probabilidade p2 = 0,99, a riqueza do indivíduo será de €35.000 Incerteza – Exemplo B 5 ∗ A atividade das companhias de seguros permite alterar esta distribuição. ∗ Assuma‐se que existe um seguro disponível que por cada €1 de prémio assegura uma indemnização de €100 em caso de ocorrência do sinistro. ∗ O indivíduo tem agora a possibilidade de segurar toda a eventual perda de €10.000, pagando um prémio de €100. ∗ Nova distribuição de probabilidade: ∗ Com probabilidade p1 = 0,01, a riqueza do indivíduo será de €25.000 + €10.000 ‐ €100 = €34.900 ∗ Com probabilidade p2 = 0,99, a riqueza do indivíduo será de €35.000 ‐ €100 = €34.900 Incerteza – Exemplo B 6 ∗ Nova distribuição de probabilidade: ∗ Com probabilidade p1 = 0,01, a riqueza do indivíduo será de ∗ Com probabilidade p2 = 0,99, a riqueza do indivíduo será de ∗ Ele pode também escolher só segurar parte da perda potencial de modo a poupar no prémio do seguro. : valor da indemnização em caso de ocorrência do sinistro : prémio do seguro : rácio entre os valores do prémio e da indemnização (associado à probabilidade de ocorrência do sinistro) Incerteza – Exemplo B 7 K Kγγ KK γ−+25000 Kγ−35000 ∗ Plano de consumo contingente ∗ Combinação de riqueza possíveis contingentes no estado da natureza que vier de facto a ocorrer e que determinam as possibilidades de consumo do indivíduo no futuro. ∗ A atividade seguradora permite‐lhe ter mais possibilidades de escolha de planos de consumo contingentes para além da sua situação (dotação) inicial. Plano de consumo contingente 8 ∗ Cg: Consumo (valorizado em unidades monetárias) se o sinistro não ocorrer (estado da natureza / resultado bom [good state]) ∗ Cb: Consumo (valorizado em unidades monetárias) se o sinistro ocorrer (estado da natureza / resultado mau [bad state]) Plano de consumo contingente 9 ∗ Por cada de valor da indemnização, está‐se a abdicar de certeza de de Cg (caso o sinistro não ocorra) em troca de de Cb (caso o sinistro ocorra). Inclinação da restrição orçamental 10 K€ Kγ€ ( )KK γ−€ γ γ γ γ −−=−−=Δ Δ 1KK K C C b g γ γ −= = 1 g b C C P P Preço do consumo adicional com ocorrência do sinistro Preço do consumo adicional sem ocorrência do sinistro A inclinação da restrição orçamental dá o rácio de troca entre consumo nos dois estados da natureza que poderão eventualmente ocorrer ∗ Restrição orçamental: Inclinação da restrição orçamental 11 ≡ΩbC consumo no estado da natureza “mau” (se o sinistro ocorrer) na dotação inicial bgg bgbg gbgb CCC CCCC CCCC ×⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ −−=⇔ ⇔×⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ −−+×⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ −=⇔ ⇔+×⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ −=+×⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ − ΩΩ ΩΩ γ γ γ γ γ γ γ γ γ γ 1 11 11 max ≡ΩgC consumo no estado da natureza “bom” (se o sinistro não ocorrer) na dotação inicial ≡maxgC consumo “máximo” no estado da natureza “bom” (se o sinistro não ocorrer) ∗ Para determinar o ponto ótimo do consumidor temos de ter em conta as suas preferências relativamente à distribuição dos consumos pelos estados da natureza passíveis de ocorrer. ∗ Justificação da convexidade das curvas de indiferença: preferência por um consumo constante, independentemente do estado da natureza que venha a ocorrer, em vez de situações de tudo ou nada. Escolha óptima do consumidor 12 ∗ O valor que se dá a um nível de consumo num determinado estado da natureza depende da sua probabilidade de ocorrência. ∗ Que utilidade retiram do consumo potencial de €1.000.000 do prémio do euro milhões se jogarem? ∗ Consideremos uma função utilidade que depende dos níveis de consumo em cada estado da natureza ( ) e da sua probabilidade de ocorrência ( ). Utilidade esperada 13 ic iπ ( )2121 ,,, ππccu ∗ Função de utilidade esperada (ou de von Neumann‐ Morgenstern) ∗ Valor esperado das utilidades em cada estado da natureza possível ∗ Assume indiferença relativamente à distribuição do consumo pelos estados da natureza possíveis ∗ A função de utilidade esperada é aditiva em relação aos consumos nos diferentes estados da natureza, i.e., o valor do consumo num estado da natureza é independente dos outros estados da natureza que não ocorrem. Utilidade esperada 14 ( ) ( ) ( )22112121 ,,, cvcvccu ππππ += ∗ Taxa marginal de substituição entre os consumos nos vários estados da natureza possíveis ∗ Para dois acontecimentos mutuamente exclusivos e complementares Utilidade esperada 15 ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 2 1 1 1 2 2121 1 2121 , ,,, ,,, 21 c cv c cv c ccu c ccu TMS cc ∂ ∂ ∂ ∂ −= ∂ ∂ ∂ ∂ −= π π ππ ππ ( ) ( ) ( )22112121 ,,, cvcvccu ππππ += ( ) ( ) ( ) 2 2 1 1 1 1 , 1 21 c cv c cv TMS cc ∂ ∂− ∂ ∂ −= π π ∗ Escolha do plano de consumo contingente ótimo ∗ Problema do consumidor Escolha ótima 16 ( ) ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ ×⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ −−= bgg gbCC CCCts CCU gb γ γ 1 .. ,max max , ( ) ( ) γ γ ππ ππ γ γ −−= ∂ ∂ ∂ ∂ −⇔−−= 1,,, ,,, 1 2 2121 1 2121 , 21 c ccu c ccu TMS cc ∗ Regra de ótimo
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