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Unidade 2 Aula 5: A negociação como processo de comunicação Sumário da apresentação: 1) A NEGOCIAÇÃO 2) A NEGOCIAÇÃO COMO COMUNICAÇÃO 2.1) O papel dos elementos dentro de uma negociação 2.2) Interferências no processo de comunicação e de negociação 1. A negociação: A negociação é um processo que busca a resolução de divergências e de conflitos de interesses. Note-se que conflito aqui não significa necessariamente um embate aberto e que, mesmo em meio às divergências, é possível encontrar alguns interesses complementares entre os polos. Em toda e qualquer sociedade emergem indivíduos, associações, entidades e grupos com interesses próprios e que por vezes entram em choque com os interesses de outros indivíduos, grupos e entidades. Neste sentido, a negociação é intrínseca à atividade humana e é a forma mais eficaz de resolver uma disputa entre as partes. 2. A negociação como comunicação: A comunicação torna possível a negociação pois é através dela que se estabelecem as relações interpessoais. Ela pode ocorrer através de linguagem verbal e não verbal (através de gestos e sinais, expressões faciais). De acordo com Pinheiro (2012, p. 26, 31) a negociação é um processo de comunicação no qual estão presentes pelo menos duas pessoas em polos opostos: o emissor e o receptor. Para que ocorra a negociação, é preciso que pelo menos três elementos estejam presentes: o emissor, a mensagem e o receptor (Pinheiro, 2012, p. 26). 2.1. O papel de cada elemento dentro de uma negociação: - O emissor ou codificador: é aquele que emite a mensagem. A forma pela qual a mensagem é transmitida depende de uma série de idiossincrasias individuais (maneira de falar, de gesticular, uso de certas expressões e técnicas, tipos de experiências vividas e etc). - Canal por onde flui a mensagem: o conteúdo da mensagem é aquilo que será objeto da negociação. A mensagem flui por um canal ou meio de forma oral ou visual e pode sofrer interferências. As interferências ou “ruídos” no canal podem gerar incompreensão da mensagem, o que prejudica a negociação. A clareza da informação e das mensagens facilita o processo de negociação e favorece o estabelecimento de um entendimento mútuo. Por isso durante a comunicação é importante averiguar a possibilidade de o canal/meio distorcer a mensagem original. 2.1. O papel de cada elemento dentro de uma negociação (continuação): - O receptor ou decodificador: é aquele que recebe a mensagem. Assim como para o emissor, para o receptor a forma como a mensagem é compreendida está sujeita aos filtros construídos individual e socialmente (valores éticos, morais e estéticos, costumes, conhecimento, hábitos, ideias, posicionamentos políticos, etc). Esses filtros mediam a nossa compreensão das mensagens e nossa ação sobre o mundo. Pinheiro (2012, p. 28) classifica estes filtros em três tipos: os sentidos, os cognitivos e os éticos e morais. - O feedback: ocorre quando o emissor recebe a mensagem do receptor e reinicia o processo, ao emitindo nova mensagem. 2.2. O processo de comunicação e de negociação podem sofrer interferências de diferentes naturezas, entre elas é possível destacar: Físicas: Como aquelas em que a mensagem é deturpada em função de problemas com o canal (os chamados ruídos). Sociais/culturais: quando não há uma correta compreensão do outro. Mesmo quando as partes em uma negociação utilizam a mesma língua e fazem parte de um mesmo grupo maior (nacional ou étnico comum), diferenças de classe, de condição, de visão de mundo podem criar problemas na negociação. No livro de Pinheiro (2012), o autor traz o conceito de Weltanschauung para demonstrar que as diferentes formações dos indivíduos e grupos conduzem a formas específicas e situadas socialmente de perceber e interpretar a realidade. Lembrem-se aqui do texto de Clifford Geertz (1989) que demonstra como a interpretação da cultura do outro é algo complexo e que depende de um conhecimento que vai além do nível superficial. No exemplo trazido por Pinheiros (2012, p. 29-30) o embate entre a tia e o sindicalista demonstra a forma pela qual a condição social e o processo de socialização dos indivíduos incide sobre a sua visão de mundo. Aqui o autor discute a importância da empatia para o curso do processo de negociação. 2.2. O processo de comunicação e de negociação podem sofrer interferências de diferentes naturezas, entre elas é possível destacar (continuação): * Empatia no dicionário Michaelis significa: “1) Habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa; 2) Compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem; 3) Qualquer ato de envolvimento emocional em relação a uma pessoa, a um grupo e a uma cultura; 4) Capacidade de interpretar padrões não verbais de comunicação; 5) Sentimento que objetos externos provocam em uma pessoa.” Em suma, e retomando aquilo que foi dito, empatia remete à capacidade de buscar enxergar os acontecimentos a partir do ponto de vista do outro, ou de conseguir compreender o sentido que o outro atribui aos processos e fenômenos. Isto demonstra a importância da capacidade de ouvir dentro de um processo de negociação, bem como de, pelo menos momentaneamente, buscar formas através das quais nossas próprias convicções morais, estéticas, religiosas não incidam de maneira a inviabilizar a negociação. Referências: Dicionário Michaelis (http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Oaje ) PINHEIRO, I. A. Negociação e Arbitragem. Florianópolis: depto de Ciências da Administração / UFSC; Brasília: CAPES, UAB, 2012 (páginas 25-31). http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Oaje
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