Buscar

AD1 Neociação e Arbitragem Fernando Rambolt


Continue navegando


Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS 
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB 
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
 
 
AD1 
Período – 2019-1 
Disciplina: Negociação e Arbitragem 
Coordenador da Disciplina: PROF. Sabrina Moura 
Tutor: Marcelo Almeida 
 
 
 
Com base no texto de Garcia (2006) e no texto “Negro sai, minério fica? 
Desenvolvimento e direitos humanos em choque” (2016) de Denise Gomes de Moura, 
Eliane dos Santos Luz, Raphael Machado e Rodrigo Farias Gontigio responda, com suas 
palavras, as questões abaixo: 
 
 
1) De acordo com Garcia (2006), a Weltanschauung dos participantes remete a 
diferentes valores, formas de perceber a realidade e visões de mundo. A 
realidade é filtrada por nossos valores, assim como as lentes dos óculos mediam 
e filtram nossa visão da realidade. Isto posto, identifique os interesses (a) e as 
visões de mundo (b) de pelos menos 3 agentes públicos, ou privados, ou de 
grupos discutidos no texto de Moura, Luz, Machado e Gontigio. 
R: Comunidade Esperança: o interesse da comunidade é apenas de 
usufruir de sua terra do modo como fazem há mais de 100 anos. A sua 
visão de mundo em relação ao conflito, é de que não estão errados por 
brigar por seu direito a essa terra. 
Minerado: o interesse principal da empresa é lucrar com novas minas e 
o secundário é injetar recursos na cidade da futura mina. Sua visão de 
mundo a respeito do conflito é de que os quilombolas são vagabundos e 
que não querem evoluir e nem deixar a cidade evoluir. 
Prefeitura: o interesse da prefeitura é de receber os recursos advindos 
de uma futura instalação de uma grande empresa em seu município, 
fazendo com que o progresso chegue a região em forma de mais e 
melhores empregos, hospitais, escolas. Sua visão de mundo sobre o 
conflito é de que a cidade precisa evoluir e alguém precisa se sacrificar 
para isto. 
 
 
2) A partir do texto de Moura, Luz, Machado e Gontigio (2016) explique qual a 
natureza/tipo de conflito (social e/ou econômico e/ou político) e explique a 
razão da classificação feita por você. 
 
R: O conflito é de natureza social, econômico e político. Social pois se 
trata de um conflito territorial, onde de um lado estão os verdadeiros donos 
da terra por direito legal, moral e humano – quilombolas – e do outro a 
Mineradora. Este conflito é bem comum no país e atingem quilombolas e 
indígenas. Econômico, porque a região precisa se desenvolver e tudo leva 
a crer que a presença da mineradora trará desenvolvimento econômico. 
Político, pois desde o início a intenção do líder do executivo no município 
bem como vereadores da região, tendenciosamente permitirem a 
construção de minas na comunidade quilombola, mesmo sabendo da 
existência de famílias ali, concedendo liberações tão rápidas de forma 
estranha. 
 
3) Aponte os recursos e estratégias (pelo menos 4) utilizados pela mineradora e 
pelos quilombolas para a defesa de seus interesses. 
 
R: Mineradora: atividades de prospecção; pedido de autorização da 
exploração da terra na Justiça; negociação com quilombolas; intimidação 
por parte de pessoas ligadas à mineradora contra líderes da resistência 
quilombola. 
 
Quilombolas: através da advogada aciona o MP; marcação de audiência 
com prefeito; negociação com a mineradora; protestos bloqueando uma 
das vias mais utilizadas da região.
4) Escreva um pequeno texto de no mínimo 5 e no máximo 10 linhas discutindo as 
seguintes questões: você considera que o conflito poderia ser resolvido a 
contento de todos os envolvidos no caso apresentado por Moura, Luz, Machado 
e Gontigio? Em caso negativo, por que? Em caso positivo, de que maneira isso 
poderia ser feito? 
R: Sim. Ainda que precisemos evoluir muito em relação a direitos sociais, 
vivemos em uma democracia. Tenho a certeza de que a Comunidade 
Esperança por já habitar neste local há mais de 100 anos, tenha o direito 
moral de posse da terra e também de poder usufruir de sua cultura, modo 
de viver. O município e as pessoas que ali vivem tem o direito de evoluir 
e através dos recursos que a mineradora trará a cidade poderá assim 
fazê-lo. Estudos de impactos socioambientais devem ser feitos por 
pessoas especializadas e sem interesses na negociação, para não 
beneficiar um dos lados. O MP tem de acompanhar os estudos 
socioambientais e a negociação. Deverá haver uma delimitação territorial 
da comunidade e de forma justa. 
 
 
 
 
 
Bibliografia: 
 
 
MOURA, D. G.; LUZ, E. S.; MACHADO, R.; GONTIGIO, R. F. Negro sai, minério fica? 
Desenvolvimento e direitos humanos em choque. Escola Nacional de Administração Pública 
(ENAP): Casoteca de Gestão Pública. (http://www.enap.gov.br) Disponível em: 
http://casoteca.enap.gov.br/index.php?option=com_multicategories&view=article&id=178:ne 
gro-sai-minerio-fica-desenvolvimento-economico-e-direitos-humanos-em- 
choque&catid=21:diversidade&Itemid=12 
 
 
GARCIA, S. F. A. Preocupação com as Weltanschauung (W) dos participantes. In. MARTINELLI, D. 
P.; GHISI, F (orgs). A. Negociação: aplicações práticas de uma abordagem sistêmica. São Paulo: 
Saraiva, 2006. 
PINHEIRO, I. A. Negociação e Arbitragem. Florianópolis: Departamento de Ciências da 
Administração / UFSC; Brasília: CAPES: UAB 2012.