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O mundo de Parmênides

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O mundo de Parmênides - Karl Popper						
Introdução: A invenção da indução por Aristóteles e o eclipse da cosmologia pré-socrática
Todos os pensadores anteriores a Aristóteles fizeram uma distinção entre o conhecimento (divino e só acessível aos deuses) e a opinião (os mortais possuem). 
Xenófanes: a opinião pode ser aperfeiçoada
Protágoras: rebelou-se contra a ideia da distinção, pois não se sabe da existência de deuses logo o conhecimento humano deve ser tomado como padrão (medida). Empirista revoltado com o racionalismo de Parmênides. É possível melhorar nosso conhecimento.
Platão: o conhecimento dos seres humanos: tudo o que pode dizer é verossímil e não a verdade, no máximo como a verdade (provável); semelhante à verdade. Hipótese cientifica.
Aristóteles: rompe definitivamente com a tradição de distinguir entre o conhecimento divino e a conjectura humana. Episteme: o conhecimento cientifico demonstrável. Este que o envolve numa regressão ao infinito, assim ele decide que as premissas originais são enunciados de definições, mas existem definições que não são nem convencionais, nem certas ( resultado de uma indução). Indução: procedimento de guiar o pupilo a um lugar, a uma perspectiva a partir da qual possa ver a essência do objeto de seu interesse. “Induzir é transformar as definições numa rica fonte de conhecimento.” Archai (princípios fundamentais): definições (convencionais e tautológicas) que tornam a verdade certa. Silogismo indutivo (invalido): premissas (Sócrates é mortal, Platão é mortal, ou seja, todos são homens) e conclusões (todos os homens são mortais). Epagoge (prova indutiva): invoca a ironia socrática. Primero dogmático.
Aristóteles teve uma atitude geralmente muito objetivista, assim se torna estranhamente subjetivista na teoria do conhecimento da indução. E também que ele projeta toda sua teoria em Sócrates, porém este afirma não saber, mas Aristóteles diz que Sócrates professa não saber.
Sócrates: Ironia socrática, como afirma não saber, mas refuta todo conhecimento, talvez a profissão de ignorância dele seja só irônica. Método Socrático (elenchus) é sua refutação critica por contraexemplos, fazendo os que creem saber que não o sabem, ou seja, são ignorantes.
Dedução: o que se sabe sobre tal essência define os conceitos. 				Aristóteles matou a ciência critica, por sua exigência em provas. Parmênides disse que a via da indução é a via errada.
Ensaio 1
De volta aos pré-socráticos
I
Escola Jônica: primeira vez usou a atitude critica. Os pré-socráticos tentaram responder questões cosmológicas e também de teorias do conhecimento. Critica a especialização, já que os especialistas deixam de ver os enigmas do mundo e de se maravilhar com eles, sendo assim a especialização pode ser tentadora para o cientista, mas para o filosofo é pecado mortal.
II
	A teoria do conhecimento dos pré-socráticos partia de problemas do tipo “como sabemos que o mundo é feito de água?” ou “como podemos saber algo acerca dos deuses?”. Esse ponto era o mais importante para Popper.
III
	Mito baconiano: toda ciência parte da observação (‘verdadeira origem’) e sem seguida, aos poucos e com cautela, avança rumo às teorias, sua função é explicar porque os enunciados científicos são verdadeiros.
Tales: a Terra é sustentada pela água sobre a qual se move como um barco. Se houver um terremoto, a terra esta sendo sacudida pela água (antecipa a teoria da deriva continental).
Anaximandro: a Terra é sustentada por nada, mas permanece estacionária devido ao fato de estar igualmente distante de todas as outras coisas, sua forma é como de um tambor, caminhamos sobre uma de suas superfícies planas, enquanto a outra está do lado oposto.
A teoria de Anaximandro tornou possíveis as teorias de Aristarco, Copérnico, Kepler e Galileu. E antecipou a ideia newtoniana de forças gravitacionais imateriais e invisíveis.
IV
	A teoria de Tales se fosse coerentemente desenvolvida levaria a uma regressão ao infinito. A experiência observacional impediu Anaximandro e Tales de chegarem à teoria que a Terra é um globo.
V
Anaximandro: teoria da natureza oculta do Sol, da Lua e dos outros corpos celestes (imagina duas rodas de carruagem que giram ao redor da Terra (Sol e Lua), nos aros se encontra fogo e cada um tem um furo de ventilação pelo qual podemos ver o fogo, a as estrelas fixas também seguem este padrão, no entanto estão mais próximas da Terra). Fundador da teoria das esferas.
VI
	A ciência só começa quando o método especulativo é substituído pelo método observacional e quando a dedução é substituída pela indução. 
VII
	As teorias de Anaximandro são falsas, mas também são muitas teorias, as quais foram úteis à busca da verdade. As teorias falsas sugerem modificações de maior ou menor radicalidade e podem estimular a critica.
VIII
Cosmologia milésia: três principais problemas estrutura, planta baixa e material de construção. Tales foi o primeiro a analisar a arquitetura do cosmo. 
Anaximandro: desenhou o primeiro mapa-múndi e seu material de construção do cosmo foi o apeiron (o infinito ou sem limites ou ilimitado ou informe). Teoria dos eclipses e das fases da Lua os buracos de ventilação para o fogo nos aros as vezes eram bloqueados, obstruídos, e assim o fogo era abafado. Os ventos eram responsáveis pelas mudanças do tempo e os vapores, produzidos pela secagem da água e do ar, assim surgia a mudanças do Sol (os solstícios) e da Lua.
Problema geral da mudança (problema filosófico): se uma coisa permanece a mesma, ela não muda, mas se perde a identidade, então já não é a mesma coisa que mudou. Então como seria possível a mudança?
IX
Anaximandro: o nosso mundo é um de uma infinidade de mundos, e esse sistema de mundo é eterno e assim era seu movimento. E essas mudanças estão ligadas com o contraste de ideias.
Anaxímenes: o elemento construtor do mundo é o Ar. Explica que o achatamento da Terra é responsável pela estabilidade, assim a Terra paira no ar. É um eclético, um homem de senso comum.
Heráclito: não restou nenhuma estabilidade na sua ideia de mundo, pois “tudo flui e nada repousa”. Tudo está em movimento o tempo inteiro, ainda que isso escape aos nossos sentidos. Não há corpos sólidos. As coisas são processos, elas fluem. O problema da mudança a mudança pressupõe algo que mude, mas ao mudar deva permanecer o mesmo, é essencial que a coisa que muda conserve a identidade ao mudar. As coisas são aparentemente, para nós, opostas, mas na verdade, para Deus, são as mesmas.
Heráclito com essa ideia dos opostos ameaça toda sua doutrina da realidade do movimento. Sendo assim, se os opostos são idênticos, embora pareçam diferentes, então a mudança só pode ser aparente. Já que para Deus todas as coisas são uma só, então não pode haver mudança.
Parmênides: mundo real é uno, sempre permanece no mesmo lugar, nunca se movendo. Não havia mudança. O vácuo não existe. Primeira teoria hipotético-dedutiva do mundo.
Os atomistas refutaram a ideia de Parmênides, dizendo que o movimento e o vácuo existem. Sendo assim, chegaram a conclusão de que toda mudança, em especial toda mudança qualitativa, desse ser explicada pelo movimento espacial de pedacinhos imutáveis de matéria (por átomos que se movem no vácuo).
X
	Burnet ataca a teoria de Heráclito argumentando que a teoria da mudança não era nova e só uma mensagem nova poderia explicar a urgência com que falava Heráclito. Além disso, Kirk e Raven também o critica, no entanto Popper declara que quem não aceita a originalidade da teoria de Heráclito é devido ao fato de que não compreende seu ponto principal. Toda matéria para Heráclito é como o fogo, pois fogo significa processo.
XI
Antes das escolas fundadas pelos filósofos gregos, as escolas seguiam suas doutrinas e ninguém podia as contradizer, nem inventar ideias novas. Diante disso, os filósofos gregos criam escolas com caráter critico, por isso temos muitos filósofos. Popper sugere que Tales (ESCOLA JÔNICA) foi fundador da tradição dessa escola de liberdade, a qual consegue tolerar a critica, e maisainda impulsionar o aluno a aumentar os argumentos dessa critica.					Escola italiana: fundada por Pitagóras; assemelhava-se a uma ordem religiosa.
XII
	Para Popper o verdadeiro conhecimento se da na tradição racionalista, da discussão critica, nesse sentido não existe um procedimento indutivo, ou seja, nossos conhecimentos são meras suposições. Quem compreendeu claramente isso foi Galileu e Einstein. Podemos dizer que Sócrates conseguiu esclarecer isso no seu pensamento de que nada sabe, o qual buscava a verdade por meio de uma discussão critica.
ADENDO 1: NOTA HISTORICA ACERCA DA VEROSSIMILHANÇA (1964)
	A ideia de verossimilhança quer dizer probabilidade quando indica um talvez, algo pode ser que sim pode ser que não, e a verossimilhança também, principalmente, significa como a verdade, e uma parte da verdade, ou uma verdade inventada, mas para alguns é verdade.
ADENDO 2: MAIS ALGUMAS SUGESTOES ACERCA DA VEROSSIMILHANÇA (1968)
	A verossimilhança no sentido de como a verdade, seria a verdade no sentido subjetivo, com aquilo que cremos. E isso é inútil para a teoria do conhecimento. Essa confusão entre verossímil e probabilidade se deu com Cícero.

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