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Inclusão, acessibilidade e permanência no ensino superior: desenvolvendo ações e minimizando a evasão.	Justificativa do tema:	“Temos o direito de ser iguais quando
a diferença nos inferioriza; temos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza. ” (Boaventura de Souza Santos)	Desde o ano de 2008 temos
vivenciado diferentes mudanças nas diretrizes políticas federais referentes às propostas de escolarização do público alvo da Educação Especial (pessoas com deficiências
intelectual, sensorial, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação), sobretudo com a implementação da Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) e as Diretrizes Operacionais do Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade
Educação Especial (BRASIL, 2009). 
Esses documentos e outros aspectos, evidenciam que a inclusão deve se dar em todos os níveis de ensino, desde a educação infantil
até o ensino superior. Outra questão se refere ao suporte educacional especializado, que deve ocorrer, prioritariamente, em salas de recursos multifuncionais por meio do
atendimento educacional especializado (AEE), entendido como complemento e suplemento ao ensino comum e não como espaço substitutivo de escolarização, conforme
ocorria, e ainda ocorre, em escolas especiais e nas classes especiais (BRASIL, 2008;2009).
É nesse contexto que tem sido adotado o conceito de desenho universal, que
amplia as possibilidades de acessibilidade aos espaços físicos, o uso de artefatos e produtos, recursos de comunicação e outros que visem garantir o acesso e a
participação de todas as pessoas, independentemente de suas especificidades sensoriais ou físicas visando garantir condição plena de locomoção, comunicação,
informação e ao conhecimento. Ora, com o conceito de desenho universal ampliou-se a abrangência da noção de acessibilidade para além dos aspectos físicos. Diante
disso, o conceito se refere tanto a pessoas que apresentam deficiências quanto pessoas com mobilidade reduzida.
Em nossa contemporaneidade as Instituições de
Ensino Superior (IES) vêm se preocupando, com mais atenção, às leis, políticas e ações que visam garantir o acesso e a permanência e pessoas com deficiência no âmbito
acadêmico.
A proposta de inclusão no Ensino Superior, no Brasil, ganhou fôlego a partir da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(BRASIL, 2008). De acordo com o documento:
Na educação superior, a transversalidade da educação especial se efetiva por meio de ações que promovam o acesso, a
permanência e a participação dos alunos. Estas ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica,
nas comunicações, nos sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de
todas as atividades que envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão (p.17).
	O público alvo da Educação Especial, que é constituído por esse documento, se refere aos
alunos com:
[...] deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino
regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação
infantil até a educação superior (BRASIL, 2008, p.14).
Diante disso, é um desafio para as Instituições de Ensino Superior (IES) a implementação dessas diretrizes de
maneira que os alunos permaneçam e participem ativamente na vida acadêmica. 
No Decreto nº 7.234/2010, que dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência
Estudantil (PNAES) (BRASIL, 2010) e no Decreto nº 7.611/2011, que dispõe sobre o atendimento educacional especializado, que prevê, no § 2º do art. 5º:	[...] VII –
estruturação de núcleos de acessibilidade nas Instituições Federais de Educação Superior. [...] § 5º Os núcleos de acessibilidade nas Instituições Federais de Educação
Superior visam eliminar barreiras físicas, de comunicação e informação que restringem a participação e o desenvolvimento acadêmico e social de estudantes com
deficiência. (BRASIL, 2011, p.12).
	A partir dessas referências e experiências no cotidiano das Universidades, surge a necessidade de uma pesquisa que contribua para
a inclusão e, portanto, acessibilidade de alunos com necessidades educacionais especiais. Percebemos um elevado número de alunos que atendem ao público-alvo da
Educação Especial. Essa pesquisa contribuirá não somente para acessibilidade e permanência desses alunos, como também influenciará nos impactos e diminuição de
evasão. Muitos desses nossos alunos abandonam o percurso no ensino superior devido à falta de estrutura e apoio pedagógico.
 
Objetivos:
A presente pesquisa tem
como objetivo geral:	•	Implementar ações inclusivas que promovam acessibilidade e permanência de alunos público-alvo da Educação Especial no Ensino Superior na
unidade de São João de Meriti, na Universidade Estácio de Sá.	Essa pesquisa tem como objetivos específicos:	•	Diminuir o número de evasão;	•	Mapear o número de
alunos com necessidades educacionais especiais na unidade;	•	Mapear as possibilidades e demandas apresentadas pelos alunos e pelos professores no processo de
ensino e de aprendizagem;	•	Oferecer suporte pedagógico para os alunos com Necessidades Educacionais Especiais;	•	Acompanhar e analisar o desenvolvimento dos
alunos;	•	Garantir o acesso e a permanência desses alunos na Universidade;	•	Cumprir com Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(BRASIL, 2008).
Fundamentação teórica:
 	 	
A Educação Especial tradicionalmente se configurou como um sistema paralelo e segregado de ensino, voltado para o
atendimento especializado de indivíduos com deficiências, distúrbios graves de aprendizagem e/ou comportamento, altas habilidades ou superdotação. Foi
caracterizando-se como serviço especializado por agrupar profissionais, técnicas, recursos e metodologias específicas para cada uma dessas áreas. Estes especialistas se
responsabilizavam pelo ensino e aprendizagem de alunos então chamados de “especiais”, mesmo quando estes participavam de turmas comuns.	Nas últimas décadas,
em função de novas demandas e expectativas sociais, aliadas aos avanços das ciências e tecnologias, os profissionais da Educação Especial têm se voltado para a busca de
novas formas de educação com alternativas menos segregativas de absorção desses educandos pelos sistemas de ensino.
A Educação Inclusiva tem um novo modelo de
educação que é possível o acesso e permanência de todos os alunos, e onde os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por
procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem. Para isso é preciso realimentar a estrutura, organização, seu projeto político-pedagógico,
seus recursos didáticos, metodologias e estratégias de ensino, bem como suas práticas avaliativas. 
	A partir da segunda metade da década de 1990, houve uma nova
expansão do ensino superior. Pesquisas comprovam que 70% das vagas se encontram na modalidade de ensino particular, contra apenas 30% de vagas no ensino superior
público (BRASIL, 2005). O aumento de vagas no ensino particular teve, como uma de suas consequências, o surgimento de uma nova situação, em que vários cursos
passaram a oferecer mais vagas do que os candidatos neles inscritos. Assim, o processo seletivo, nessas instituições, passou a ser regulado pela existência ou não de
vagas, com possibilidade de acesso de todos os alunos que desejam estudar. (FERRARI, 2007).
	Ainda é escassa a produção de pesquisas assim como a implantação de
políticas para a inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior. Em 2006, a Secretaria de Educação Superior, do Ministério da Educação, recebeu 17 milhões em
investimentos voltados à inclusão
de negros, índios e pessoas com necessidades educacionais especiais. É interessante salientar que desse total, apenas 1,5 milhão -
menos de 10% dos investimentos - foram destinados a programas de acesso e permanência no ensino superior das pessoas com tais necessidades (BRASIL, 2006).
Muitas
vezes a entrada dos alunos com necessidades educacionais especiais na Universidade não se dá de modo explícito. As dificuldades podem aparecer para os alunos da
classe e professores. Muitas vezes os alunos desconhecem suas condições ao entrar no ensino superior e passam a conhecer-se dentro desse universo. Exemplo disso são
os alunos com dislexia, deficiência intelectual, discalculia etc.
Pensando nas Instituições de Ensino Superior, utilizamos o Decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999,
regulamentando a lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, que estabelece o
que as instituições de Ensino Superior devem seguir:
(...) oferecer adaptações de provas e os apoios necessários, previamente solicitados pelo aluno portador de
deficiência, inclusive tempo adicional para a realização das provas, conforme as características da deficiência (BRASIL, 1999).
	Inclusão, acessibilidade e permanência
no ensino superior: desenvolvendo ações e minimizando a evasão.	A aprovação dessa pesquisa “Inclusão, acessibilidade e permanência no ensino superior:
desenvolvendo ações e minimizando a evasão”, possibilitará ações inclusivas, como: adaptações de provas e os apoios necessários para todos os alunos com deficiência,
transtornos e necessidades educacionais especiais. Além de oferecer um suporte aos professores.
Metodologia:
	A pesquisa será desenvolvida em duas fases distintas,
porém interligadas entre si.	A primeira fase consiste num estudo aplicado que tem como característica principal analisar as políticas públicas de educação inclusiva que
contribuem para o acesso e permanência do público-alvo da educação especial no Ensino Superior. Para isso utilizaremos como referência a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008).
	Já a segunda fase, ocorrerá na unidade de São João de Meriti na Baixada Fluminense para mapeamento,
aplicação das ações inclusivas e avaliação dos alunos com necessidades educacionais especiais.
Essa pesquisa terá um caráter quantitativo e qualitativo do tipo pesquisaação,
que prevê a análise colaborativa entre professores e pesquisadores nas ações inclusivas, mas também, do tipo estudo de caso, que segundo (ANDRE, 2009) é
caracterizado por:
Uma unidade com limites bem definidos, tal como uma pessoa, um programa, uma instituição ou um grupo social. O caso pode ser escolhido porque é
uma instância de uma classe ou porque é por si mesmo interessante. De qualquer maneira, o estudo de caso enfatiza o conhecimento do particular (p. 30).
De acordo
com essas perspectivas, utilizaremos na coleta de dados os seguintes procedimentos: a) Observação participante com registros de campo; b) Análise de documentos
oficiais (legislações, decretos, assim como da literatura especializada; c) Entrevistas semiestruturadas.
	Os sujeitos participantes serão os alunos com necessidades
educacionais especiais matriculados e professores que atuam nesta unidade.
Viabilidade técnica e econômica:
Utilizaremos a ferramenta RDA da Estácio para contato
com os alunos e percentual de evasão; Computador e data show para ações inclusivas.
Resultados esperados:
Como resultados esperados pretendemos mapear todos
os estudantes que estão dentro do público-alvo da Educação Especial e criar ações inclusivas para a permanência no Ensino Superior. Dessa maneira, pretendemos
contribuir com formação acadêmica desses estudantes, assim como cumprir com o papel social da Universidade, desenvolvendo ensino, pesquisa e consequentemente,
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5062002502458018
quinta-feira, 12 de abril de 2018 Página 51 de 166
Centro de Educação e Licenciaturas PROGRAMA PESQUISA PRODUTIVIDADE 2018 UNESA
Cronograma:
Fevereiro/2018 – Mapeamento do número de alunos atendidos pelo público-alvo da Educação Especial; Relatório mensal.	Março/2018- Mapeamento das necessidades
específicas de cada estudante; Relatório mensal.
Abril/2018 - Mapeamento das necessidades específicas de cada estudante; Relatório mensal; Relatório
mensal.	Maio/2018 – Entrevista com os coordenadores, estudantes e professores a fim de atender às necessidades nas ações inclusivas; Relatório mensal.	Junho/2018
Ações inclusivas (Rodas de conversa sobre inclusão); Relatório mensal.
Participação em eventos e Congressos.
Julho/2018 - Ações inclusivas (Adaptações de atividades,
aulas, ledores e avaliações); Relatório mensal. Relatório mensal.
Agosto/2018 - Ações inclusivas (Adaptações de atividades, aulas, ledores e avaliações); Relatório mensal.
Participação em eventos e Congressos.	Setembro/2018 - Ações inclusivas (Adaptações de atividades, aulas, ledores e avaliações); Relatório mensal. 	Outubro/2018 –
Entrevistas com coordenadores, professores e estudantes para compreender os objetivos alcançados a partir das ações; Relatório mensal. 
Participação em eventos e
Congressos.	Novembro/2018 – Criação do Banco de Dados com número de alunos atendidos e quais ações, respectivamente; Relatório mensal.	Dezembro/2018 -
Banco de Dados com todas as informações da pesquisa; Relatório mensal.	Janeiro/2019 – Apresentação da pesquisa para a comunidade universitária; Relatório mensal.

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