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TRABALHO HUGO CONTRATO

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CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
1.INTRODUÇÃO
Contrato é o consenso recíproco entre duas ou mais partes sobre a mesma causa. Atualmente o contrato independe de sua espécie, caracteriza-se como negócio jurídico com o propósito de gerar obrigações entre as partes. Contrato de Prestação de Serviço ocorre quando uma pessoa se responsabiliza a fornecer uma atividade por meio de pagamento, não é obrigatoriamente contínuo. Refere-se a uma categoria contratual admissível a qualquer tipo de atividade lícita, essa prestação de serviços não gera vínculos trabalhistas está regulamentado pelo Código Civil podendo ser celebrado por pessoa física ou jurídica, considerado consensual sendo sua forma livre, bastando que haja a vontade das partes para que seja celebrado.
2.DESENVOLVIMENTO
CONCEITO 
O contrato de prestação de serviço é aquele em que o prestador, se obriga com o tomador, a executar uma atividade, mediante pagamento em valores de acordo com artigo 594 do Código Civil que: “Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição”. 
A prestação de serviço está relacionada como toda atividade lícita de serviço especializado, executado com liberdade conhecimento técnico, sem subordinação quanto a prestador e tomador e mediante certa retribuição, pagamento. 
O art. 605 do C.C. relata ainda que o tomador não poderá repassar a outro o direito aos serviços contratados. Em contrapartida, o prestador de serviços, sem o aval da outra parte, não poderá substituir-se para a atuação contratada. 
Exemplos de Contratos de Prestação de Serviços (Código Civil) 
a) O trabalho autônomo - profissionais liberais e representantes comerciais. 
b) O trabalho eventual – executado quando há a necessidade (ex: roçador). 
c) A terceirização de serviços - atividade realizada pelas pessoas que prestam serviços a terceiros (ex: limpeza, segurança, conservação de elevadores). 
Qualquer tipo de serviço, desde que seja lícito, pode ser objeto de contrato, não se fazendo a diferença entre trabalho braçal ou intelectual, de acordo com GONÇALVES, 2008. 
ELEMENTOS SUBJETIVOS
a) Tomador, Contratante ou Locatário: aquele que contrata os serviços. 
b) Prestador de serviços, Contratado ou Locador: aquele que fornece sua força de trabalho para a execução de determinada atividade. 
As partes devem ser dotadas de capacidade genérica, devem ser maiores de 18 anos para celebrar um contrato de prestação de serviços. 
Caso contrário, será inválido o contrato, podendo ser anulado. 
REQUISITOS OBJETIVOS
A prestação de serviços deve ser resultado de atividade lícita, podendo ser física ou intelectual, material ou imaterial. 
REQUISITOS FORMAIS
O contrato de prestação de serviços é consensual; ou seja, tem forma livre (escrita, verbal, mímica ou tácita), basta apenas que exista a vontade das partes para que seja celebrado.
NATUREZA JURÍDICA 
Bilateral: gera obrigações tanto para o contratante como para o contratado (pagamento ao prestador versus atividade executada. Gera direitos e dever para ambas as partes. O prestador assume a obrigação de fazer para com o dono o serviço, que por sua vez se obriga a remunerá-lo. 
Oneroso: sacrifícios e vantagens recíprocas. 
Art. 596: Na ausência de estipulação de preço, nem chegando a um acordo as partes, “fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo do serviço e sua qualidade. Evidente que em serviços de grandes proporções o magistrado se servirá de apoio de um perito. 
Embora o art. 599 do CC ouse denominar a remuneração de salário, essa designação é privativa para o contrato laboral regulado pela CLT. Corrigindo-se depois para o termo “retribuição” nos arts. 594, 596, 597, 602 e 603 do C.C. 
Sinalagmático: Apresenta um perfeito equilíbrio entre a prestação e a contraprestação; normalmente realizada intuitu personae. 
Comutativo ou predeterminado: as partes já sabem quais suas prestações, qual o objeto do negócio. 
Não solene ou Consensual: o simples acordo de vontades torna perfeito o contrato, prescindindo este, portanto, de qualquer materialidade externa. Aperfeiçoa com a simples vontade dos contratantes. 
Não solene - Informal: não se exige forma escrita para sua plena configuração. O art. 593 do C.C. é aplicável às prestações de serviço as quais não estão sujeitas à legislação trabalhista ou lei especial. A lei não exige uma forma como condição de validade do negócio. 
Duração continuada: são praticados atos contínuos, tais atos devem ser realizados para que se cumpra de modo efetivo o contrato.
ELEMENTOS DO CONTRATO 
Os elementos básicos e imprescindíveis de um contrato de prestação de serviço são: objeto, remuneração e consentimento. 
Objeto: é resultado da atividade humana, lícita, que pode ser intelectual, material ou física a critério as partes, a escolha pela prestação de fazer fungível ou prestação de fazer infungível. Todo serviço, não importando a sua natureza, pode ser objeto da prestação, seja de ordem material ou imaterial, braçal ou intelectual, doméstico ou profissional (CC/2002, art. 594). 
REMUNERAÇÃO
O pagamento pelo serviço prestado. 
Aquele que presta o serviço tem direito a uma remuneração livremente convencionada entre as partes, que deverá ser paga, salvo estipulação em contrário, depois de prestado o serviço (CC/2002, art. 597). Não havendo convenção, ou não tendo chegado as partes a um acordo sobre a remuneração, será ela arbitrada, de acordo com os costumes do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade (CC/2002, art. 596). 
Considera-se como contrato atípico diferentes tipos de remuneração, como, verbi gratia, alimentos, vestuário, transporte ou, até mesmo, moradia (Caio Mário da Silva Pereira e Carlos Roberto Gonçalves) entendem que pode ser aceita a retribuição do serviço 
Quando não se define um valor ou há duvidas, será fixado por ordenamento a retribuição, segundo o costume do que se paga por aquele serviço no lugar, pode-se também usar como critério o tempo de serviço e sua qualidade (artigo 596 do CC). 
Após de prestado o serviço a retribuição será paga, se, por convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações (artigo 597). Presume-se que seja paga em uma só parcela. 
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO VERSUS EMPREITADA 
Tanto em um quanto em outro, há atividade pessoal em benefício de outro, o que ocasiona vários pontos de contato entre os institutos. 
Nos serviços de empreitada procura-se a obra perfeita e de excelente acabamento de acordo com o que foi acordado. 
Na prestação de serviço o foco principal não é a conclusão da obra, mas, sim, na atividade do prestador de serviços em favor do tomador, durante determinado período de tempo. 
Outro critério: a retribuição. 
Prestação de serviço: se a remuneração for igual ao tempo dedicado ao trabalho. 
Empreitada: se o pagamento tiver ligação com a obra em si. 
Na prestação de serviço o serviço é fiscalizada e controlado por quem contratou o prestador. 
Na empreitada: o empreiteiro trabalha por conta própria, com total independência, e assume os riscos do empreendimento, sendo certo que, dessa forma, a relação obrigacional se ajusta melhor à obrigação de resultado. 
Na empreita o que importa é o resultado final ou seja a obra concluída. Já a prestação de serviço não se evidencia o fim da obra, e sim a atividade do trabalhador, refere-se a obrigação de meio.
DURAÇÃO DO CONTRATO 
 De acordo com o artigo 598 do Código Civil o limite para um contrato de prestação de serviço é de 4 anos, mesmo que o serviço não tenha sido. Admite-se que o contrato seja prorrogado caso as partes assim desejem. De toda maneira em razão da autonomia da vontade o contrato pode ser: determinável conforme o artigo 599 e determinado segundo artigo 602.
Sem a estipulação do prazo fixado, ou se o serviço não houver sido determinado mediante tarefa, uma das partes pode pôr fim ao contrato mediante uma comunicação antecipada. O artigo 599 CC diz que se o prazode extinção de contrato não for indicado o contrato de prestação de serviço será considerado como indeterminado. Segundo o artigo 600 do CC não é calculado no tempo do contrato, o período no qual o prestador de serviço parou de servir, por sua autoria, portanto pode haver um contrato de prestação de serviços sem prazo, bem como com pode ter seu prazo determinado. Quando a razão do descumprimento do contrato não tiver relação com a vontade ou sem a culpa do prestador, o mesmo tempo é calculado no prazo do contrato, diferentemente quando o mesmo não cumpre suas atividades por sua culpa ou vontade esse tempo não será contado no contrato.
FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO
De acordo com as leis do Código Civil, temos a seguinte divisão acerca das formas de extinção dos contratos:
 1) Extinção normal;
 2) Extinção por vício;
 3) Extinção por resilição;
 4) Extinção por resolução;
O contrato se encerra normalmente com o cumprimento das obrigações, o término por vício dar-se-á por nulidade do negócio obrigatório acordado entre as partes, por outro lado extinção por resilição ocorrerá com a extinção dos contratos por vontade de um ou dos dois contratantes, há portanto a resilição unilateral e bilateral, dissolução do contrato por simples declaração de vontade de uma ou das duas partes contratantes. A resolução trata sobre a não execução seja ela culposa ou forçada do que foi estipulado, refere-se ao descumprimento das atividades por uma ou ambas as partes, sendo por autoria própria ou ato alheio a sua vontade.
 O artigo 607 do CC resguarda o seguinte: 
“O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior.”
Assim sendo temos as situações que ocasionam o término do contrato de prestação de serviço:
Morte de um dos contratantes; 
Fim do período designado em contrato (4 anos) 
Conclusão do trabalho; 
Denúncia, aviso prévio;
 Inadimplemento das atividades; 
 Impedimento do cumprimento da atividade.
Estabelece o período de anterioridade da denúncia Art.599 CC:
Pagamento mensal – 8 dias 
Semanal ou quinzenal – 4 dias 
Menores de 7 dias – aviso de véspera.
 A respeito do inadimplemento é utilizado pelo Código Civil a nomenclatura “dispensa do contrato”. Desse modo será classificada como, dispensa motivada ou dispensa imotivada. De acordo com o artigo 603, dispensa imotivada, estabelece a pessoa encerrou o contrato pagar a outra parte “por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato”. A dispensa motivada conforme o artigo 602, em seu parágrafo único do CC, ocasionará a quem encerrou o contrato o pagamento das prestações vencidas bem como o equivalente indenização.
3.CONCLUSÃO
Diversos contratos não necessitam de certas formalidades, é possível que se seja efetuado contratos simples em nosso cotidiano, por exemplo através da compra da passagem de ônibus, bastando que haja vontade, contudo diversas vezes é indispensável um documento que dê garantias as partes contratantes.
Logo evidencia-se que seu verdadeiro objetivo é assegurar que a atividade seja executada, garantindo os direitos e deveres das partes contratantes, por isso sua importância se dá pela transparência da relação, evitando qualquer inconveniente.

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