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1 Viroses Oncogênicas

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Viroses oncogênicas
Célula Normal
Célula Tumoral (transformada)
Quase tudo o que pode alterar o material genético de uma célula eucariótica tem o potencial de transformar uma célula normal em uma célula cancerosa.
Vírus Oncogênicos são vírus que participam do processo de transformação celular. Esses vírus estabelecem uma associação com a célula infectada que, em vez de destruí-la, cria condições para manter seu ciclo replicativo.
Histórico
1908- Wilhelm Ellerman & Olaf Bang, na Dinamarca.
 Descobriram que a leucemia podia ser transmitida para aves sadias por meio de filtrados livres de células que continham vírus.
1936- adenocarcinomas induzidos por vírus (câncer do tecido
 epitelial glandular) foram descobertos, em camundongos.
1972- Sarah Stewart , bacteriologista norte-americana
 descobriu vírus capaz de causar câncer em seres humanos.
Sabe-se que aproximadamente 10% dos casos de câncer são causados por vírus.
Alvos para terapia quimioterápica
Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais como as neoplásicas, porém eles acarretam maior dano às células malignas do que às dos tecidos normais. 
As enzimas são responsáveis pela maioria das funções celulares, e a interferência nesses processos irá afetar a função e a proliferação tanto das células normais como das neoplásicas. A maioria das drogas utilizadas na quimioterapia antineoplásica interfere de algum modo nesse mecanismo celular.
 Os quimioterápicos atuam sobre o ciclo celular de 3 formas:
 • Ciclo-inespecíficos - Aqueles que atuam nas células que estão ou não no ciclo proliferativo.
 • Ciclo-específicos - Os quimioterápicos que atuam somente nas células que se encontram em proliferação.
 • Fase-específicos - Aqueles que atuam em determinadas fases do ciclo celular.
Vírus oncogênicos - DNA
 Poliomavirus
 Família Polyomaviridae 
 Gênero Polyomavirus
Não envelopado 
DNA de fita dupla circular 
Poliomavírus: poli= muitos; oma = tumor; virus = vírus
 
 
Compreende os vírus BK(BKV) e JK(JKV) cujo nomes representam as iniciais dos pacientes dos quais os vírus foram isolados a primeira vez.
 JK(JKV)
É um importante causador de doença neurológica em pacientes infectados pelos vírus da imunodeficiência humana(HIV), agente de leucoencefalopatia progressiva multifocal, uma desordem fatal do sistema nervoso.
Os receptores celulares para o JKV são expressos em células gliais e a ligação do vírus ao receptor é provavelmente mediada pela VP1.
Transmissão
Transmissão por via oral ou respiratória, sendo também possível por transfusões sanguíneas, transplantes ou mesmo por via transplacentária.
 Tratamento
O uso de análogos de nucleosídeos que são inibidores da transcriptase reversa (anti-retroviral).
Papilomavírus (HPV)
 Família Papillomaviridae
 Gênero Papilomavírus
 Não envelopados
 DNA de fita dupla circular 
 
 O receptor de superfície celular para o HPV ainda não foi identificado. Estudos indicam que ele pode se ligar a uma grande variedade de tipos celulares.
99,7% dos cânceres do colo uterino são causados pelo HPV
As lesões precursoras ou o câncer em estágio inicial não apresentam sinais ou sintomas, mas conforme a doença avança podem aparecer sangramento vaginal, corrimento e dor. Nesses casos, procurar um posto de saúde e iniciar um tratamento.
útero
canal vaginal
colo uterino
Classificação
Os Papilomavírus estão divididos de acordo com seu potencial de oncogenicidade(capacidade de produzir uma neoplasia).
De acordo com o INCA(Instituto Nacional do Câncer), o HPV-16 e o HPV-18 são responsáveis por 70% dos cânceres cervicais. São considerados de alto risco.
Transmissão
Medidas de prevenção e controle
Usar preservativo regularmente ajuda a prevenir DSTs em geral
Evitar relação sexual precocemente e com muitos parceiros diferentes e desconhecidos
Manter hábitos saudáveis e boa higiene genital, das mãos e utensílios
Mulheres: Exame ginecológico, teste de Papanicolaou, Colposcópia 
Homens: consulta médica regularmente, Peniscopia
Homens e Mulheres: anuscopia
Tratamento
Remoção de verrugas por agentes físicos e químicos.
Uso de substâncias imunomoduladoras que são capazes de induzir a produção endógena de interferon-α que apresenta atividade antiviral e antitumoral.
Em caso de carcinoma cervical recomenda-se a remoção cirúrgica acompanhada de quimioterapia e/ou radioterapia.
Manifestações clínicas
10 de março de 2014 - meninas entre 11 e 13 anos recebem a vacina contra quatro variáveis do vírus HPV(6, 11, 16 e 18) na rede pública.
A vacina está disponível nos 36 mil postos da rede pública. 
O Ministério da Saúde, no entanto, está incentivando às secretarias estaduais e municipais de saúde que promovam a vacinação em escolas públicas e privadas. 
Cada adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção, sendo a segunda, seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após o início do esquema vacinal.
Em 2015, de acordo com o Ministério da Saúde, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos.   
Como a vacina funciona?
A vacina irá estimular a produção de anticorpos específicos durante anos para cada tipo de HPV que contém a vacina. 
Com o contato com o HPV esses anticorpos irão inativar este HPV impedindo que ele se instale e se multiplique. Dessa maneira impede a progressão da infecção pelo HPV.
A vacina tem feitos colaterais? Pode levar a morte?
Os efeitos colaterais mais frequentes são mal estar semelhante à gripe e dor no local da injeção que não é intensa. Até o momento não houve casos de mortes pela vacina, de acordo com o Ministério da Saúde.
Se já tem HPV pode tomar a vacina?
Pode. Porém a vacina não vai proteger contra o HPV que a pessoa está infectada.
Pode ter relações sexuais sem preservativos por já estar protegida?
A vacinação irá proteger contra alguns tipos de HPV, não protegerá contra todos os tipos de HPV e não protege contra outras DST como sífilis, gonorréia, HIV, etc. Portanto o uso de preservativo continua sendo fundamental para proteger contra as DST e a gravidez indesejada.
Vírus Epstein-Barr (HHV-4)
Família Herpesviridae
 Gênero: Lymphocryptovirus
 DNA de fita dupla linear;
 Envelopados
O receptor para o EBV é a molécula CD21 estando presente nas células B e células epiteliais.
Infecção humana ocorre pelo contato com secreções orais
Mononucleose Infecciosa
 
Infecta selectivamente:
células B
células do epitélio da orofaringe
Agente etiológico de diversas neoplasias, principalmente Linfoma de Burkitt e Carcinoma Nasofaringe.
Linfoma de Burkitt (LB)
 >90% dos casos- associado ao EBV
EBV imortaliza células B
Linfoma: tumor de tecido linfóide
Localiza-se na mandíbula em crianças e adultos jovens africanos
Variações clinicas:
LB endêmico- ocorrência na Africa Equatorial, na região Nordeste do Brasil- neoplasia maligna
LB esporádico-freqüente em crianças e pacientes jovens, possui baixa incidência
LB associado à imunodeficiência-freqüente em pacientes infectados pelo HIV
Tratamento:
cirurgias
combinações de quimioterapias e radioterapias
Carcinoma Nasofaringe (CN)
Câncer raro.
o genoma do EBV está presente nas células epiteliais transformadas.
alta incidência entre os asiáticos.
indivíduos entre 35 e 50 anos.
Localização do tumor- paredes laterais da nasofaringe e toro tubário.
Tratamento:
podem incluir a cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação deles podem ser utilizados.
Herpesvirus humano tipo 8(HHV-8)
 Família Herpesviridae
 Gênero: Rhadinovirus
 DNA de fita dupla linear
 Envelopados
Herpesvirus humano associado ao sarcoma de Kaposi(KSHV)
A interação de glicoproteínas do envelope viral com os receptores celulares, sulfato de heparina e integrina α3β1 nas células susceptíveis.
Frequente no mediterrâneo e na África
Apresenta distúrbios vasculares e inflamatórios
Imunodeficiência: associada a pacientes homens homo/bissexuais HIV-1-positivos.
Transmissão sexual, via secreções orais, leites maternos
Tratamento
substâncias com propriedades anticancerígenas
 (daunorrubicina, alitretinoína e paclitaxel)
aidéticos que estão sob terapia anti-retroviral apresentam uma diminuição na incidência do AIDS-SK
Vírus oncogênicos - RNA
Retroviridae
Gênero Deltaretrovírus
RNA de fita simples
 Envelopados
Vírus Linfotrópico de célulasT Humanas: HTLV
HTLV-1
A adsorção ocorre pela interação da proteína de superfície viral(GP46) ao receptor GLUT-1 da célula hospedeira, seguida da fusão do envelope viral com a membrana celular.
20 milhões de infectados no mundo
Mais frequente em homens
Tempo entre infecção e leucemia – ~ 30 anos
Prognóstico ruim: sobrevida de 6 -24 meses
Subdividida em:
Assintomática
Pré-leucêmica
Lenta
Crônica
Aguda
Prevenção
Tratamento
Alguns pacientes tratados com AZT e interferon-α tem apresentado boa resposta, entretanto, nenhum tratamento foi aprovado para o manejo da infecção por HTLV-1.
Não existe ainda uma vacina disponível para uso em seres humanos.
Família Flaviviridae
Gênero Hepacivirus
RNA de fita simples
Envelopados
Hepatite B
Familia Hepadnaviridae
Genero Orthohepadnavirus
DNA de fita dupla circular
Envelopados
Hepatite C
A especificidade do HBV por células hepáticas depende de receptores do vírus localizadas na membrana dos hepatócitos que facilitam a entrada.
É uma doença que causa inflamação no fígado e o desenvolvimento de carcinoma hepatocelular , causada pelo vírus HBV.
Doença difícil de diagnosticar, uma vez que os sintomas só aparecerão, após muito tempo, muitas vezes já se descobre no estado crônico da doença
Atinge grande parte da população
Acredita-se que o receptor celular para o HCV possa ser CD81, uma molécula transmembrana expressa na maioria das células humanas.
É uma inflamação no fígado causado pelo vírus da Hepatite C (HCV), que causam danos nos hepatócitos.
 A grande maioria dos casos de hepatite C não apresenta sintomas nas fases aguda da doença e os que ocorre são leves podendo ser comparada a uma gripe, por isso a grande maioria da doença é descoberta na fase crônica ou quando ocorre outra complicação como cirrose e câncer de fígado.
Tratamento
Não há indicação de tratamento específico para hepatite viral aguda. 
Nos casos de hepatite B crônica o tratamento é feito através do interferon-α que inibe a síntese de proteínas e a replicação viral e promove a citólise e os hepatócitos infectados. Associado a este a lamivudina que bloqueia a replicação do HBV pela inibição da DNA polimerase.
Nos casos de hepatite C crônica o tratamento é através do interferon-α. 
Não existe vacina contra o HCV.
Outras manifestações
Linfoma de Hodkin
 Neoplasia do sistema linforreticular (sistema de defesa do organismo humano), em que o vírus EBV está presente nos tumores. As células de Reed-Sternberg são as células malignas do LH
Linfoma Não-Hodkin
 É a segunda neoplasia mais comum em pacientes infectados pelo HIV. O EBV foi detectado com maior frequência em biopsia de nódulos linfáticos. 
Poxvírus
 Existem dois poxvírus que causam tumores, o vírus do fibroma-mixoma que causa câncer em animais e o vírus tumoral do macaco de Yaba que causa tumores em humanos e animais e pouco se sabe sobre esses vírus.
HTLV-2
 Embora o HTLV-2 tenha sido isolado de um paciente com uma forma atípica de leucemia de células T pilosas, seu papel como causador da doença ainda não foi definido.
Atuação do Enfermeiro
É apoiar e orientar o paciente e a família durante o processo da doença, tratamento e reabilitação.
O enfermeiro tem papel importante na prevenção do câncer de colo de útero e na orientação da população feminina sexualmente ativa para a coleta do exame Papanicolau.
O enfermeiro realiza ações educativas de prevenção sobre importância da vacina contra o HPV.
Referências Bibliográficas
Livros:
LEVINSOM, Warren. Microbiologia Medica e Imunologia 10.ed. Porto Alegre:Artmed,2010
 
MURRAY, Patrick; ROSENTHAL, Ken S.; PFALLER, Michael A. Microbiologia médica, 6ª edição, Editora MosbyElsevier.
 
SUELY, Norma; TERESA, Maria; DUTRA, Marcia. 2 ed. Introdução a Virologia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Kooga, 2008, número de pág 532.
TRENBERG, Henry.D; ROSENTA, Ken.S. Microbiologia Médica.Rio de janeiro, editora Guanabara Koogan S.A
Artigos:
 
BURGOS, D et al. Nefropatíaasociada a infección por poliomavirus BK:BK virus-associatedNephropathy. Revisiones cortas, v.30, n.6, 2010. Disponível em: http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0211-69952010000600003&lang=pt
 
CARNEIRO-PROIETTI, Fernando Augusto et. al. Infecção e doença pelos vírus linfotrópicos humanos de células T (HTLV-I/II) no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 35(5): 499-508, set-out, 2002.
 
CARNEIRO-PROIETTI, Fernando Augusto et. al. Os vírus linfotrópicos de células Thumanos (HTLV) na última década(1990-2000)Aspectos epidemiológicos. Revista Brasileira de Epidemiologia.Vol. 4, Nº 2, 2001.
CRISTINA, Isabel; NANCI Liane; ANTONIO José. Células Decoy: um Auxílio no
Diagnóstico da Infecção por Poliomavírus. Revista digital, 2013, edição 118. Disponível em: http://www.newslab.com.br/newslab/revista_digital/118/artigo-2.pdf
Sites:
Calendário de vacinação 2014. Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br/ pediatria/calendario Acesso em 09 novembro de 2014
Hepatite B. Disponível em : <http://www.abcdasaude.com.br/gastroenterologia/hepatite-b> Acesso em 10 novembro 2014 
Hepatite C. Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br/gastroenterologia/hepatite-c > Acesso em 10 novembro de 2014
INCA. HPV e câncer – Perguntas mais frequentes. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/ conteudo_view.asp?id=2687

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