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URGENCIA E EMERGENCIA aula 13 AVE


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Distúrbios vasculares cerebrais
Profa. Ms. Vanessa Dias
Objetivos da aula
• Abordar sobre os acidentes vasculares e seu impacto
social;
• Identificar os fatores de risco para os distúrbios
vasculares;vasculares;
• Conhecer os vários tipos de distúrbios vasculares:
causas, manifestações clínicas, tratamento e
complicações;
• Usar o processo de enfermagem como referencial
para o cuidado de enfermagem ao paciente com
distúrbio vascular cerebral.
Conceito
• Anormalidade funcional do SNC quando o
suprimento sanguíneo normal para o cérebro ésuprimento sanguíneo normal para o cérebro é
prejudicado.
• Doença incapacitante e importante problema
de saúde pública no Brasil e no mundo.
AVC ou AVE?
� Déficit neurológico (transitório ou permanente) em
uma área cerebral secundário a lesão vascular,
causada pela diminuição do suprimento sangüíneo ao
Conceito
causada pela diminuição do suprimento sangüíneo ao
tecido cerebral, e que tem duração maior que 24
horas.
Ataque isquêmico 
transitório - AIT
• Duração inferior a 24h;• Duração inferior a 24h;
• Recuperação completa;
• Alerta para um acidente vascular iminente.
Categorias principais e 
etiologia
• Isquêmicos (85%):
- Trombose de grandes 
artérias;
- Trombose de pequenas 
• Hemorrágicos (15%):
- Hemorragia intracerebral;
- Hemorragia subaracnoide;
- Aneurisma cerebal;- Trombose de pequenas 
artérias;
- Embólica cardiogênica;
- Criptogênica;
- Outras
- Aneurisma cerebal;
- MAV.
AVE- I:Oclusão parcial ou total de um vaso sanguíneo cerebral 
que irriga determinada região encefálica, resultante de trombose 
cerebral ou embolia:
AVE - I
AVE - I
TROMBOSE: formação de um coágulo sanguíneo na luz do vaso.
EMBOLIA CEREBRAL: quando um coágulo ou outro material é
carregado até o cérebro pela corrente sanguínea sendocarregado até o cérebro pela corrente sanguínea sendo
proveniente de outra parte do corpo (mais comum é o coração).
AVE HEMORRÁGICO (AVEH):
Ocorre devido a ruptura de um vaso sanguíneo com
consequente sangramento para a superfície de encéfaloconsequente sangramento para a superfície de encéfalo
(hemorragia subaracnóide), ou para dentro do
parênquima encefálico (hemorragia parenquimatosa).
AVE - H
Fatores de risco
• História de AIT
• Gota
• Aterosclerose
•
• Tabagismo
• Hipertensão
• Anticoncepcionais
• Arritmias• Cardiopatia reumática
• Sedentarismo
• Cardiomegalia
• MAV
• DM
• Dislipidemia
• Arritmias
• Antecedentes
familiares
• Hematócrito elevado
• Uso de drogas
• Obesidade
Manifestações clínicas
• Dependem da localização e do tamanho da lesão.
1. Perda motora e sensorial: Hemiplegia ou hemiparesia,
ataxia, disfagia;
2. Perda da comunicação: Disartria, afasia, apraxia;2. Perda da comunicação: Disartria, afasia, apraxia;
3. Campo visual: Perda da visão periférica, diplopia;
4. Déficit cognitivo: Pedra da memória, atenção e
capacidade de concentração diminuídos, julgamento
alterado;
Manifestações clínicas
5. Déficit emocional: perda do autocontrole, labilidade
emocional, intolerância ao estresse, depressão, medo.
6. Alterações gerais: cefaleia intensa, náuseas e6. Alterações gerais: cefaleia intensa, náuseas e
vômitos, convulsões, alteração dos níveis pressóricos;
“Os sintomas unilaterais, geralmente ocorrem no lado 
oposto ao hemisfério afetado”.
Diagnóstico
• O exame diagnóstico inicial é a TC, sem contraste – de 
forma emergencial;
1. Angiografia cerebral e RM;
2. Angiografia de subtração digital: patência dos vasos
cerebrais;cerebrais;
3. Doppler transcraniano;
4. EEG detectar ↓ da atividade elétrica
5. Testes neuropsicológicos: funções verbais e mentais
simples e complexas
6. Ex. laboratoriais: coagulograma, HMG, bioquímica,
glicose, triglicerídeos, Cr/ U.
Avaliação do paciente
ESCALA DE CINCINATI:
A - Paresia Facial: peça ao paciente que mostre os dentes ou sorria.
Normal: ambos os lados da face movem-se simetricamente.
Anormal: um lado da face não se move tão bem quanto o outro.
B- Fraqueza do Membro Superior/Fraqueza Motora: o paciente deve fechar 
os olhos e manter os MMSS estendidos.os olhos e manter os MMSS estendidos.
Normal: ambos os braço se elevam simetricamente ou não se movem.
Anormal: um dos braços se eleva e outro cai.
C- Fala: pedir para que o paciente fale.
Normal: o paciente usa as palavras corretamente.
Anormal: o paciente apresenta dificuldade em falar, usa palavras de forma 
inapropriada ou é incapaz de falar.
• Se qualquer 1 destes 3
sinais estiver alterado, a
probabilidade de AVE é
de 72%
Avaliação do paciente
ESCALA DE CINCINATI:
de 72%
• Se todos os 3 achados
estiverem presentes, a
probabilidade de um AVE
agudo é maior que 85%
Avaliação do paciente
Avaliação Geral
• ABC + sinais vitais + temperatura;
• Examinar Cabeça e Pescoço;• Examinar Cabeça e Pescoço;
• Ausculta Cardíaca;
• Exame Pulmonar e abdominal.
Exame Neurológico
• Breve e dirigido
• Nos AVE - I
• NIHSS – Quantifica o grau de déficit neurológico e 
padroniza a comunicação entre os profissionais de 
saúde, além de auxiliar na identificação do possível 
vaso ocluído, do prognóstico e tratamento e possíveis 
complicações.
Tratamento médico
O principal obstáculo ao tratamento ideal 
da vítima de AVE agudo é a demora inicial 
na procura do tratamento.na procura do tratamento.
A maior parte das vítimas de AVE não 
busca tratamento com suficiente rapidez, 
para se beneficiar das mais recentes 
terapias.
Deve-se aplicar a terapêutica fibrinolítica 
dentro de 3 horas do início dos sintomas
Terapia trombolítica- Ativador do plasminogênio tecidual (t-
PA).
Terapia para quem não recebe o t-PA: anticoagulantes, 
controle da PIC aumentada.
Tratamento Médico
controle da PIC aumentada.
Outros procedimentos: elevação da cabeceira, intubação, 
monitorização contínua dos sinais vitais e ECG, histórico 
neurológico.
Terapia para as Complicações: Manutenção do débito 
cardíaco, manutenção de uma via aérea permeável ou 
oxigênio suplementar, quando necessário.
Terapia para os acidentes 
isquêmicos
• Pacientes com AIT, AVE devido a FA, causas
trombóticas ou embólicas recebem tratamento não
cirúrgico;cirúrgico;
• Para pacientes com FA, utiliza-se a varfarina ou
aspirina;
• Para AIT embólicos ou trombóticos, usa-se os
inibidores plaquetários.
Terapia trombolítica
• Alguns critérios são de extrema importância:
1. Atendimento dentro do limite de tempo de 3h;
2. Diagnóstico confirmado por TC;2. Diagnóstico confirmado por TC;
3. Determinação se o paciente faz todos os critérios para 
a terapia do t-PA.
O paciente deve ser avaliado com o uso do National
Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS).
Escala de NIHSS
• NIHSS – Quantifica o grau de déficit neurológico e
padroniza a comunicação entre os profissionais de
saúde, além de auxiliar na identificação do possível
vaso ocluído, do prognóstico e tratamento evaso ocluído, do prognóstico e tratamento e
possíveis complicações
• Paciente com escore maior de 22 não é elegível para
receber t-PA.
National Institute of Health Stroke Scale
TERAPÊUTICA FIBRINOLÍTICA 
PARA AVE ISQUÊMICO
• O t-PA IV representa a primeira terapia
aprovada para AVE isquêmico agudo.
• Todos os pacientes que se apresentarem dentro• Todos os pacientes que se apresentarem dentro
de 3 horas do início de sinais e sintomas
condizentes com um AVE isquêmico agudo
devem ser agressivamente avaliados como
candidatos à terapêutica fibrinolítica
Diretrizes de administração
1- Dose: O tPA é administrado por via IV (0,9 mg/kg,
máximode 90 mg), com 10% da dose fornecida em bolo e
o restante administrado como infusão durante 60 minutos;
2- Momento: dentro de 3 horas do início dos sintomas;
3- Atentar: para critérios de exclusão;
4- Consentimento: informado.
Critérios de exclusão para o 
uso de rt-PA:
• Tempo do início dos sintomas superior a 3 horas;
• Evidência de hemorragia intracraniana na TC sem
contraste;
• Sintomas mínimos ou com rápida melhora (Isquemia• Sintomas mínimos ou com rápida melhora (Isquemia
transitória);
• Suspeita clínica elevada de hemorragia subaracnóide
apesar da TC normal;
• Sangramento interno ativo;
• Distúrbios de coagulação conhecidos;
• História recente de infarto ou traumas cranianos.
• Cirurgia ou trauma nos últimos 14 dias;
• Punção arterial recente em local não compressível;
• Punção lombar nos últimos 7 dias;• Punção lombar nos últimos 7 dias;
• História de hemorragia intracraniana, malformações 
arteriovenosas ou aneurisma cerebral;
• Hipertensão severa: PA sistólica > 185 mmHg ou 
diastólica > 110 mmHG;
• Presença de convulsão no aparecimento do AVE;
Cuidados com o paciente em 
terapia trombolítica
• Pesar o paciente para determinar a dose;
• O paciente é mantido na UTI, com monitorização
cardíaca contínua;
• Os sinais vitais são obtidos a cada 15 minutos• Os sinais vitais são obtidos a cada 15 minutos
durantes as primeiras 2 horas; a cada 30 minutos
durantes as 6 horas seguintes, e, em seguida, a
cada hora durante 16 horas;
• A PA sistólica deve ser mantida inferior a 180 mm
Hg e a PA diastólica abaixo de 100mm Hg;
• Monitorar sangramentos;
Cuidados após uso de 
trombolítico
• Não utilizar antitrombóticos, antiagregantes e
heparina nas próximas 24 horas pós-trombolítico;
• Controle neurológico rigoroso;
• Monitorização cardíaca e pressórica;• Monitorização cardíaca e pressórica;
� Não realizar cateterização venosa central ou punção
arterial nas primeiras 24 horas.
� Não passar sonda vesical até pelo menos 30
minutos do término da infusão do rt-PA.
� Não passar SNE nas primeiras 24 horas.
Terapia para os pacientes 
que não recebem t-PA
• Tratamento com anticoagulantes;
• Monitorar e reduzir a PIC;
• Administração de diuréticos;
• Posicionamento adequado do paciente;
• Manter cabeceira do leito elevada;
• Intubação orotraqueal quando indicado;
• Monitorização hemodinâmica contínua;
• Avaliação neurológica.
Tratamento cirúrgico
• Craniotomia: remover hematoma;
• Endarterectomia: retirar placas ateroscleróticas;
• Embolização Endovascular em aneurismas;Embolização Endovascular em aneurismas;
Diagnósticos de enfermagem 
relacionados
• Risco de lesão relacionado com as deficiências
neurológicas;
• Mobilidade física prejudicada relacionada com prejuízos
neuromusculares, evidenciado pela dificuldade em
movimentar-se;movimentar-se;
• Deglutição prejudicada relacionado com problemas
neuromusculares, evidenciado pela dificuldade de
deglutir;
• Comunicação verbal prejudicada relacionada com a
alteração do sistema nervoso central, evidenciada pela
dificuldade de expressar verbalmente os pensamentos.
Cuidados de enfermagem
• Avaliação do paciente através do histórico, exame
físico e neurológico. Determinar o início do quadro,
evolução, gravidade e tipo de AVE;
• Encaminhar, de forma rápida, para realização de
exames;
• Monitorização hemodinâmica contínua;
• Estabelecer acesso venoso de grosso calibre;
Cuidados de enfermagem
• Avaliação neurológica com ênfase no nível de 
consciência, pupila e força motora;
• Avaliação do padrão respiratório;
• Monitorar glicemia;• Monitorar glicemia;
• Avaliar necessidade de intubação, aspirando 
rotineiramente as vias aéreas;
• Elevar a cabeceira a 30º;
• Hiperventilação por breve período (visando 
manter PCO2 entre 25-30 mmHg).
Complicações potenciais
• Neurológicas: Hipertensão intracraniana (HIC);
edema cerebral; hidrocefalia; transformação em
infarto hemorrágico: geralmente assintomática,
convulsões.convulsões.
• Clínicas: Broncoaspiração, hipoventilação,
hipoxemia, pneumonia, infecção urinária,
desidratação, desnutrição, arritmia cardíaca, IAM,
trombose venosa profunda, embolia pulmonar,
úlceras de decúbito e rigidez articular.
Reabilitação
• Posicionamento correto do paciente para evitar
contraturas, medidas para alívio da pressão são
usadas;
• Tala protetora deve ser aplicada no membro• Tala protetora deve ser aplicada no membro
afetado, visando manter o posicionamento correto;
• Quando existe adução do ombro é bom que se
utilize um travesseiro no ombro do paciente, para
mantê-lo afastado do tórax;
• Incentivar e encorajar o autocuidado;
• Colocar o braço afetado em uma posição neutra
(ligeiramente flexionado) para evitar o edema e a
fibrose;
• A mão é colocada em discreta supinação,• A mão é colocada em discreta supinação,
buscando sua posição mais funcional. São feitos
todos os esforços para evitar o edema de mão;
• Quando o membro está flácido pode-se usar uma
tala de rolo, para manter o punho e a mão em uma
posição funcional. Se o membro está espástico não
se usa tala;
• Mudança de decúbito a cada 2 horas.
• Movimentar os membros afetados passivamente e
numa amplitude total de movimentos.numa amplitude total de movimentos.
• Observar sinais de embolia pulmonar ou
sobrecarga cardíaca, durante o exercício.
• O paciente é encorajado a exercitar o lado não
afetado e não desprezar o lado afetado;
• Nunca erguer o paciente pelo ombro flácido.
• O braço flácido é apoiado sobre uma mesa ou
travesseiro enquanto o paciente está sentado.
• Os pacientes com campo visual diminuído devem
ser abordados pelo lado em que a visão estáser abordados pelo lado em que a visão está
intacta. Todos os estímulos visuais devem ser
posicionados desse lado.
• Atentar para os riscos de disfagia.
• Cuidados com alimentação por sonda: elevação da
cabeceira, verificar o posicionamento da sonda.
• Realizar o cateterismo vesical intermitente,
orientando sempre o autocuidado;
• Exceto se houver restrição, deve-se aumentar a
ingesta hídrica e de fibras alimentares.ingesta hídrica e de fibras alimentares.
• Cuidado ao se comunicar com o paciente afásico.
• Apoio à família.
• Ajudar o paciente a lidar com a disfunção sexual.
Referências
1. NETINA, S. M. Prática de Enfermagem. 8 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007.
2. NANDA International. Diagnósticos de enfermagem da NANDA:
Definições e classificação. Porto Alegre: Artmed, 2010.
3. SMELTZER S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico cirúrgica.3. SMELTZER S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico cirúrgica.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 12ª ed. 2011.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Rotinas no AVC – pré hospitalar e
hospitalar, 2009.