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Obrigacao Tributaria e Credito Tributario

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NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO 
 
 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
Coordenação Pedagógica – IBRA 
 
 
 
 
DISCIPLINA 
 
 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
2 
 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
1. Obrigação tributária: o art. 113 do CTN começa a tratar da obrigação tributária. 
infelizmente, o caput deste artigo já apresenta uma classificação (que não deve, via de regra 
ser feita pela lei, mas sim pela doutrina e atividade jurisprudencial). Pode-se dizer que 
obrigação tributária é uma relação jurídica, em que há um credor (no caso o Fisco ou 
Administração Tributária) e um devedor (o sujeito passivo, como por exemplo o contribuinte). 
Esta expressão também pode significar o dever que surge para o devedor a partir do momento 
em que ele realiza o fato tributável (o Fato Gerador, doravante FG, conforme será visto adiate). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
2. Principal x acessória: o art. 113 define que a obrigação tributária pode ser principal ou 
acessória. A principal, nos termos do §°1° do art. 113 CTN surge em decorrência de um fato 
gerador e tem como objeto o pagamento de quantia pecuniária, seja o tributo, seja a multa. 
''Dá-se o nome de obrigação tributária principal ao vínculo jurídico que se inaugura pela 
ocorrência de um fato previamente descrito em lei e em função do qual o Estado (sujeito ativo) 
tem o direito de constituir contra o particular (sujeito passivo) um crédito, para que este 
assuma tanto o dever de lhe prestar dinheiro quanto a respectiva responsabilidade patrimonial 
(LOPES, 2012, p. 163). 
 
 
 
 
1 
Disponível em: http://www.terceirosetoronline.com.br/regime-tributario/. Acesso em 22/07/2014. 
3 
 
 
Já a obrigação acessória, segundo o art. 113§2°decorreria diretamente da lei e teria como 
objeto prestações positivas ou negativas no interesse da arrecadação ou fiscalização 
tributária, ou em outras palavras, e seria o dever de fazer algo ou deixar de fazer algo (guardar 
livros contábeis, fornecer cupom fiscal, permitir a entrada da fiscalização do recinto, portar 
nota fiscal quando do transito de mercadorias, emitir declaração de Imposto de Renda, etc.). 
Deve-se atentar que diferentemente do direito civil, no Direito Tributário a regra o acessório 
segue o principal não é muito precisa. É que pode existir dever tributário acessório 
independentemente de um dever tributário principal: como vimos nas imunidades, os sujeitos 
imunes nunca pagam determinados tributos, mas mesmo assim devem realizar várias 
prestações (fazeres e não fazeres) em relação a Administração, já que devem manter 
escrituração contábil, não podem mandar dinheiro ao exterior, devem investir qualquer tipo de 
renda em suas atividades principais (art. 141 CTN). Ou seja, surgem para eles obrigações 
tributárias acessórias mesmo que não existam obrigações tributárias principais (dever de 
pagar tributo). 
3. Equiparação da multa ao dever de pagar tributo como obrigação principal: Ocorre 
que ao colocar pagamento pecuniário como objeto da obrigação principal, além do pagamento 
do tributo, as multas também podem ser consideradas obrigações tributárias principais (porque 
se cumpre o dever relacionado a multa com o pagamento de uma quantia em dinheiro). Com 
isto, se incluiu na obrigação tributária principal tanto o pagamento do tributo quanto o 
pagamento de multa. Ora, a obrigação tributária surge de uma relação jurídica relacionada a 
tributo, sendo que o pagamento do tributo é, na verdade, o seu principal, mais importante ou 
mais relevante objeto. E sabe-se conforme já visto, que o artigo 3° do CTN determina que 
tributo não pode decorrer de sanção de ato ilícito. Ou seja, a obrigação tributária principal pode 
surgir de algo que não é tributo (multa é sanção por ato ilícito). Em outras palavras, ao definir 
que o objeto da obrigação tributária principal é qualquer pagamento em dinheiro, além do 
pagamento do tributo (que é o principal dever decorrente da obrigação tributária) incluíram-se 
 
4 
 
 
os pagamentos de multas e penalidades, passando a existir obrigações ou deveres principais 
tributários que não eram decorrentes de tributos (mas sim das penalidades). Ao invés de fazer 
esta confusão acima descrita, seria muito mais simples que se afirmasse que a obrigação 
tributária principal é aquela relacionada ao pagamento de tributo e que o pagamento de multa 
não era obrigação tributária principal, mas teria o seu processo de cobrança e pagamento 
igual ao do processo de cobrança e pagamento da obrigação tributária principal. Mas 
infelizmente, não é assim que o texto da lei trata o referido tema. 
 
 
4. Transformação da obrigação tributária acessória em principal (art. 113§3° CTN): 
dado que a obrigação principal é relacionada a pagamento, uma obrigação tributária acessória 
pode se tornar obrigação tributária principal. É que o descumprimento de qualquer dever 
tributário (fazer ou não fazer, como acima descrito) é considerado uma infração, e da infração 
surge o dever de pagamento de multa, que é um pagamento em dinheiro. Em outras palavras, 
se eu descumpro o dever de escriturar, por exemplo, estou descumprindo uma obrigação 
tributária acessória, mas este descumprimento é considerado infração, que gerará uma 
conseqüência, o dever de pagamento de uma quantia em dinheiro. Ora, o descumprimento do 
dever acessório criou o dever de cumprimento de um dever principal: o pagamento da 
penalidade. 
5. Expressão fato gerador como causador da obrigação tributária: no §1° do art. 113 
determina que a obrigação tributária principal surge da ocorrência do Fato Gerador. 
a) Dualidade da expressão fato gerador: normalmente, quando se usa a expressão Fato 
Gerador está tendo-se em conta a descrição que uma determinada lei faz a respeito de um 
fato, situação ou negócio jurídico que gerará conseqüências jurídicas. Logo, Fato Gerador 
Tributário é a descrição legal de um fato, situação ou negócio jurídico que gerará 
conseqüências tributárias. Um sinônimo para esta expressão é hipótese de incidência (outra 
expressão pouco usual ou nada usual na linguagem popular). Comparando com o Direito 
 
5 
 
 
Penal, no caso do homicídio, o FG, há a descrição legal de que que se matar alguém, deverá 
se submeter a pena de 6 a 20 anos. Em outras palavras, matar alguém é uma conduta 
descrita pela lei penal que gera uma conseqüência jurídica, sofrer pena de 6 a 20 anos. No 
caso do Direito Tributário, ser proprietário de imóvel no 1° dia do ano é uma situação que a lei 
tributária estabeleceu uma conseqüência, o dever de pagar o IPTU. Pode-se dizer, a grosso 
modo, que ter propriedade imóvel em zona urbana, no 1° dia do ano, é o FG do IPTU (é o fato 
que cria o dever de pagar IPTU ao município). Mas nem sempre a expressão FG está se 
referindo a descrição legal de um fato tributável: é que em vários momentos o CTN e outras 
legislações utilizam a expressão FG com um outro sentido, o sentido da ocorrência concreta 
da situação descrita na norma. Ou seja, usa-se a expressão não com o sentido da descrição 
da situação legal, mas da ocorrência concreta de um fato que preenche a descrição legal. 
Analise as seguintes frases para tentar identificar a diferença: 
FG (descrição legal): o mútuo (empréstimo) não pode ser considerado uma operação de 
circulação de mercadoria, visto que nele não há transferência da propriedade/titularidade do 
objeto (a coisa vai e volta pro dono, então não há circulação jurídica, já que o dono permanece 
o mesmo; verbas indenizatórias (indenizações por danos morais e materiais, adicional 
insalubridade e periculosidade) não são atingidas pelo Imposto de renda, já que o imposto 
incide sobre a renda, e no caso das indenizações não há aumentode patrimônio, mas tão 
somente recomposição de um patrimônio que foi diminuído. 
FG (ocorrência na situação concreta): mas não houve transferência ou compra e venda, eu 
apenas emprestei meu imóvel para a referida senhora, e portanto, não temos que pagar ITBI. 
Nas primeiras situações está se discutindo se um determinado instituto, situação ou negócio 
jurídico faz parte da descrição legal, se determinada situação é ou não abarcada pelo conceito 
presente na descrição legal. 
Já na segunda situação não se está discutindo a abrangência de um determinado texto legal, 
 
mas sim se, num caso concreto, determinado fato em concreto ‘‘bate’’ ou ‘‘não bate’’, encaixa 
 
6 
 
 
ou não encaixa no que a lei previu. Em outras palavras, numa primeira situação se discute 
qual a amplitude, qual a extensão da descrição legal, e numa segunda, se o fato concreto em 
análise é o mesmo que está na descrição legal. 
Deve-se salientar que a diferença é tênue, porém, as vezes a legislação utiliza a expressão 
FG se referindo a descrição da lei, e outras vezes, se referindo a realização da situação em 
concreto. 
 
 
b) Elementos do fato gerador da obrigação principal: a obrigação tributária principal 
(relacionada ao pagamento de tributo) surge quando se realiza um fato descrito na lei como 
tributável: adquirir renda (FG do IR), transmitir bens em razão de morte ou doação (ITCMD), 
industrializar produtos (FG do IPI), circular mercadorias (ICMS), ter propriedade imóvel na 
zona rural (ITR), ter propriedade imóvel na zona urbana (IPTU), etc. Em razão do princípio da 
legalidade tributária, somente podem ser tributáveis as situações abarcadas pela lei, ou seja, 
descritas na lei. Estas situações, negócios, operações, fatos podem ser analisados sob vários 
aspectos, e todos estes aspectos tem que ser previstos na lei tributária para que o FG seja 
uma descrição clara, transparente e cognoscível, caso contrário, viola-se o princípio da 
legalidade material (não se pode tributar por um fato não previsto exaustivamente em lei). 
 
 
Elemento material: o elemento material é o núcleo da situação, fato, negócio ou operação 
que foi determinada pela legislação como tributável. Ele muitas vezes se confunde com o 
nome do tributo como por exemplo: adquirir renda (elemento material do IR), transmitir bens 
em razão de morte ou doação (elemento material do ITCMD), industrializar produtos (elemento 
material do IPI), circular mercadorias (elemento material do ICMS), ter propriedade imóvel na 
zona rural (elemento material do ITR), ter propriedade imóvel na zona urbana (elemento 
material do IPTU), etc.Tal elemento deve, primeiro momento ser compatível com a repartição 
de competências constitucionais, e além disto, estar bem definido na lei tributária. Somente 
 
7 
 
 
podem ser atingidos os fatos, primeiro, respeitem a repartição de competências 
constitucionais, e segundo, estejam previstos em lei. O ISS é o Imposto sobre Serviços (art. 
156 CF). Dada a competência dos municípios para estabelecê-lo, como sabemos, ela somente 
atinge as prestações de serviço, não podendo atingir, por exemplo, operações financeiras. 
Além disto, deve-se prever, na lei do ISS, quais prestações de serviço são atingidas pelo 
referido tributo. Por exemplo, se o serviço de consultoria advocatícia estiver previsto na lei do 
ISS, ele deverá ser atingido pela tributação, mas caso contrário, não poderá ser atingido. 
 
 
Elemento temporal (ver art. 116 CTN – FG de fato x FG de direito): deve-se levar em conta 
que todo fato tributável ocorre em algum momento do tempo. Em razão disto, a lei tributária 
estabelece que, caso o fato ocorra (caso o elemento material ocorra) num determinado 
período do tempo, ele será tributável. É isto que acontece com o IPTU, visto que o IPTU 
somente surge no 1° dia do ano (sendo este o seu elemento temporal). Ou seja, somente 
surge o dever de pagar o IPTU para um determinado contribuinte se o mesmo for proprietário 
de imóvel localizado na zona urbana, e que o seja no 1° dia do ano. 
. No FG de direito, o advento de condição resolutiva é irrelevante, mantendo-se a tributação do 
fato (art. 117, II CTN). Interpretação econômica do FG (art. 118 CTN): ‘‘a interpretação deverá 
ser realizada abstraindo-se a validade dos atos efetivamente praticados e os efeitos 
efetivamente ocorridos’’. Dispositivo deveria ter sido revogado, pois intenta permitir a 
interpretação econômica. Como abstrair a validade sendo que o art. 116 e 117 apresentam a 
importância dos atos e seus efeitos para constituição do FG do tributo? O art. 116 § único 
permite ao Fisco desqualificar as formas simuladas. Mas quem poderia fazer esta 
desqualificação? A administração ou somente o legislador? Como vigora entre nós o princípio 
da legalidade/tipicidade, somente o legislador. 
 
8 
 
 
Elemento espacial: é o local onde determinada relação jurídica se torna tributável, já que tudo 
acontece num determinado lugar. Um determinado fato, ainda que revista todos os caracteres 
previstos na descrição legal, se não der em lugar nela previsto implícita ou explicitamente, não 
será fato tributável (ATALIBA, 2000, p. 105). Pode-se dizer que o elemento espacial do IPTU é 
o imóvel se situar em área urbana do município, isto quer dizer que somente existe o dever de 
pagar IPTU sobre os imóveis que estejam localizados na área urbana, e, além disto, somente 
o município onde se localiza o imóvel pode exigir o referido imposto. Outro exemplo seria o 
caso do IPVA, cujo elemento material é o estado do registro do veículo, o que quer dizer que 
se determinado veículo é registrado no estado B, por mais que trafegue no estado C, o seu 
IPVA será devido ao estado B. 
 
 
Sujeito passivo: sujeito passivo é aquele que tem o dever de pagar o tributo. Pode ser 
subdividido em 2 espécies: contribuinte e responsável. O contribuinte é aquele que realiza o 
fato gerador, e, que em razão desta realização, deve pagar o tributo. Já o responsável é 
aquele que tem relação direta com a realização do fato gerador, não o realizou, mas em 
virtude de exigência legal deve pagar o tributo de outro. Como exemplo de contribuinte 
podemos elencar o proprietário do veículo, via de regra, é o contribuinte do IPVA. Ou seja, o 
tributo incide sobre uma relação jurídica entre o proprietário e um objeto, no caso um 
automóvel, e este proprietário tem por lei o dever de pagar o tributo. Como exemplo de 
contribuinte podemos elencar vários exemplos, mas um simples de entender são os pais pelos 
tributos devidos pelos filhos menores. Imagine que determinada criança de 6 anos receba, via 
testamento, o legado (herança) de um parente distante, de altíssimo valor. Por mais que os 
pais administrem a referida herança, ela é de propriedade da referida criança. Supondo que 
hajam vários imóveis e não se pague o IPTU deles. Ora, o proprietário dos imóveis é a 
criança, e logo, ela, como contribuinte, como aquele que realiza o FG, tem o dever de pagar o 
tributo, ou seja, o patrimônio dela é que gera a obrigação de pagar e deve suportar o 
 
9 
 
 
pagamento. Imagine que o IPTU dos referidos imóveis não foi pago, e não há mais dinheiro 
mais para pagá-lo, nesse caso a dívida que foi criada pelo patrimônio da criança, atingirá 
também os pais. Ou seja, uma dívida criada pelo patrimônio da criança atingirá o patrimônio 
dos pais. Outro exemplo é o caso de substituição tributária, em que o empregador deve 
repassar ao fisco as quantias devidas antecipadamente pelos empregados a título de renda. 
No caso, os empregados é que obtem renda, mas é o empregador, como responsável na 
modalidade de substituição, é que tem o dever de realizar o pagamento. 
 
 
Base de cálculo: é uma medidado aspecto material, é ''uma grandeza apreciável mensurável 
do aspecto material'' (ATALIBA, 2000, p. 109). É a quantificação econômica do conceito que 
determina a imposição do tributo. No caso do IPTU, que atinge os imóveis urbanos, a base de 
cálculo é o valor do imóvel, valor este que é determinado através de características como 
tamanho, localização, divisões, função e vários outros. No caso do IPVA, que incide sobre a 
propriedade de veículo automotor, a base de cálculo é o valor do veículo. No caso do ITBI, que 
incide sobre a transmissão onerosa de bens imóveis, a base de cálculo é o valor da operação, 
o valor de compra e venda do referido imóvel. 
 
 
Alíquota: apesar de a base de cálculo já ser um aspecto quantitativo do tributo, a alíquota é o 
mais importante, já que a mesma é o ''critério indicativo de uma parte, fração'' da base de 
cálculo (ATALIBA, 2000, p. 113). Logo, o tributo deriva-se da ocorrência de um determinado 
fato ou situação, que tem como ser avaliado economicamente, e portanto tem uma base de 
cálculo, e parte desta base de cálculo vai ser devida para pagamento do tributo. No caso do 
IPVA, incide sobre a propriedade de veiculos automotores, a sua base de cálculo é o valor do 
veículo, e a alíquota, por exemplo é de 2%. Portanto, deve-se o IPVA porque se há 
propriedade sobre um veículo automotor, esta propriedade pode ser quantificada/tem como 
base de cálculo o valor do veículo (normalmente o preço da tabela FIPE), e parte deste valor, 
 
10 
 
 
desta base de cálculo, deve ser recolhido aos cofres públicos, no caso, 2%. Se João tem um 
carro em seu nome, ele é proprietário, o IPVA é devido, sendo que o critério para avaliar a 
propriedade (base de cálculo) é o valor do carro, que no exemplo custa R$ 10.000,00. 
Aplicando-se a alíquota a base de cálculo, chega-se ao valor de tributo devido: R$ 10.000,00 X 
2% = R$ 200,00. 
 
 
Sujeito ativo (art. 119 CTN): é quele que pode cobrar o referido tributo. Deve-se tomar 
cuidado a respeito da diferença entre competência tributária e capacidade tributária ativa, já 
que na primeira o ente estatal tem o poder de criar o tributo e cobrá-lo, e na segunda, o ente 
estatal somente tem o poder de cobrar o tributo, mas não tem como criá-lo. Normalmente, 
quem cria/legisla um determinado tributo tem o direito de recebê-lo mas há casos na 
legislação e até na própria Constituição que determiados agentes criam o tributo, mas o 
mesmo é cobrado por outro. O caso do ITR é interessante, já que o mesmo é instituído pela 
União, mas é cobrado pelos municípios. 
 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
1. Conceito de crédito tributário: o crédito é a outra parte da obrigação, se ao tratarmos 
da obrigação, anteriormente, foi dito que esta é o dever do contribuinte de cumprir algo (pagar 
ou fazer), no caso do crédito, é o direito do fisco de exigir o adimplemento. 
2. Relação entre crédito tributário (CT) e obrigação tributária (OT): Normalmente, 
quando surge o dever para o devedor, surge também o poder de exigir para o credor. No caso 
da obrigação principal é o direito de exigir o pagamento do tributo. Ver art. 118 CTN = crédito 
surge conjuntamente com a obrigação principal. Ora, de nada adiantaria prever um dever sem 
prever um exigir de alguém, prever uma prestação pecuniária sem prever que alguém pode 
exigir este dinheiro. Para todo dever há a possibilidade de exigir. Ocorre que para existir o tal 
 
11 
 
 
dever de exigir o crédito, o CTN cria uma situação um tanto quanto complexa: afirma que o 
crédito tributário é constituído pelo lançamento (art. 142 CTN). Neste caso, então,o que ocorre 
é uma dissociação, feita pela lei, entre o surgimento do dever de pagar e o surgimento do 
direito de cobrar. Se o crédito é constituído por este tal lançamento (que é a documentação da 
dívida), pode-se dizer que já existe o dever de pagar mas ainda não há direito de exigir a 
quantia (um dever do devedor mas ainda sem direito do credor). Esta divisão é relevante, pois 
facilita, por exemplo, a explicação da substituição tributária (ou de responsabilidade 
subsidiária): há um dever de pagar, mas surge o direito do fisco de cobrar somente do 
substituto ou do responsável. O problema é que não seria necessário tratar com esta 
dualidade, o crédito tributário poderia ser visto simplesmente como a outra face da obrigação 
tributária (e não como uma nova relação jurídica, conforme visto acima). Mas não foi o que 
prescreveu o CTN, que determinou que o lançamento constitui o crédito. Ou seja, com a 
realização do FG, cria-se a OT, mas o fisco somente terá o direito de cobrá-la/exigi-la após 
realizado o lançamento (o dever do devedor e o direito do fisco não nascem no mesmo 
momento). E o que seria lançamento então? 
3. Conceito de lançamento (ver art. 142 CTN): ato que escritura, formaliza a dívida 
tributária. É a documentação necessária para que o sujeito ativo possa exercitar atos de 
cobrança. Apesar de surgir o dever de pagar com a realização da HI ou do FG, na maioria das 
vezes, a lei tributária não fornece ao credor, a administração tributária, o direito de exigir o 
pagamento a formalização da dívida em um documento. Ou seja, existe a obrigação, o dever 
de pagar, mas ela não é exigível, não pode ser cobrada, enquanto não documentada (ver que 
isto não ocorre em todos os casos). A este ato que escritura a dívida, a formaliza, chamamos 
de lançamento. Claro que há casos em que surge a obrigação tributária e o 
contribuinte/responsável é obrigado a pagar mesmo que não haja formalização. Poder-se-ia 
dizer que nestes casos o lançamento é desnecessário, mas deve-se atentar que não é bem 
 
12 
 
 
assim: se o contribuinte/ responsável não faz o pagamento, cabe ao Fisco realizar a 
formalização primeiro para depois iniciar a cobrança. 
4. Natureza constitutiva ou declaratória: O CTN estabeleceu que a obrigação tributária 
nasce com o FG (art. 114), mas ao mesmo tempo estabeleceu que o lançamento constitui o 
crédito tributário (art. 142). Mas aí há uma inconsistência lógica, apontada por Luciano Amaro 
(AMARO, 2011, p. 365): se entende que o crédito tributário só se constitui com o lançamento, 
por que teria afirmado que este crédito é decorrência da obrigação tributária (art. 139) que dá 
origem ao crédito (art. 140), em vez de atestar que ele é uma decorrência do lançamento, e 
que este é que lhe daria origem? E além disto: como explicar a constituição de créditos sem 
lançamento, casos do lançamento por homologação? O próprio código percebeu a 
inconsistência ao determinar, no art. 150 §1° que o devedor dos tributos sujeitos ao 
lançamento por homologação, embora pague antes do lançamento, já extingue o crédito 
(mesmo sem ele ter sido constituído pela autoridade administrativa). 
 
 
5. Características do lançamento: 
 
 Ato administrativo: é um ato da autoridade, que documenta a dívida tributária. Para ter 
efeitos, deve ser notificado ao contribuinte para proceder o pagamento. 
 Ato vinculado: somente pode ser realizado nos limites da legislação. 
 
 Moeda: deve ser moeda nacional. Mas e no caso em que o FG foi realizado com base 
em moeda estrangeira? Realiza-se a conversão com base na data do FG (art. 143 CTN). 
 Lei aplicável ao lançamento (art. 144): regra geral, é realizado com base na data do FG. 
Mas claro que em relação a processos de fiscalização, aplica-se a legislação da data do 
lançamento, com exceção das relativas a aplicação de responsabilidade tributária (art. 144§2° 
CTN). 
 Caráter vinculante (art. 145 CTN): somente pode ser alterado em virtude de 
impugnação do sujeito passivo (judicial ou administrativa); recurso de ofício; iniciativa da 
 
13 
 
 
autoridadeadministrativa, nos casos previstos no art. 149. Regra geral, o lançamento que é 
feito vincula a autoridade, e ele somente pode ser alterado nas hipóteses (largas) previstas no 
art. 145 CTN. Impugnação é relacionado aos casos que o sujeito passivo não aceita os termos 
do lançamento. Recurso de ofício é aquele caso em que a autoridade fez o lançamento, mas o 
percebeu equivocado (para mais ou para menos) e recorre a autoridade superior para que o 
mesmo seja alterado. E a última hipótese, no caso de revisão de ofício da autoridade (casos 
em que o sujeito passivo ou terceiro realizou declaração sobre o lançamento e a autoridade 
percebeu que o mesmo não declarava fatos que existiram ou declarava fatos que não 
existiram ou então os ocultou. 
6. Espécies de lançamento: 
 
 Lançamento de ofício: é aquele realizado pela autoridade administrativa 
independentemente de qualquer colaboração do contribuinte. Pode ser espontâneo ou então 
após procedimento de fiscalização. Em regra o lançamento de oficio é utilizado para a 
cobrança de tributos que tem o fato gerador uma condição de permanência, como ocorre no 
IPTU, ou no IPVA, visto que a autoridade administrativa lança o valor devido e estipula prazo 
para o pagamento do referido tributo. 
 Lançamento por declaração: a sua principal característica é o fato de ser feito pela 
autoridade competente, a partir de declaração prestada por contribuinte ou terceiro. Essa 
declaração ou prestação de informações destina-se a fornecer dados ao fisco que sejam 
relevantes para o ato de lançamento. 
 Lançamento por homologação ou auto-lançamento: talvez seja o que tenha o 
entendimento mais complexo, mas ao mesmo tempo, é o que mais tem utilização hoje em dia. 
Nele o contribuinte junta os dados, faz os cálculos e o pagamento, atuações que poderão, 
dentro de um determinado prazo, poder ser verificado pela administração tributária. Ou seja, é 
um pagamento antecipado, cuja pertinência pode ser conferida pela administração tributária 
num determinado prazo. Se dentro do prazo, a administração fiscaliza o referido devedor, e 
 
14 
 
 
chega a conclusão de que o auto-lançamento dele foi adequado, considera-se homologado, 
caso contrário, ela realizará um lançamento de ofício indicando o que estava incorreto. Mas o 
que ocorre se a administração tributária não se manifestar durante o referido prazo? Ora, se 
ela não se manifestar no prazo previsto em lei, considera-se o auto-lançamento também 
homologado, mas não por um ato confirmador/homologante, mas sim pela falta deste ato. Na 
hipótese do auto-lançamento, não fixando a lei, prazo para a homologação, será este de cinco 
anos, contados do fato gerador. Se o sujeito passivo "antecipa" o pagamento do tributo, mas o 
faz em valor inferior ao devido, para a autoridade manifestar-se sobre se concorda ou não com 
o montante pago, se não concordar, deve lançar de oficio, desde que o faça antes do termino 
do prazo de cinco anos. Passado o prazo, considera-se homologado o lançamento e extinto o 
crédito tributário, salvo se comprovada a ocorrência do dolo, fraude ou simulação. 
 
 
7. Extinção do crédito tributário 
 
Conceito: são hipóteses de finalização da relação jurídica entre fisco e o devedor, no caso, 
término do dever de pagar e também do direito de receber. Ou seja, elas podem ser 
conceituadas em situações que implicam no desaparecimento da relação jurídica tributária 
formalizada. Nos termos do CTN, temos relação jurídica tributária (relação jurídica tributária, 
decorrente do fato gerador) e crédito tributário (relação formalizada decorrente do lançamento) 
como institutos diferentes. Em algumas situações abaixo, o crédito é extinto, mas a obrigação 
persiste. O STF entende que tal roll de extinção do art. 156 CTN é taxativo, pois a lei federal, 
estadual e municipal não pode estabelecer causa de extinção do crédito que não esteja 
prevista no CTN, já que o CTN é lei complementar em matéria tributária, nos termos do art. 
146, I da Constituição Federal. Logo, o roll somente pode ser alterado por lei complementar, 
como no caso de LC que estabeleceu dação de bens móveis como causa de extinção. 
 
15 
 
 
Espécies: 
 
1ª causa - Pagamento (art. 157 ao 169 CTN): o pagamento é modalidade mais comum da 
extinção de relações obrigacionais, e não seria diferente no caso de relações jurídico- 
tributárias. A respeito de pagamento, o art. 157 estabelece a regra de que a imposição da 
penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário, determinando que se ao sujeito 
for imputado multa, o mesmo não se desobriga da dívida principal. Isto é óbvio, mesmo porque 
a obrigação do pagamento do tributo e a obrigação do pagamento da multa são obrigações 
diferentes, apesar de serem classificadas como principais. Já o art. 158 traz regra 
determinando que no pagamento tributário não se gera determinadas presunções típicas do 
direito privado, tais como aquela do art. 322 CC, em que a quitação da última parcela gera 
presunção das anteriores. Logo, o pagamento da 1ª e terceira parcela do IPTU não gera 
presunção de pagamento da segunda parcela. Nos termos do art. 159, o local do pagamento é 
o domicílio do sujeito passivo, na repartição do ente competente, quando a lei não dispuser em 
contrário. Esta regra é importante para determinação da competência da execução fiscal. Mas 
para fora disto, ela não é mais relevante, pois o pagamento é feito na rede bancária e não na 
repartição pública. O art. 160 determina que o vencimento do crédito ocorre 30 dias depois da 
data em que o sujeito passivo se encontra notificado do lançamento, exceto nas hipóteses 
previstas em lei. Ou seja, na falta de identificação da data de vencimento no ato de 
lançamento da autoridade tributária, o prazo será de 30 dias contados do recebimento da 
notificação do lançamento. O art. 161 traz uma importante regra aplicável ao pagamento, que 
fundamenta a interpretação do STJ da incidência de juros de mora seja qual for o motivo da 
mora (justo ou injusto), como a inclusão da sanção naquela inscrição automática do 
lançamento por homologação. Logo, mesmo que haja impugnação administrativa, paga-se o 
valor original, correção monetária e juros de mora. No § 1º, tal dispositivo determina que a taxa 
de juros de mora tributário é de 1% ao mês, salvo se houver previsão diferente em lei: na 
esfera federal é a Taxa SELIC, e nos Estados é ou a SELIC ou as UFSP. Logo a taxa geral de 
 
16 
 
 
juros de mora do direito tributário é de 1% ao mês. Nos termos do art. 163, há a figura da 
imputação do pagamento, em que o FISCO tem o poder de decidir o destino do pagamento. 
Neste caso, imputa o pagamento para o destino quiser. Isto significa que quando o mesmo 
devedor deve mais de 1 obrigação ao ente tributante, e vai lá pagar apenas 1, o FISCO pode 
direcionar o pagamento para a obrigação pendente que ele quiser. Esta questão da imputação 
do pagamento somente pode acontecer no momento do pagamento, e portanto não pode ser 
posterior (princípio da Segurança Jurídica), e portanto se há recibo de uma obrigação, o fisco 
não pode alterar isto após. Mas e o Banco, pode fazer imputação do pagamento? Não, e no 
momento que o FISCO optou pela segurança do serviço bancário, deixou de controlar o 
momento do pagamento, perdeu o controle do momento para fazer a imputação. Perdeu 
portanto valor a imputação. Mas no caso de restituição de tributo, o art. 163 ainda tem muito 
valor. Isto porque a lei 9430/96 estabeleceu o procedimento de compensação de ofício, e nela 
o FISCO poderá determinar qual a dívida que ele vai compensar. Mas em relação a tal 
imputação ela não pode ser arbitrária, pois o próprio dispositivo estabelece os critériosda 
escolha, e os incisos do art. 163 estabelecem ordem obrigatória: 
Inciso I - devem ser imputados em primeiro lugar os créditos de obrigação própria, depois a 
obrigação decorrente de responsável tributário. Com isto, o 1º critério leva em conta o sujeito 
passivo do tributo. O contribuinte é o sujeito passivo que cumpre obrigação decorrente de fato 
gerador praticado por ele mesmo, e primeiro devem ser pagos obrigações deste tipo. O 
responsável é aquele que cumpre obrigação decorrente de fato gerador praticado por terceiro, 
e segundo devem ser pagos obrigações deste tipo. 
 
17 
 
 
2 
 
 
Inciso II – diante da ineficácia do inciso I, a regra é a espécie tributária. Em primeiro lugar 
devem ser imputadas as contribuições de melhoria, depois taxa, depois imposto. Mas e se for 
empréstimo compulsório? Ou contribuições especiais? Há de se atentar ao fato gerador, e que 
se as contribuições de melhoria incidem sobre FG de imposto ou de taxa. 
Inciso III – diante da ineficácia do inciso II, a regra é o prazo prescricional. Logo, deve ser 
imputado na ordem decrescente dos prazos prescricionais. Ou seja, primeiro devem ser pagas 
as dívidas mais antigas. Isto porque quanto mais antiga for a dívida, menor o prazo 
prescricional, mais está na evidencia de ocorrer. 
Inciso IV – diante da ineficácia do inciso IV, a regra é o montante. Logo, deve ser imputado na 
ordem decrescente dos montantes. Ou seja, primeiro devem ser pagas as dívidas maiores. 
Se os 4 critérios não resolvem, é uma situação que não permite imputação do pagamento. Ver 
súmula 464 do STJ – as regras de imputação de pagamento não se aplicam as hipóteses de 
compensação tributária. 
Pagamento indevido (art. 165 CTN) – qualquer pagamento realizado em desacordo com as 
regras legais do tributo. É qualquer pagamento realizado contrariando a legislação tributária. 
Isto quer dizer que pode ser violação de até ato administrativo. Este pagamento pode ser uma 
contrariedade à administração tanto por culpa do fisco quanto do contribuinte. Ou seja, é 
irrelevante quem gerou o erro, e portanto, feito o pagamento indevido, o sujeito passivo tem 
direito à restituição e o Fisco tem o dever de devolver. Restituição é nada mais que um 
gênero, que pode ser feita mediante devolução/repetição das quantias pagas, ou então pode- 
se utilizar da compensação. Depois de certa briga, o STJ, também de maneira recente, 
enunciou mais uma súmula, que é a 461 do STJ – o contribuinte pode optar por receber por 
meio de precatório ou por meio de compensação o indébito tributário transitado em julgado. 
 
 
 
2 
Disponível em: http://eficaciajuridica.blogspot.com.br/2011/06/imputacao-do-pagamento.html. Acesso em: 22/07/2014. 
 
18 
 
 
Feito o pagamento indevido, o contribuinte tem que pedir a devolução, e em um determinado 
prazo. Que prazo? O prazo de sempre, que é de 5 anos a contar a partir da extinção do crédito 
(que é o pagamento). Com base nisto, há tese do STJ, reconhecida e fundamentada, que foi 
alterada pela LC 118: antes da LC 118 existia a tese dos 10 anos para o pedido de restituição3. 
Com a LC 118/20054, tinha um suposto objetivo, que era adequar o CTN às regras da lei de 
 
Falência, tanto que ela foi publicada no mesmo dia da Lei de Falência (9 de julho de 2005). O 
art. 3º da LC 118 estabelece que nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo 
do art. 168 se inicia na data do pagamento antecipado. Poderia a LC 118 ter feito isto? Sim, 
pois é o instrumento legislativo adequado (lei complementar) para alteração de regras gerais 
em matéria tributária de acordo com o art. 146, III da CF. Mas há outro problema: o art. 4º da 
LC 118 é meramente interpretativa (o disposto no artigo anterior é regulado pelo disposto no 
art. 106, I do CTN - que é o artigo da lei meramente interpretativa). Com isto, aplicaria-se 
retroativamente a LC 118, impedindo que a tese dos 5+5 continuasse sendo aplicada nos 
tribunais nos casos já em curso. O STJ já pacificou entendimento de que este dispositivo não 
é meramente interpretativo, e que é procedimento que estabelece regra nova, valendo 
portanto somente para os pagamentos indevidos realizados a partir de 09 de julho de 2005. 
Para os pagamentos anteriores, vale a regra anterior. É importante lembrar que o pedido de 
restituição pode ocorrer em 2 esferas: na administrativa e na judicial. A opção é do sujeito 
passivo, mas lembrar que a utilização da via judicial implica em renúncia da via administrativa. 
Surge uma discussão importante: qual é a natureza jurídica do prazo de repetição? A resposta 
prevalecente é: depende, pois o prazo para pedir na esfera administrativa tem natureza de 
decadência, mas para pedir na esfera judicial tem natureza de prescrição. Estes prazos 
correm de maneira concomitante, e feito o pagamento, começam a correr os 2 prazos. Estes 
prazos continuam correndo de maneira concomitante. O fato de se pedir na esfera 
 
 
3 
Era uma tese aplicada somente a repetição de tributos que tinham lançamento por homologação. No caso, os 5 anos era 
contados da data da homologação, qual geralmente era tácita pela homologação tácita. 
4 
Leitura obrigatória 
 
19 
 
 
administrativa suspende a execução em esfera judicial? Não. Mas e se pede na esfera 
administrativa no 1º ano, e o Fisco espera dar 5 anos e responde que o sujeito passivo não 
tem direito à restituição. Já que isto ocorre, o contribuinte entra judicialmente, mas tem seu 
direito obstado pela prescrição judicial. A conseqüência para o sujeito passivo é de que ou ele 
abre mão da esfera administrativa ou corre o risco, espera a decisão e perde a discussão 
judicialmente. Isto seria uma pressão do fisco. Mas isto não ocorre por força do art. 169 CTN, 
qual determina que o sujeito passivo sempre terá tempo a mais, em que prescreve em 2 anos 
a ação anulatória da decisão administrativa que nega a restituição. Nestes termos, o art. 169 é 
a garantia de que vai haver pelo menos 2 anos para discutir judicialmente após a decisão 
contrária em decisão administrativa5. 
 
No art. 166 do CTN, há o tratamento da legitimidade para apresentação de pedido na 
restituição (ou seja, quem tem direito de pedir a restituição): aquele quem realizou o 
pagamento indevido, ou seja, o sujeito passivo. Esta regra geral de que tem legitimidade o 
sujeito passivo, na sua integralidade, para os chamados tributos indiretos. O art. 166 trata da 
restituição nos chamados tributos indiretos6, em que a repetição destes tributos somente pode 
ocorrer com prova de haver suportado o encargo ou se estiver expressamente autorizado por 
aquele quem pagou o preço a pedir a repetição. A legitimidade em tese, é de quem comprou e 
suportou o ônus, pois é praticamente impossível no mundo econômico que alguém não 
repasse o preço. Este artigo praticamente impossibilita a restituição nos tributos indiretos, 
porque na maioria dos tributos indiretos a relação é com o consumidor final/pessoa física. Ex: 
supermercado somente pode pedir desde que esteja autorizado pela pessoa que suportou 
(através de procuração). Quem tem legitimidade não tem interesse e quem tem interesse não 
tem legitimidade. Ver Súmula 546 do STF – o contribuinte tem direito a restituição se 
comprovar que não repassou ao contribuinte de fato; e Súmula 447 STJ – os Estados e o DF 
 
 
5 
5 anos do 168 e 2 anos do 169. 
6 
Fruto de classificação doutrinária é aquele tributo que pela sua sistemática implica na transferência do ônus financeiro a 
um terceiro. Ex: ICMS, IPI entre outros, quais são tributos embutidos no preço pago pelo produto ou serviço. 
 
20 
 
 
são partes legítimas nas ações de IR retido na fonte de seus servidores. Para a súmula do 
STJ,aquele que tem imposto de renda indevidamente retido em sua fonte, o funcionário 
público, deve entrar contra os Estados e o DF. 
2ª causa - Compensação: prevista no art. 170 e 170A CTN. É uma causa de extinção que 
não tem conceito diferente da compensação do Direito Privado: é a extinção de créditos 
recíprocos naquilo que eles se equivalem. Existindo créditos recíprocos entre a Administração 
Tributária e o sujeito passivo, os créditos se extinguem naquilo que eles se equivalem. O 
Fisco, somente por lançar é credor. E o contribuinte, para ser credor do fisco, tem que fazer 
pagamento indevido. Mas para ser credor do Fisco, no regime de compensação, tem que sê-lo 
por pagamento indevido em sede de Direito Tributário. A natureza do crédito então é de 
extrema importância para haver compensação, já que somente pode haver compensação de 
créditos de mesma natureza jurídica (que tem que ser tributário). A lei, até poderia permitir a 
abertura deste crédito, mas ela não o faz. Mas mesma natureza não significa mesma espécie, 
pois é possível compensar créditos e débitos provenientes de tributos diferentes. Além disto, 
tem que ser créditos recíprocos, sendo portanto o mesmo pólo nas obrigações. É inviável 
também a compensação por crédito de terceiro. Ex: pessoa que tem direito de crédito contra o 
Fisco faz cessão de crédito a terceiro. 
Compensação = dívida recíproca + de crédito de mesma natureza + com mesmo ente 
tributante + sem ser crédito de terceiro. Feito um pagamento indevido, existe o direito a 
restituição. Pode-se fazer tal restituição mediante o reconhecimento seja na esfera 
administrativa quanto na esfera judicial. Neste caso, quem tem que entender que o direito a 
restituição é cabível é a própria Administração ou o Judiciário. Logo, para fazer compensação, 
é necessário primeiro haver o reconhecimento do direito à restituição. O art. 170A determina 
que somente haverá compensação com pagamento indevido quando houver transitado em 
julgado decisão que determina o direito a restituição. A lei 12016 impede a concessão de 
liminar para liberar a mercadoria e estabelece vedação para compensação também. De certa 
 
21 
 
 
forma, isto já era conseqüência do art. 170A. Este artigo também não é novidade, pois a 
súmula 212 e 213 STJ já tratavam do tema. A lei 12016 apenas confirmou isto novamente. 
3ª causa - Transação tributária: prevista no CTN no art. 171. Conceito: é uma negociação 
que envolve o crédito tributário. Diante de uma situação de litígio e conflito, as partes 
negociam para acabar com a discussão. Algumas considerações importantes a respeito: 
quando se fala em transação tributária, é evidente que esta negociação tem que ser permitida 
e realizada nos estritos termos da lei. Ademais, a rigor, a transação não é causa de extinção 
do crédito, porque ela tão somente o procedimento de negociação. A administração abre mão 
da cobrança da multa e de parte dos juros desde que o sujeito passivo desista da ação e 
realize o pagamento. O que gerou a extinção do crédito? De um lado, o perdão do Fisco, e de 
outro lado a desistência da ação e o pagamento. A transação é somente o procedimento para 
chegar no perdão e pagamento. 
4ª causa - Remissão: é perdão. Também é perdão no DT a anistia (art. 175). Logo, há 
perdão pela remissão e perdão pela anistia. Diferenças entre anistia e remissão: 1 - a 
remissão é causa de extinção, e a anistia é causa de exclusão do crédito. 2 - a remissão se 
aplica a crédito tributário, e portanto pode atingir tanto os tributos, multa, correção e juros 
tributários e já a anistia é bem mais restrita, e somente se aplica às penalidades, ou seja, é 
perdão da sanção ainda não formalizada pelo lançamento7; 3 - a remissão é uma medida de 
 
política tributária consistente no perdão de parte ou totalidade do crédito tributário que regra 
geral gera a extinção de créditos de determinado valor (Súmula 452 STJ), a anistia somente 
vale para sanções passadas e não para as infrações praticadas depois da sua edição (ou seja, 
ela não revoga a sanção). A remissão se sujeita a Lei de Responsabilidade Fiscal, 
estabelecendo como regra geral a vedação de medidas que importem em renúncia de receita. 
Ou seja, o ente não pode como regra adotar medidas de renúncia de receita. Mas esta 
 
 
 
 
7 
Se já houve lançamento já virou crédito e portanto precisa ser extinto, sendo cabível portanto o instituto da remissão. 
 
22 
 
 
vedação não é absoluta, pois senão não existiriam remissão. Em verdade, a LRF apenas 
condiciona a renúncia fiscal, nos termos do art. 14, e não somente veda. 
 
 
5ª causa - Decadência e prescrição tributária: estão no mesmo inciso do art. 156. Apesar de 
estarem no mesmo inciso, são completamente diversos. Decadência e prescrição, num 
primeiro momento, são ambas causas de extinção, ambas vinculadas a decurso de prazo e 
inércia da administração. Mas a proximidade acaba aqui. São causas de extinção 
reconhecidas diante da inércia do fisco por um determinado lapso. Decadência é a perda do 
direito de lançar. É a perda do direito de constituir o crédito pelo lançamento. A prescrição por 
sua vez, é a perda do direito de cobrar o crédito tributário. Qual é o elemento que materializa e 
deixa clara a diferença entre o prazo decadencial e o prazo prescricional? Somente se fala em 
decadência tributária até lançamento, pois após isto, o direito foi exercitado. 
Conceito de Decadência: causa de extinção do crédito prevista no art. 156 do CTN. É a causa 
de extinção de crédito consistente na perda do direito de constituir o crédito pelo lançamento. 
Ela é uma causa de extinção porque atinge o direito do fisco de constituir o crédito pelo ato de 
lançamento. Ela atinge o direito de lançar. Por isto a doutrina critica, afirmando que a 
decadência não é causa de extinção, mas sim de exclusão, pois ela impede o lançamento. Ela 
se materializa pela inércia do fisco por um determinado lapso 5 anos (art. 173 CTN), contados 
a partir ou da regra geral, ou da regra de antecipação ou da regra de interrupção. 
Regras de contagem da Decadência: 
 
Regra geral: 1º dia do exercício financeiro seguinte a realização do fato gerador (art. 173, I 
CTN). Isto significa 1º dia do exercício financeiro seguinte ao da ocorrência do fato gerador. Se 
o fato gerador ocorre em 2010, a decadência começa a contar em 1º de janeiro de 2011, 
sendo o último dia possível para a realização do lançamento em 31 de dezembro de 2015. 
Regra de antecipação (art. 173§ único): a contagem do lapso decadencial é antecipada para a 
data de notificação de medida preparatória do lançamento. Ou seja, se a notificação é feita 
 
23 
 
 
antes do dia do exercício seguinte, ela antecipa a contagem do prazo decadencial. Mas se ela 
é feita pós o dia do exercício seguinte, ela não tem mais efeitos. Ou seja, ocorrendo o FG em 
10 de março de 2010, a regra geral seria a decadência começar a correr em 1º de janeiro de 
2011. Mas se o sujeito passivo é notificado de medida preparatória, como para prestar 
esclarecimento, sob fiscalização, o prazo começa a correr a partir da data de notificação. 
Regra de interrupção: Nos termos do art. 173, a decadência ocorre da data que anula 
lançamento anterior por vício formal. Ou seja, conta-se 5 anos da data que anula lançamento 
anterior. A eventual decisão que anula lançamento anterior somente implica na abertura de 
prazo para lançamento se a decisão for motivada por vício formal. Se for motivada por vício 
material não abre o prazo. Vício formal é aquele vício de procedimento no lançamento, em que 
a autoridade não era competente, a notificação não foi feita de forma regular, no procedimento 
administrativo anterior não houve respeito a defesa e contraditório. 
Exceção:as contribuições da seguridade têm na lei um prazo diferente (lei 8212/91). O prazo 
decadencial para estas contribuições é de 10 anos (a partir daí o sistema é o mesmo, 
contados do 1º do exercício seguinte, ou da data de antecipação ou da data da decisão). Este 
prazo era combatido na doutrina e na jurisprudência, e o STF pacificou a questão por 
intermédio de Súmula Vinculante nº 8, reconhecendo a inconstitucionalidade do prazo de 10 
anos. Ele não reconheceu que o prazo é inconstitucional, mas sim que a lei 8212 é 
inconstitucional não pelo prazo de 10 anos, mas sim por ser lei ordinária que trata de matéria 
de lei complementar (CTN). Ou seja, o que o STF analisou foi competência legislativa, e não o 
prazo. 
 
24 
 
 
Prescrição: não se confunde com a decadência. A prescrição no Direito Tributário é uma causa 
de extinção consistente na perda do direito do exercício da pretensão e na própria perda do 
crédito. Logo, ela não atinge tão somente o direito do exercício da pretensão, mas também 
atinge o próprio crédito. Ela ocorre em virtude da inércia do fisco por um determinado lapso. 
Qual é este prazo prescricional? É o art. 174 CTN, e é de 5 anos contados a partir da 
constituição definitiva do crédito, sob pena de perda do direito. Mas o que é esta constituição 
definitiva do crédito? Para fins de prova, a tese majoritária é que a constituição definitiva será 
aquela exatamente prevista na lei que regula o processo administrativo tributário, que é o Dec. 
70235/64. Em seu art. 42, o Decreto estabelece que constituição definitiva é aquela não mais 
sujeita a alteração administrativa. E portanto pode ser a partir da data do término do prazo de 
impugnação (quando esta não ocorrer se feito o lançamento) ou então na data da decisão 
administrativa (quando a impugnação ocorrer após o lançamento e a decisão administrativa 
determinar a impugnação improcedente). A partir daí, o Fisco precisa praticar atos que 
impliquem na interrupção do prazo prescricional dentro de 5 anos. Mas como se interrompe? 
Praticando atos que materializam o exercício da pretensão: art. 174§único. Nos termos deste 
dispositivo, a prescrição se interrompe (I) pelo despacho que ordenar a citação da execução 
fiscal8, (II) pelo protesto judicial, (III) por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor, 
(IV) ou por qualquer ato inequívoco que seja reconhecimento de dívida. A LC 118 deu nova 
redação ao art. 174§único, I: antes dela, a redação era na data da citação da execução fiscal. 
Isto gerava um conflito, porque a lei de execução fiscal estabelecia coisa diferente, no sentido 
de que a prescrição se interrompe na data do despacho da citação e o CTN estabelecia data 
da citação. Esta diferença era importante, e a jurisprudência era no sentido de que deveria 
prevalecer o CTN, por motivo óbvio, por ser ela regra específica do Direito Tributário e a Lei de 
Execução Fiscal seria regra geral relacionada a créditos sujeitos a inscrição em Dívida Ativa. 
Com a LC118, ajustou-se o CTN a Lei da Execução Fiscal (passando a ser na data do 
 
 
8 
Não há regra de retroação a data da propositura, como no processo civil. 
 
25 
 
 
despacho que determina a citação na execução fiscal). Ao lado destas causas interruptivas, 
existem causas de suspensão da prescrição, que estão presentes no art. 151, que são as 
causas de suspensão da exigibilidade (moratória, depósito, impugnação, liminar, 
parcelamento). Se a causa de suspensão impede a cobrança, ela também impede o exercício 
da pretensão, e o fisco não pode ser punido por não ter exercitado diante de impedimento. Ao 
lado disto, existe na lei de execução fiscal, em seu art. 2º§3º estabelece que a inscrição do 
crédito em dívida ativa gera suspensão da prescrição por 180 dias. O procurador, ciente da 
mora, procederá a cobrança, e no momento em que faz-se a inscrição, há eminência do 
ajuizamento, e suspende-se por 180 dias para que possa ajuizar a prescrição. Mas para o 
STJ, este prazo não se aplica para Execução Fiscal Tributária. Havia a prescrição é de 10 
anos para as contribuições sociais (lei 8212). O STF, entende que esta causa é 
inconstitucional, reconhecendo a inconstitucionalidade do art. 45 e 46 da referida lei. 
Repetição do indébito: no Direito privado a prescrição atinge a pretensão e no Direito 
Tributário ela atinge tanto a pretensão quanto o crédito. Em razão disto, o pagamento de 
crédito prescrito é indevido, pois o crédito está extinto, dando direito a restituição. 
6ª causa - Conversão do depósito em renda – tem que haver depósito (somente há 
conversão em renda na situação que exista depósito). Para existir depósito, deve existir 
impugnação. Não é possível existir depósito sem impugnação. Se há depósito sem 
impugnação, é pagamento. A decisão tem que ser favorável ao Fisco, porque se for favorável 
ao sujeito passivo, ela não é convertido em renda, mas há sim levantamento do depósito. 
 
 
7ª causa - Pagamento antecipado e homologação – esta regra somente se aplica aos 
tributos sujeitos a lançamento por homologação. Se lançamento direto ou por declaração, não 
há homologação. A redação deste inciso foi um dos grandes pilares da tese dos 10 anos da 
repetição. O art. 168 mandava contar da extinção e a jurisprudência do STJ foi no sentido de 
que a extinção era na homologação e não na data do pagamento antecipado, e o que 
 
26 
 
 
fundamentava esta posição do STJ era o ‘‘e’’ deste artigo. Ou seja, o pagamento + 
homologação gera a extinção. A LC 118 deveria ter alterado esta redação também. Mantida 
esta redação, há uma incoerência do direito tributário. 
8ª causa - Consignação em pagamento nos termos do disposto do art. 164 – é uma ação de 
legitimidade do devedor para exercitar o seu direito sagrado de pagar. Quando se quer pagar e 
encontra-se dificuldades, pode-se consignar para não deixar constituir mora. Isto por si só não 
é causa de extinção, pois a consignação é um procedimento para permitir a extinção. A 
extinção mesmo ocorre quando o pagamento consignado for convertido. Ou seja, a extinção 
se dá pela conversão do depósito em pagamento. No Direito Tributário, isto ocorre nos casos 
taxativamente previstos no art. 164 (I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao 
pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II - 
de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem 
fundamento legal; II - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de 
tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador). No caso de I, já que tem direito de imputar, 
recebe de qualquer forma, pois decide o destino. Pagamento parcial no Direito Tributário não 
gera presunção, e portanto não pode deixar de receber. No caso de II, quando há mais de um 
sujeito ativo intentando cobrar o mesmo tributo (duas cidades querendo cobrar ISS). Para 
evitar pagar mal, e pagando mal pagar de novo, faz-se a consignação, proposta contra ambos 
os entes. Se entes municipais, na cidade de domicílio do sujeito passivo na Justiça Estadual. 
Se ente estadual X federal, na cidade de domicílio de sujeito passivo na Justiça Federal. Mas 
qual é o valor do depósito? Por cautela, há de se depositar o valor maior, para evitar mora. 
9ª causa - Decisão administrativa ou judicial irreformável: pressupõe a existência de uma 
impugnação, que pode ser administrativa ou judicial. Além disto, pressupõe que a decisão final 
seja favorável ao sujeito passivo. Isto porque se a decisão for favorável ao fisco, a decisão 
confirma o crédito, e haverá ajuizamento da execução. 
 
27 
 
 
10ª causa - Dação em pagamento em bens imóveis: pode-se extinguir o créidot fazendo o 
pagamento como entregandoum bem, mas nos termos do CTN, desde que seja bem imóvel. 
Vejam que o CTN não autoriza dação em bem móvel. Legislação federal, estadual, municipal 
que estabelece dação em pagamento de bens móveis são consideradas inconstitucionais pelo 
STF. O STF não entendeu que havia inconstitucionalidade por violação do CTN, mas sim por 
violação às regras de Processo Legislativo, eis que causas de extinção do crédito precisam 
estar previstas em LC. É possível, para o DT, a utilização de dação em pagamento em bens 
móveis? Sim, desde que haja LC estabelecendo a possibilidade. A lei Federal, Estadual, 
Municipal pode estabelecer requisitos para a dação, condicionando a dação a localização do 
imóvel. 
8. Suspensão do crédito tributário 
 
 
 
8.1. Conceito: o Fisco fica impedido de realizar a pretensão relacionada ao crédito tributário, é 
uma paralisação no direito de exigir a quantia devida. Se o crédito tributário está sujeito a uma 
causa de suspensão da exigibilidade, o Fisco não pode cobrar. 
8.2. Efeitos: implica na impossibilidade de ajuizamento da execução fiscal ou de seu 
prosseguimento. Na prática, o juiz recebe a execução fiscal de crédito já suspenso e a 
suspende automaticamente. Isto quer dizer que os atos até a extração da CDA são possíveis 
(pode lançar, inscrever o débito em dívida, extrair a CDA,mas não pode ajuizar a execução 
fiscal). As causas de suspensão impedem a cobrança, legitimando o não pagamento 
(temporário). Este não pagamento é autorizado pela lei, e portanto não é considerado 
descumprimento da obrigação. Em razão disto, o sujeito passivo não pode ser punido, e não 
pode existir qualquer sanção. Sendo o não pagamento lícito, não poderá sofrer qualquer tipo 
de sanção, pois o ato é lícito. Isto significa que não é cabível nem direta nem indiretamente. 
Sanção indireta seriam situações diversas que impusessem a este sujeito passivo algum tipo 
de limitação: impossibilidade de participação em isenções ou procedimentos específicos. 
 
28 
 
 
8.3. Certidões: A partir do momento que o fisco inscreve o débito em dívida, este sujeito, ao 
pedir uma certidão, o Fisco emitirá para este sujeito uma certidão positiva. Esta certidão 
positiva gera limitações para determinadas situações, o que configura uma sanção indireta 
para este sujeito passivo. A certidão tributária nada mais é do que uma declaração feita pelo 
ente sobre a situação fiscal do sujeito passivo, se existe ou não dívida. É um atestado da 
situação fiscal do sujeito passivo. Esta certidão pode ser inicialmente a certidão tributária 
positiva, quanto a certidão tributária negativa. Certidão positiva que atesta a existência de 
créditos tributários da Administração em face daquele sujeito passivo. Certidão negativa que 
atesta a inexistência de créditos tributários da Administração em face daquele sujeito passivo. 
A certidão é o documento que atesta a regularidade fiscal do sujeito passivo. E esta 
regularidade fiscal é pressuposto para uma série de situações relevantes. É requisito a 
comprovação da regularidade fiscal = certidão negativa. O sujeito passivo tem que comprovar 
regularidade para ter acesso a estas circunstancias. Certidão positiva com efeito de negativa: 
Esta certidão positiva com efeito de negativa está prevista na lei, com este nome, portanto é 
previsão legal. É uma certidão tributária positiva (na qual consta a existência de créditos 
tributários) mas pode ser usada para tudo aquilo que exige certidão negativa. As situações que 
exigem certidão negativa são atendidas por esta modalidade de certidão (positiva com efeitos 
de negativa). É uma certidão que não causa prejuízo, pois apesar de constar dívida, não limita 
o sujeito passivo. 
Requisitos para obter certidão positiva com efeitos de negativa: nas hipóteses do art. 206 
CTN: 1 – quando conste a inscrição de créditos ainda não vencidos, em que o fisco tem o 
interesse de materializar a dívida; 2 – créditos em fase de cobrança/execução garantidos pela 
penhora (lei 6830/80), com a finalidade de onerar de maneira menos intensa o sujeito passivo; 
3 – todas as vezes que o crédito inscrito esteja com a exigibilidade suspensa (em todas as 
espécies de suspensão abaixo). 
 
29 
 
 
8.4. Hipóteses de suspensão (CTN, art. 151): são representadas por 6 situações 
específicas: 
 
 
1 ªCausa de suspensão: Moratória: favor legal do ente tributante, consistente na dilação de 
prazo para pagamento. É uma medida de política tributária. Durante a vigência do prazo, a 
exigibilidade está suspensa, e prazo prescricional também. Em regra, deve ser concedida por 
lei do ente tributante (competente), nos termos do art. 152 CTN. Exceção da competência (art. 
152): a União poderá dar moratória de créditos tributários vinculados a tributos de 
competência de outro ente quando ela concede uma moratória geral. A União não pode dar 
moratória somente do tributo municipal, mas sim de todos os entes ao mesmo tempo naquela 
localidade. Esta idéia é relacionada a situações de calamidade pública. Mas esta moratória é 
de constitucionalidade duvidosa, pois viola a autonomia financeira estabelecida da CF. A 
autonomia financeira não se exaure na CF, mas deve ser respeitada na legislação. A CF 88 
não abre exceção para autonomia financeira da gestão tributária. Mas e moratória individual 
concedida em despacho administrativo, nos termos do art. 152 CTN? Não pode existir, pois o 
agente público não pode criar nada, mas tão somente há moratória dada pela lei qual exige 
preenchimento de requisitos. Neste caso, a autoridade administrativa não concedeu, mas tão 
somente aplicou a lei. 
2 ªCausa de suspensão: Depósito: tem a finalidade de suspender a exigibilidade qporque 
representa a garantia da satisfação do crédito por parte do fisco. O fisco já tem a garantia de 
recebimento, e não tem porque entrar judicialmente para satisfazer. Mas este depósito tem 
que ser feito de forma cumulada com uma impugnação. Não existe depósito autônomo. Tem- 
se depósito no curso de uma impugnação. Se deposita sem discutir, é pagamento e não 
deposito. O depósito pode ocorrer tanto na esfera administrativa quanto na judicial. Mas 
somente o depósito judicial suspende a exigibilidade. Mas por quê? Por um motivo simples, de 
que a mera existência da impugnação administrativa suspende a exigibilidade. Logo, se vai 
 
30 
 
 
depositar no curso da impugnação administrativa, não há sentido dizer que se vai suspender 
algo que já está suspenso em razão da impugnação. Mas qual seria o objetivo do depósito 
administrativo então? Afastar os efeitos da mora. Como assim? Afastar a incidência de 
correção monetária e juros de mora. Ex: Realizado o lançamento, o sujeito passivo, não 
concordando com o lançamento faz impugnação administrativa. Neste momento, o Fisco não 
poderá cobrar, e o contribuinte não vai poder cobrar. Se esta esfera demora 10 anos, vem a 
decisão final do tribunal administrativo (CARF, antigo Conselho Administrativo de Contribuinte) 
favorável ao Fisco. O Contribuinte será notificado para pagar: o valor original, com correção 
monetária e com juros de mora9 (mas não pagará multa de mora, pois esta pressupõe 
 
ilicitude). Lembrar que estes juros de mora são baseados na SELIC. Na prática, aquele valor 
inicial corrigido vira um valor praticamente impagável. Fica um valor gigantesco. Para evitar 
este risco, se apresenta a impugnação e se faz o deposito. Feito o depósito, e após o 
processo administrativa o chega ao final, há a conversão do depósito em renda. O depósito já 
garantiu o pagamento. O depósito administrativo então afasta os efeitos da mora, pois sua 
conversão extingue o crédito. O depósito que suspende a exigibilidade somente pode ser o 
judicial. Mas por quê? A meraimposição de impugnação judicial (MS e ação anulatória) não 
suspende a exigibilidade do crédito. Isto quer dizer que o fato de ter a ação correndo não 
impede o Fisco de ajuizar a execução. 
 
 
Feito o depósito, qual é o seu destino? Depende do resultado da discussão. Se a discussão for 
favorável ao sujeito passivo, o dinheiro será devolvido. Se o resultado da impugnação é 
favorável ao Fisco (reconhece a regularidade do crédito), o dinheiro depositado é convertido 
em renda, o que é causa de extinção do crédito. A discussão administrativa com depósito, com 
decisão favorável ao contribuinte inviabiliza a discussão judicial. Mas a discussão 
 
 
 
9 
Não é sanção, mas sim remuneração. Remuneração esta pela detenção de capital alheio. Remunera-se a indisponibilidade 
do dinheiro pelo recurso. 
 
31 
 
 
administrativa com depósito, com decisão favorável ao Fisco, que gera conversão em renda 
do deposito não inviabiliza a discussão judicial. Nos termos do DL 70235, no caso de decisão 
favorável ao Fisco com depósito, o sujeito passivo tem o prazo de 30 dias para apresentar a 
impugnação judicial e pedir a conversão do depósito na esfera administrativa na esfera 
judicial. Se não fizer, haverá a conversão e extinção. Outro ponto é importante é que se diz 
que o depósito é uma faculdade do sujeito passivo. Mas realizado este deposito, poderia o 
sujeito passivo, no curso da execução levantar o depósito? Apesar de doutrinariamente 
discutível, não é possível. Realizado o depósito, o seu destino está vinculado à decisão final 
do processo. Ou a decisão será favorável ao Fisco e há conversão em renda, ou há decisão 
favorável ao contribuinte e pega o dinheiro de volta. Mas (Súmula 112 STJ) o depósito 
somente suspende a exigibilidade se ele for integral (juros, correção monetária e honorários 
advocatícios) e em dinheiro (não se admitindo títulos da dívida pública ou bens). Existia uma 
discussão, que não era sobre a questão do deposito, sobre a necessidade de deposito na 
impugnação administrativa, pois era requisito de admissibilidade da apelação na instância 
administrativa, o depósito de valor do crédito tributário. Ma depois de um tempo foi substituído 
pelo arrolamento de bens. A jurisprudência (Súmula Vinculante nº 21 STF – é inconstitucional 
a exigência de deposito de dinheiro ou bens como requisito de admissibilidade de recurso 
administrativo). 
3 ªCausa de suspensão: Impugnação administrativa: realizado o lançamento, constituído o 
crédito, o sujeito passivo é notificado para cumprir a obrigação mediante a realização do 
pagamento. Contudo ele pode discordar e pode se valer de uma impugnação de tal exigência. 
Isto na esfera administrativa quanto na judicial. O sujeito passivo pode apresentar resistência 
ao cumprimento desta obrigação mediante processo administrativo ou processo judicial. Se o 
sujeito passivo opta pela impugnação administrativa, que é um pedido de revisão feito ao 
próprio fisco, ao longo de todo o procedimento o Fisco ficará impedido de praticar os atos de 
cobrança. A mera existência do processo administrativo já suspende a exigibilidade. Desde o 
 
32 
 
 
momento da propositura até a decisão administrativa de última instância, a exigibilidade estará 
suspensa. Recebido o lançamento, o sujeito passivo pode optar pela impugnação 
administrativa ou pela judicial. O que é pacífico para a jurisprudência e para o STF é que a 
opção pela discussão judicial implica em renúncia da via administrativa. A diferença é que ao 
optar pela esfera administrativa mantém a garantia da esfera judicial. Se o Tribunal 
Administrativo confirma o lançamento, o contribuinte ainda pode se valer da esfera judicial. A 
discussão judicial implica renúncia da discussão da via administrativa, logo, se durante o 
processo administrativo entra com processo judicial, extingue-se o processo administrativo. 
 
 
4 ªCausa de suspensão: Liminar: MS e declaratória para impedir lançamento e MS e 
anulatória para desfazer o lançamento. Quando estudamos na aula passada impugnação 
administrativa, foi enfatizado que a mera existência da impugnação administrativa já implicava 
na suspensão da exigibilidade. O mesmo não ocorre com a impugnação judicial. O fato de 
impetrar o MS, propor a Anulatória ou Declaratória não suspende a exigibilidade do crédito. 
Isto quer dizer que durante a existência da impugnação judicial o crédito continua com a sua 
exigibilidade, o que quer dizer que o fisco pode promover as ações que visam a satisfação: 
inscrever em Dívida Ativa e ajuizar a Execução Fiscal (cobrança do crédito). O simples fato de 
existir a ação não impede a exigibilidade. Mas se satisfeitos os requisitos legais para a liminar 
ou antecipação de tutela, haverá suspensão da exigibilidade (art. 16 da lei do MS ou art. 273 
do CPC). A suspensão da exigibilidade permanecerá suspensão até eventual cassação dos 
efeitos ou decisão da questão. Se a decisão final é favorável ao fisco, há perda dos efeitos da 
liminar e passa-se a cobrança para exigência do crédito. Quando se pleiteia determinada 
contestação de crédito, qual é o caminho natural? 1º se pede a liminar ou antecipação, que 
pode ser deferida ou indeferida. Se não concedida, aí sim haverá o depósito. Lembra-se que a 
realização do depósito tem um grande inconveniente, pois tem que ser em dinheiro e valor 
integral (súmula 112 do STJ). O depósito é faculdade, e procedimentalmente somente se pede 
 
33 
 
 
para fins de expedição da guia. Há nova regulamentação para o MS (12016/2009), que trouxe 
consequencias importantes para o Direito Tributário. Esta lei estabelece algumas limitações 
para a concessão de liminar, e ao mesmo tempo que as estabelece, ela também estabelece 
que estas limitações também se aplicam para a concessão de antecipação dos efeitos da 
tutela. Quais são elas? No art. 7º, III da Lei 12016 há o artigo que regula a concessão da 
liminar: é facultado ao juiz exigir calção, fiança ou depósito para a concessão da liminar. Esta 
regra, especialmente para o Direito Tributário é uma aberração completa. No Direito Tributário 
isto é uma completa aberração, pois o depósito por si só já traz a suspensão do crédito. Claro 
que existem hipóteses absolutamente peculiares para esta limitação: pessoa estrangeira que 
vai sair do país. Não há sentido na necessidade de garantia do juízo para discussão do tributo. 
Com esta lei não se estabeleceu que o juiz é obrigado a requerer o depósito, mas certamente 
é um estímulo para que ocorra. Mas a lei vai mais longe: nos termos do §2º do art. 7º, 
estabelece situações em que há proibição para a concessão da liminar: para compensação de 
créditos tributários e liberação de mercadorias ou bens provenientes do exterior (dentre outras 
várias). No caso de compensação tributária, este dispositivo não inova em nada numa primeira 
leitura, porque o art. 170A do CTN (introduzido pela LC104) já estabelece o mesmo. Ele 
estabelece que a compensação que tenha por objeto créditos discutidos judicialmente 
somente poderá ser feita após o trânsito em julgado da decisão. Isto porque o crédito somente 
se torna certo com o trânsito em julgado, que naturalmente impede que se faça compensação 
de crédito mediante liminar. Até aí o art. 7º não inovou. Mas ocorre que o CTN impede a 
compensação por intermédio de liminar (súmula 212 2 213 STJ). Mas ela não vedou qualquer 
liminar em qualquer processo de compensação. 
Esta lei 12016 parece que amplia a impossibilidade de liminar em qualquer processo que 
tenha compensação. Quando tenha por objeto a liberação de mercadorias ou bens, o 
problema é ainda mais grave: impede-se liminar para se fazer desembaraço aduaneiro. Na 
importação de bens, é necessáriorealizar procedimento administrativo para sua liberação. O 
 
34 
 
 
desembaraço tem como requisito a comprovação do pagamento dos tributos incidentes sobre 
a importação: taxas aduaneiras, IPI, II, ICMS. Era muito comum no DT fazer importação, e 
para promover o desembaraço, apresentava-se o MS, e liminar com discussão: se favorável 
ao sujeito passivo, havia extinção do crédito; se favorável ao fisco, caberia a execução do 
crédito. É bem verdade que reconhecesse esta cobrança ao final do processo mediante 
desembaraço, ficava praticamente inviável a cobrança por não achar o sujeito passivo. É 
razoável exigir depósito. Com a Lei 12016, não é mais possível a concessão de liminar para o 
desembaraço aduaneiro para promover a discussão do crédito. Caberia ação 
declaratória/anulatória com pedido de antecipação de tutela, que atingiria o mesmo fim? A lei 
12016, em seu art. 7º§5º, impediu, ao afirmar que as vedações relacionadas com concessões 
de liminares se estendem com a tutela antecipada do art. 273 CPC. 
5 ªCausa de suspensão: Antecipação de tutela: mesmo do item 4. 
 
6 ªCausa de suspensão: Parcelamento (art. 151, VI): é previsão desnecessário, pois 
parcelamento é tipo de moratória, e já estaria englobada no inciso I. Mas ao invés de 
concessão de prazo para pagamento único, haverá concessão de prazo para vários 
pagamentos. Não precisava constar, mas didaticamente o CTN estabelece que o 
parcelamento é causa de suspensão. Se a legislação dá novo prazo para pagamento em 
parcelas, não há sentido em conceder o novo prazo e executar. Durante a vigência do 
parcelamento há suspensão da exigibilidade. Ou seja, durante todo o prazo estipulado para 
pagamento, desde que os pagamentos parciais sejam realizados. O não pagamento das 
parcelas implicará na suspensão do parcelamento, na resolução do parcelamento, que será 
rompido. Com este rompimento, haverá vencimento antecipado das parcelas futuras e o 
crédito será exigido. Claro que somente será exigível pelo saldo remanescente. Isto implica na 
possibilidade da cobrança do valor. Depende da concessão por intermédio de lei (ou lei geral, 
ou lei específica). Parcelamento é causa de suspensão, mas inegavelmente é forma de 
pagamento por intermédio de pagamentos parciais sucessivos. Se é forma de pagamento, 
 
35 
 
 
surge a questão de que o parcelamento geraria a possibilidade de denúncia espontânea10 (art. 
138 CTN): para ter o benefício o sujeito passivo tem que procurar o Fisco para pagar, e tem 
que ser de maneira espontânea, ou seja, antes do início de qualquer fiscalização. Esta 
exigência de espontaneidade premia a boa-fé. Isto é diferente da situação do sujeito que está 
em mora e quando se instaura a fiscalização, sabe que somente questão de tempo que o 
Fisco o autue, e para fugir da multa corre para pagar. Mas o pedido de parcelamento da 
infração reconhecida gera o benefício da denuncia espontânea? Para o STJ o pedido de 
parcelamento não dá o direito da denúncia espontânea, o que quer dizer que não gerará a 
dispensa da multa. Tão somente gerará para o STJ o reconhecimento com pagamento 
integral. 
 
 
9. Exclusão do crédito tributário 
 
 
 
Conceito: Formas que extinguem a obrigação tributária, logo o crédito tributário deixa de 
existir. 
Espécies: isenção X anistia 
 
Competência tributária: Simetria com a competência tributária para criar o tributo, logo quem 
cria o tributo pode estabelecer legislação com hipóteses de isenção ou de anistia. 
Isenção 
 
A) Natureza jurídica: Dispensa de pagamento ou não incidência? Existe um debate na 
doutrina tributária, se a isenção seria uma dispensa de pagamento ou a não existência de uma 
descrição legal. Se for considerado dispensa de pagamento, quando determinada situação é 
isenta, quer dizer que houve a realização do fato gerador, mas a lei determinou que tal fato 
gerador não gera dever de pagar. Ou seja, existe o fato tributário, mas há dispensa do 
10 
É beneficio dado para estimular o sujeito passivo para regularizar a sua situação, com dispensa da multa. Estando numa 
situação de infração, se o sujeito passivo, voluntariamente, de maneira espontânea procura a administração para pagar, 
para regularizar, vai ter de pagar o tributo, os juros a correção, mas não pagará a multa. Isto é uma forma de premiar a 
iniciativa. 
 
36 
 
 
cumprimento da obrigação tributária. Se for considerado não incidência, é como se o fato 
gerador nem se realizasse. Mas porque esta discussão a respeito da natureza jurídica? É que 
isto tem sérias repercussões práticas, já que, por exemplo, se é um mera dispensa de 
pagamento, a revogação da isenção não cria tributo novo, nem aumenta o valor de tributo 
existente, logo não é necessário que respeite os princípios da anterioridade do exercício ou da 
anterioridade nonagesimal. Porém, se a isenção é entendida como a não incidência de tributo, 
a sua revogação implica e novo tributo ou aumento de tributo já existente, o que, segundo o 
princípio da anterioridade e da anterioridade nonagesimal, somente poderia ter eficácia futura. 
B) Revogação da lei isentiva (art. 178 CTN): isenção onerosa X isenção gratuita. Existe 
uma diferença entre isenção onerosa e a isenção gratuita, sendo que a primeira é por tempo 
ou condições determinadas, e a segunda, por tempo ou condições indeterminadas. Neste 
caso, seguindo a linha do STF, a isenção não implica em novo fato tributário, mas 
simplesmente retorno da eficácia de norma tributária já existente, o que portanto, não 
configura aumento de tributo, e portanto, não se deve respeitar o princípio da anterioridade, 
seja nonagesimal, seja do exercício – ver súmula 615 STF. 
C) Relação com o princípio da legalidade: nos termos do art. 176 CTN é sempre concedida 
por lei, mediante simetria. Pode haver isenção regional apenas quando há uma finalidade de 
promover o desenvolvimento econômico de uma determinada área, para gerar equilíbrio entre 
as regiões (art. 151, I CF88). 
Anistia: 
 
A. Conceito: perdão das infrações, e portanto, das multas decorrentes destas (PERDÃO DO 
ILÍCITO + PERDÃO DA MULTA) 
B. Efeitos: apenas sobre as infrações anteriores a ela. Prestar atenção porque somente atinge 
as infrações já cometidas mas cuja multa ou penalidade pecuniária não foi lançada ainda. Se o 
crédito já foi constituído, a hipótese de benesse tem outro nome: remissão (hipótese de 
extinção do crédito tributário vista anteriormente). Lembrar que o sujeito passivo continua 
 
37 
 
 
vinculado ao pagamento das obrigações acessórias e da do pagamento do montante principal. 
Além disto, não atinge atos considerados crime nem atos considerados conluio (art. 180, I e II 
CTN). 
12. BIBLIOGRAFIA 
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2011. 
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. São Paulo: Malheiros, 2000. 
BALEEIRO, Aliomar; NOVELLI, Flávio Bauer. Direito Tributário Brasileiro. 11ª. ed. Rio de 
Janeiro: Forense - 2005. 
CASSONE, Vittorio. Direito Tributário. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso e Direito Tributário Brasileiro. Rio de Janeiro: 
Forense. 
LOPES, Mauro Luis Rocha. Direito Tributário. 3ª ed. Niterói: Impetus, 2012. 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros. 
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Saraiva, 1999. 
RIBEIRO, Ricardo Lodi. Tributos: teoria geral e espécies. Niterói: Impetus, 2013. 
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
SEGUNDO, Hugo de Brito Machado. Processo Tributário. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. 10ª ed. São Paulo.

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