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Distúrbios vasculares cerebrais Profa. Ms. Vanessa Dias Objetivos da aula • Abordar sobre os acidentes vasculares e seu impacto social; • Identificar os fatores de risco para os distúrbios vasculares;vasculares; • Conhecer os vários tipos de distúrbios vasculares: causas, manifestações clínicas, tratamento e complicações; • Usar o processo de enfermagem como referencial para o cuidado de enfermagem ao paciente com distúrbio vascular cerebral. Conceito • Anormalidade funcional do SNC quando o suprimento sanguíneo normal para o cérebro ésuprimento sanguíneo normal para o cérebro é prejudicado. • Doença incapacitante e importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. AVC ou AVE? � Déficit neurológico (transitório ou permanente) em uma área cerebral secundário a lesão vascular, causada pela diminuição do suprimento sangüíneo ao Conceito causada pela diminuição do suprimento sangüíneo ao tecido cerebral, e que tem duração maior que 24 horas. Ataque isquêmico transitório - AIT • Duração inferior a 24h;• Duração inferior a 24h; • Recuperação completa; • Alerta para um acidente vascular iminente. Categorias principais e etiologia • Isquêmicos (85%): - Trombose de grandes artérias; - Trombose de pequenas • Hemorrágicos (15%): - Hemorragia intracerebral; - Hemorragia subaracnoide; - Aneurisma cerebal;- Trombose de pequenas artérias; - Embólica cardiogênica; - Criptogênica; - Outras - Aneurisma cerebal; - MAV. AVE- I:Oclusão parcial ou total de um vaso sanguíneo cerebral que irriga determinada região encefálica, resultante de trombose cerebral ou embolia: AVE - I AVE - I TROMBOSE: formação de um coágulo sanguíneo na luz do vaso. EMBOLIA CEREBRAL: quando um coágulo ou outro material é carregado até o cérebro pela corrente sanguínea sendocarregado até o cérebro pela corrente sanguínea sendo proveniente de outra parte do corpo (mais comum é o coração). AVE HEMORRÁGICO (AVEH): Ocorre devido a ruptura de um vaso sanguíneo com consequente sangramento para a superfície de encéfaloconsequente sangramento para a superfície de encéfalo (hemorragia subaracnóide), ou para dentro do parênquima encefálico (hemorragia parenquimatosa). AVE - H Fatores de risco • História de AIT • Gota • Aterosclerose • • Tabagismo • Hipertensão • Anticoncepcionais • Arritmias• Cardiopatia reumática • Sedentarismo • Cardiomegalia • MAV • DM • Dislipidemia • Arritmias • Antecedentes familiares • Hematócrito elevado • Uso de drogas • Obesidade Manifestações clínicas • Dependem da localização e do tamanho da lesão. 1. Perda motora e sensorial: Hemiplegia ou hemiparesia, ataxia, disfagia; 2. Perda da comunicação: Disartria, afasia, apraxia;2. Perda da comunicação: Disartria, afasia, apraxia; 3. Campo visual: Perda da visão periférica, diplopia; 4. Déficit cognitivo: Pedra da memória, atenção e capacidade de concentração diminuídos, julgamento alterado; Manifestações clínicas 5. Déficit emocional: perda do autocontrole, labilidade emocional, intolerância ao estresse, depressão, medo. 6. Alterações gerais: cefaleia intensa, náuseas e6. Alterações gerais: cefaleia intensa, náuseas e vômitos, convulsões, alteração dos níveis pressóricos; “Os sintomas unilaterais, geralmente ocorrem no lado oposto ao hemisfério afetado”. Diagnóstico • O exame diagnóstico inicial é a TC, sem contraste – de forma emergencial; 1. Angiografia cerebral e RM; 2. Angiografia de subtração digital: patência dos vasos cerebrais;cerebrais; 3. Doppler transcraniano; 4. EEG detectar ↓ da atividade elétrica 5. Testes neuropsicológicos: funções verbais e mentais simples e complexas 6. Ex. laboratoriais: coagulograma, HMG, bioquímica, glicose, triglicerídeos, Cr/ U. Avaliação do paciente ESCALA DE CINCINATI: A - Paresia Facial: peça ao paciente que mostre os dentes ou sorria. Normal: ambos os lados da face movem-se simetricamente. Anormal: um lado da face não se move tão bem quanto o outro. B- Fraqueza do Membro Superior/Fraqueza Motora: o paciente deve fechar os olhos e manter os MMSS estendidos.os olhos e manter os MMSS estendidos. Normal: ambos os braço se elevam simetricamente ou não se movem. Anormal: um dos braços se eleva e outro cai. C- Fala: pedir para que o paciente fale. Normal: o paciente usa as palavras corretamente. Anormal: o paciente apresenta dificuldade em falar, usa palavras de forma inapropriada ou é incapaz de falar. • Se qualquer 1 destes 3 sinais estiver alterado, a probabilidade de AVE é de 72% Avaliação do paciente ESCALA DE CINCINATI: de 72% • Se todos os 3 achados estiverem presentes, a probabilidade de um AVE agudo é maior que 85% Avaliação do paciente Avaliação Geral • ABC + sinais vitais + temperatura; • Examinar Cabeça e Pescoço;• Examinar Cabeça e Pescoço; • Ausculta Cardíaca; • Exame Pulmonar e abdominal. Exame Neurológico • Breve e dirigido • Nos AVE - I • NIHSS – Quantifica o grau de déficit neurológico e padroniza a comunicação entre os profissionais de saúde, além de auxiliar na identificação do possível vaso ocluído, do prognóstico e tratamento e possíveis complicações. Tratamento médico O principal obstáculo ao tratamento ideal da vítima de AVE agudo é a demora inicial na procura do tratamento.na procura do tratamento. A maior parte das vítimas de AVE não busca tratamento com suficiente rapidez, para se beneficiar das mais recentes terapias. Deve-se aplicar a terapêutica fibrinolítica dentro de 3 horas do início dos sintomas Terapia trombolítica- Ativador do plasminogênio tecidual (t- PA). Terapia para quem não recebe o t-PA: anticoagulantes, controle da PIC aumentada. Tratamento Médico controle da PIC aumentada. Outros procedimentos: elevação da cabeceira, intubação, monitorização contínua dos sinais vitais e ECG, histórico neurológico. Terapia para as Complicações: Manutenção do débito cardíaco, manutenção de uma via aérea permeável ou oxigênio suplementar, quando necessário. Terapia para os acidentes isquêmicos • Pacientes com AIT, AVE devido a FA, causas trombóticas ou embólicas recebem tratamento não cirúrgico;cirúrgico; • Para pacientes com FA, utiliza-se a varfarina ou aspirina; • Para AIT embólicos ou trombóticos, usa-se os inibidores plaquetários. Terapia trombolítica • Alguns critérios são de extrema importância: 1. Atendimento dentro do limite de tempo de 3h; 2. Diagnóstico confirmado por TC;2. Diagnóstico confirmado por TC; 3. Determinação se o paciente faz todos os critérios para a terapia do t-PA. O paciente deve ser avaliado com o uso do National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS). Escala de NIHSS • NIHSS – Quantifica o grau de déficit neurológico e padroniza a comunicação entre os profissionais de saúde, além de auxiliar na identificação do possível vaso ocluído, do prognóstico e tratamento evaso ocluído, do prognóstico e tratamento e possíveis complicações • Paciente com escore maior de 22 não é elegível para receber t-PA. National Institute of Health Stroke Scale TERAPÊUTICA FIBRINOLÍTICA PARA AVE ISQUÊMICO • O t-PA IV representa a primeira terapia aprovada para AVE isquêmico agudo. • Todos os pacientes que se apresentarem dentro• Todos os pacientes que se apresentarem dentro de 3 horas do início de sinais e sintomas condizentes com um AVE isquêmico agudo devem ser agressivamente avaliados como candidatos à terapêutica fibrinolítica Diretrizes de administração 1- Dose: O tPA é administrado por via IV (0,9 mg/kg, máximode 90 mg), com 10% da dose fornecida em bolo e o restante administrado como infusão durante 60 minutos; 2- Momento: dentro de 3 horas do início dos sintomas; 3- Atentar: para critérios de exclusão; 4- Consentimento: informado. Critérios de exclusão para o uso de rt-PA: • Tempo do início dos sintomas superior a 3 horas; • Evidência de hemorragia intracraniana na TC sem contraste; • Sintomas mínimos ou com rápida melhora (Isquemia• Sintomas mínimos ou com rápida melhora (Isquemia transitória); • Suspeita clínica elevada de hemorragia subaracnóide apesar da TC normal; • Sangramento interno ativo; • Distúrbios de coagulação conhecidos; • História recente de infarto ou traumas cranianos. • Cirurgia ou trauma nos últimos 14 dias; • Punção arterial recente em local não compressível; • Punção lombar nos últimos 7 dias;• Punção lombar nos últimos 7 dias; • História de hemorragia intracraniana, malformações arteriovenosas ou aneurisma cerebral; • Hipertensão severa: PA sistólica > 185 mmHg ou diastólica > 110 mmHG; • Presença de convulsão no aparecimento do AVE; Cuidados com o paciente em terapia trombolítica • Pesar o paciente para determinar a dose; • O paciente é mantido na UTI, com monitorização cardíaca contínua; • Os sinais vitais são obtidos a cada 15 minutos• Os sinais vitais são obtidos a cada 15 minutos durantes as primeiras 2 horas; a cada 30 minutos durantes as 6 horas seguintes, e, em seguida, a cada hora durante 16 horas; • A PA sistólica deve ser mantida inferior a 180 mm Hg e a PA diastólica abaixo de 100mm Hg; • Monitorar sangramentos; Cuidados após uso de trombolítico • Não utilizar antitrombóticos, antiagregantes e heparina nas próximas 24 horas pós-trombolítico; • Controle neurológico rigoroso; • Monitorização cardíaca e pressórica;• Monitorização cardíaca e pressórica; � Não realizar cateterização venosa central ou punção arterial nas primeiras 24 horas. � Não passar sonda vesical até pelo menos 30 minutos do término da infusão do rt-PA. � Não passar SNE nas primeiras 24 horas. Terapia para os pacientes que não recebem t-PA • Tratamento com anticoagulantes; • Monitorar e reduzir a PIC; • Administração de diuréticos; • Posicionamento adequado do paciente; • Manter cabeceira do leito elevada; • Intubação orotraqueal quando indicado; • Monitorização hemodinâmica contínua; • Avaliação neurológica. Tratamento cirúrgico • Craniotomia: remover hematoma; • Endarterectomia: retirar placas ateroscleróticas; • Embolização Endovascular em aneurismas;Embolização Endovascular em aneurismas; Diagnósticos de enfermagem relacionados • Risco de lesão relacionado com as deficiências neurológicas; • Mobilidade física prejudicada relacionada com prejuízos neuromusculares, evidenciado pela dificuldade em movimentar-se;movimentar-se; • Deglutição prejudicada relacionado com problemas neuromusculares, evidenciado pela dificuldade de deglutir; • Comunicação verbal prejudicada relacionada com a alteração do sistema nervoso central, evidenciada pela dificuldade de expressar verbalmente os pensamentos. Cuidados de enfermagem • Avaliação do paciente através do histórico, exame físico e neurológico. Determinar o início do quadro, evolução, gravidade e tipo de AVE; • Encaminhar, de forma rápida, para realização de exames; • Monitorização hemodinâmica contínua; • Estabelecer acesso venoso de grosso calibre; Cuidados de enfermagem • Avaliação neurológica com ênfase no nível de consciência, pupila e força motora; • Avaliação do padrão respiratório; • Monitorar glicemia;• Monitorar glicemia; • Avaliar necessidade de intubação, aspirando rotineiramente as vias aéreas; • Elevar a cabeceira a 30º; • Hiperventilação por breve período (visando manter PCO2 entre 25-30 mmHg). Complicações potenciais • Neurológicas: Hipertensão intracraniana (HIC); edema cerebral; hidrocefalia; transformação em infarto hemorrágico: geralmente assintomática, convulsões.convulsões. • Clínicas: Broncoaspiração, hipoventilação, hipoxemia, pneumonia, infecção urinária, desidratação, desnutrição, arritmia cardíaca, IAM, trombose venosa profunda, embolia pulmonar, úlceras de decúbito e rigidez articular. Reabilitação • Posicionamento correto do paciente para evitar contraturas, medidas para alívio da pressão são usadas; • Tala protetora deve ser aplicada no membro• Tala protetora deve ser aplicada no membro afetado, visando manter o posicionamento correto; • Quando existe adução do ombro é bom que se utilize um travesseiro no ombro do paciente, para mantê-lo afastado do tórax; • Incentivar e encorajar o autocuidado; • Colocar o braço afetado em uma posição neutra (ligeiramente flexionado) para evitar o edema e a fibrose; • A mão é colocada em discreta supinação,• A mão é colocada em discreta supinação, buscando sua posição mais funcional. São feitos todos os esforços para evitar o edema de mão; • Quando o membro está flácido pode-se usar uma tala de rolo, para manter o punho e a mão em uma posição funcional. Se o membro está espástico não se usa tala; • Mudança de decúbito a cada 2 horas. • Movimentar os membros afetados passivamente e numa amplitude total de movimentos.numa amplitude total de movimentos. • Observar sinais de embolia pulmonar ou sobrecarga cardíaca, durante o exercício. • O paciente é encorajado a exercitar o lado não afetado e não desprezar o lado afetado; • Nunca erguer o paciente pelo ombro flácido. • O braço flácido é apoiado sobre uma mesa ou travesseiro enquanto o paciente está sentado. • Os pacientes com campo visual diminuído devem ser abordados pelo lado em que a visão estáser abordados pelo lado em que a visão está intacta. Todos os estímulos visuais devem ser posicionados desse lado. • Atentar para os riscos de disfagia. • Cuidados com alimentação por sonda: elevação da cabeceira, verificar o posicionamento da sonda. • Realizar o cateterismo vesical intermitente, orientando sempre o autocuidado; • Exceto se houver restrição, deve-se aumentar a ingesta hídrica e de fibras alimentares.ingesta hídrica e de fibras alimentares. • Cuidado ao se comunicar com o paciente afásico. • Apoio à família. • Ajudar o paciente a lidar com a disfunção sexual. Referências 1. NETINA, S. M. Prática de Enfermagem. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 2. NANDA International. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: Definições e classificação. Porto Alegre: Artmed, 2010. 3. SMELTZER S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico cirúrgica.3. SMELTZER S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 12ª ed. 2011. 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Rotinas no AVC – pré hospitalar e hospitalar, 2009.