Buscar

UNIP THAU URB 1 GUIA DE ESTUDOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DEFINIÇÕES BÁSICAS DE ESPAÇO URBANO 
Entre os vários conceitos e definições utilizados na disciplina do Urbanismo, alguns não foram criados dentro dela e 
pertencem a uma história da construção do espaço urbano. Esses conceitos estão sendo continuamente atualizados, 
em função das profundas modificações pelas quais a maneira de viver em sociedade e em relação ao meio ambiente 
estão ocorrendo.

Hoje, na segunda década do século 21, a maior parte da população humana vive dentro de cidades. Isso nunca 
ocorrera até o início desse século. No Brasil, mais de 80% da população reside em cidades de diversos tamanhos!

Isso faz do espaço urbano o ambiente principal da vida humana. Ainda que haja uma enorme massa de pessoas 
morando e trabalhando no meio rural, e haja também espaços intermediários entre um e outro, a cidade passa a ser o 
principal foco de atenção da arquitetura e do urbanismo. Essa situação tende a se manter e ampliar, com o contínuo 
crescimento das cidades, metrópoles e megalópoles, apesar das inúmeras críticas e visíveis problemas decorrentes 
dessa forma de intervir no espaço disponível no planeta.

É necessário estabelecer conceitos para definir esse espaço e usá-los para compreender e modificar essa criação 
humana. 
CIDADE 
Não há uma definição única ou exata para o termo cidade. Tampouco ele é um conceito estável no tempo e modifica-se 
dependendo do local em que é usado e das características escolhidas para escolher quais espaços podem receber 
esse nome.

De uma maneira ampla e genérica é possível afirmar que cidade é um aglomerado humano, vivendo em um ambiente 
extensamente construído, em que a população residente não realiza atividades rurais, ou seja, não produz seu próprio 
alimento nem o dos outros.

É evidente que há situações que fogem a essa definição, com a existência de pequenas cidades em que dentro dos 
lotes urbanos há plantações e criações de animais para fins de alimento. Por isso há a necessidade do uso de outros 
critérios para aperfeiçoar a definição, como a quantidade de pessoas que moram na cidade, as atividades nela 
realizadas, o tipo de espaço construído, os limites político-administrativos, entre outros.

Os limites físicos da cidade também são definições que não tem um critério único e exato. As fronteiras entre o espaço 
urbano e o rural, a existência de espaços rurbanos, a urbanização dispersa e o crescimento de núcleos urbanos 
distintos que se misturam ao longo do tempo são desafios para uma abordagem urbanística. 
MUNICÍPIO 
É um tipo de unidade administrativa que possui uma sede, que normalmente é a cidade, um limite territorial e uma 
estrutura de poder público para atender suas necessidades específicas. No Brasil, esse poder público é formado pela 
Prefeitura e pela Câmara de Vereadores.

É muito comum que o município seja formado fisicamente por dois espaços aparentemente distintos, as áreas urbanas 
e áreas rurais. No entanto existem espaços com definições variáveis, dependendo do conceito utilizado.

As limitações físicas e administrativas dos municípios nem sempre são suficientes para abordar, administrar e 
solucionar os problemas das cidades, principalmente quando elas crescem, expandem-se e criam um aglomerado 
indistinto. Para esses espaços urbanos é necessário outra categoria de divisão administrativa.

Em resumo, a diferença entre cidade e município está na orientação de seus conceitos: o primeiro está relacionado com 
a ocupação humana no espaço, e o outro, com a delimitação político-territorial. 
METRÓPOLE 
No Brasil, o Estatuto da Metrópole define esse conceito da seguinte maneira:

“espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, 
tem influência nacional ou sobre uma região que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional, 
conforme os critérios adotados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE”.

Essa legislação afirma ainda que os “critérios para a delimitação da região de influência de uma capital regional, (...) 
considerarão os bens e serviços fornecidos pela cidade à região, abrangendo produtos industriais, educação, saúde, 
serviços bancários, comércio, empregos e outros itens pertinentes, e serão disponibilizados pelo IBGE na rede mundial 
de computadores”. 
Fonte: Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
_Ato2015-2018/2015/Lei/L13089.htm>. Acesso em 22 ago 2016. 
REGIÃO METROPOLITANA 
Uma região metropolitana normalmente é formada pela conurbação de duas ou mais cidades que se expandiram além 
de seus limites administrativos, criando uma extensa mancha urbana. Esse conceito pode variar dependendo do país e 
de sua legislação sobre o assunto.

No Brasil, o conceito é utilizado tanto para definir uma aglomeração urbana de grande porte formada por várias cidades, 
com milhões de habitantes, quanto para criar uma categoria de administração pública que reúne vários municípios, para 
permitir o gerenciamento e a busca de soluções para problemas que extrapolam as divisões políticas e administrativas 
municipais.

Na legislação que trata da definição de regiões metropolitanas ficam em destaque as questões que devem ser 
abordadas por essa instância político-administrativa:

planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social;

saneamento básico, notadamente abastecimento de água e rede de esgotos e serviço de limpeza pública;

uso do solo metropolitano;

transportes e sistema viário;

produção e distribuição de gás combustível canalizado;

aproveitamento dos recursos hídricos e controle da poluição ambiental (...). 
Fonte: Lei complementar nº 14, de 8 de junho de 1973. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/
Lcp14.htm>. Acesso em 22 ago 2016. 
Definições contemporâneas de espaço urbano 
Para estimular as habilidades referentes às intervenções no espaço urbano é necessário criar competências na área da 
história e da teoria da urbanização – que são os assuntos principais dessa disciplina – e nos meios que surgiram ao 
longo do tempo para modificar a cidade. Para isso o domínio de conceitos básicos desse assunto é fundamental para a 
compreensão das enormes escalas dos problemas e necessidades que o aluno precisa compreender sobre o ambiente 
que está se tornando, gradativamente, o principal local de vida do homem em todo o planeta, a cidade. 
Urbanização: 
Urbanização é o processo de surgimento e expansão dos espaços urbanos, que constituem as cidades, metrópoles e 
demais áreas consideradas urbanas. Há também processos de desurbanização, com o desaparecimento de cidades ou 
esvaziamento de áreas antes densamente ocupadas. O termo, portanto, se refere unicamente ao processo de 
transformação de áreas não ocupadas pelo homem, ou áreas exclusivamente rurais em espaço urbano. Já houve 
tentativas de criar processos de urbanização que tentavam mesclar o campo com a cidade, mas o aspecto urbano 
dessas propostas sempre prevaleceu. O termo urbanização não inclui em sua definição a maneira nem a qualidade 
como ocorre o processo. Para isso há outros termos complementares que veremos adiante. 
 
Urbanismo científico: 
Urbanismo é o nome dado a uma disciplina, de caráter científico, que tenta explicar o crescimento, a produção e o 
desaparecimento das cidades, tanto no passado, quanto no futuro. Foi criado no século 19, como uma forma de tentar 
tratar, de forma racional, o surgimento e a transformação das cidades. O arquiteto Alfred Agache se descreve como 
criador do termo Urbanismo (AGACHE,1931), definindo-o da seguinte maneira: 
 
“Uma ciência, e uma arte e, sobretudo uma filosofia social. Entende-se por urbanismo, o conjunto de regras aplicadas 
ao melhoramento das edificações, do arruamento, da circulação e do descongestionamento das artérias públicas. É a 
remodelação, a extensão e o embelezamento de uma cidade, levados a efeito,mediante um estudo metódico da 
geografia humana e da topografia urbana sem descurar as soluções financeiras". 
 
Com o passar do tempo também incluiu em seu significado a capacidade de intervir nas cidades, através do 
planejamento urbano. O fato de ser uma disciplina de caráter científico nem sempre correspondeu a algo equivalente no 
mundo real: a possibilidade de conhecer os processos de urbanização através dessa disciplina nem sempre significou a 
criação de meios de intervenção eficazes que transformassem adequadamente as cidades existentes ou criassem 
novas cidades eficientes e melhores. 
 
Urbanismo funcionalista: 
Como o próprio nome diz é uma área do urbanismo científico que surgiu com base em um raciocínio sobre a cidade que 
a transformava em um objeto funcional. A proposta era tratar a cidade como uma máquina, ou algo equivalente, ou seja, 
que pudesse ser tratado como uma máquina, um organismo criado pelo homem, capaz de exercer certas funções 
previamente estabelecidas. O documento que consolida esse pensamento, e que não possui um criador único, é a 
Carta de Atenas. Esse urbanismo é característico da arquitetura e urbanismo modernos que começam a ganhar corpo 
no final do século 19. As propostas modernas começam a ser aplicadas em massa a partir do final da Primeira Guerra 
Mundial e após o término da Segunda Guerra Mundial. As críticas ao urbanismo funcionalista começam a se intensificar 
na década de 1950 e aumentam nas décadas seguintes, principalmente na Europa e depois em outros países, incluindo 
o Brasil. A cidade de Brasília (cujo planejamento e construção inicia-se entre 1956 e 1960) é um dos exemplos mais 
conhecidos de urbanismo funcionalista aplicados na prática. 
 
Urbanização dispersa: 
Nesse tipo de urbanização, novos bairros surgem longe do centro da cidade e se espalham em diferentes formas, que 
vão desde condomínios de luxo até favelas no entorno de estradas. Nas últimas décadas, a população brasileira se 
concentrou em um número reduzido de grandes núcleos metropolitanos. Mas, paradoxalmente, a concentração nesses 
polos foi acompanhada de uma dispersão no espaço intraurbano, que tomou proporções gigantescas nos últimos 20 
anos. Não se trata de cidades com espaços rurais entre elas, mas sim de espaços intraurbanos, grandes manchas 
descontínuas de espaços urbanizadas, com um grande núcleo, em geral, que é a cidade de maior porte. 
O processo de dispersão urbana ocorre, de maneira simplificada, do seguinte modo: há um aumento populacional que 
estimula o aumento dos preços. A tendência é que a população que vem de outros lugares em busca das metrópoles 
procurem os municípios vizinhos, onde a terra é mais barata. Essa situação já está se repetindo com o aumento 
populacional vegetativo. Então, em vez de crescer como uma mancha de óleo como no tempo das ferrovias – porque 
era preciso que todos estivessem juntos a ela, por questões de facilidade de acesso a tudo que a ferrovia trazia e levava 
– as pessoas usam as rodovias e estradas vicinais e vão morar em conjuntos fora da cidade. A vida delas ocorre entre 
esses lugares afastados e a metrópole. E entre esses núcleos também há mudanças, pois o mundo rural que havia 
nesses interstícios desaparece. Nas áreas extensas, há a agroindústria. Nas áreas pequenas, há propriedades muito 
diferenciadas, que se aproveitam das áreas urbanas. Quando nos afastamos disso, vemos um Brasil esvaziado. A 
grande parte da população brasileira reside em cerca de 50 grandes áreas urbanas que já carregam no seu interior o 
processo de dispersão urbana. 
 
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2009/04/29/a-urbanizacao-dispersa-ainda-nao-e-devidamente-compreendida-
entrevista-com-o-urbanista-nestor-goulart-reis/, consultado em 29/01/2011 
 
Tecido urbano: 
Tecido Urbano é o nome dado a um tipo específico de urbanização de uma região urbana. Utiliza-se essa denominação 
para delimitar, dentro de uma região urbanizada, uma área que possui uma característica específica. O termo vem 
acompanhado de uma ou mais características urbanas que servem para defini-lo. O termo é móvel, ou seja, pode haver 
vários tecidos urbanos dentro de uma região urbanizada, e necessariamente não possuem um limite exato entre eles. 
As áreas a que se referem o termo tecido urbano também podem ser alteradas, quando, por exemplo, a característica a 
que ele se refere é alterada por parte de quem está utilizando o termo. 
O tecido urbano muitas vezes pode ultrapassar os limites da cidade, fazendo com que se forme um único padrão de 
urbanização em diferentes bairros, distritos, zonas, ou até mesmo entre cidades vizinhas, sejam em metrópoles ou 
cidades próximas entre si. 
A utilidade do termo é significativa, pois os problemas urbanos quase nunca respeitam os limites político-administrativos 
das cidades e distritos. Assim, para definir um problema urbano, o termo tecido urbano pode ser mais eficiente, pois ele 
pode identificar a verdadeira área atingida por aquele problema. 
 
Conurbação: 
O processo de conurbação é um crescimento que expande um núcleo urbano, prolongando-o para fora de seu limite 
político-administrativo absorvendo aglomerados rurais e outras cidades. Estas, até então com vida política e 
administrativa autônoma, acabam comportando-se como parte integrante da metrópole. Com a expansão e a 
integração, desaparecem os limites físicos entre os diferentes núcleos urbanos. Ocorre então uma dicotomia entre o 
espaço edificado e a estrutura político-administrativa. Nas cidades em que isso ocorreu há uma grande dificuldade em 
se perceber os limites originais de cada cidade. Há uma espécie de fusão dos núcleos urbanos, inclusive na vida de 
quem reside e trabalha neles, pois a mobilidade das pessoas dentro dessa nova e expandida mancha urbana 
desconhece esses limites: os locais de trabalho, de residência, de lazer ou de estudo não estão limitados pelo perímetro 
original de cada cidade, como ocorria em um passado cada vez mais distante. 
 
Projeto Urbano e Desenho urbano: 
O reconhecimento da incapacidade e, muitas vezes, falta de necessidade, de ter que intervir em uma cidade inteira para 
realizar um empreendimento de grande porte ou de tentar melhorar a vida das pessoas, levou ao desenvolvimento de 
um campo do urbanismo que trata de intervenções específicas. Essas intervenções abrangem um bairro, um sistema ou 
pequenas áreas dentro da cidade. Essa forma de intervenção baseia-se no reconhecimento da impossibilidade de 
controlar o espaço urbano totalmente. É muito difícil, ainda que não seja impossível, intervir nas cidades cada vez 
maiores de uma vez só ou com um planejamento urbano rígido e muito delimitado. Assim, o Projeto e o Desenho 
urbanos abrangem pedaços da cidades, com intervenções específicas, sejam organizadas pelo poder público, pelo 
poder privado, ou por ambos. 
3 - URBANISMO DO SEGUNDO PÓS-GUERRA E A DÉCADA DE 1960 (REVISÕES CRÍTICAS SOBRE AS CIDADES 
 A década de 1960 e as revisões críticas sobre as cidades:

Leitura e Interpretação de texto de Lewis Mumford 
MUMFORD, L. "Paisagem Natural e Paisagem Urbana", in CHOAY, F. “Urbanismo”. São Paulo: Perspectiva, 2005. 
p. 285-291. 
Nesse texto, Mumford propõe uma solução, na década de 1960, que poderia resolver, ou minimizar, o problema urbano 
da falta de área de lazer, a expansão exagerada dos subúrbios e o aumento do trânsito. A análise do Autor é feita sobre 
as cidades norte-americanas, usando algumas cidades europeias como exemplo do que deveria realmente ser feito. 
Ele critica a ideia de Parque urbano, surgida no século XIX, e que era baseada na "necessidade biológica dos espaços 
livres”. Ele afirma que o Parque urbano não foi suficiente para melhorar a vida nas cidades norte-americanas. Na época 
em que ele escreveu esse texto havia um grande estímulo para a saída de uma parte da população, em geral as 
classes médias, em direção aos subúrbios, cheios de áreas verdes,com baixa densidade e residências unifamiliares. 
Essa situação criaria grandes contrastes entre essas áreas e as cidades, gerando situações negativas como o aumento 
de trânsito entre esses dois ambientes e a decadência de muitos centros urbanos antigos. 
Jane Jacobs e o resgate da rua a partir das idéias do livro “Morte e vida nas grandes cidades” 
Leitura e seminário sobre CHOAY, Françoise. “Jane Jacobs”. In: Urbanismo. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 
293-301. 
A autora Jane Jacobs defende o espaço urbano movimentado das grandes cidades, afirmando que as ruas dos bairros 
dessas têm qualidades que o urbanismo funcionalista ignora. 
Para defender a rua como espaço urbano, a autora aborda algumas qualidades e problemas desse espaço, procurando 
demonstrar como os usos e a densidade populacional contribuem para garantir a segurança e, ao mesmo tempo, a 
qualidade de vida nos bairros. 
Em oposição a rua viva e movimentada que a autora defende, ela avalia negativamente os subúrbios americanos 
(equipamentos aos condomínios horizontais no Brasil), o planejamento urbano funcionalista, os projetos urbanos 
baseados em esqueletos viários, os parques e a fuga da rua. 
5 - URBANIZAÇÃO DO SÉCULO XX NO BRASIL 
Leitura e interpretação de SOMEKH, N. "Apresentação", in ASCHER, F. " Os novos princípios do Urbanismo". 
São Paulo: Romano Guerra, 2010, pp. 11-15. 
Na apresentação do livro de François Ascher, Nadia Somekh, faz um resumo do processo de Urbanização recente no 
Brasil. Segundo ela, as principais características que formam a urbanização no Brasil foram: 
1º O conflito entre as leis e planos aprovados e realizados e os interesses e imposições do mercado privado. Na opinião 
da autora isso criou um espaço que não parece seguir regras. 
2º A exclusão da maioria da população pela legislação: uma parte considerável da população vive em péssimas 
condições, sem acesso às regulamentações urbanas e construtivas. Essa situação mostra a dualidade entre o espaço 
formal e o informal na cidade. 
3º O processo de urbanização no Brasil ocorre para dar espaço ao automóvel e para o desenvolvimento do capital 
imobiliário. 
4º A concentração de renda e a urbanização dispersa produzem uma cidade difusa. 
A autora defende a valorização de uma cidade mais completa com redução das desigualdades inclusão social, o 
transporte coletivo. 
6 - INTERVENÇÕES URBANAS NAS DÉCADAS DE 1970 E 1980 
As décadas de 1970 e 1980 foram fundamentais para uma profunda transformação no planejamento urbano feito no 
exterior e no Brasil, com muitas mudanças na maneira como eram organizadas as cidades e com o surgimento de 
problemas de uma magnitude muito maior do que antes. Os textos a seguir são um resumo desses fatos. 
Década de 1970: O planejamento urbano de larga escala, com construções de grande porte continua a ser aplicado na 
organização de territórios extensos. O caso do Brasil se insere perfeitamente nessa época, quando durante o “milagre 
econômico” uma vasta quantidade e equipamentos públicos de grande porte (aeroportos, rodovias, ferrovias, portos, 
hidroelétricas, usinas nucleares, redes de abastecimento de água, etc.), de edifícios públicos e privados (indústrias, 
agências bancárias, habitações coletivas) são realizados. O urbanismo moderno ainda se faz presente na organização 
das cidades e os planos diretores tentam organizar o contínuo crescimento das cidades, que já estavam se 
transformando, no caso das maiores, em verdadeiras metrópoles. 
Década de 1980: O reconhecimento de que o planejamento urbano e o urbanismo moderno não são suficientes para 
criar espaços urbanos com qualidade, ou ainda, controlar satisfatoriamente o crescimento das cidades, das metrópoles 
e das regiões metropolitanas, leva mais uma vez os arquitetos, urbanistas, agentes imobiliários e técnicos do setor 
público a buscar alternativas. Uma delas é o desenho urbano. Essa prática pretende complementar as diretrizes 
fornecidas pelos planos diretores e pelo planejamento urbano de larga escala. Através dessa prática o Estado pretende 
mais uma vez intervir na cidade, porém de forma pontual, tentando resolver pequenos problemas, mas que fazem 
grande diferença na vida da população, como calçamentos adequados, criação de espaços livres (praças, largos, etc.) 
com qualidade, recuperação de áreas centrais que estão degradadas, aumento da participação da população nos 
destino das verbas usadas par urbanização. No caso da Europa esse processo se inicia ainda na década de 1960. No 
Brasil esse processo começa principalmente na década de 1980. 
8 - A EXPANSÃO URBANA DO INÍCIO DO SÉCULO XXI E CONCLUSÕES SOBRE INTERVENÇÕES NO ESPAÇO 
URBANO 
A expansão urbana do início do século XXI 
A convivência entre formas tradicionais (loteamentos e condomínios) e novas formas de expansão urbana: urbanização 
dispersa, planejamento estratégico, adensamento intraurbano (crescimento interno), áreas rurbanas (ocupação de baixa 
densidade em áreas periféricas: rural+urbana). 
Urbanização dispersa: Nesse tipo de urbanização, novos bairros surgem longe do centro da cidade e se espalham em 
diferentes formas, que vão desde condomínios de luxo até favelas no entorno de estradas. Nas últimas décadas, a 
população brasileira se concentrou em um número reduzido de grandes núcleos metropolitanos. Mas, paradoxalmente, 
a concentração nesses polos foi acompanhada de uma dispersão no espaço intraurbano, que tomou proporções 
gigantescas nos últimos 20 anos. O processo de dispersão urbana ocorre, de maneira simplificada, do seguinte modo: 
há um aumento populacional que estimula o aumento dos preços. A tendência é que a população que vem de outros 
lugares em busca das metrópoles procurem os municípios vizinhos, onde a terra é mais barata. Essa situação já está se 
repetindo com o aumento populacional vegetativo. Então, em vez de crescer como uma mancha de óleo como no tempo 
das ferrovias – porque era preciso que todos estivessem juntos a ela, por questões de facilidade de acesso a tudo que a 
ferrovia trazia e levava – as pessoas usam as rodovias e estradas vicinais e vão morar em conjuntos fora da cidade. A 
vida delas ocorre entre esses lugares afastados e a metrópole. E entre esses núcleos também há mudanças, pois o 
mundo rural que havia nesses interstícios desaparece. Nas áreas extensas, há a agroindústria. Nas áreas pequenas, há 
propriedades muito diferenciadas, que se aproveitam das áreas urbanas. Quando nos afastamos disso, vemos um 
Brasil esvaziado. A grande parte da população brasileira reside em cerca de 50 grandes áreas urbanas que já carregam 
no seu interior o processo de dispersão urbana. 
Intervenção e Expansão Urbana Contemporânea: conclusões 
1 - As duas imagens abaixo mostram bairros residenciais projetados no final de década de 1950 (Brasília, Brasil) e início 
da década de 1960 (Inglaterra) na Europa, Sobre essas duas imagens assinale a alternativa CORRETA. 
 
A- A principal diferença é a forma e a altura dos edifícios, pois ambos tentam criar espaços livres entre os blocos 
residenciais. 
B - As imagens não possuem qualquer diferença no que se refere à forma de organizar o espaço da quadra, pois são da 
mesma época, exceto pelo traçado viário. 
C - A organização das quadras, a forma dos edifícios e o sistema viário são semelhantes nos dois projetos, pois ambos 
são residenciais. 
D - As imagens não possuem qualquer diferença no que se refere à forma de organizar o espaço da quadra, pois são da 
mesma época. 
E - As imagens não possuem qualquer diferença no que se refere à forma de organizar o espaço da quadra, pois são da 
mesma época, exceto, e unicamente, pela altura dos edifícios. 
2 - “Para atrair os transeuntes e constituir em si um fator de segurança a rua urbana deve possuir três qualidades 
principais: 
Os olhos da rua 
Primeiramente, ela deve estabelecer uma demarcação nítida entre o espaço público e o espaço privado. Espaço públicoe privado não devem, de modo algum, confundir-se, como sucede nas realizações de conjuntos suburbanos. Em 
segundo lugar são necessários olhos para vigiar a rua, os olhos daqueles que podemos chamar de seus proprietários 
naturais. Também os edifícios que ladeiam a rua devem ser orientados para ela. Não devem nem virar-lhe as costas, 
nem oferecer-lhes uma fachada cega. Em terceiro lugar, a calçada deve ser utilizada praticamente sem interrupção: é o 
único meio de aumentar o número de olhos presentes na rua e de atrair os olhares de quem se encontra dentro dos 
edifícios. Ninguém gosta de olhar por uma janela que dá para uma rua vazia. Pelo contrário, um grande número de 
pessoas pode distrair-se durante o dia observando uma rua plena de atividade. É inútil tentar evitar a insegurança das 
ruas recorrendo à segurança de outros elementos urbanos, como os pátios internos e áreas de jogos 
cobertas.” (CHOAY, F. Urbanismo. São Paulo: Perspectiva, 2005, p. 294). 
Identifique a seguir um item que NÃO faz parte das propostas de Jacobs para controlar e ocupar o espaço da rua 
urbana: 
A - Fazer uma arquitetura voltada para a rua, sem empenas cegas (sem janelas) direcionadas para o espaço público. 
B - Aumentar o número de edifício de escritórios, aumentando assim o número de seguranças nas calçadas. 
C - Aumentar o número de lojas e ambientes comerciais voltados para a rua. 
D - Aumentar a facilidade de circulação nas calçadas, evitando obstáculos. 
E - Incentivar que os moradores do bairro olhem mais para a rua. 
3 - Identifique a seguir a alternativa que CONTÉM a caracterização do que foi o planejamento urbano no projeto para a 
construção da nova capital do Brasil, Brasília: 
A - O desenho da cidade de Brasília antecedeu o planejamento urbano que definiu que essa cidade passaria a existir. 
B - O desenho do traçado da cidade de Brasília foi uma conseqüência do planejamento urbano que definiu as diretrizes 
da nova capital. 
C - O planejamento e o projeto urbano da cidade de Brasília ocorreram ao mesmo tempo. 
D - A escolha do local onde se instalaria a nova capital foi definido depois que o planejamento urbano da cidade foi feito. 
E - Como foi feito um excelente planejamento urbano para a nova capital brasileira, não foi necessário um projeto 
urbano para definir a sua forma e traçado viário. 
Vista e planta de uma das 
un idades de hab i tação 
(superquadras) em Brasília. 
Cada uma delas contém 
e n t r e 2 . 5 0 0 e 3 . 0 0 0 
h a b i t a n t e s , e q u a t r o 
superquadras formam uma 
quadra completa.
Arquitetos 
Lynn e Smith, 
Conjunto 
habitacional 
Park Hill, em 
Sheffield, 
1961

Continue navegando