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MEIO AMBIENTE

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UEMG – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS
ERLÂNDIA CLÁUDIA ABRAÃO PIO
A SOCIEDADE SUSTENTÁVEL NO CENÁRIO MUNDIAL 
CARANGOLA – MG
2015
 UEMG – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS
ERLÂNDIA CLÁUDIA ABRAÃO PIO
A SOCIEDADE SUSTENTÁVEL NO CENÁRIO MUNDIAL 
Artigo Científico Apresentado à UEMG – Universidade Estadual de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Educação Ambiental.
Carangola – MG
2015
UEMG – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS
ERLÂNDIA CLÁUDIA ABRAÃO PIO
A SOCIEDADE SUSTENTÁVEL NO CENÁRIO MUNDIAL 
Aprovada:
 __________________________________
 Professora: Dra. Jaquelina Alves Nunes
 (Orientadora)
SUMÁRIO
	RESUMO..............................................................................................................
	04
	1.INTRODUÇÃO..................................................................................................
2. DESENVOLVIMENO.......................................................................................
2.1. Os problemas ambientais globais.................................................................
2.2. A cidade como um ecossistema....................................................................
2.3. Desenvolvimento sustentável........................................................................
2.4. A capacidade de suporte de um ecossistema...............................................
2.5. A emergência de uma ética ambiental como educação................................
3. CONCLUSÃO...................................................................................................
5. REFERÊNCIAS................................................................................................
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A SOCIEDADE SUSTENTÁVEL NO CENÁRIO MUNDIAL 
RESUMO 
O molde de desenvolvimento atribuído ao mundo pela cultura ocidental tem sido um dos principais responsáveis pelos problemas socioambientais. Atualmente, o homem não apenas altera o meio ambiente, mas o degrada por vezes de maneira irreversível, destruindo os próprios hábitats, provocando a extinção maciça de plantas e animais. Nesse sentido, este estudo se objetiva analisar brevemente alguns aspectos da trajetória das sociedades humanas sobre o meio ambiente, â luz dos conceitos de teóricos que defendem aspectos norteadores da sustentabilidade em termos ambientais, sócio econômicos, políticos e culturais.
Palavras-chave: Meio ambiente. Sustentabilidade. Desenvolvimento cultural.
INTRODUÇÃO
	Historicamente, os seres vivos, interatuam, com meio físico na formação do meio ambiente natural que é marcada pela predominância do meio físico, composto de infinitas ocorrências e um sistema dinamicamente equilibrado.
	Nesse sentido, ao longo de sua história, as sociedades humanas intensificaram tirando da natureza grande parte de suas riquezas em prol do desenvolvimento, desconsiderando as sérias consequências de degradação e caos.
	O conjunto de inúmeras ações do homem compromete o equilíbrio do planeta. Vários são os problemas socioambientais globais que confirmam a fragilidade da autonomia e a presença de um modelo de desenvolvimento insustentável.
	Acredita-se ser a ética o melhor instrumento de interesse imediato, pode sensibilizar a consciência individual e provocar a necessária mudança nos hábitos coletivos, podendo ser capaz de resgatar o equilíbrio das relações com o meio.
	Diante desta realidade, este estudo norteará questões que cercam a problemática contando com um referencial teórico como: MARCONDES, 2008; BOFF, 1993; BUENO, 2007 dentre outros, que contribuem para conscientizar leitores sobre a lamentável degradação ambiental que se encontra o mundo.
2. DESENVOLVIMENTO
	O que se observa na atualidade, é que o ser humano vem se preocupando muito com a degradação do meio ambiente, por motivos óbvios os quais o próprio homem buscou e que pode ser vistas através das variações e impactos ambientais ocorridos no ecossistema do planeta.
É lamentável constatar ainda, o agravamento das variações climáticas que vem ocorrendo como tempestades, terremotos e enchentes. Mesmo que, certa parte da humanidade já tenha consciência da grave situação e da terrível degradação ambiental que vem sucedendo ao longo das décadas, é necessário, portanto uma mobilização urgente nesse sentido de preservação e desenvolvimento sustentável.
 Para Camargo (2003) apud Estender, Pitta (2008) o desenvolvimento sustentável é:
Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas. (CAMARGO, 2003, p.43, apud ESTENDER, PITTA, 2008, p. 43). 
Para os autores, o desenvolvimento sustentável seria o melhor caminho a ser trilhado para preservar as gerações futuras, do contrário, esta sofrerá sérias consequências devido a escassez de produtos. 
	Nesse contexto, Diegues (2005, p. 34), comenta que “até a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o homem e o meio ambiente em 1972, os maiores problemas ambientais eram percebidos pela comunidade internacional como de alcance local”.
 Marcondes (2008), completa ressaltando que: 
 
As maiores preocupações referiam-se, por exemplo, à poluição atmosférica de determinadas cidades, a contaminação, por agrotóxicos, da água e do solo de uma pequena área ou a derramamentos de petróleo em determinada baía ou ponto no oceano. (MARCONDES, 2008, p. 116).
	Assim, hoje se reconhece que os problemas ambientais se generalizam, de forma grandiosa, excedendo todos os limites. Como resultado, eles interatuam em escala planetária e originam uma cadeia de problemas sociais.
Exemplo que se pode citar segundo Marcondes (2008),
 
Desertificação, da degradação de florestas e edifícios pela chuva ácida, do desmatamento das florestas tropicais, da contaminação tóxica de suprimentos de alimento e água doce, do rebaixamento dos lenções subterrâneos, da poluição marinha, do colapso dos cursos pesqueiros, da destruição da camada de ozônio, da ameaça de ampliação do efeito estufa e do crescimento exorbitante das metrópoles. (MARCONDES, 2008, p. 15).
	Nesse sentido, como exemplo, vale descrever quatro ocorrências que vem preocupando diversos cientistas por todo o mundo: a fome, a chuva ácida, o efeito estufa e o desmatamento das florestas. A chuva ácida é um tipo de degradação ambiental regional, vindas industriais urbanas. Já o efeito estufa também é um problema ambiental e está diretamente ligado ao desenvolvimento, entretanto seu efeito estufa é planetário. No caso do desmatamento das florestas tropicais que trás sérias ameaças de extinção as inúmeras espécies em seus habitats.
As figuras 1 e 2 - demonstram (erosão) a remoção do solo pela ação dos ventos ou das águas, trata-se de um processo natural e progressivo, mas que vem sendo drasticamente agravado pelo avanço do desmatamento, da lavoura mecanizada e da pecuária extensiva, voltados para exportação.
Figura 1. Erosão e remoção do solo. Fonte: http://3sambiental.blogspot.com.br/2010/03/
Figura 2. Apresenta o agravamento do desmatamento. Fonte: http://3sambiental.blogspot.com.br/2010/03/
2.1 Os problemas ambientais globais
Ainda não se tem o número exato de pessoas no mundo que passam forme
ou quantas estão subnutridas. Marcondes (2008) comenta que, existe o desinteresse mundial em analisar impecavelmente a dimensão da fome no mundo no qual se apresenta com um fator sólido: “a atual produção de alimentos é suficiente para alimentar toda a população humana”. Entretanto, “se centenas de milhões de pessoas, passam fome, ou os alimentos são mal distribuídos ou são desperdiçados”. Na realidade, o autor acredita serem as duas coisas ao mesmo tempo. 
A autora explica que, a chuva ácida é a presença de ácido diluído, constituído pela influência do vapor de água com compostos químicos gasosos, devido à queima de carvão mineral e combustíveis fósseis em indústrias, especialmente nos países da Europa, Japão e América do Norte. No Brasil, as regiões mais atingidas é São Paulo, Rio de Janeiro, Cubatão.
E conclui dizendo que:
A chuva ácida provoca problemas ao meio ambiente e a saúde dos seres vivos, além de corroer monumentos e edificações. Já não é apenas um problema de áreas urbanas: devido à movimentação das massas de ar, pode ocorrer em lugares distantes de suas fontes, contaminando também lagos, riachos, solos e florestas. A chuva ácida não respeita fronteiras políticas: o Canadá, por exemplo, parte dela provém dos polos industriais dos Estados Unidos, o que gera problemas políticos entre os dois países. (MARCONDES, 2008, p.17).
Segundo a autora, o fato desse fenômeno não ocorrer somente através da chuva ácida, mas também na neve, no granizo, na neblina, nas nuvens e na poeira seca, acredita ser a melhor denominação para o fenômeno a “deposição ácida”.
No que se refere ao efeito estufa, é um dos fenômenos naturais de manutenção do calor da terra mais agravantes a natureza que incide na atmosfera. São quantidades muito pequenas de gases presentes na atmosfera.
 A sociedade, todavia, vem transtornando esse quadro nas últimas décadas, ao derramar na atmosfera assombrosas quantidades desses gases que trás como consequência o agravamento do efeito estufa e aquece excessivamente o planeta, gerando grandes alterações climáticas como: “degelo parcial das calotas polares e a um aumento previsível do mar, causando inundações das cidades costeiras”. (MARCONDES, 2008).
O desmatamento das florestas tropicais durante algumas décadas foi um processo característico de algumas regiões temperadas do planeta como a Europa e América do Norte. 
A partir de 1960, o governo instituiu projetos na Amazônia e a ativação da remoção seletiva de madeira, nas florestas do sudoeste asiático da África Ocidental, além do desmatamento movido pela agricultura, à destruição das florestas tornou-se ocorrência quase que exclusiva das regiões tropicais do planeta, onde se concentram as florestas tropicais úmidas.
A figura 3 – demonstra a lamentável degradação da natureza pelo desenfreado desmatamento.
	
Figura 3 O desmatamento movido pela agricultura. Fonte: http://www.revistabrazilcomz.com/wwf-desmatamento-da-amazonia-e-alarmante-nos-paises-andinos/ 
	Diante desse quadro, é importante salientar sobre a extração da madeira, pois são umas das principais causas do desmatamento nos trópicos além dos programas de assentamentos humanos, os projetos agropecuários, a construção de barragens para usinas hidrelétricas e outros projetos de grande porte, como a exploração de minérios.
	De acordo com Anderson; Posey (2010),
A destruição das florestas tropicais tem enfatizado um importante tema da justiça social: o direito dos povos nativos a terra. Grandes números de povos estão perdendo suas terras a cada ano em nome do desenvolvimento e do progresso. Em Bornéu, no Brasil, nas Filipinas e na Malásia, esses povos têm travado uma luta de vida e morte para protegê-las. (ANDERSON; POSEY, 2010, p. 6-12).
Em consonância com os autores, vale destacar sobre as florestas tropicais que são ricas em espécies animais e vegetais e que a destruição das florestas diminuem toda essa riqueza e diversidade, além de alterar o clima da região. 
Caso o desmatamento ocorra em grandes áreas, o clima do planeta pode ser alterado, como é o caso do desmatamento da região amazônica, que pode provocar mudanças no clima de toda a Terra.
2.2. A cidade como um ecossistema
	Os problemas ambientais globais destacam-se as grandes cidades industriais, principalmente pelos grandes impactos causados sobre os diversos ecossistemas, tanto no próprio espaço que ocupam, quanto nas regiões que importam energia, alimentos e bens de consumo ou para onde exportam seus dejetos. 
Os números preliminares para as grandes cidades industriais são, de forma geral, pelo menos dez vezes maior do que a contida dentro das suas fronteiras políticas.
	Dessa forma, Marcondes (2008), diz que:
A cidade pode ser imaginada como um ecossistema. Tal como um lago ou uma floresta, o ecossistema urbano transforma energia (trabalho humano, eletricidade, combustíveis fósseis) e materiais (madeira, aço, areia, pedra, informação, etc.) em produtos, consumidos ou exportados, e em subprodutos (resíduos). Nos sistemas naturais os resíduos são reciclados (por exemplo, o material orgânico das folhas das árvores que caem no solo é diferido pelos microrganismos e, em seguida, absorvido pelas próprias plantas na forma de sais de amônio). (MARCONDES, 2008, p. 23) 
	Para a autora, o impacto da atividade humana sobre o meio ambiente diante da seguinte dinâmica: “o movimento de materiais e pessoas, os locais onde a energia é armazenada ou gasta, as taxas de geração e reciclagem do lixo”. (Marcondes, 2008)
Deste modo, é possível perceber que, com a atividade humana produz e leva toda a poluição para os ecossistemas locais, regionais e globais.
Nesse sentido, Anderson; Posey (2010) diz que, “é possível ver como essas atividades podem ser reorganizadas e reintegradas aos processos naturais a fim de reduzir a poluição e/ou aumentar a eficiência no uso dos recursos naturais consumidos”.
Faz-se necessário ressaltar ainda que, contudo, uma cidade difere de um ecossistema natural, sobretudo quanto:
Segundo Bueno (2007)
A exigência de um suprimento muito maior de energia (hoje em dia principalmente produzida pelos combustíveis fósseis, como petróleo e carvão), para mover os setores de transporte, industrial, residencial e de serviços; A uma saída maior de resíduos, muitos dos quais substâncias químicas sintéticas mais tóxicas do que seus precursores naturais. (BUENO, 2007, p.13).
Desse modo, um estudo dos locais de onde a energia e os recursos são importados, confirma que o local em que são depositados os dejetos apontam que eles provêm de seu meio rural, regiões vizinhas, inclusive de lugares distantes. 
As pessoas que moram nas cidades, não possuem nenhum contato com seus dejetos e das fontes de recursos naturais, assim, não sentem a ocorrência da degradação atribuída àqueles ecossistemas.
A julgar pela estimativa de pessoas que vivem nas grandes cidades, vale considerar que este é o período da revolução urbana, pois a população urbana é nas cidades dos países em desenvolvimento que os problemas socioambientais urbanos são mais numerosos e complexos. 
Nesse contexto, é importante ressaltar que em 1950, houve o encontro das quatro regiões metropolitanas mais populosas de países desenvolvidos, Nova Iorque, Tóquio, Cidade do México e São Paulo se destacaram, já tomando o terceiro e quarto lugares, simultaneamente.
A maioria dos moradores de cidade nos países desenvolvidos tem condições adequadas de saúde e de alimentação. Mas satisfazem tais necessidades consumindo em um ritmo que o planeta não pode prover e poluindo em níveis que ele não pode tolerar a poluição do ar e da água e a degradação dos recursos naturais é o preço que o planeta paga para que 20% de sua população viva alimentada, com saúde e em boas habitações, conforme o padrão ocidental de consumo. Em contrapartida, a maioria dos habitantes das cidades dos países em desenvolvimento não consegue satisfazer as suas necessidades básicas de alimentação, habitação, transporte,
acesso à água e ar limpos.
 Spínola (2014) ressalta que:
Cada uma das cerca de 1 bilhão de pessoas que habitam os países desenvolvidos consome quinze vezes mais papel, 1dez vezes mais aço e doze vezes mais energia comercial do que um habitante dos países em desenvolvimento.( SPÍNOLA, 2014, p. 209/2016). 
Discorrendo com o autor, os países desenvolvidos fazem uso de tecnologias e políticas urbanas impróprias considerando o meio ambiente. “A típica cidade norte-americana de 100 mil pessoas importa por dia 200 toneladas de alimentos, mil de combustíveis e 62 mil toneladas de lixo e 40 ml de toneladas de resíduos agrícolas e industriais”. (BUENO, 2007).
Tabela 1. Apresenta algumas das maiores áreas metropolitanas do mundo por população em milhões de pessoas, de acordo com as últimas pesquisas.
	Área metropolitana
	País
	Estimativa oficial
	Ano
	Tóquio
	 Japão
	37 883 0003
	2014
	Seul
	 Coreia do Sul
	25 360 0004
	2013
	Xangai
	 China
	25 850 0005
	2014
	Cidade do México
	 México
	21 178 9597
	2014
	Pequim
	 China
	21 148 0008
	2013
	São Paulo
	 Brasil
	20 935 2049
	2014
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_regi%C3%B5es_metropolitanas_por_popula%C3%A7%C3%A3o
Infelizmente, tomam-se como modelo os países em desenvolvimento em que sempre garantiam que a terra e a energia seriam sempre abundantes e baratas, inclusive as cidades brasileiras que privilegiam o transporte individual, com grandes quantidades de lixo e tem ainda como agravante o consumo desenfreado de água. 
 Antes da crise, existia uma significativa disponibilidade de combustíveis fósseis a baixos preços que contribuiu para o aumento do transporte individual causando ainda o aumento das cidades, com espantosos custos ambientais.
Diante desse aumento urbano, Marcondes (2008), diz que: 
 Muitas terras agricultáveis são pavimentadas, terras inundáveis são drenadas, hábitats naturais são destruídos, rios são desviados e hábitats de vida selvagem são empurrados para longe de seu habitat. (MARCONDES 2008, p. 22).
Internamente, as cidades também estão doentes; congestionadas; poluição de todos os tipos, grande distância e tempo de deslocamento entre os locais de moradia e trabalho.
Figura 4- Representa a urbanização caótica de muitas cidades que propicia a degradação das paisagens e dos recursos naturais.
Figura 4. A poluição de todos os tipos. Fonte: https://guiaecologico.files.wordpress.com/2012/04/p9190026.jpg
Assim, as decorrências locais e regionais do espalhamento urbano somam-se os graves problemas sociais. A estrutura social das grandes metrópoles está cada vez mais polarizada entre uma pequena classe extremamente abastarda e uma enorme subclasse que mora mal ou não tem onde morar é mal alimentada e desassistida pelos serviços municipais. 
Em seus cortiços e favelas não há água corrente, saneamento básico ou serviços médicos, muitos dos quais terminam como mão-de-obra barata, marginalizados social e economicamente.
Nesse contexto, Marcondes (2008), ressalta que:
A maioria desses migrantes são pessoas deslocadas de suas terras pela guerra, pela fome, ou por grandes projetos de ‘desenvolvimento’, como a construção de grandes represas ou a modernização agrícola, que deixam para trás seus laços culturais e suas habilidades produtivas rumo aos grandes centros. (MARCONDES, 2008, p. 89).
O autor ainda completa dizendo que ‘a medida em crescem em tamanho e importância relativa, as cidades vão assumindo um papel cada vez mais relevante na conformação do meio ambiente global’ (MARCONDES, 2008).
Pode-se observar então, que esse crescimento, já assume os ares de um enorme círculo vicioso, que aumenta a demanda por recursos naturais e incentiva a sua super exploração, o que, por sua vez, gera a degradação do meio e o aumento da pobreza, ativando a migração para os grandes centros. 
Para desfrutar de um mundo melhor, é imprescindível reconhecer a natureza global dos problemas urbanos e empenhar nossos melhores esforços para tornar as cidades lugares mais humanos para se viver e mais benignos do ponto de vista ambiental.
2.3. Desenvolvimento Sustentável e o cuidado com a terra
De acordo com a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento. “O desenvolvimento sustentável é aquele que atende ás necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades”. (MARCONDES, 2008).
Desse modo, pode-se considerar que:
As necessidades dos pobres são prioridade sustentabilidade não é rígida, antes deve admitir a possibilidade;
	 . As necessidades dos pobres são prioritárias;
. Por desenvolvimento entende-se que o progresso humano, em todas as suas facetas, cultural, econômica, social e política, que deve ser possível a todos os países, sejam eles desenvolvidos ou em desenvolvimento;
. Está implícita uma implicação com a igualdade social entre as pessoas de uma mesma geração e entre as pessoas de uma geração e de outra; uma geração não deve destruir os recursos, impedindo outra de usá-los.
Fonte: CMMAD, 1991, p. 48.
	De acordo com a Comissão, para a tomada de decisão econômica e planejamento, é necessário colocar em pauta todos os desafios do desenvolvimento sustentável e as considerações ambientais. 
A falta de consideração com o meio ambiente sobre as decisões impensadas das autoridades competentes trouxeram em grande escala problemas como: como a contaminação tóxica, a chuva ácida, a fome, a disseminação das doenças transmissíveis, o tratamento, inadequado dos esgotos e o excesso de lixo sólido industrial e residencial são consequência dessas decisões e o agravamento do impacto ambiental.
A Figura 5 – Apresenta esgoto a céu aberto, as comunidades estarão sempre vulneráveis ás doenças contagiosas.
Figura 5 - Tratamento inadequado de esgoto. Fonte: https://guiaecologico.files.wordpress.com/2012/04/p9190026.jpg
	A velocidade de implementação do desenvolvimento sustentável depende da vontade coletiva dos cidadãos de cada região ou país para vencer a inércia das estruturas e processos preexistentes. 
Para tanto, é preciso conhecer os objetivos mais importantes do desenvolvimento sustentável, que de acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, expôs aos Estados-membros das Nações Unidas um relatório sobre toda articulação desenvolvida para determinar e negociar a agenda pós-2015, no qual incluiu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que guiarão o desenvolvimento global depois do fim do prazo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). 
“Estamos prestes a adentrar o ano mais importante para o desenvolvimento desde a criação das Nações Unidas. Nós devemos dar significado para a promessa desta organização, a fim de reafirmar a fé na dignidade e no valor do ser humano”, disse Ban Ki-moon na ocasião. “Temos uma oportunidade histórica e o dever de agir vigorosamente para tornar a dignidade para todos, uma realidade sem deixar ninguém para trás. ” ( ONU - ODM - Ban Ki-moon - Agenda Pós-2015 - ODS).
Observa-se então que foi trilhado o caminho para a dignidade até 2030: a intenção é aniquilar com toda a pobreza e proteger o planeta, o relatório aborda ainda os desafios pós-2015 e pós-ODM e a construção da nova agenda de desenvolvimento a ser seguida pela ONU. 
Foram apresentados no documento, 17 objetivos e 169 metas sobre questões de desenvolvimento sustentável apresentados no documento, norteadores da nova agenda de desenvolvimento das Nações Unidas. 
Segundo Haroldo Machado Filho, oficial de Programa do PNUD Brasil, os ODS é necessário focar nos três pilares fundamentais da sustentabilidade: o social, o ambiental e o econômico.
 
“Entre outras coisas, podemos dizer que o que diferencia os ODM dos ODS é que os ODM se importavam mais com as questões sociais e a preocupação econômica era um pouco difusa. Além disso, havia uma atenção maior em relação às necessidades
dos países em desenvolvimento”. Já os ODS “serão mais globais e se vão se preocupar, também, com o meio ambiente”. (ONU - ODM - Ban Ki-moon - Agenda Pós-2015 - ODS).
Para isso, ela deverá ser baseada nas experiências e nas necessidades das pessoas e deverá assegurar que a transição dos ODM para objetivos mais amplos de desenvolvimento sustentável seja efetiva e que faça parte dos planos regionais de cada país. 
Deste modo, faz-se necessário citar os objetivos de Desenvolvimento Sustentável constantes no relatório segundo o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. 
ODS1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; ODS2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição, e promover a agricultura sustentável; ODS3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; ODS4. Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizado ao longo da vida para todos; ODS5. Alcançar igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; ODS6. Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos; ODS7. Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e moderna para todos; ODS8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos; ODS9. Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação; ODS10. Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles; ODS11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; ODS12. Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis; ODS13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos; ODS14. Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; ODS15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater à desertificação, bem como deter e reverter a degradação do solo e a perda de biodiversidade; ODS16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis; ODS17. Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. (ONU - ODM - Ban Ki-moon - Agenda Pós-2015 - ODS).
O sucesso dependerá igualmente sobre o poder da nova agenda para inspirar e mobilizar os atores essenciais, novas parcerias, eleitorados-chave e quanto mais ampla cidadania global. 
Para isso, é necessária uma agenda que ressoa com as experiências e necessidades das pessoas, que pode ser compreendido e abraçado. 
A agenda e os objetivos também devem ser recebidos de forma que garanta a transição dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio para o mais amplo desenvolvimento sustentável transformador, efetivamente tornando-se uma integral parte de visões e planos nacionais e regionais.
2.4. A capacidade de suporte de um ecossistema
	
	A definição deste limite é complexa, mas não impedi uma ação global imediata. É necessário que a economia aprenda a respeitar capacidade de suporte dos ecossistemas. É necessário ainda, ter conhecimentos sobre os níveis de consumo e tempo de produção de resíduos permitidos para esse sustento.
	Existem duas capacidades de suporte classificadas em instantâneas e suporte sustentável: 
- Capacidade de suporte instantâneo: a taxa de exploração corresponde à manutenção da sobrevivência e de reprodução.
- Capacidade de suporte sustentável: reflete a taxa de exploração de recursos naturais disponíveis, que não causam sua degradação. 
A figura 6 – demonstra seringueiro em reserva extrativista.
Figura 6. Capacidade de suporte sustentável Fonte: http://observatorio.wwf.org.br/blog/2013/09/19/conheca-as-reservas-extrativistas-resex/
As Reservas Extrativistas são áreas da floresta tropical amazônica, unidades de conservação de uso sustentável, demarcada e protegida, cujo objetivo é proteger os meios de vida e a cultura das populações extrativistas tradicionais, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais, permitindo a extração da borracha, resina, castanhas, frutas, a criação de animais de pequeno porte substâncias medicinais com exceção da madeira, é permitido apenas para seu próprio uso e não para comercializa-las.
Estas são de domínio público, mas há concessão de uso para as populações tradicionais que vivem no local e entorno. Também são permitidas a visitação e a pesquisa científica, uma vez autorizada pelo órgão gestor, bem como a categoria de UC.
No Brasil existem oitenta e sete reservas extrativistas federais e estaduais. Em suma, mesmo sendo difícil estabelecer com precisão a capacidade de suporte de qualquer ecossistema, sua determinação é fator essencial principalmente para a formação de políticas de povoamento e de desenvolvimento sustentáveis em países como o Brasil.
Uma vez que nas reservas extrativistas, não há títulos individuais de propriedade, a reserva terá então o respeito à cultura e as formas tradicionais de organização e de trabalho dos seringueiros, que continuaram a realizar a extração de produtos de valor comercial em harmonia com a regeneração da mata. 
As reservas extrativistas não serão inviáveis economicamente: garantida a floresta, os seringueiros organizados aumentarão a produtividade, introduzindo inovações tecnológicas adequadas. Além disso, darão continuidade à criação de escolas, postos de saúde e cooperativas geridas por seringueiros. A reserva extrativista não é apenas a reforma agrária dos seringueiros, mas também uma forma de preservação da natureza pelos que dela dependem, e uma alternativa econômica para a Amazônia.
O fato é que, é necessário que a sociedade se mantenha abaixo da capacidade de suporte dos diferentes ecossistemas em que intervém, para garantir a reprodução de seus processos ecológicos, indefinidamente.
2.5. A emergência de uma ética ambiental como educação
	Um fator decisivo que revela a irrupção de uma nova civilização é certamente o patamar novo de consciência que se está firmando cada vez mais, uma consciência planetária. 
Pode-se referir nesse sentido, à ecologia mental de forma mais definida, a luz de Fritjof Capra, fonte crucial para a reflexão desse tópico, em suas obras o autor faz referências às questões referentes à crise, oferecendo possíveis soluções. 
Em suas referências, transmite o despertar para uma reflexão educativa, em que, de acordo com Capra (1988).
A consciência ecológica somente surgirá quando aliarmos ao nosso conhecimento racional uma intuição da natureza não linear de nosso meio ambiente. Tal sabedoria intuitiva é característica das culturas tradicionais, não letradas, especialmente as culturas dos índios americanos, em que a vida foi organizada em torno de uma consciência altamente refinada do meio ambiente. (CAPRA, 1988, p. 32).
Observa-se que em sua reflexão, tem-se um de seus principais objetivos, que é abrir os olhos uma nova consciência que se conecta com o que chama de “Teia da Vida” um aprendizado diferenciado daqueles métodos modernos implantado pela cosmologia com a natureza, o cerne desse objetivo é renovar e purificar nessa relação toda a vida e a mente humanas. 
Boff (1993) completa afirmando que:
Uma ética ecológica que substitua a ética utilitarista e antropocêntrica dominante hodiernamente mudando a sua central idade para a ecologia, visando o equilíbrio de toda a comunidade terrestre e reconstruindo a aliança a muito rompida entre homem e natureza, tem como princípio norteador: “bom é tudo o que conserva e promove todos os seres, especialmente os vivos e, dentre os vivos, os mais fracos; mau é tudo o que prejudica, diminui e faz desaparecer os seres”; (BOFF, 1993, p. 35).
Nessa perspectiva é fundamental uma ética
ambiental determinante, uma ética desgarrada do progresso capitalista e que coloque a natureza e a sobrevivência das espécies em primeiro lugar, atentando-se aos princípios básicos da ecologia, que são a essência da eco alfabetização. Capra (1996) a esse respeito discorre que: “São estes, então, alguns dos princípios básicos da ecologia interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade, diversidade e, como consequência de todos estes, a sustentabilidade”. (CAPRA, 1996).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dessa revisão bibliográfica, é possível perceber que o mundo não pode mais ficar estagnado diante de tamanha degradação do meio ambiente e do ecossistema, há uma urgência de uma nova reflexão ética, especialmente de uma ética ambiental que impulsiona a ação da preservação pelos diversos danos causados e que vem crescendo cada vez mais, pois são diversos os problemas que afetam toda a humanidade, sejam eles econômico, éticos, existenciais ou ambientais.
Vale lembrar ainda, sobre a realidade de uma sociedade de consumo em que desenvolveu até pouco tempo, a percepção de que o poder de compra garantiria, indefinidamente, o acesso aos recursos naturais e o destino seguro para todos os dejetos que se produz. 
 Por força da tecnologia, o homem teria assegurado sua autonomia diante da natureza, obtendo um controle absoluto sobre o meio. 
Na verdade, o que se percebe, não poderia estar mais equivocado. Vivendo para produzir um número crescente de bens de consumo, cada vez mais elaborados e diversificados, isolando-se em uma cultura que dissocia cada vez mais do meio ambiente natural, desconhecendo profundamente as suas forças reguladoras, perdendo o controle do processo mais geral, regulador da vida em todo o planeta.
Pelo fato de entender que a ética é temporal, e pode ser introduzida em qualquer relação. Acredita-se ser o melhor instrumento de interesse imediato, pode sensibilizar a consciência individual e provocar a necessária mudança em nossos hábitos coletivos, podendo ser capaz de resgatar o equilíbrio das relações com o meio e para a retomada das relações entre homem e natureza de forma pacífica, para a preservação de ambos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida. São Paulo: Cultrix, 1996.
_____. O Ponto de Mutação. Tradução: Álvaro Cabral. 6.ed. São Paulo: Cultrix, 1988.
DIEGUES, Antônio Carlos. “Desenvolvimento sustentado, gerenciamento geoambiental e o de recursos naturais” In: Cadernos Fundap. São Paulo, Ano 9, n 33-45, jun, 2005.
ESTENDER, Antônio Carlos; PITTA. Tercia de Tasso Moreira. O conceito do desenvolvimento sustentável. Revista Terceiro Setor - UnG, Vol. 2, n. 1. São Paulo, 2008.
MARCONDES HELENE, Maria Elisa; BUENO, Marco Antônio F. A questão ambiental de A a Z. Registro de direito autoral n 76795 na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 27/05/2008.
 
SPÍNOLA. Ana Luiza S., Consumo Sustentável, Revista de Direito Ambiental. 
Site:
R7 Notícias. Internacional. Mais de um bilhão de pessoas passam fome no mundo. Disponível em http://noticias.r7.com/internacional/mais-de-um-bilhao-de-pessoas-passam-fome-no-mundo-08102014 Acesso em 21/05/2015.
PNUD - Secretário-geral da ONU lança relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e sobre os desafios a serem enfrentados até 2030. Disponível em: http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=4009. Acesso em 21/05/2015.
Monografia apresentada à Universidade do Estado de Minas Gerais, como parte das exigências do Programa de Pós Graduação latu sensu em Educação Ambiental.

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