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Caderno IED Privado I - Vicente Passos FBDG

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Beatriz Rosier
Faculdade Baiana de Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I
Professor Vicente Passos
Noções Introdutórias
Direito e Moral
Ambos são sistemas de regras que direcionam condutas das pessoas, mas a moral não afeta a pessoa jurídica, apenas a pessoa física. Coercitividade: a violação da regra moral gera uma sanção difusa e a violação da regra jurídica gera uma sanção organizada.
Direito objetivo e Direito subjetivo
O direito objetivo refere-se ao ordenamento jurídico vigente, já o direito subjetivo diz respeito ao poder que o titular tem de fazer valerem os seus direitos individuais.
O direito objetivo é a norma de agir, a conduta social-padrão regulamentada (normas agendi), já o direito subjetivo é a faculdade de titular uma determinada relação jurídica (facultas agendi).
Direito público e Direito privado
O direito público regula as relações jurídicas concernentes à organização e atividade do Estado e de seus agregados políticos, bem como as relações travadas entre os cidadãos e essas organizações. Já o direito privado cuida das relações jurídicas entre os particulares entre si ou entre os particulares e o Poder Público, quando estes não estiverem atuando no exercício de suas funções de poder estatal.
Critérios de distinção:
Utilidade ou interesse: o direito público é tudo que houver interesse do Estado, o direito privado é tudo que houver interesse entre particulares.
Natureza do titular da relação jurídica: se a pessoa que requerer a aplicação do direito for o Estado, é direito público, se for um particular, é direito privado. 
Finalístico: se a norma tem interesse geral, é direito público, se a norma tem como objetivo a proteção dos interesses particulares, é direito privado. 
Autoridade: o direito público regula as relações do Estado, já o direito privado disciplina as relações particulares entre si.
O Direito Civil
Conceito
É o conjunto de princípios e normas que regulam as relações jurídicas comuns de natureza privada. É o direito que regula a pessoa na sua existência e atividade, que regula a família e o patrimônio. 
Importância 
O direito civil trata do indivíduo desde antes do seu nascimento até depois da sua morte.
Características
Formação histórica: a família, o contrato e a propriedade sempre foram regulados pelo direito civil. 
Estabilidade: tem estruturas muito antigas 
Elevada técnica do direito civil
Personalista: proteção das pessoas e de seus interesses pessoais e patrimoniais.
Princípios
Personalidade: todo ser humano é capaz de titularizar obrigações e direitos. Pode ser atribuída a pessoas físicas e jurídicas. 
Autonomia privada: poder de praticar ou se abster dos atos de acordo com o interesse e a conveniência do titular, dentro de determinados limites que não prejudiquem a terceiros e à coletividade e os princípios do direito. 
Teoria do adimplemento substancial – nos casos em que o contrato tiver sido quase todo cumprido, sendo a mora insignificante, não caberá sua extinção, mas apenas outros efeitos jurídicos. 
Adjudicação compulsória – possibilidade de o adquirente tem de, tendo efetuado o pagamento de todas as parcelas, exigir judicialmente a transferência da propriedade do bem adquirido
Propriedade: possibilidade de constituir patrimônio.
As codificações
Função 
Sistematizar o direito. 
Dogma da completude – todas as questões de civil seriam resolvidas pelo Código Civil, para toda situação teria uma solução no código.
Princípios do Código Civil
Eticidade: o Código Civil de 1916 forjou um sistema fechado, que não admitia o ingresso de valores sociológicos. Já o Código de 2002 se transformou em um sistema aberto e poroso, que aproxima o direito da moral, trazendo novas condutas éticas, por meio de cláusulas gerais.
Socialidade: manutenção de uma relação de cooperação entre os partícipes de cada relação jurídica, bem como entre eles e a sociedade, com o propósito de que seja possível, ao seu termino, a consecução de um bem comum da relação jurídica. 
Operalidade: correção dos erros pelos códigos passados, certa porosidade por tratar de várias coisas.
Constitucionalização Do Direito Civil
O Estado vê a necessidade de interferir nas relações privadas. O Código Civil foi o estatuto orgânico da vida privada, elaborado para dar solução a todos os problemas da vida de relação aos particulares. A Constituição da República passa a informar com princípios e normas as relações privadas, determinando as vigas de sustentação do sistema do direito privado. É o processo de elevação ao plano constitucional dos princípios fundamentais do direito civil, que passam a condicionar a observância pelos cidadãos e a aplicação pelos tribunais da legislação infraconstitucional. É quando os valores, que são privados, sofrem alterações pois a interpretação da norma tem melhor amparo na Constituição. 
Efeitos: Os elementos tradicionais do Direito Civil (contrato, propriedade e família) são influenciados pela Constituição.
Eficácia nas relações privadas: As relações privadas não estão livres da aplicação dos direitos fundamentais. Não é possível afastar essa ideia de constitucionalização apenas porque a relação se dá entre particulares.
Pessoa natural (física)
Personalidade é a aptidão genérica de ter direitos e contrair obrigações. Além disso, se pensa também na personalidade ligada a dignidade, proteção física e psicológica.
Capacidade
É um grau da personalidade. A aptidão para adquirir direitos e assumir deveres. A capacidade da pessoa ocorre desde o momento em que ela nasce com vida. 
A teoria natalista diz que a capacidade só se adquire com o nascimento com vida, já a teoria concepcionista defende que a capacidade se adquire com a concepção, mas as situações de natureza patrimonial só após o nascimento com vida.
Artigo 2º do Código Civil 
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com a vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Capacidade de direito (gozo)
É reconhecida indistintamente a todo e qualquer titular da personalidade, seja pessoa natural ou jurídica. Se é pessoa, tem personalidade, e consequentemente, pode titularizar relações jurídicas, tem capacidade de direito. 
O nascimento com vida faz com que tanto a personalidade com viés patrimonial seja possível, quanto pelo lado existencial. 
Capacidade de fato 
A aptidão para praticar pessoalmente, por si mesmo, os variados atos jurídicos da vida civil. 
Legitimidade
É uma inibição para a prática de determinados atos jurídicos, em virtude da posição especial do sujeito em relação a certos bens, pessoas ou interesses. É um requisito específico para a prática de certos atos específicos. 
Exemplo: homem solteiro, divorciado ou viúvo, capaz, maior de idade, pode se casar com qualquer mulher capaz, solteira, divorciada ou viúva. No entanto, se essa mulher for sua irmã, sogra ou nora, não pode.
A capacidade e a legitimidade não se confundem, pois a pessoa pode ser capaz para a prática de um ato, mas não estar legitimado para ele.
Teoria das incapacidades
Incapacidade absoluta (art. 3º do CC)
Impossibilidade de uma pessoa, por alguma situação, não poder deliberar livremente sobre os atos da vida civil. São absolutamente incapazes os menores de 16 anos. Um negócio jurídico celebrado por uma pessoa absolutamente incapaz é nulo. 
Vulnerabilidade é quando existe uma deficiência de uma determinada pessoa numa situação concreta. 
A interdição é o resultado da apuração da incapacidade do interditando para os atos da vida civil e a curatela é o documento que estabelece quem será o curador (maior é curador, menor é tutor) e quais atos que poderão ou não ser praticados pelo interditando.
Incapacidade relativa (art. 4º do CC)
A pessoa tem um certo grau de discernimento, mas a lei entende que esse não é suficiente para atribuir capacidade plena. O incapaz atua em conjunto com o seu assistente. São relativamente incapazes: maiores de 16 e menores de 18 anos, viciados em tóxicos, pródigo (gasta dinheiro descontroladamente), causatransitória ou permanente (coma, UTI).
Emancipação (art. 5º do CC)
Adquire-se a maioridade civil e a capacidade plena dos atos da vida civil antes de completar 18 anos. Possibilita que a pessoa natural, prepare negócios jurídicos e pratique todos os atos da vida civil, como constituir empresa, fazer um testamento, ou alienar bens, sem a necessidade de estar assistido por um representante legal. Só podem ser emancipados os maiores de 16 e menores de 18 anos. A emancipação é irrevogável e irretratável.
Espécies:
Voluntária: pela concessão dos pais. 
Judicial: divergência entre o pai e a mãe, o menor em tutela, o juiz delibera sobre o caso. 
Legal: pelo casamento, exercício de emprego público efetivo, colação de grau em curso de ensino superior, estabelecimento civil ou comercial.
Estado da pessoa natural
Espécies
Individual 
Idade: maior, menor absolutamente ou relativamente incapaz.
Capacidade: se é capaz ou incapaz.
Sexo: estabelece direitos e deveres diferenciados a depender do sexo. 
Familiar “estado civil”
Matrimônio: solteiro, casado, divorciado, viúvo.
Parentesco: pai, mãe, filhx, cunhadx, sogrx, genro, nora. 
Político: estrangeiro, brasileiro nato ou naturalizado.
Características 
Imprescritibilidade – as situações podem ser reclamadas a qualquer tempo.
Inalienabilidade – não é possível se desfazer de uma relação. 
Indivisibilidade – não é possível ter dois estados ao mesmo tempo (solteiro e casado).
Ações do Estado 
Possibilidade de o titular defender seus estados em juízo, contra eventuais atentados e violações, com o fito de declarar a existência de determinadas situações jurídicas, ou ainda com o proposito de criar, modificar, substituir ou extinguir relações jurídicas que dizem respeito ao seu estado. 
São ações que visam estabelecer ou modificar o status do interessado. 
Posse de Estado
Alguém tem a posse de estado quando é tratado pela generalidade das pessoas como sendo detentor de um conjunto de relações que caracterizam um determinado estado pessoal, no direito de família.
Assim, a posse de estado de filho surge quando a pessoa sempre foi tratada como filho pelos pais, independentemente de estes figurarem no registo civil como pais, e quando essa situação é reconhecida socialmente pelas respectivas famílias.
Pode o pai biológico ser casado com outra mulher; mas se trata a criança como sendo seu filho e se essa situação for reconhecida pelas famílias, a criança beneficia da posse de estado, que lhe permitirá, através de meios processuais próprios, obter a filiação.
Registro Civil
Lei 6015/76 (Lei do Registro Público)
Dar publicidade a atos que por si só são importantes e tem existência própria, estabelecendo necessidade de publicização. 
São registrados os nascimentos, casamentos, óbitos, emancipações, interdições...
Domicílio da pessoa natural (art. 70 a 74 do CC)
Domicílio é a sede jurídica da pessoa, ao local onde ela se presume presente, praticando atos da vida civil.
Residência é o local onde a pessoa se estabelece, com o intuito de nele permanecer.
Espécies
Voluntário: a pessoa escolhe onde vai exercer as suas atividades
Necessário ou legal: advindo de determinação da lei – o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Contratual: as partes estabelecem um local que, se ocorrer algum desentendimento entre eles, eles se encontrarão para se resolverem nesse local. 
Importância 
Efeito processual o processo ocorre onde a pessoa tem domicílio.
Direito do trabalho assegura o direito de ganhar um salário melhor se for transferido. 
Direito obrigacional as obrigações devem ser cobradas no domicílio do devedor.
Mudança: Ao se mudar a pessoa deve comunicar ao município para onde está indo.
Domicílio aparente: São as pessoas que não possuem um domicílio estabelecido, que são elas os trabalhadores de circo, ciganas, etc. 
Extinção da pessoa natural (art. 6º do CC)
Com a morte da pessoa natural extingue-se a sua personalidade jurídica. É necessário o reconhecimento de um médico e uma declaração de óbito.
Morte encefálica: se entende que a morte ocorreria através da morte encefálica.
Efeitos
Cessação da personalidade, transferência a seus herdeiros, extinção de contratos personalíssimos, solução de vínculo conjugal.
Morte presumida
Afirma-se com certeza que uma pessoa está morta ou pode-se afirmar, mas não com tanta certeza assim, pois o indivíduo desapareceu e não foi achado o corpo. 
Justificação do óbito: procedimento de jurisdição voluntária. 
Comoriência 
Acontece quando, morrendo duas ou mais pessoas ao mesmo tempo, não é possível indicar, com precisão, quem precedeu a morte de quem. 
Ausência 
Não tem a presunção da morte, mas por a pessoa ter desaparecido sem deixar paradeiros nem procurador, o interessado pode ingressar um procedimento de ausência para que seja declarada a morte dessa pessoa. 
Fases: 
Curadora de bens do ausente: juiz nomeia um curador que fica responsável para falar em nome do ausente. 
Sucessão provisória: transmissão do patrimônio em favor de seus herdeiros. Essas pessoas terão que dar uma garantia, através da entrega de calção, para que ela possa ter a posse desse bem. Deixa bens como garantia para caso o desaparecido apareça.
Sucessão definitiva: 10 anos depois de aberta a sucessão provisória, a sucessão definitiva é declarada e a pessoa pode pagar as garantias de volta para si. 
Retorno do ausente: se ele reaparece na primeira fase, nada acontecerá, já que não decorreu qualquer efeito. Se ele aparecer na segunda fase, receberá os bens no estado em que deixou, podendo levantar a calção prestada em caso de depreciação ou perecimento. Se aparecer na terceira fase, receberá os bens do estado em que estão ou o que se sub-rogou em seu lugar. 
Direitos da personalidade 
Os direitos da personalidade dizem respeitos ao ser humano, são características inerentes a ele, enraizados na esfera mais íntima da pessoa e não mensuráveis economicamente, voltados à afirmação dos seus valores existenciais. Os direitos da personalidade constituem direitos subjetivos, atinentes à própria condição de pessoa, como o direito à vida, a integridade física, a honra, a imagem, etc. 
Evolução histórica: cristianismo, magna carta, bill of rights, declaração dos direitos dos homens, declaração universal dos direitos humanos. 
Fontes: pela corrente jusnaturalista, os direitos da personalidade têm os direitos naturais como fonte. Já segundo a corrente positivista, os direitos da personalidade são uma construção cultural de cada sociedade. 
A Constituição e a cláusula geral de tutela: o artigo 1º garante a dignidade humana. A afirmação da cidadania e da dignidade humana como princípios constitucionais juntamente com a proclamação da igualdade e da liberdade, dão novo conteúdo aos direitos da personalidade, realçando a pessoa humana como ponto central da ordem jurídica brasileira. Enunciado 274 da Jornada de Direito Civil. 
Os direitos da personalidade estão, inexoravelmente, unidos ao desenvolvimento da pessoa humana, caracterizando-se como garantia para a preservação de sua dignidade. 
As liberdades públicas são diferentes dos direitos da personalidade. Os direitos da personalidade são estudados sob a ótica do direito privado, considerados como a garantia mínima da pessoa humana para as suas atividades internas e para as suas projeções ou exteriorizações para a sociedade; impõem a coletividade uma conduta negativa (de não praticar condutas que afetem esses direitos). Por outro lado, as liberdades públicas são condutas individuais ou coletivas realizadas de forma autodeterminada, em face da autorização expressa ou implícita, conferida pelo Estado. Enquanto os direitos da personalidade estabelecem condutas negativas da coletividade, as liberdades públicas funcionam a partir das garantias constitucionais impondo condutas positivas ao Estado para que estejam assegurados os direitos da personalidade. 
Titularidade: os direitos da personalidade eram exclusivos das pessoas naturais, por serem tipicamente humanos,não podendo ser expandidos para as pessoas jurídicas. Com a Constituição Federal, as pessoas jurídicas passam a ser inclusas. No entanto, as pessoas jurídicas não possuem tantos direitos quanto as pessoas naturais. 
Características:
Absolutos: podem ser exigidos de qualquer pessoa, tem eficácia erga omnes.
Gerais: atribuídas a todas as pessoas naturais ou jurídicas, quando regularmente estabelecidas. 
Extrapatrimoniais: não tem um valor econômico em si. Em alguns casos, a violação do direito da personalidade pode gerar sanção de natureza patrimonial. 
Indisponibilidade: o titular não pode renunciar e nem transferir esses direitos. Admite-se, eventualmente, uma cessão do seu exercício, em determinadas situações e dentro de certos limites. Em casos específicos, o titular pode ceder o exercício de algum dos seus direitos da personalidade, desde que não seja em caráter permanente ou genérico e que não importe em violação de sua dignidade. No entanto, essa cessão tem prazo máximo de 5 anos. Exemplo: cessão do exercício do direito de imagem, doação de órgãos. 
Imprescritíveis: impede que a lesão a um direito da personalidade venha a convalescer com o passar do tempo, obstando a pretensão de assegurar o livre exercício do direito da personalidade. Inexiste prazo para que seja exercido um direito da personalidade. A pretensão indenizatória decorrente de um eventual dano à personalidade está submetida a prazos prescricionais. São imprescritíveis as ações de reparação de danos causados durante o Regime Militar. 
Impenhoráveis: por conta do seu caráter extrapatrimonial (insuscetibilidade de apreciação econômica), os direitos da personalidade não podem servir como objeto de penhora. No entanto, nas situações em que o direito da personalidade gere algum tipo de rendimento, pode haver a penhora sobre esse tipo de rendimento. Exemplo: cantor que é devedor – aplica penhora sobre o rendimento dos direitos autorais sobre a canção do cantor. 
Vitalícios: acompanham a pessoa até o ultimo momento da vida. Se tratando de pessoa morta, podem requerer a tutela dos direitos da personalidade as pessoas que são elucidadas no artigo 12 do Código Civil (cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta ou colateral até quarto grau). Segundo o artigo 943, o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. 
Direito à vida (art. 5º da CF): embora seja super relevante, não é absoluto, por conta dos casos em que o aborto é permitido (gravidez por estupro, feto anencefálico e gravidez de alto risco), sendo que nesses casos tem a preferência da vida da mãe sob a vida do feto. 
Direitos relacionados à integridade física (art. 13 a 15 CC): 
Proteção jurídica do corpo humano, à sua proteção corporal, incluída a tutela do corpo vivo e do corpo morto, além dos tecidos, órgãos e partes suscetíveis de separação e individualização. A violação da integridade física é suficiente para a caracterização do dano estético, independente da existência, ou não, de sequelas permanentes. Artigo 13 fala sobre a tutela jurídica do corpo vivo, artigo 14 do corpo morto e artigo 15 do livre consentimento informado ao paciente. É uma proteção de terceiros contra a pessoa, já que ninguém pode obriga-la a efetuar tratamento médico contra a sua vontade. 
Súmula 387, STJ: pode cumular o pedido de dano moral como o dano estético. 
Proibição de prática pelo titular de ato de disposição que importe em diminuição permanente da integridade física: no artigo 13 fala sobre o fato de que, se não for por exigência médica, a pessoa não pode praticar condutas que gerem uma diminuição permanente da sua integridade física. Não havendo redução permanente da integridade física, é possível a prática de diferentes atos de disposição corporal como decorrência da autonomia privada. 
Enunciado 277, Jornada de Direito Civil: a manifestação expressa da doação de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares. 
A questão dos transplantes: são admitidos atos de disposição de partes do corpo humano, vivo ou morto, a título gratuito (a venda é proibida), se não causar prejuízo ao titular e tendo em vista um fim terapêutico, altruístico ou científico. No transplante post mortem, havendo comprovação da morte encefálica, mediante declaração médica, e consentimento da família da pessoa falecida (nos casos em que a pessoa não deixa expressa a sua vontade em vida), pode ser providenciada a retirada dos órgãos ou tecidos da pessoa morta. 
Direitos relacionados à integridade psíquica: 
Direito à imagem (art. 16): a imagem é a representação de uma pessoa. 
Imagem retrato: características fisionômicas do titular, a representação de uma pessoa pelo seu aspecto visual. 
Imagem atributo: ideia de uma conotação social àquilo que você vê. 
Imagem voz: identificação de uma pessoa através do seu timbre sonoro.
Artigo 20 CC: (...) a utilização da imagem de uma pessoa poderá ser proibidas, (...), se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. A redação desse artigo traz a falsa percepção de que só se pode proteger a imagem se ocorrer alguma dessas situações previstas no final do artigo. No entanto, esse direito é autônomo, ou seja, protegido por si só, não precisando da violação da honra, boa fama e dos outros requisitos trazidos no artigo. 
Súmula 403, STJ: independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. 
Tutela preventiva X repressiva: enunciado 297 – Jornada de Direito Civil. Os princípios naturalmente se chocarão em casos como os de direito à imagem. Sobre isso, faz-se necessário retratar o contexto. 
Consentimento do titular: o titular do direito à imagem pode ceder sua imagem de forma expressa ou tácita. A regulamentação se limita a 5 anos.
Direito à honra: prestígio social do titular. 
A honra objetiva é a reputação que terceiros dedicam a alguém. A honra subjetiva é o próprio juízo valorativo que determinada pessoa faz de si mesma, é a autoestima. 
Direito à liberdade 
De manifestação religiosa: todo mundo tem direito de se manifestar e manifestar os interesses e postulados da sua religião. O direito a liberdade religiosa é maior do que o direito à integridade física. 
Direito à privacidade
Artigo 5º, CF. 
Art. 21, CC: a vida privada da pessoa natural é inviolável. 
Proteção ao nome (Lei 6015/73)
Divisão do nome: prenome (é o nome, simples ou composto), patronímico (sobrenome) e agnome (filho, neto, bisneto...). 
Hipóteses de alteração do prenome: quando expuser o titular ao ridículo, ou se tratando de nome exótico (Açafrão Fagundes, Himalaia Virgulino); havendo erro gráfico evidente; para inclusão ou modificação de apelido público notório (Luiz Inácio Lula da Silva); pela adoção; pelo uso prolongado e constante de nome diverso; quando ocorrer homonímia (repetição idêntica do nome de outras pessoas), gerando embaraços sociais; pela tradução no caso em que o nome foi grafado em língua estrangeira. 
Hipóteses de alteração de sobrenome: adoção; casamento; divórcio; inclusão de sobrenome de ascendente; união estável; anulação ou declaração de nulidade do casamento. 
Se o nome de uma pessoa estiver sendo indevidamente utilizado por outrem, caberá imediata proteção para a preservação da dignidade do titular.
Pessoa jurídica
Surge a partir da necessidade que o direito sentiu em virtude do crescimento social e econômico, que fez com que as pessoas se agrupassem para que elas efetivamente pudessem crescer assim. É uma figura reconhecida pela justiça que se refere a uma organização ou grupo que tem obrigações e deveres a cumprir perante a lei, além de possuir direitos e participar de ações judiciais, cuja personalidade é independente e diferenciada de cada um dos seus membros. 
Teoria negativista: a pessoa jurídica não encontrava respaldo no mundo jurídico, seria apenas uma junção de pessoas. 
Teorias afirmativas: a pessoa jurídica existia. 
Pressupostos de existência da pessoa jurídica:vontade humana (desejo de permanecer em sociedade. Quando algum integrante dessa sociedade começa a praticar atos incompatíveis, ele pode ser excluído, não existe pessoa jurídica compulsória); observância dos requisitos legais (o estado não pode negar o direito de ser reconhecida a pessoa jurídica às pessoas que cumprirem todos os pré-requisitos determinados) e licitude do objeto (não pode ter uma pessoa jurídica cujo objeto dela seja uma ilicitude). 
Características: personalidade jurídica distinta dos seus instituidores; patrimônio distinto dos seus membros; existência jurídica diversa de seus integrantes; não pode exercer atos privativos de pessoas naturais; pode ser sujeito passivo ou ativo em casos civis ou criminais. 
Capacidade e representação (art. 47 CC): a capacidade da pessoa jurídica só ocorrerá se regularmente for constituída, antes disso ela não será sujeito de direito (se o registro não acontecer será uma sociedade irregular). Já a representação visa a questão de aquele que vai assumir a possibilidade de falar em nome da pessoa jurídica. 
Surgimento da pessoa jurídica (art. 46 CC): só tem o surgimento da pessoa jurídica depois do registro. 
Sociedades de fato: não é nem pessoa jurídica nem pessoa física, é uma sociedade irregular, pois não foi registrada nos órgãos, então o governo não tem como rastrear o lucro que ela tem (dar um imposto e taxar da forma como deve), e por isso, elas não tem a proteção que as sociedades comuns tem. O governo faz isso com o intuito de desestimular o surgimento dessas sociedades. 
Entes despersonalizados (art. 75, CPC): constituem direitos e obrigações de pessoas e de bens sem personalidade jurídica e com capacidade processual mediante representação. Exemplo: condomínio. 
Domicílio da pessoa jurídica (art. 75, CC): lugar onde funcionarem as diretoriais e administrações, ou onde estabelecerem. Tendo diversos estabelecimentos, cada um deles será considerado domicílio. Se tiver sede no estrangeiro, o domicílio vai ser onde ela corresponder aqui no Brasil. 
Classificação:
Quanto a natureza: 
Direito público - estão citadas no código civil, mas não reguladas por ele 
Interno – art. 41: União, Estados, DF, Municípios, Autarquias; 
Externo – art. 42: todas que forem disciplinadas pelo direito internacional público. 
Direito privado – instituídas para atender aos interesses dos particulares (fundações, associações, sociedades, organizações religiosas, partidos políticos, empresas individuais...)
Obs: empresa pública (caixa econômica, correios) é pessoa jurídica de direito privado, assim como sociedades de economia mista (petrobras, banco do brasil).
Quanto a estrutura interna: 
Corporações
Associações (art. 53, CC): união de indivíduos com o intuito de praticarem atos com a finalidade não lucrativa. Tem finalidade filantropia, solidariedade, pode haver atividade econômica, mas não é esse o objetivo. Não há hierarquia entre os participantes. Criação de um estatuo para funcionar como legislação (tem que deliberar sobre o que acontece se a associação for desfeita). Exemplo: ONG´s. 
Sociedades (art. 981 e 982, CC): pessoas jurídicas que visam o lucro com o objetivo de reparti-lo entre os sócios. As regulações são regidas pelo contrato social e é necessário registrar na junta comercial. Podem ser simples (objetivam um fim econômico mediante exercício de atividade não empresarial – sociedade de advogados) ou empresariais (finalidade lucrativa através do desenvolvimento de uma atividade empresária).
Fundações (art. 62, CC): acervo de bens que recebem personalidade jurídica para a realização de fins determinados de interesse publico de modo permanente e estável. Para criar uma fundação, o instituidor faz, por escritura pública ou testamento, uma doação de bens livres, especificando o fim a que se destina e declarando a maneira de administrar. Pode ser para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. 
Extinção da pessoa jurídica:
Uma vez instituída legalmente, a pessoa jurídica existirá indeterminadamente, salvo se suas atividades estiverem submetidas a termo ou condição, quando será extinta sua personalidade no advento do termo. A pessoa jurídica de direito privado pode ser extinta por diversas maneiras:
Convencional: acordo entre sócios (maioria absoluta de seus membros)
Administrativa: cassação, pelo poder público, da autorização de funcionamento
Legal: se o término decorre de hipótese contemplada na legislação 
Judicial: a extinção decorre de decisão judicial. 
Desconsideração da pessoa jurídica: 
É uma decisão judicial a partir da qual os direitos e deveres de uma pessoa jurídica passam a se confundir com os direitos e responsabilidades dos proprietários. Ainda que a existência da pessoa jurídica se justifique pela segurança fornecida pela separação patrimonial entre o capital da empresa e o capital das pessoas que a constituem, nas hipóteses de abuso, patrimônio em situação fática misturando-se com o patrimônio das pessoas que a constituem, a pessoa jurídica terá essa característica desconsiderada para os efeitos de determinadas obrigações. 
“piercing the corporate veil” – quebra a estrutura de separação da pessoa jurídica e atinge essa pessoa física com a desconsideração. Ao invés de atacar o patrimônio da pessoa jurídica atinge o patrimônio da pessoa física. 
Teoria maior: a desconsideração da personalidade jurídica somente será possível episodicamente, em cada caso concreto, e apenas é cabível ignorar a autonomia patrimonial da pessoa jurídica como uma forma de combate a fraudes e abusos praticados através dela. A teoria exige a presença de um requisito específico para que se efetive a desconsideração. Art. 50 do CC e art. 28 do Código de Defesa do Consumidor. 
Teoria menor: trata como desconsideração da personalidade jurídica toda e qualquer hipótese de comprometimento do patrimônio pessoal do socio por obrigação da empresa. É uma teoria de menor proteção, toda e qualquer hipótese de atribuição da responsabilidade pessoal ao socio por dívida da pessoa jurídica seria caso de desconsideração da personalidade jurídica. 
Objeto de direitos (bens)
Noções gerais
A relação jurídica precisa não só de sujeitos (ativo ou credor e passivo ou devedor), mas também de um objeto, além do veículo jurídico. A relação jurídica é uma relação intersubjetiva, envolve mais de uma pessoa. 
Conceito de bens 
Cristiano Chaves: “bem, pelo aspecto jurídico, é aquilo que é suscetível de uma valoração jurídica. Bens seriam as utilidades materiais ou imateriais que podem ser objeto de direitos subjetivos.” 
Orlando gomes “bem é toda utilidade material ou ideal que possa incidir na faculdade de agir do sujeito.” 
A economicidade
Se o bem tem uma valoração econômica, significa que eu posso quantificá-lo. 
Os direitos da personalidade, por exemplo, são bens jurídicos sem economicidade. 
Objeto
Dentro da ideia de objeto existem as prestações (condutas). Pode ser classificado como direto ou indireto, quando relacionado à forma que o indivíduo alcança o objeto desejado. 
O sujeito ativo (credor) é aquele que pode exigir uma determinada conduta que satisfaz a ele. 
O contrato, a obrigação que nós estabelecemos, é o objeto direto, imediato, é o meio pelo qual eu vou alcançar o que eu quero. O objeto mediato (indireto) é o objeto sobre o qual o credor quer se satisfazer. 
Prestações 
Obrigação de dar, obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. 
Obrigação de dar comprar um celular na loja. Transferência de patrimônio; Compra e venda – O devedor se compromete a transferir algo que é de sua propriedade para o credor. 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Obrigação de fazer um professor dar aula. Prestação de serviços - O devedor é quem vai prestar o serviço, o credor é quem vai recebero serviço. 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
Obrigação de não fazer não trabalhar com a concorrência de um produto (trabalho com exclusividade), comprometimento com alguém de não fazer alguma coisa
Uma pessoa é contratada para representar uma loja de sapatos (obrigação de fazer), mas tem que ser exclusiva, não pode representar outras lojas de sapato (obrigação de não fazer). 
Direitos 
Vicente deve a Leticia R$220,00 e Paula deve R$300,00 a Vicente. Vicente propõe a Letícia que, se ela esperar até o final do mês (passando do prazo que eles tinham combinado), ele passa o seu direito de receber o dinheiro de Paula para Letícia. Nesse caso, ao invés de Vicente receber esse dinheiro e pagar a Letícia, Paula vai pagar diretamente para Letícia. Não existe nenhuma obrigação de dar, fazer ou não fazer, e sim uma transferência de direitos. 
Bens
O que é um bem? Explica la em cima em “conceito de bens”
Com ou sem representação econômica: os bens podem ter uma valoração econômica ou não. Contratar uma aula é algo com valor econômico pois é cobrado a hora aula. Direito a vida (garantido pela Constituição) não tem representação econômica. 
Materiais ou imateriais: os bens podem ser materiais ou imateriais. Ao contratar uma aula, por exemplo, é algo imaterial. Já ao comprar um computador, é material. 
Bem e coisa 
Às coisas atribui-se a ideia de algo físico. 
Bens gênero, com ou sem representação econômica, material ou imaterial. 
Limitabilidade 
Ao falar de algo que seja objeto de direito, se fala sempre sobre algo que é sujeito a limitação. Algo que não pode ser limitado nunca pode ser objeto de direito. 
Só poderei trabalhar esses elementos como objeto de uma relação jurídica se houver uma limitação. 
O ar é algo ilimitado. Ao pegar esse oxigênio e colocar em um balão, limitando-o, é possível transformá-lo em objeto de uma relação jurídica e começar a cobrar por isso. 
O patrimônio jurídico 
O patrimônio é a representação econômica de uma pessoa. Ao pensar em patrimônio jurídico se pensa sempre no plano econômico. 
Quando Orlando gomes fala que o patrimônio é a representação econômica de uma pessoa, é como se estivesse falando a “contabilidade” de uma pessoa, uma análise da situação econômica dessa pessoa. 
O patrimônio de uma pessoa é a garantia dos seus credores, já que pode acontecer de a pessoa ser indenizada com parte do patrimônio do devedor se ele não cumprir o combinado. Se espontaneamente não cumprir, pode tomar medida judicial para cumprir. 
A doação total do patrimônio para terceiros não é permitida pelo ordenamento jurídico. Além disso, doações que tornem o doador insolvente (não tem capacidade de honrar com os seus compromissos) não são permitidas, então serão invalidadas. Exemplo: uma pessoa A tem R$100 mil, deve R$80 mil a outra pessoa B, e doa R$30 mil para uma entidade quando ela faz essa doação, ela se torna insolvente, já que passa a ter apenas R$70 mil reais e, por isso, passa a não poder pagar a sua dívida à pessoa B. por isso, essa doação não é válida. 
OBS: patrimônio especial 
Tipo de patrimônio onde o titular separou para o uso de uma determinada finalidade, e por isso fica separado do seu patrimônio geral. Essa ação de separação é chamada de afetação patrimonial. 
Classificação
Quanto à materialidade
Corpóreos/ materiais: são físicos, materiais. Na aquisição de um bem corpóreo se fala em contrato de compra e venda. 
Não corpóreos/imateriais: não tem uma materialidade no bem. Exemplo: direito à obra. Ao falar sobre a compra ou negociação de uma coisa imaterial, se fala em sessão. 
Quanto à mobilidade:
Bens imóveis – art. 79 a 81: São aqueles que não poderiam ser transportados sem a sua destruição ou deterioração. Exemplo: casa. Lanchas, aviões são considerados bens imóveis por conta do seu valor. 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Bens móveis – art. 82 a 84: é tudo aquilo que pode ser transportado sem a sua destruição ou deterioração.
Quanto à fungibilidade – se pode ser permutado por algo idêntico ou não. 
Fungíveis 
Pode ser permutado, trocado, por outro de igual qualidade ou quantidade. Em regra, os bens moveis costumam ser fungíveis. 
Artigo 85 do CC
Infungíveis 
Não podem ser trocados por outros semelhantes. Os imóveis são, por natureza, infungíveis, pois cada imóvel tem um registro, uma matrícula. Os carros são infungíveis, apesar de serem móveis. Exemplo: obra de arte original. 
OBS: Pode transformar uma coisa fungível em infungível. Quanto se empresta algo fungível, se chama contrato de mútuo. Quando se empresta algo infungível, se chama contrato de comodato. 
Quanto à consuntibilidade – ser um bem consumido ou não.
Consumíveis (fisicamente ou juridicamente) 
Fisicamente: É o bem que, ao ser utilizado, ele se destrói automaticamente. Exemplo: alimentos. 
Juridicamente: se esse bem for destinado a alienação (transferência de patrimônio) ele vai ser considerado consumível juridicamente. 
Inconsumíveis 
Não se destroem com o uso. Exemplo: celular, computador, etc. 
Quanto à divisibilidade 
Divisíveis – art. 87
Aqueles bens que podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Exemplo: alimentos em grande quantidade podem se dividir em pequenas quantidades. 
Indivisíveis – natural, legal convencional 
Natural: algumas coisas não admitem fracionamento – exemplo: computador. 
Legal: a lei estabelece que algo não pode ser dividido – exemplo: os bens de uma pessoa, ao morrer, não podem ser divididos antes do final do inventário. 
Convencional: as partes, por acordo, estabelecem a impossibilidade de divisão de um determinado bem. 
Quanto à individualidade 
Singulares (individuais) – art. 89: 
Analisa o bem individualmente. Exemplo: um livro. 
Coletivos (universais) – são bens que se encontram agrupados em um todo. 
Universalidade de fato – art. 90: vários bens singulares que vão, ser analisados coletivamente. Exemplo: compra e venda de um rebanho de animais, compra e venda de uma biblioteca. 
Universalidade de direito: existe uma ficção legal. Conjunto de bens singulares, tangíveis ou não, a que uma ficção legal, com o intuito de produzir certos efeitos, atribui unidade individualizada. 
Quanto à dependência em relação a outro bem 
7.1. Principais – art.92
Tem existência independentemente da existência de qualquer outro. Tem autonomia, existem por si só. Exemplo: uma cadeira, um computador, etc. 
7.2. Acessórios 
Só existem em razão do principal. Exemplo: juros (decorre ou de ter feito uma aplicação financeira ou por dever alguma coisa e pela consequência do não pagamento a sua dívida foi aumentada). 
Princípio da gravitação jurídica: a sorte do acessório segue a sorte do principal (o que acontece com o bem principal afeta o bem acessório).
Tipos de bens acessórios 
Frutos – bens acessórios, que derivam da coisa principal, cuja percepção não importa a destruição do bem principal. Quanto à origem podem ser naturais (derivados da natureza, sem interferência humana ex: animais/frutas), industriais (derivadas da atividade humana, ex: camisas), civis (aqueles que se originam da utilização de bem alheio/ de terceiro, ex: locação/ juros). quanto ao estado, podem ser consumidos (quando o fruto já foi utilizado, ex: com o fim de um contrato de aluguel) ou pendentes (frutos que ainda não foram destacados da coisa principal).
Produtos - bens acessórios que derivam do bem principal, cuja a percepção importaa destruição da coisa principal. Ex: jazida, pois por mais que tire os minérios, uma hora esvazia. 
Pertenças - coisas móveis, agregadas a um imóvel para melhorar a sua utilização, as pertenças podendo ser destacadas, deverão ser informadas no contrato. Ex: o ar-condicionado em uma locação.
Benfeitorias – art.96 - obras ou despesas efetuadas em um bem principal, como o objetivo de preservar sua estrutura, ou permitir o seu funcionamento, ou melhorar seu uso, ou apenas por mero prazer daquele o fez.
Necessárias: indispensável a manutenção ou funcionamento da estrutura, sempre será objetivo de indenização, mesmo que o possuidor será de boa-fé
Úteis 
Voluntárias 
Quanto ao titular 
8.1. Bens particulares: 
Não são bens públicos
8.2. Bens públicos – art. 99/103: 
Aqueles que necessitam da existência dos principais
Comum do povo: Rua, rio
Especiais: edifícios administrativos, secretaria da educação. 
Dominiais ou dominicais: o estado não da destinação específica. Exemplo: terrenos do estado que não possuem destinação. 
Bem de família
 
Bem de família legal
Proteção ao bem de família, de modo que caso a família tenha apenas um imóvel quitado, o mesmo torna-se blindado, não respondendo pelas dívidas do proprietário. No entanto devido a algumas exceções o imóvel poderá penhorar. 
- Lei 8009/90 
2. Bem de família convencional
Proteção ao bem de família sobre mais de um imóvel, de modo em que em casa de quitação a parte líquida deverá ser estabelecida como passível de quitação. No entanto atualmente vem se interpretando a concessão da proteção a mais de um imóvel
- Art 1711 do cc

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