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Dermatologia Semiologia da Pele Anamnese é 50% do diagnóstico (local de inicio das lesões/evolução; prurido, simetria de lesões, presença de outros animais/pessoas acometidas). Exame físico deve-se identificar a localização das lesões (é onde ele morde, é onde ele coça, ou tem em outros lugares?) Dermatopatias parasitárias Demodicose - “Sarna negra” É causada pelo Demodex canis. Distúrbio genético/imunológico – a genética facilita a proliferação do ácaro, que leva a doença. Demodicosse sem infecção secundária não há prurido. Pode ser local (blefarite ou “luneta ocular”, pododermatite, comissura labial e membros) ou generalizada (5 ou mais áreas, cabeça, membros e tronco). Escabiose Canina – Sarcoptes scabiei É altamente pruriginosa ( tem inicio em jarrete, axilas, cotovelo, orelha, abdômen e tórax ventral). É ZOONOTICA Escabiose Felina – Notoedres cati É ZOONOTICA. Acomete inicialmente orelhas, cabeça, face e pescoço. Tratamento para escabiose (canina e felina): ivermectina (0,2-0,3mg/kg SC ou VO q7d), doramectina (0,2-0,,3mmg/kg SC q7d), deltametrina (0,5 mL/2L água), Selamectina (spot on), moxidectina (spot on). Diagnóstico das dermatopatias parasitárias Parasitológico: pele (raspado profundo), ouvido – otopatia parasitológica (otoscópio/swab). Histopatológico Preferir regiões com prurido intenso Ectoparasiticidas: Ivermectina (0,2-0,6mg/kg VO SID q 7d), Milbemicina (0,5-1,0 mg/kg, VO, SID), Moxidectina 0,5-1,0 mg/kg q 72 horas), Amitraz (4 mL/L de água -banhos semanais), Deltametrina (0,5 mL / 2 L água), Selamectina (pour on, 1 aplicação –demodicose não), Sarolaner (2-4 mg/kg, VO, duas administrações em um mês, somente cães), ambiente: vassoura de fogo, amitraz, aspirador de pó Dermatopatias Imunomediadas Tipo: complexo pênfigo, lúpus eritrematoso discóide, síndrome úveo-dermatológica. Não são pruriginosas (exceto se dermatopatia secundária) Etiologia: idiopática Mais comum em cães Complexo pênfigo Anticorpos direcionados ao glicocálix dos queratinócitos, levando a perda de coesão intercelular e formação de vesículas e bolhas. Etiologia idiopática: hipóteses como fatores emocionais, luz UV, hereditariedade e uso de medicamentos. Diferenciação entre as formas: localização de lesões e por histopatologia. Pênfigo foliáceo – mais comum Começa como máculas, pústulas e crostas na cabeça, orelhas e patas, tornando-se generalizada. Poupa junção mucocutânea e pode acometer unhas. Pode levar a anorexia, depressão e febre. Pênfigo eritematoso É uma variante benigna do pênfigo foliáceo Acomete orelha, cabeça e dedos. Pênfigo vulgar Vesículas, bolhas e úlceras mais profundas, na cavidade oral, junção mucocutânea e axila e virilha. Quando mais grave for a forma, pior o prognóstico. Lúpus Eritematoso discoide 2ª dermatopatia imunomediada mais comum Anticorpos contra vários constituintes celulares Despigmentação nasal, eritema, úlceras, crostas, principalmente com piora após exposição solar. Síndrome uveodermatológica Predisposição: Akitas, Chow-chow, Samoieda, Husky Siberiano Sinais cutâneos e oftálmicos: despigmentação de focinho, lábios, pálpebras, escroto, vulva, períneo. Pode progredir para formação de erosões, úlceras e crostas. Anticorpos contra melanócitos. Diagnóstico das dermatopatias imunomediadas: Diagnósticos diferencial ( descarto as outras dermatopatias), Citologia de pústula (negativa), histopatologico Tratamento: para lesões tópicas utilizo corticoide tópico, em lesões sistemicas (com imunossupressão) utilizo prednizona, dexametasona, azatioprina, ciclofosfamida. Nos locais despigmentados é recomendado o uso de protetor solar. Dermatopatia Alérgica São bem pruriginosas Em casos agudos, não tinha nada num dia, no outro está se coçando muito, e com escoriações DAPP Um parasito é suficiente para desencadear a alergia (1 pulga). Região lombossacra, membros pélvicos é onde tem lesão. Pode ter na região ventral ao rabo e na parte interna da coxa. DAPE É causada por outros parasitas, que não são pulga. Queletiose/trombicelíase -> Cheyletiella sp. (tende a poupar os membros, acomete todo o lado do cachorro) e Trombicula sp. (em associado o queiletiose acomete também peito e barriga (ventral) e pés e mães). Pediculose: piolhos (Tricodectes canis, Lynognathus setosus, Felicola subrostratus) Pde ser encarada como DAPE a sarna demodescica e sarcopode Diagnóstico e tratamento – presença de ectoparasitas – cuidado com a pulga! Mesmo se o tutor disser que não tem pulga (esse não tem, mas o outro tem, La em casa não tem, mas ele fica solto o dia todo na rua), o laboratorial é feito com raspado de pele para parasitológico. Terapia antipruriginosa pode ser necessária inicialmente (Anti-histamínicos e corticóides) Hipersensibilidade alimentar Prurido relacionado ao alimento pode ser causado por: intolerância alimentar (não imunomediada) e hipersensibilidade mediada por IgE (alergia alimentar). Pode haver sinais GI (vomito, diarréia, gases), alérginos mais comuns: carne bovina, lactinios, produtos de frango e trigo, soja, carne de cordeiro, carne de porco, de peixe e milho. Não há testes diagnósticos disponíveis. Diagnóstico por dieta de exclusão (comercial ou caseira) por pelo menos 8 semanas. Proteína hidrolisa (menor que 17 peptideos). Vai ter lesões nos mesmos locais que a dermatite atópica (ao redor da boca, e dos olhos, nas patas, axilas, região pélvica e pode apresentar em forma de otite) Dermatite Atópica Causada pelo alergino inalado. Tem eritrema, pápulas, alopecia, escoriações. Primeiro descarte de outras causas: 1º passo: Descartar DAPP 2º passo: descartar outros parasitas. 3º passo: descartar pioderma por Staphylococcus e supercrescimento por Malassezia 4º passo: descartar hipersensibilidade alimentar Etiologia: pólen, ácaros de poeira doméstica, mofo. Comum a ocorrência de infecção secundária Disbiose – altera o bioma do local (microbiota da pele, ou microbiota intestinal por exemplo) Fungicas Dermatofitose Microsporum canis/gypseum; Trichophyton mentagrophytes É uma zoonose Pode ser primaria ou secundária É transmitida por contato direto ou indireto (fômites, roupas contaminadas) Lesões bem redondinhas (faz um halo) Raspado sempre em borda Diagnóstico – lâmpada de Wood (lembrando que deve ser avaliada a cor da pele e não do pelo) (detecta apenas M. canis, se der positivo ótimo, se não der, não pode descartaar fungica, pq pode ser outro agente), raspado cutâneo superficial das bordas das lesões/tricograma (mais indicado). Tratamento – sempre deve ser feito o tópico (diminui a transmissão e contaminação ambiental) e avaliar se precisa de tratamento VO. Banho 2 vezes por semana ou creme/pomada. Miconazol 2% + clorexidine 2 a 3%. No ambiente deve ser lavado com hipocloreto de sódio Sistemico – itaconazol (10 mg/kg SID) – em semanas alternadas até a melhora (é o mais caro, mas mais seguro), ou Terbifina (30 mg/kg SID) Malasseziose Malassezia – levedura parte da microbiota normal da pele e conduto auditivo – o ambiente lipofílico favorece a proliferação Fatores pré-disponentes – distúrbios de queratinização (excessiva produção de sebo ou cerúmen), acumulo de umidade e subseqüente rompimento da barreira cutânea, doenças de base como alérgicas ou bacterianas. Sinais Clinicos – prurido moderado a intenso, alopecia local ou generalizada, escoriações, eritema e seborréia, com odor corporal desagradável, rançoso e seborreico, pele espessada e áspera. Em casos crônicos há hiperpigmentação, liquenificação e hiperqueraatose, localizadas nos espaços interdigitais, parte ventral do pescoço, axilas, região perineal e dobras cutâneas. Diagnóstico – clinico (odor rançoso e outros sinais clínicos como espeçamento da pele), raspado de pele ou Swab otológico para citologia e cultura fungica. Da negativo para lâmpada de Wood. ALOPECIA SIMÉTRICA É PROBLEMA ENDÓCRINO Teste de supressão com dose baixa de dexametasona 0,01 mg/kg IV Faço dexa e doso cortisol A dexa é a única que não interfere no cortisol.Coleto sangue para bioquímico, aplico dexa IV, espero 4 horas e coleto sangue, mais 4 horas e coleto sangue de novo. Deve estar em jejum de 12 horas antes da primeira coleta de sangue, e permanecer em jejum até o final do exame. Da uma curva, que me diz se ele tem hiperadrenocorticismo ou não, e isso justifica (ou não) as lesões de pele. Afecções da Orelha Otite Doença inflamatória aguda ou crônica (+ de 3 meses) Fatores predisponetes – orelha pendular, estritamento de conduto, pelos no conduto (), umidade excessiva, limpeza excessiva, traumatismos, tratamento inadequado (traumatismos ou medicações inadequadas/em dose errada), doenças de base não tratada, predisposição genética Fatores primários: parasitas (Notoedres cati, Otodectes cynotis), atopia, neoplasias. Sinais clinicos: Otite externa: prurido e dor auticular (esfregar orelha e cabeça, orelha “caida”), secreção auricular, edema, hiperqueratose, hiperpigmentação Otite média/interna (mesmo sinais da otite externa +): meneios cefálicos, inclinação da cabeça, lesão de nervos cranianos (ouvido médio: nervo facial, ouvido interno: sistema vestíbulo-coclear) Otite ceruminosa Ocorre por excesso de produção de cerúmen (predisposição genética) ou por parasita Otodecte cynotis. OBS: Malassezia pachydermatis Otite eczematosa Eritema, edema, hiperhidrose e desamação Tipo mais comum de otite em cães Relacionada a alergias – aspecto de “sagu” (hiperplasia glandular) Otite purulenta Presença de pus na orelha externa – pode evoluir para ruptura de tímpano. Pode ser consequência de outras otites Otite hiperplásica/estenosante Consequência de outros tipos de otite Hiperplasia e estenose parcial/total do conduto Avaliação otoscópica difícil (hiperplásica) e impossível (estenosante) Diagnóstico Anamnese e sinais clínicos, avaliação otoscópica (sedar animal, se necessário)/fibroscópica, Se muita secreção deve ser feito limpeza com ceruminolítico. Pesquisar: hiperemia, hiperplasia, corpos estranhos, massas, parasitas. Citologia (bactérias, leveduras, células neoplásicas), cultura bacteriana/fungica, exame parasitológico Radiografia (presença de massas, otite média), Tomografia Tratamento Limpeza e lavagem do conduto auditivo externo com produtos ceruminolíticos/mucolíticos (Docussato de sódio (Cerumin): emulsificantes de cerúmen). Terapia tópica: casos agudos e crônicos (>20 dias de tratamento) Terapia sistêmica: casos crônicos/recidivantes Otite média/interna: antibioticoterapia sistêmica, ruptura de tímpano: lavagem de conduto com solução fisiológica aquecida sob sedação.
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