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Anatomia e fisiologia do Sistema cardiovascular Disciplina: Fisioterapia cardiovascular - SDE0098 Aspectos anatômicos e funcionais do coração Aspectos anatômicos e funcionais do coração O coração é composto por duas bombas em série: uma propele sangue pelos pulmões, para as trocas de O2 e CO2 (circulação pulmonar) e a outra propele sangue para todos os outros tecidos do corpo (circulação sistêmica). Embora o coração trabalhe de forma intermitente, o fluxo contínuo para os tecidos corporais (periferia) ocorre graças à distensão da aorta e de suas ramificações, durante a contração ventricular (sístole) e pela retração elástica das paredes das grandes artérias, promovendo propulsão adicional ao sangue, durante o relaxamento ventricular (diástole). Coração Princípios físicos da circulação A distribuição do sangue circulante pelas diferentes regiões do corpo é determinada pela força da contração do ventrículo esquerdo e pelo estado contrátil dos vasos de resistência (arteríolas) nessas regiões. O sangue flui, rapidamente, pela aorta e por suas ramificações arteriais vão ficando cada vez mais delgadas e suas paredes mais finas à medida que se aproximam da periferia. A estrutura da aorta é predominantemente elástica, mas as artérias periféricas tornam-se mais musculares, até que, nas arteríolas, a camada muscular predomina. • Ajustes no grau de contração desses pequenos vasos permitem a regulação do fluxo sanguíneo pelos tecidos e ajudam a controlar a pressão arterial. • As condições nos capilares são ideais para a troca de substâncias capazes de se difundir entre sangue e tecidos devido a velocidade baixa do fluxo. Propriedades elétricas do coração As células do coração, como os neurônios, são excitáveis e geram potenciais de ação promovem a contração e, assim, o ritmo cardíaco. Propriedades elétricas do coração Organização básica da célula cardíaca As células musculares cardíacas conectam-se umas as outras por discos intercalares (junções mecânicas e conexões elétricas). Junções comunicantes entre as células cardíacas formam conexões elétricas, permitindo a propagação do potencial de ação por todo o coração. Considera-se que a disposição das células musculares cardíacas faz com que um potencial de ação (gerado no interior do nó sinoatrial) curse por todo o coração, de maneira que este se contraia de modo sincrônico. A organização básica dos filamentos grossos e finos é comparável a observada no músculo esquelético. Organização básica da célula cardíaca Organização básica da célula cardíaca Retículo sarcoplasmático: papel fundamental na elevação do Ca+2 intracelular. O coração requer de Ca+2 extracelular para contrair-se. A quantidade de Ca+2 que entra na célula muscular cardíaca é relativamente pequena e serve como gatilho para a liberação de Ca+2 do RS. Na ausência de Ca+2 extracelular ainda é possível iniciar o potencial de ação, porém incapaz de gerar contração. O influxo de Ca+2, durante o potencial de ação, é fundamental para provocar a liberação de Ca+2 do RS e, assim, iniciar a contração. Regulação da força de contração Cálcio intracelular Com todas as células musculares cardíacas contraindo-se durante um batimento, não é possível aumentar a força de contração por meio do recrutamento de mais células musculares. O aumento da concentração do Ca+2 intracelular transitória e, portanto, da força de contração ocorre em resposta à estimulação simpática. Ocorre, frequentemente, durante períodos de excitação ou de medo e envolve a ativação de receptores β-adrenérgicos no coração. Norepinefrina (liberada por terminações nervosas do coração) ou epinefrina (liberada pela medula da suprarrenal, na corrente sanguínea). Agonista Antagonista Se liga ao receptor e promove a ativação dele. Se liga ao receptor porém não promove a ativação dele (bloqueio). Regulação da força de contração Cálcio intracelular O aumento na força de contração é denominado de inotropia positiva. Aumenta a frequência das contrações cardíacas, que denomina-se cronotropia positiva. A estimulação β-adrenérgica do coração produz contrações mais frequentes, mais fortes e mais breves. Regulação da força de contração Estiramento O estiramento do coração aumenta a força de contração. O estiramento do coração ocorre durante situações de aumento do retorno venoso, do sangue para o coração (durante o exercício ou quando a velocidade cardíaca diminui). A lei do coração de Frank-Starling refere-se à capacidade do coração, quando estirado, de aumentar sua força de contração, o que ocorre nas situações de aumento do retorno venoso. O estiramento aumenta, também, a sensibilidade ao Ca+2 e o nível de interações actina-miosina, no músculo cardíaco. Metabolismo do músculo cardíaco A miosina usa a energia do ATP para gerar força, de modo que o estoque de ATP, que é pequeno, deve ser continuamente reposto. Essa reposição do estoque de ATP é efetuada pelo metabolismo aeróbico, que inclui oxidação de gorduras e carboidratos. Quando o músculo cardíaco é completamente privado de O2, em razão da oclusão do vaso coronário, as contrações cessam rapidamente. Hipertrofia do músculo cardíaco Exercícios, como a maratona, podem aumentar o tamanho do coração, como resultado da hipertrofia das células cardíacas individuais. Concomitantemente ao “coração de atleta” aumentado, está o melhor desempenho cardíaco, avaliado pelo aumento da ejeção do débito sistólico, aumento do consumo de oxigênio e relaxamento preservado. Bomba Cardíaca – relação entre estrutura e função do coração A contração do músculo cardíaco é influenciada tanto pela pré- carga (força que estira as fibras musculares relaxadas) como pela pós-carga (força contra qual o músculo em contração deve agir). Em relação à vasculatura: o grau do tônus venomotor e da resistência periférica influenciam a pré- e pós-carga. Em relação ao coração: variação da frequência ou do volume de ejeção podem alterar a pré- e pós-carga. Débito cardíaco É definido como a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto. Pode ser alterado pela variação da frequência cardíaca ou do volume de sangue ejetado de qualquer um dos ventrículos, em cada batimento (débito sistólico). O débito cardíaco (DC) pode ser expresso como o produto da frequência cardíaca (FC) e o débito sistólico (DS): A frequência cardíaca é regulada pela atividade do marca-passo cardíaco, e o débito sistólico está diretamente relacionado com o desempenho do miocárdio. São determinantes interdependentes, pois a alteração em um determinante do débito cardíaco quase invariavelmente altera o outro determinante. Controle nervoso da frequência cardíaca O sistema nervoso autônomo é o principal meio pelo qual a frequência cardíaca é controlada. A média da frequência cardíaca em repouso é de aproximadamente 70 batimentos por minuto (bat/min), em adultos normais, e é significantemente maios em crianças. Em atletas bem treinados a FC no repouso, em geral, é de apenas cerca de 50 bat/min. O sistema nervoso simpático intensifica o automatismo, enquanto o parassimpático o inibe. Variações da FC, em geral, envolvem a ação recíproca dessas duas divisões do SNA. da FC ocorre em combinação da da atividade parassimpática e o da atividade simpática. Quando ambas as divisões do SNA são bloqueadas, a média da FC de adultos jovens é cerca de 100 bat/min. A frequência que prevalece, após o bloqueio autonômico completo, é chamada de frequência cardíaca intrínseca. Controle nervoso da frequência cardíaca – vias parassimpáticas As fibras parassimpáticas se originam no bulbo (tronco encefálico). Liberação da acetilcolina (Ach) que ativa os canais de K+ nas células cardíacas. Nervo vago Direito: afeta predominantemente o nodo SA. Retarda o disparo do nodo SA. Esquerdo: inibe principalmente a condução do tecido do nodo AV. Controle nervoso da frequência cardíaca – vias simpáticas As fibras simpáticas se originam nas colunas dos cinco ou seis segmentos superiores da medula torácica e dos dois segmentos inferiores da medula cervical. Durante a estimulação simpática é liberada a noradrenalina (norepinefrina). Liberação da acetilcolina (Ach) que ativa os canais de K+ nas células cardíacas. Controle nervoso da frequência cardíaca – barorreceptores Reflexo que provoca uma alteração inversa da frequência cardíaca em resposta a variações súbitas da pressão arterial. Localizados no arco aórtico e nos seios carotídeos. Pressão arterial
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