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digital. Os primeiros itens tinham como objetivo obter informações descritivas sobre os entrevistados, caracterizando as empresas. As demais questões buscavam traçar um panorama da implantação do BIM nos escritórios buscando identificar: 70 a) Estágio de implantação do BIM b) Dificuldades na implantação c) Por que a empresa buscou a nova tecnologia d) Vantagens e desvantagens do BIM e) Abrangência de utilização nas etapas de projeto f) Mudanças identificadas: -Equipe de projeto; -Prazo de projeto; -Qualidade de projeto; -Produtos finais gerados; -Qualidade da apresentação. As questões propostas apresentavam-se no formato de múltipla escolha permitindo mais de uma reposta, sem número máximo de marcações. Foi realizado um teste preliminar do questionário, aplicado inicialmente em apenas um escritório, a partir do qual foram realizados alguns pequenos ajustes. Após a finalização do documento foi feito um contato inicial por telefone com as empresas previamente selecionadas e o questionário foi enviado por e-mail para os escritórios nos meses de agosto e setembro de 2008. Nesse primeiro contato algumas empresas alegaram que, mesmo tendo adquirido o software BIM, não tinham intenção de empregá-lo. A compra do software BIM sem objetivo de empregá-lo pode estar atribuída à prática comercial de um determinado fornecedor que ofereceu pacotes CAD com aplicativo BIM incluído, sem aumento de custo. Ficou constatado também que alguns escritórios utilizavam os softwares apenas como ferramenta de desenho 2D, não explorando a parte BIM dos programas. 71 Após os contatos iniciais houve uma resposta de 10 (dez) empresas. Esses primeiros resultados foram compilados, sendo organizados em gráficos para uma análise preliminar. Com objetivo de complementar a pesquisa e confirmar os dados coletados, foi necessário um retorno aos entrevistados buscando esclarecer algumas questões e desenvolver pontos não contemplados no levantamento inicial. Desta forma, o NITCON realizou em outubro de 2008, no IAB-RJ, uma reunião sobre o uso da tecnologia BIM com o objetivo de promover uma discussão sobre o tema a partir da apresentação dos resultados parciais da pesquisa, dando um retorno aos escritórios pesquisados e enriquecendo a pesquisa com novos dados. Com objetivo de ampliar a participação de interessados os convites para o evento foram distribuídos pela mala direta do IAB, com cerca de 45 (quarenta e cinco) inscritos e larga penetração na categoria. Estiveram presentes nesse encontro cerca de trinta participantes, entre eles, pesquisadores da UFF, representantes de seis escritórios colaboradores da pesquisa, um escritório de projeto estrutural, uma construtora, entre outros. Essa reunião foi muito importante pois permitiu discutir os resultados da pesquisa e abordar com mais profundidade as perguntas levantadas no questionário. Além disso, os escritórios puderam partilhar suas experiências e expor suas principais dificuldades de modo extenso e livre. Os participantes se demonstraram muito entusiasmados, havendo interesse unânime pela manutenção de contato por meio virtual e futuramente com a promoção de novos encontros. O sucesso deste evento deixa clara a relevância do tema e a necessidade de abertura de novos canais de discussão sobre a implantação do BIM em escritórios de projeto. As idéias dispostas na reunião agregaram imenso valor às informações recolhidas nas entrevistas. Finalizando o levantamento de dados, novas respostas foram somadas aos resultados, totalizando 13 (treze) empresas pesquisadas. Os resultados obtidos foram compilados e analisados. Por fim, houve a formulação das conclusões dos estudos, identificando pontos destacados e questões a serem aprimoradas. 72 A figura 10 ilustra resumidamente o processo para elaboração dos estudos de campo: Figura 10. Metodologia dos estudos de Campo 4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS Os escritórios de arquitetura pesquisados situam-se nas cidades do Rio de Janeiro (7 empresas), São Paulo (5 empresas) e Curitiba (1 empresa). São empresas de pequeno porte, tendo 69,23% delas até 15 funcionários. 2 (figura 11) 2 Provavelmente as empresas que não responderam a esse questionamento omitiram tal informação porque adotam práticas de contratação informais. Talvez tivesse sido mais conveniente denominar “colaboradores permanentes” ao invés de “funcionários” mas, este ponto não surgiu no momento de aplicação do teste. 73 Figura 11. Caracterização das empresas – Número de Funcionários Quanto ao estágio de implantação do BIM, conforme pode ser observado na figura 12, no momento da pesquisa 46,15% dos escritórios utilizavam a tecnologia em um projeto piloto ou uma equipe de projeto, 23,08% utilizavam na maioria dos projetos e outros 23,08% já utilizavam em todos os projetos. As figuras 13 e 14 apresentam o ano de aquisição dos softwares e o tempo que a empresa utiliza o software efetivamente. Figura 12. Estágio de implantação do software BIM 74 Figura 13. Ano de aquisição do software Figura 14. Tempo que a empresa utiliza efetivamente o software O estágio de implantação do software não necessariamente está relacionado ao tempo de uso dos aplicativos pelas empresas. Pode-se observar na tabela 2 que alguns escritórios, mesmo utilizando a tecnologia há pouco tempo (menos de um ano), já se arriscam a empregá-la na maioria ou em todos os projetos (empresas 6 e 10). Como se pode verificar na tabela 2, o tempo entre a aquisição do programa e a sua efetiva implantação é relativamente curto. No entanto, não é possível afirmar que na maioria dos casos o uso se inicia pouco tempo após a aquisição do software. 75 Pelo contrário, existe um grande número de empresas que compraram os softwares e ainda não os utiliza amplamente. Segundo o arquiteto Luiz Augusto Contier (especialista vinculado a um determinado fornecedor para desenvolvimento do sistema presente na reunião realizada no IAB), em 2006 foram vendidas em São Paulo 600 licenças de determinado software BIM, no entanto, apenas seis escritórios estavam utilizando efetivamente o programa naquele ano. Tabela 2. Caracterização da utilização dos softwares BIM SOFTWARE UTILIZADO ADQUIRIDO EM TEMPO DE USO ESTÁGIO DE IMPLANTAÇÃO Empresa 1 Revit 2006 1 ano e 6 meses Uso piloto em 1 projeto ou equipe de projeto Empresa 2 Revit antes de 2006 4 anos e 8 meses Uso em todos os projetos Empresa 3 Revit 2007 1 ano Uso piloto em 1 projeto ou equipe de projeto Empresa 4 Revit 2008 8 meses Uso piloto em 1 projeto ou equipe de projeto Empresa 5 Revit 2008 Não usa ainda Empresa 6 Revit 2008 5 meses Uso na maioria dos projetos Empresa 7 Revit 2006 1 ano e 8 meses Uso piloto em 1 projeto ou equipe de projeto Empresa 8 Revit 2006 2 anos Uso piloto em 1 projeto ou equipe de projeto Empresa 9 Revit antes de 2006 4 anos Uso na maioria dos projetos Empresa 10 Revit 2008 7 meses Uso em todos os projetos Empresa 11 Archicad 2008 2 anos e 6 meses Uso na maioria dos projetos Empresa 12 Archicad antes de 2006 mais de 4 anos Uso em todos os projetos Empresa 13 Revit 2008 3 meses Uso piloto em 1 projeto ou equipe de projeto 4.3 RESULTADOS 4.3.1 Implantação do software 4.3.1.1 Porque ainda não implantou Essa questão estava direcionada às empresas que estavam iniciando a implantação do software BIM. Os principais motivos alegados pelos escritórios dizem respeito à falta de tempo para implantação (25%) e a resistência à mudança de 76 software pela equipe (25%). A figura 15 demonstra os resultados alcançados nessa questão. PORQUE AINDA NÃO IMPLANTOU 25,00% 8,33%