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O dever do advogado Rui Barbosa

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O dever do advogado - Rui Barbosa
Professor : Ary Ramos
O livro descreve a resposta de Rui Barbosa, a carta de Evaristo de Morais, que relutava em advogar para o Dr.Mendes de Tavares, que foi mandante do crime, este de caráter passional. Os envolvidos no crime eram: Luis Lopes Cruz (Capitão de Fragata) que recebia a alcunha de Tiradentes era a vítima. O crime fora praticado por Quincas Bombeiro e João Estiva, a pedido do médico e intendente municipal, Mendes Tavares como principal acusado. Os envolvidos ocupavam grande escalão da alta sociedade, o escândalo ocorrido há mais de setenta anos, foi o motivo de muitas manchetes dos jornais locais do Rio de Janeiro. O fato de Evaristo de Morais pensar em advogar esta causa, repercutiu até mesmo no Jornal o Correio da Manhã, o qual era colaborador há mais de oito anos, que se mostrou totalmente contra a defesa de certas causas criminais sustentando a doutrina da indefensibilidade. A opinião pública local já considerava Mendes Tavares como criminoso sem direito a defesa. O motivo de Mendes Tavares ter procurado Evaristo de Morais foi uma grande amizade que se formou entre ambos em tempos de colégio. Mendes Tavares procura para que agisse como seu defensor perante o tribunal. Diante de tal situação, nasce o dilema de Evaristo de Morais, dirigindo-se a seu chefe político, e amigo Rui Barbosa, a orientação de como proceder, e também a título de desembargo de consciência, se seria ético aceitar a defesa do caso visto que não se tratava aqui apenas da barbárie do crime, mas sim das concorrências políticas existentes entre Rui Barbosa e Mendes Tavares. O Réu foi um dos que combateu com tamanha veemência a Campanha Civilista de Rui, a qual Evaristo de Morais participava. Tavares de corrente contrária, e a favor de Hermes da Fonseca, adversário político destes, que defendia a bandeira dos militares. A resposta que Rui Barbosa, emite a Evaristo de Morais, é uma representação de ética e moral, com os pareceres baseados em doutrinadores e em sua opinião destacando que as pessoas podem ter o direito à defesa independente do crime que cometeu. Sendo assim, revela-se que o advogado deve estar cônscio que todos têm o direito à defesa por crimes que cometeram sejam eles hediondos, ou não. Impondo a sanção devida ao crime, sendo considerados no processo os motivos. A ética e a moral devem estar pautando todo o processo da causa proferida. Rui Barbosa mostrou que não combinava com a sua personalidade, e aqui se resguardando o dever do Advogado, não aceitar causas por motivos de ordem política, ou quaisquer que sejam. A visão de Rui estava pautada da seguinte forma as causas cíveis o defensor podia sim retroceder do processo, mas se a causa é criminal, ele deveria se propor a advogar. Com este discurso, de Rui, pode-se ver que um caso criminal tão antigo, se mostra tão atual quando se depara com este tipo de crime, a opinião do público ainda é de indignação, para que não ocorra este comportamento em sociedade, pois a sociedade em seu controle social de moral tem os seus próprios julgamentos. O dever do advogado é estar agindo com ética tendo a função de ser a voz do seu cliente, é defender ou acusar. As polêmicas dos casos criminais da profissão, sempre terão para a polêmica moral e bons costumes da sociedade. Todo tem o seu direito a defesa, independente de seu credo, religião, partido, raça, cultura, em fim, todos tem direitos iguais perante a Lei. Sobre essa temática, pode-se focar no artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que escreve em suas linhas “todos são iguais perante a lei, tendo todos direito a reconhecida plenitude de defesa, ou seja, o devido processo legal”.
Finalizando, Rui era afirmativo em suas convicções quando explanava que o advogado deve manter-se integro, sendo honesto mesmo que a causa seja má e de amplo caráter criminal. Em suma, as causas como estas tratadas na correspondência de Rui e Evaristo, que tomam esse alcance por causa da mídia, trazem á tona, a problemática da atribuição de pena mais elevada que a gravidade do delito. Isto ocorre, no afã da indignação social é útil para que se perceba que quando esta pressão é feita sobre um magistrado que tem os conhecimentos da legislação é bem mais fácil o controle, mas ao ser posto sobre o cidadão comum, que está júri popular e que tem por um período a atribuição de julgar, injustiças podem vir a ser cometidas. A carta de Rui e de Evaristo é um documento de exímio valor literário que se pode levar como elemento diretivo, nestas causas de julgamentos de grande clamor da sociedade em toda a carreira de direito, é por preceitos colocar-se em prática toda a enfatização desses deveres e a ética dos advogados que foram reveladas ao longo da obra.

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