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001 direito constitucional emilly albuquerque constituicao da republica federativa do brasil

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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
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Sumário 
 
 
 
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a atual lei fundamental e suprema 
do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais espécies normativas, situando-se 
no topo do Ordenamento Jurídico. 
É chamada de “constituição cidadã” pela doutrina, vez que foi a primeira vez que o legislador 
brasileiro impôs uma lei maior em que o homem é tratado em primeiro plano, onde o direito à 
vida é supremo, independente da propriedade e dos interesses estatais. 
Há, no entanto, uma controvérsia quanto à Constituição de 1988: para alguns, ela seria nossa 
sétima constituição; para outros, seria, na verdade, a oitava. Em 1969, com o falecimento do 
presidente Artur da Costa e Silva, assumiu a Presidência uma Junta Militar. Naquele mesmo ano, 
a Junta promulgou uma emenda constitucional - a chamada Emenda n°.1 - que instituía a Lei de 
Segurança Nacional, restringindo as liberdades civis, e a Lei de Imprensa, regulamentando a 
censura oficial. Pelas profundas modificações que trouxe, a Emenda n°.1 é considerada por alguns 
pesquisadores como sendo um novo texto constitucional. Se aceitarmos essa interpretação, 
podemos dizer que a Carta Magna de 1988 é mesmo a oitava Constituição brasileira - a sétima em 
pouco mais de um século de República. 
Foi a constituição brasileira que mais sofreu emendas. Entretanto, independentemente das 
controvérsias de cunho político, a Constituição Federal de 1988 assegurou diversas garantias 
constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos fundamentais, permitindo a 
participação do Poder Judiciário sempre que houver lesão ou ameaça de lesão a direitos. 
Para demonstrar a mudança que estava havendo no sistema governamental brasileiro, que 
saíra de um regime autoritário recentemente, a constituição de 1988 qualificou como crimes 
inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o estado democrático e a ordem constitucional, 
criando assim dispositivos constitucionais para bloquear golpes de qualquer natureza. Com a nova 
constituição, o direito maior de um cidadão que vive em uma democracia foi conquistado: foi 
determinada a eleição direta para os cargos de Presidente da República, Governador do Estado e 
do Distrito Federal, Prefeito, Deputado Federal, Estadual e Distrital, Senador e Vereador. 
A nova Constituição também previu uma maior responsabilidade. Pela primeira vez uma 
Constituição brasileira define a função social da propriedade urbana, prevendo a existência de 
instrumentos urbanísticos que, interferindo no direito de propriedade (que a partir de agora não 
mais seria considerado inviolável), teriam por objetivo romper com a lógica da especulação 
imobiliária. 
A atual constituição já recebeu 90 emendas constitucionais, sendo que a mais recente, EC nº 
90, que inclui o direito ao transporte como direito social. 
Natureza 
O direito constitucional seria uma unidade estrutural do sistema normativo que é o Direito (J. 
A. da Silva). Estaria no galho “Direito Público”. Outros galhos seriam: “Direito Social” e “Direito 
Privado”. 
Distingue-se dos demais ramos pela natureza (essência) do seu objeto (a Constituição 
Federal): 
a) Organização e funcionamento do Estado; 
b) Articulação dos elementos primários do mesmo; 
c) Estabelecimento da base da estrutura política (J. A. da Silva). 
Conceito 
Existem várias concepções ou acepções a serem tomadas para definir o termo “Constituição”. 
Alguns autores preferem a ideia da expressão tipologia dos conceitos de Constituição em várias 
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acepções, o que chamamos de sentidos sociológico, político ou jurídico, como veremos mais 
adiante. 
Para José Afonso da Silva, a Constituição consiste no: “Ramo do Direito Público que expõe, 
interpreta e sistematiza os princípios e normais fundamentais do Estado”. Para o jurista Maurice 
Duverger: “Aquele que estuda a organização geral do Estado, seu regime político e sua estrutura 
governamental.” 
Historicamente o homem sempre tentou conceituar Constituição. É importante frisar, 
inicialmente, que o termo constituição pode traduzir a ideia de formação de alguma coisa. Em se 
tratando de Direito Constitucional, iremos nos ater aos mais diversos conceitos de constituição 
relacionados ao Direito. 
Pode-se trazer um conceito bastante simplificado de Constituição, a saber: Constituição é uma 
Lei fundamental e suprema dum Estado, que contém normas respeitantes à formação dos poderes 
públicos, forma de governo, distribuição de competências, direitos e deveres dos cidadãos etc. 
Origem: Poder Constituinte 
Consiste no poder de elaborar ou atualizar uma Constituição, sendo manifestação soberana 
da vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. Por esta razão a titularidade 
do poder constituinte pertence ao povo, embora seja exercido ou por uma Assembleia Nacional 
Constituinte ou outorgada por um movimento revolucionário. 
O poder constituinte pertence ao povo, que o exerce por meio dos seus representantes 
(Assembleia Nacional Constituinte). “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (art.1º, parágrafo único da 
CF). 
A Assembleia Nacional Constituinte consiste no momento em que os representantes do povo, 
requisitados de diversas esferas e pastas do Governo, reúnem-se para pensar e redigir o que o País 
está necessitando naquele momento. Por esta razão, a assembleia é convocada sempre que o 
Presidente da República e o Congresso Nacional entenderem que o País está passando por um 
momento novo, onde se faz necessário a promulgação de uma nova Carta Constitucional. 
Tendo em vista que o Poder Legislativo, Executivo e Judiciário são poderes constituídos, 
podemos concluir que existe um poder maior que os constituiu, isto, o Poder Constituinte. Assim, 
a Constituição Federal é fruto de um poder distinto daqueles que ela institui. 
Espécies de Poder Constituinte: 
a) Poder Constituinte Originário: Também é denominado de poder genuíno ou poder de 1º grau 
ou poder inaugural. É aquele capaz de estabelecer uma nova ordem constitucional, isto é, de dar 
conformação nova ao Estado, rompendo com a ordem constitucional anterior. Características: 
inicial, autônomo, ilimitado juridicamente, incondicionado e soberanona tomada de suas decisões. 
- Histórico: É aquele capaz de editar a primeira Constituição do Estado, isto é, de estruturar pela 
primeira vez o Estado. É o verdadeiro poder constituinte originário. 
- Revolucionário: São todos aqueles posteriores ao histórico, que rompem com a ordem 
constitucional anterior e instauram uma nova. 
b) Poder Constituinte Derivado: Também é denominado de poder instituído, constituído, 
secundário ou poder de 2º grau. Como o próprio nome sugere, o poder constituinte derivado é 
instituído pelo originário. Ao contrário do seu “criador”, o derivado deve obedecer às regras 
colocadas e impostas pelo originário, sendo, nesse sentido, limitado e condicionado aos 
parâmetros a ele impostos. 
- Reformador: É aquele criado pelo poder constituinte originário para reformular (modificar) as 
normas constitucionais. A reformulação se dá através das emendas constitucionais. O constituinte, 
ao elaborar uma nova ordem jurídica, desde logo constitui um poder constituinte derivado 
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reformador, pois sabe que a Constituição não se perpetuará no tempo. Entretanto, trouxe limites 
ao poder de reforma constitucional. 
- Decorrente: Também foi criado pelo poder constituinte originário. É o poder de que foram 
investidos os estados-membros para elaborar a sua própria constituição (capacidade de auto-
organização). Os Estados são autônomos uma vez que possuem capacidade de auto-organização, 
autogoverno, auto-administração e autolegislação, mas não são soberanos, pois devem observar a 
Constituição Federal. 
- Revisor: Também chamado de poder anômalo de revisão ou revisão constitucional anômala ou 
competência de revisão. Foi estabelecida com o intuito de adequar a Constituição à realidade que 
a sociedade apontasse como necessária. 
 
Características dos Poderes Constituintes Originário e Derivado: 
- Quanto ao fundamento: 
a) Poder Constituinte Originário: Inicial ou inaugural. É auto-fundante, isto é, tira fundamento de 
si próprio, não se funda em nenhum outro. 
b) Poder Constituinte Derivado: Deriva da Constituição Federal. Encontra fundamento naquilo 
que o poder constituinte originário escreveu. 
 
- Quanto à matéria: 
a) Poder Constituinte Originário: Autônomo. Não está subordinado a qualquer limitação material. 
b) Poder Constituinte Derivado: Subordinado. O poder constituinte originário estabeleceu limites 
de ordem material ao poder reformador, isto é, as cláusulas pétreas. 
 
- Quanto à forma: 
a) Poder Constituinte Originário: Incondicionado. Seu exercício não está submetido à forma, pois 
é ele quem delibera de que maneira o faz. 
b) Poder Constituinte Derivado: Condicionado. Seu exercício é submisso à forma estabelecida 
pelo poder constituinte originário (limitações formais, procedimentais e circunstanciais). 
 
Limitações ao Poder de Reforma 
 
- Limitações formais ou procedimentais: Iniciativa de Emenda Constitucional, a qual deverá ser 
aprovada pelas duas Casas do Congresso Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados), por 
3/5 de votos em cada Casa, em dois turnos de votação. 
 
- Limitações materiais: Tem a ver com o objeto da reforma. A Constituição prevê certas matérias 
que são imutáveis e não podem sofrer alteração, assim, os órgãos com competência para a reforma 
ficam impedidos de sobre elas deliberar. 
 
Limitações temporais: 
 Titular do poder constituinte originário: Pela lógica representa uma limitação, pois se não 
a criatura iria suprimir o próprio criador. 
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 Exercente do poder de reforma: O Congresso Nacional não pode transferir esse poder para 
outros órgãos, pois recebeu procuração sem poderes para substabelecer. 
 Procedimento da emenda constitucional (forma do exercício do poder de reforma): Embora 
não possa ser reduzida a rigidez do procedimento, pois é imutável, pode ser ampliado. 
 Suspensão total ou parcial das cláusulas pétreas. 
 Regime de governo (Presidencialismo): Em razão da opção pela manutenção do 
presidencialismo, realizada pelo titular do poder constituinte originário no plebiscito de 
1993. 
Tendo em vista que o plebiscito não foi um treino de democracia, o seu resultado é vinculante. 
Entretanto, não é imutável, pois nada impede que o eleitorado seja novamente consultado através 
de um novo plebiscito. 
Limitações explícitas: 
Não será objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir as matérias 
estipuladas nas cláusulas pétreas ou a modificar o elemento conceitual do instituto. Tais propostas 
não serão sequer objeto de deliberação. 
Perspectivas 
a) Sentido Sociológico 
- Atribuído a Ferdinand Lassale em sua obra “O que é Constituição”. Lassale afirma que 
Constituição é a soma dos fatores reais de poder. Essa expressão é característica do Conceito 
Sociológico. 
- Para Lassale, a Constituição deve representar os interesses sociais, pois, caso contrário, a 
Constituição não será mais do que uma “folha de papel”. 
- Segundo o autor, se a Constituição não representar o que os fatores de poder desejam, os fatores 
de poder não irão obedecer às normas da Constituição. O principal crítico dessa concepção é 
Konrad Hesse. 
b) Sentido Político 
- Atribuído a Carl Schmit. Segundo o autor, a Constituição é fruto de uma decisão política 
fundamental. Ele diferencia Constituição de Lei Constitucional. 
- Para Carl Schmitt, tudo o que está no documento é lei constitucional, mas nem tudo é 
Constituição. Segundo Carl Schmitt, deve-se fazer a distinção entre Constituição Material e 
Constituição Formal. 
- Constituição material é aquela que traz, em seu bojo, matérias verdadeiramente constitucionais, 
tais como direitos fundamentais e organização do Estado. - Constituição formal é tudo aquilo que 
está plasmado na Constituição e que não é norma fundamental. O conceito formal não se preocupa 
com o conteúdo ou matéria inserida no corpo da Constituição, preocupa-se apenas com a forma 
da norma, se está na forma da Constituição é Constituição, se está fora da Constituição não faz 
parte da Constituição formal. 
c) Sentido jurídico 
- Atribuído a Hans Kelsen. Para o autor, a Constituição pode ser encarada em um duplo sentido, 
a saber: 
* Conceito Jurídico-positivo – A Constituição é vista como um direito positivo supremo, como 
Lei fundamental, uma norma jurídica superior; 
* Conceito Lógico-jurídico – A Constituição é encontra como fundamento de existência uma 
norma pressuposta, chamada de Norma Hipotética Fundamental. 
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- Hans Kelsen aloca a Constituição no mundo do dever-ser, e não no mundo do ser, 
caracterizando-a como fruto da vontade racional do homem, e não das leis naturais. É autor de 
uma pirâmide que explica a supremacia da Constituição sobre as demais leis de um Estado. 
 
 
- Por meio dessa pirâmide é possível verificar que a norma nº 3 encontra seu fundamento imediatode validade na norma nº 2 e esta, por sua vez, encontra seu fundamento na norma nº 1, que é a 
Constituição. No entanto, pergunta-se: a norma nº 1 (Constituição) encontra seu fundamento de 
validade em qual norma? 
- Para responder a esta pergunta, Kelsen nos ensina que a Constituição tem fundamento em uma 
norma pressuposta, uma norma que reside no mundo abstrato, uma norma que é hipotética, uma 
norma que o autor denomina de Norma Hipotética Fundamental. Esta norma não está posta, não 
está positivada, mas representa um fundamento para a positivação de uma Constituição. 
- Portanto, a norma hipotética traduz a ideia do Conceito Lógico-jurídico e a constituição positiva, 
a nossa Constituição Federal traduz a ideia de Conceito Jurídico-positivo. 
- Para fixação da matéria, destacamos a teoria de Kelsen no quadro a seguir: 
 
PLANO LÓGICO-JURÍDICO PLANO JURÍDICO-POSITIVO 
- norma fundamental hipotética 
- plano do suposto 
-fundamento lógico-transcendental da 
validade da Constituição jurídico-
positiva 
 
- norma posta, positivada 
- norma positivada suprema 
Classificação das Constituições 
1) Quanto ao conteúdo: 
a) Constituição formal: regras formalmente constitucionais, é o texto votado pela Assembleia 
Constituinte, são todas as regras formalmente constitucionais, ou seja, estão inseridas no texto 
constitucional. 
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b) Constituição material: regras materialmente constitucionais, é o conjunto de regras de matéria 
de natureza constitucional, isto é, as relacionadas ao poder, quer esteja no texto constitucional ou 
fora dele. O conceito de Constituição material transcende o conceito de Constituição formal, ela 
é ao mesmo tempo, menor que a formal e mais que esta. Nem todas as normas do texto são 
constituição material e há normas fora do texto que são materialmente constitucionais. Regras de 
matéria constitucional são as regras que dizem respeito ao poder, portanto, são as que cuidam da 
organização do Estado e dos poderes constituídos, modo de aquisição e exercício do poder, as 
garantias e direitos fundamentais, elementos sócio-ideológicos, etc. Nem todas as regras que estão 
na Constituição são regras materialmente constitucionais. Pelo simples fato de estarem na 
Constituição elas são formalmente constitucional. As regras formalmente constitucionais são 
chamadas por alguns autores de lei constitucional, é como se fosse uma lei na constituição. 
2) Quanto à forma: 
a) Escrita: pode ser: sintética (Constituição dos Estados Unidos) e analítica (expansiva, a 
Constituição do Brasil). A ciência política recomenda que as constituições sejam sintéticas e não 
expansivas como é a brasileira. 
b) Não escrita: é a constituição cujas normas não constam de um documento único e solene, mas 
se baseie principalmente nos costumes, na jurisprudência e em convenções e em textos 
constitucionais esparsos. 
3) Quanto ao modo de elaboração: 
a) Dogmática: é Constituição sistematizada em um texto único, elaborado reflexivamente por um 
órgão constituinte. É a que consagra certos dogmas da ciência política e do Direito dominantes no 
momento. É um texto único, consolidado. Esta consolidação pode ser elaborada por uma pessoa 
(será outorgada, ex. na monarquia) ou por uma Assembleia Constituinte (será promulgada, ex. nos 
sistemas representativos, Presidencialismo e Parlamentarismo). As constituições dogmáticas 
podem ser: ortodoxa (quando segue uma só linha de raciocínio, tem um único pensamento) e 
eclética (não há um fio condutor, temos dispositivos completamente antagônicos em razão da 
divergência que existiam entre os parlamentares, já que cada um visava os seus próprios interesses. 
- é uma dogmática que mistura tudo). 
b) Histórica: é sempre não escrita e resultante de lenta formação histórica, do lento evoluir das 
tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização 
de determinado Estado. Como exemplo de Constituição não escrita e histórica temos a 
Constituição do Estado chamado Reino Unido da Grã Bretanha e da Irlanda do Norte, sendo que 
a Grã Bretanha é formada pela Inglaterra, Irlanda e Escócia. A Inglaterra tem uma constituição 
não escrita, apesar de ter normas materialmente constitucionais que são escritas. Portanto, a 
Constituição não escrita é, em parte escrita, tendo como característica diferenciadora que os seus 
textos escritos não estão reunidos, não é codificado, são textos esparsos e se eternizam no tempo, 
denominados Atos do Parlamento (ex. Magna Carta - datada de 1215). A escrita é sempre 
dogmática. A não escrita é sempre histórica. 
4) Quanto a sua origem ou processo de positivação: 
a) Promulgada: aquela em que o processo de positivação decorre de convenção, são votadas, 
originam de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos para o fim de 
elaborá-las. Ex.: Constituição de 1891, 1934, 1946, 1988. Também chamada de populares, 
“democráticas”. A expressão democrática não deve ser utilizada como sinônimo de Constituição 
promulgada, não é denominação correta. O simples fato de ser promulgada não significa que seja 
democrática. (Democracia = vontade da maioria, consenso). A constituição outorgada também 
pode ser democrática, se a maioria concordar com ela. 
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b) Outorgada: aquela em que o processo de positivação decorre de ato de força, são impostas, 
decorrem do sistema autoritário. São as elaboradas sem a participação do povo. Ex.: Constituição 
de 1824, 1937, 1967, 1969. 
Próxima a esta modalidade de constituição encontramos também uma referência histórica, a 
chamada Constituição Cesarista ou mistificada = não é propriamente outorgada, mas tampouco 
promulgada, ainda que criada com a participação popular. Formada por plebiscito popular sobre 
um projeto elaborado por um Imperador, ex. plebiscitos napoleônicos ou por um ditador, ex. 
plebiscito de Pinochet, no Chile. A participação popular, nesses casos, não é democrática, pois 
visa somente ratificar a vontade do detentor do poder, sendo assim pode ser considerado um tipo 
de outorga (são impostas e ratificada pelo povo por meio de plebiscito para dar aparência de 
legítima). 
c) Pactuadas: são aquelas em que os poderosos pactuavam um texto constitucional, o que 
aconteceu com a Magna Carta de 1215. 
OBS: A expressão Carta Constitucional é usada hoje pelo STF para caracterizar as constituições 
outorgadas. Portanto, não é mais sinônimo de constituição. 
5) Quanto à estabilidade ou mutabilidade: 
a) Imutável: constituições onde se veda qualquer alteração, constituindo-se relíquias históricas – 
imutabilidade absoluta. 
b) Rígida: permite que a constituição seja mudada mas, depende de um procedimento solene que 
é o de Emenda Constitucional que exige 3/5 dos membros do Congresso Nacional para que seja 
aprovada. A rigidez é caracterizada por um processo de aprovação mais formal e solene do que o 
processo de aprovação de lei ordinária, que exige a maioria simples. 
c) Flexível: o procedimento de modificação não tem qualquer diferença do procedimento comum 
de lei ordinária Alguns autores a denominam de Constituição Plástica, o que é arriscado porque 
podeter diversos significados. Ex.: as constituições não escritas, na sua parte escrita elas são 
flexíveis 
d) Semi-rígida: aquela em que o processo de modificação só é rígido na parte materialmente 
constitucional e flexível na parte formalmente constitucional. 
6) Quanto à sua função (função que a Constituição desenvolve no Estado): 
As três categorias não são excludentes, uma Constituição pode ser enquadrada em mais de uma 
delas, salvo a balanço e a dirigente que se excluem. 
a) Garantia: tem a concepção clássica de Constituição, reestrutura o Estado e estabelece as 
garantias dos indivíduos, isto é, estabelece limitações ao poder 
b) Balanço: foi bem definida por F. Lassale na antiga URSS. A constituição é um reflexo da 
realidade, devendo representar o “Balanço” da evolução do Estado, o reflexo das forças sociais 
que estruturam o Poder (é o chamado conceito sociológico dado por Lassale). “CF DO SER”. Seu 
conteúdo se contrapõe à dirigente. Nesta base foi criada a constituição soviética o que se projetou 
para os Estados que seguiam a sua concepção. Para eles a constituição tinha que mostrar a 
realidade social, como se fosse uma fotografia = mostrar como é, portanto, a constituição do SER. 
c) Dirigente: A constituição não apenas organiza o poder como também preordena a atuação 
governamental por meio de programas vinculantes. “CF DO DEVER SER” Esta constituição diz 
como deve ser as coisas e não como realmente é. Numa constituição dirigente há duas diretrizes 
políticas para que seja possível organizar o Estado e preordenar a atuação governamental, que são: 
permanente (são as que constam da própria constituição) e contingente (são os Estatutos 
partidários). 
Nos Estados desenvolvidos segue-se o Estatuto partidário como regras de atuação do poder, 
sempre obedecendo as normas da constituição que diretrizes permanentes. Os estatutos de 
qualquer dos partidos, cada um a seu modo devem obedecer sempre a constituição. Nos países em 
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que temos dois grandes partidos a escolha das metas de governo é feita pelo eleitorado e 
efetivamente tem grande importância, já que os partidos tem planos de governo preestabelecidos 
- eles tem um estatuto partidário a ser seguido. Para nós os partidos não passam de legendas, os 
nossos estatutos não são aplicados não tendo a sua real importância - aqui é uma bagunça só, cada 
um faz o que quer. 
7) Quanto à relação entre as normas constitucionais e a realidade política 
(positividade – real aplicação): 
Karl Loewenstein distinguiu as Constituições normativas, nominalistas (nominativas ou nominais) 
e semânticas. Trata-se do critério ontológico, que busca identificar a correspondência entre a 
realidade política do Estado e o texto constitucional. 
a) normativa: a dinâmica do poder se submete efetivamente à regulamentação normativa. Nesta 
modalidade a constituição é obedecida na íntegra, como ocorre com a constituição americana; são 
aquelas em que o processo de poder está de tal forma disciplinado que as relações políticas e os 
agentes do poder subordinam-se às determinações do seu conteúdo e do seu controle 
procedimental. 
b) nominalista: esta modalidade fica entre a constituição normativa que é seguida na íntegra e a 
semântica que não passa de mero disfarce de um estado autoritário. Esta constituição aparece 
quando um Estado passa de um Estado autoritário para um Estado de direito, é o caso da nossa 
constituição de 1988. A Constituição de 1988 nasceu normativa, havia uma expectativa de que 
passássemos da constituição nominalista para uma constituição normativa. Na realidade isto não 
está ocorrendo, pelo contrário, a classe política, em especial, vem descumprindo absurdamente a 
constituição. 
c) semântica: mero disfarce de um Estado autoritário. 
Enquanto nas Constituições normativas a pretendida limitação do poder se implementa na prática, 
havendo assim, correspondência com a realidade, nas nominalistas busca-se essa concretização, 
porém, sem sucesso, não se conseguindo uma verdadeira normatização do processo real do poder. 
Nas semânticas, por sua vez, nem sequer se tem essa pretensão, buscando-se conferir legitimidade 
meramente formal aos detentores do poder, em seu próprio benefício. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 19ª ed. 2015. 
 
MENDES, Gilmar Ferreira. BRANCO, Paulo Roberto Gonet. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: 
Saraiva, 10ª ed., 2015. 
 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas. 31ª ed., 2015.

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