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Livro Eletrônico Aula 03 Noções de Direito do Trabalho p/ TRT-RJ (Técnico Judiciário - Área Administrativa) - Pós-Edital Professor: Antonio Daud Jr 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr $8/$��� Terceirização e Trabalho temporário. Flexibilização. Sumário 1 - Introdução ......................................................................................... 2 2 - Terceirização no Direito do Trabalho...................................................... 3 2.1 ± Empresa prestadora de serviços (EPS) ............................................. 6 2.2 ± Contratante dos serviços ................................................................ 6 2.3 ± Atividades que podem ser terceirizadas .......................................... 10 2.4 ± Contrato de prestação de serviços ................................................. 10 2.5 ± Quarentena para terceirização ....................................................... 11 2.6 ± Não obrigatoriedade de salário equivalente aos terceirizados ............ 11 3 - Trabalho temporário.......................................................................... 13 3.1 ± Hipóteses do trabalho temporário .................................................. 14 3.2 ± Prazo do trabalho temporário ........................................................ 16 3.3 ± Empresa de trabalho temporário (ETT) ........................................... 17 3.4 ± Tomador dos serviços................................................................... 18 3.5 ± Contrato entre ETT e tomador ....................................................... 20 3.6 ± Contrato entre ETT e trabalhador temporário .................................. 20 3.7 ± Direitos do trabalhador temporário ................................................ 21 4 ± Flexibilização e Desregulamentação .................................................... 22 5 ± Questões Comentadas ...................................................................... 23 6 ± Lista das Questões Comentadas ......................................................... 36 7 ± Gabaritos ........................................................................................ 41 8 ± Resumo da aula ............................................................................... 42 9 ± Conclusão ....................................................................................... 43 10 ± Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula .............. 44 Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr $8/$����±�7(5&(,5,=$d2�(�75$%$/+2� 7(0325È5,2��)/(;,%,/,=$d2� 1 - Introdução Oi amigos (as), Sejam bem-vindos (as) a mais uma aula do nosso curso. Nesta aula veremos os temas Terceirização, Trabalho Temporário e Flexibilização. Os dois primeiros te,as sofreram mudanças significativas com a aprovação da Lei 13.429, de 31 de março de 2017. $�³7HUFHLUL]DomR´�VRIUHX�QRYD�DOWHUDomR por meio da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017). O que a Lei 13.429/2017 fez foi inserir as regras sobre a terceirização dentro da Lei 6.019/1974, que, até então, tratava somente do trabalho temporário. Além disso, a nova lei alterou alguns aspectos do trabalho temporário. Portanto, tanto ³WUDEDOKR�WHPSRUiULR´�TXDQWR�D�³WHUFHLUL]DomR´��HP�VHQWLGR�HVWULWR��encontram- se regulados pela Lei 6.019. As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331 do TST. Até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já que, em todos estes anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado por lei. Vamos ao trabalho! 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 2 - Terceirização no Direito do Trabalho Estudamos até o momento os casos em que há vínculo empregatício (relação bilateral, nas figuras de empregado e empregador) e, também, casos em que existe a relação de trabalho lato sensu (relação entre prestador de serviços e tomador de serviços). Na terceirização, por sua vez, estaremos diante de relação trilateral, onde terão lugar: 9 Empregado 9 Empregador (empresa prestadora de serviços - EPS) 9 Empresa contratante de serviços Neste contexto, haverá contrato de trabalho entre a empresa prestadora de serviços e o empregado, e, entre as empresas prestadora e contratante, um contrato de natureza civil. Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutenção de suas instalações. Entre o Supermercado Alfa e a Limpatudo haverá um contrato de direito civil; entre a Limpatudo e seus empregados haverá, naturalmente, um contrato de trabalho e teremos, assim, a terceirização das atividades de limpeza e conservação tendo a Limpatudo como prestadora de serviços e o Supermercado Alfa como contratante dos serviços. Até a publicação da Lei 13.429/2017 (que alterou a Lei 6.019/1974), o tema exigia o conhecimento da Súmula 331 do TST: SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI ± A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula perdeu grande parte de sua relevância.Vamos agora passar a tratar das novas regras da terceirização. A lei define ³HPSUHVD�SUHVWDGRUD�GH�VHUYLoRV´�FRPR�VHQGR1: Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. Pela parte final do caput acima, percebemos que a contratante dos serviços não poderia contratar uma empresa prestadora de serviços (EPS) qualquer, ele deve WHU�³FDSDFLGDGH�HFRQ{PLFD´�FRPSDWtYHO��FRP��SRU�H[HPSOR��SDWULP{QLR�H�FDSLWDO� de giro suficiente para o contrato celebrado. Após a reforma trabalhista, foi excluída a necessidade de que os serviços terceirizados fossem ³GHWHUPLQDGRV� H� HVSHFtILFRV´. Veja como era a redação anterior: Lei 6.019, art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos. Esta modificação foi cobrada na questão abaixo, incorreta: FCC/TRT-RN ± Analista Judiciário±Área Judiciária ± 2017 (adaptada) A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas dos empregados da contratada, desde que os serviços terceirizados sejam determinados e específicos. - - - - Aqui um parêntese antes de avançarmos. Muito embora não mais se exija H[SUHVVDPHQWH�TXH�RV�VHUYLoRV�FRQWUDWDGRV�VHMDP�³GHWHUPLQDGRV�H�HVSHFtILFRV´�� como alerta Raphael Miziara2, eles devem ser especificados no contrato de 1 $TXL� XPD� GLFD�� 3DUD� GLIHUHQFLDU�� QD� QRYD� UHGDomR� GD� /HL� ������� D� ³WHUFHLUL]DomR´� �HP�VHQWLGR� HVWULWR�� GR� ³WUDEDOKR� WHPSRUiULR´�� ILTXH�DWHQWR�j� WHUPLQRORJLD�GDGD�j�HPSUHVD�FRQWUDWDGD�SDUD�SUHVWDU�RV�VHUYLoRV��HP� JHUDO��VH�IDODU�HP�³HPSUHVD�SUHVWDGRUD�GH�VHUYLoRV´��(36���VHUi�FDVR�GH�WHUFHLUL]DomR��VH�IDODU�HP�³HPSUHVD� GH�WUDEDOKR�WHPSRUiULR´��(77���FDVR�GH�WUDEDOKR�WHPSRUiULR� 2 MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p. 54 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr prestação de serviços3, além do que é vedada4 a utilização dos terceirizados em atividades distintas daquelas contratadas (desvio de função). Explorando essa sutileza e a exigência da ³HVSHFLILFDomR� GR� VHUYLoR� D� VHU� SUHVWDGR´, trago a questão abaixo, incorreta: FCC/TST ± Analista Judiciário±Área Judiciária ± 2017 (adaptada) É lícita a celebração de contrato geral de prestação de serviços entre a tomadora e a empresa prestadora de serviços, não sendo exigido que no termo esteja determinado expressa e especificamente os serviços a serem desempenhados. - - - - Seguindo adiante, a Lei 6.019 destaca também que o trabalhador terceirizado (diferentemente do trabalhador temporário) não se subordina diretamente à contratante: Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. Portanto, na terceirização, é a EPS quem dirige a prestação laboral (como já dizia a SUM-331 do TST, item III, parte final). Outra observação a respeito do §1º acima, é a possibilidade de a empresa prestadora (EPS) de serviços subcontratar outras empresas (chamada, por DOJXQV��GH�³WHUFHLUL]DomR�HP�FDGHLD´5 ou, por outros, ³TXDUWHLUL]DomR´6). Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutenção de suas instalações. A Limpatudo, por sua vez, subcontrata estes serviços da empresa FazdeTudo, cujos trabalhadores irão efetivamente realizar a tarefa. Na sequência, a Lei deixa claro que, sendo caso de terceirização lícita7, não haverá formação de vínculo de emprego dos trabalhadores terceiros (ou sócios das EPS) com a empresa contratante dos serviços: Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. Existe uma disposição muito semelhante em relação ao trabalho temporário8. 3 Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (..) II - especificação do serviço a ser prestado 4 Lei Art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. 5 MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p. 59-66 6 AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Data de Publicação: DEJT 5/12/2014 7 Aproveitando-se o teor da SUM-331, I. 8 Lei 6.019/1974, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 2.1 ± Empresa prestadora de serviços (EPS) Como já vimos, a empresa prestadora de serviços deve ser uma pessoa jurídica de direito privado com capacidade econômica para o contrato. Nesse sentido, a lei da terceirização prevê alguns requisitos para funcionamento desta empresa, em especial exigências do capital social da empresa: Lei 6.019/1974, art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros: I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); II - registro na Junta Comercial; III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros: a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais); d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Compilando o inciso III acima, temos: Quantidade de empregados da EPS Capital social mínimo (R$) Até 10 10.000,00 de 11 até 20 25.000,00 de 21 até 50 45.000,00 de 51 até 100 100.000,00 mais de 100 250.000,00 2.2 ± Contratante dos serviços A lei define como: Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. 07373853757 - concjecrim ==f1ac2== Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Portanto, a lei facultou que até mesmo pessoas físicas (isto é, naturais) terceirizem serviços9. E para preservar o contrato de prestação de serviços: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. Os serviços terceirizados poderão ser prestados em qualquer local, desde queseja de comum acordo entre EPS e contratante: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 2o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes. Agora, importante conhecer as obrigações da contratante em uma terceirização. Por meio do art. 5º-A, §3º, o legislador afirma que é a contratante é obrigada a garantir um ambiente de trabalho seguro: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato. A par da previsão legal transcrita acima, a doutrina10 entende que tal disposição não afasta a responsabilidade da EPS, a qual seria solidariamente responsável (juntamente com a contratante), conforme se extrai do enunciado da 1º Jornada de Direito do Trabalho: 44. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DO TRABALHO. TERCEIRIZAÇÃO. SOLIDARIEDADE. Em caso de terceirização de serviços, o tomador e o prestador respondem solidariamente pelos danos causados à saúde dos trabalhadores. Inteligência dos artigos 932, III, 933 e 942, parágrafo único, do Código Civil e da Norma Regulamentadora 4 (Portaria 3.214/77 do Ministério do Trabalho e Emprego). 9 A nova lei não deixou claro se a Administração Pública poderia ou não se escorar em tal definição para terceirizar amplamente suas atividades. De toda forma, a ampliação irrestrita da terceirização pelo Estado esbarra no mandamento do concurso público (CF, art. 37, II). 10 MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p. 97-99 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Como regra geral, a Lei faculta (não torna obrigatória) a extensão aos trabalhadores terceirizados das facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da contratante: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. Entretanto, caso os serviços sejam prestados nas dependências da tomadora dos serviços, torna-se obrigatório à contratante estender tais facilidades aos terceirizados: Lei 6.019, art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições: I - relativas a: a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; b) direito de utilizar os serviços de transporte; c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço. Exemplo 1: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados e contrata prestação de serviços terceirizados em suas dependências: deverá facultar também aos terceirizados a mesma condição. Exemplo 2: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados, mas a prestação de serviços terceirizados ocorre fora das suas dependências: poderá facultar também aos terceirizados a mesma condição. O mesmo vale para transporte, atendimento médico e ambulatorial, treinamento, condições sanitárias e de SST. Embora parte da doutrina tenha entendido inicialmente que o art. 4o-C (inserido pela Lei 13.467/2017) revogou tacitamente o art. 5o-A, § 4o (inserido pela Lei 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 13.429/2017), as Bancas têm entendido pela coexistência das duas regras, de modo que uma seria exceção à regra da outra. Este detalhe foi cobrado na questão abaixo, incorreta, já que não se mencionou que a prestação ocorria nas dependências da contratante: FCC/TST ± Analista Judiciário±Área Judiciária ± 2017 (adaptada) A contratante deverá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. Por outro lado, a questão abaixo foi considerada correta: FCC/TST ± Analista Judiciário±Área Administrativa ± 2017 (adaptada) Gosto Bom Ltda., indústria alimentícia, terceirizou os serviços do setor de embalagens dos seus produtos e, para tanto, contratou a empresa Pacote Forte Embalagens Ltda., de propriedade de seu antigo gerente industrial, que pediu demissão exatamente para fundar esta empresa. Esse é o primeiro contrato de prestação de serviços firmado pela Pacote Forte Embalagens Ltda., quatro meses depois de iniciar suas atividades. No contrato de prestação de serviços pactuado restou previsto que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante. Os serviços contratados são executados nas dependências da tomadora. Considerando as regras legais sobre terceirização de serviços, julgue: ( ) os empregados da Pacote Forte Embalagens Ltda. que prestam serviços à Gosto Bom Ltda. têm asseguradas as mesmas condições relativas a atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado. E se, por exemplo, a quantidade de terceirizados for tão grande que o refeitório da tomadora não seja suficiente para acomodar todos? $QWHYHQGR�HVWD�VLWXDomR��R�OHJLVODGRU�DXWRUL]RX�TXH�RV�³VHUYLoRV�GH�DOLPHQWDomR´� H�GH�³DWHQGLPHQWR�DPEXODWRULDO´�IRVVHP�IRUQHFLGRV�DRV�WHUFHLUL]DGRV�HP�RXWUR� local, nas hipóteses em que os terceirizados forem em número igual ou superior a 20% dos empregados próprios da tomadora: Lei 6.019, art. 4o-C, § 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes. - - - - 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Reparem, portanto, que, em se tratando de ambiente de trabalho, há equivalência de direitos entre o terceirizado e o empregado próprio do tomador, nas situações em que a prestação ocorrer dentro das dependências da tomadora. Todavia, em se tratando de salário, veremos mais à frente que não existe tal equivalência. - - - - Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações trabalhistas em uma terceirização lícita11: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no8.212, de 24 de julho de 199112. 2.3 ± Atividades que podem ser terceirizadas Antes da publicação da Lei, permitia-se (por meio da SUM-331 do TST) somente a terceirização de serviços especializados ligados à atividade-meio do contratante, atividades de limpeza e conservação e de vigilância. A nova lei, por sua vez, não faz qualquer restrição nesse sentido, possibilitando expressamente a terceirização das atividades principais da empresa contratante. Ou seja, segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, de julho de 2017, quaisquer atividades podem ser objeto de terceirização, seja atividade-meio ou atividade-fim. 2.4 ± Contrato de prestação de serviços O art. 5º-B da Lei 6.019 elenca alguns requisitos do contrato de prestação de serviços: Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: I - qualificação das partes; II - especificação do serviço a ser prestado; 13 III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; 11 Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV. 12 Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei. 13 Aproveito para destacar que a Lei 6.019 não se aplica à terceirização dos serviços de vigilância e transporte de valores, os quais continuam sendo regidos por lei própria (Lei nº 7.102/1983). 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr IV - valor. 2.5 ± Quarentena para terceirização Objetivando minimizar as chances de que as empresas dispensem seus empregados próprios para terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, criou-se uma quarentena de 18 meses. Por exemplo: Francisco é empregado da empresa QueBrada Ltda. Se Francisco é dispensado, ele somente poderá prestar serviços, enquanto trabalhador terceirizado, àquela empresa após o decurso de 18 meses (seja como empregado da empresa prestadora de serviços, seja como sócio da prestadora). A ideia é evitar que os empregados sejam demitidos e forçados a constituírem empresas próprias (pejotização) para prestarem serviços ao antigo empregador, no intuito de burlar a legislação trabalhista. A única exceção refere-se ao empregado que se aposenta. Neste caso, não há que se falar em quarentena de 18 meses: Lei 6.019, art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados. Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado. 2.6 ± Não obrigatoriedade de salário equivalente aos terceirizados O TST vinha entendendo que os trabalhadores terceirizados tinham direito à isonomia salarial com o empregado próprio do tomador dos serviços, em especial nas situações de terceirização ilícita, conforme se depreende da OJ 383 da SDI- 114. 14 383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA 720$'25$��,62120,$��$57������³$´��'$�/(,�1��������'(������������� A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de IXQo}HV��$SOLFDomR�DQDOyJLFD�GR�DUW������³D´��GD�/HL�Q��������GH���������74 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Todavia, a Lei não exige isonomia entre os terceirizados e os empregados próprios do tomador. Isto porque, por meio da Lei 13.467, que alterou a Lei 6.019/1974, ficou estabelecido que não há obrigatoriedade de equivalência salarial entre o empregado próprio do tomador dos serviços e o trabalhador terceirizado: Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. Em outras palavras, até pode ser estabelecida a equivalência salarial, no âmbito do contrato de prestação de serviços, mas esta não é uma obrigação das empresas. Sintetizando, temos o seguinte: Nesse sentido, destaco que a equivalência salarial ficou mantida apenas para o trabalhador temporário ± /HL��������DUW������µD¶� Para encerrar este tópico, trago as críticas do Ministro Godinho em relação à mudança promovida15: A segunda mudança muito impactante promovida pela Lei n. 13.467/2017 consiste na consagração da ideia da discriminação salarial entre os trabalhadores terceirizados e os empregados da empresa contratante (art. 4º-C, §1º, Lei 6.019/1974). Ou melhor: a possibilidade de escolha contratual, pelas empresas, entre se adotar uma prática discriminatória ou não quanto aos salários dos trabalhadores terceirizados. 15 DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n. 13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 209 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 3 - Trabalho temporário Em relação ao trabalho temporário, considero importante frisar que o trabalhador temporário não se confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT). No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação jurídica trilateral, com a empresa de trabalho temporário (ETT), empresa tomadora de serviços e o trabalhador, vinculado à primeira. No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT, não existe empresa de trabalho temporário; é a própria empresa interessada que irá contratar o empregado a prazo determinado nas hipóteses previstas, quais sejam: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. Acerca da similitude das hipóteses autorizativa das contratações em ambos os casos, Mauricio Godinho Delgado16 explica que ³2�H[DPH�GHVVDV�GXDV�KLSyWHVHV�GH�SDFWXDomR�WHPSRUiULD�HYLGencia que não se diferenciam substantivamente das hipóteses celetistas de pactuação de contrato empregatício por tempo determinado (art. 443, CLT). De fato, sob a ótica socioeconômica, as mesmas necessidades empresariais atendidas pelos trabalhadores temporários (Lei n. 6.019) sempre puderam (e podem) ser preenchidaspor empregados submetidos a contratos FHOHWLVWDV�SRU�WHPSR�GHWHUPLQDGR��DUW�������&/7��´ - - - - - Voltando ao trabalho temporário, regido pela Lei 6.019/74, pode-se defini-lo como: Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. Antes da Lei 13.429/2017, a definição era a seguinte: Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços. É nesta mesma lei onde consta a definição de empresa de trabalho temporário: 16 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 463. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Lei 6.019/74, art. 4º - Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente. A definição anterior era a seguinte: Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. Como a empresa de trabalho temporário (ETT) não é contratada para realizar serviços, mas sim intermediar mão de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da empresa prestadora será alocado na dinâmica industrial da tomadora, ou seja, realizará suas atividades de forma subordinada à tomadora. Segue abaixo um esquema da terceirização envolvendo o trabalho temporário: Empresa tomadora de mão de obra «» Contrato de natureza civil (intermediação de mão de obra) «» Empresa de trabalho temporário (ETT) Trabalho subordinado (entretanto não há vínculo de emprego) Relação de trabalho Trabalhador temporário 3.1 ± Hipóteses do trabalho temporário O trabalho temporário se destina a permitir que a empresa de trabalho temporário (ETT) forneça trabalhadores a outras empresas, sendo relação 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr excepcional que só é admitida nas estritas hipóteses do art. 2º da Lei 6.019/74, a saber: 9 necessidade de substituição transitória de pessoal permanente 9 demanda complementar de serviços17 Acerca desta última hipótese, a própria lei dispôs da seguinte forma: Lei 6.019/74, art. 2º, § 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal. Resumindo, será complementar a demanda decorrente de fatores: i) imprevisíveis ou ii) previsíveis, com natureza a. periódica b. intermitente c. sazonal Além das hipóteses, é importante se atentar para duas novidades trazidas com a Lei 13.429/2017: 9 atualmente apenas pessoa jurídica pode ser empresa de trabalho temporário18 9 poderá existir trabalho temporário também no meio rural19 A lei autoriza, excepcionalmente, a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas em algumas raras situações20, como no caso de greve considerada abusiva: Lei 6.019/74, art. 2º, § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei21. 17 Que substituiu a hipótese anterior de acréscimo extraordinário de serviços. 18 A definição anterior dava margem a que pessoas físicas também o fossem. 19 A definição anterior restringia o trabalho temporário ao meio urbano. 20 Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento. Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo. Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. 21 Estes casos encontram-se previstos nos arts. 9º e 14 da Lei de Greve. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Portanto, vejam que, regra geral, não se pode utilizar do trabalho temporário para substituir grevistas indiscriminadamente. A adoção do trabalho temporário, na situação de greve, se dá apenas em casos específicos, previstos na Lei de Greve. Por fim, a lei esclarece que o trabalho temporário pode se dar em atividades- meio ou atividades-fim da tomadora dos serviços: Lei 6.019/74, art. 9º, § 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços. Esta regra não traz novidades quanto ao trabalho temporário, eis que este já era o entendimento vigente com a SUM-331 �DSHQDV�D�³WHUFHLUL]DomR´�p�TXH�QmR�HUD� admitida em atividades-fim). 3.2 ± Prazo do trabalho temporário Via de regra, o atual22 prazo do trabalho temporário, considerando o mesmo trabalhador e o mesmo tomador, é de 180 dias (ainda que não consecutivos): Lei 6.019, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. Todavia, a lei prevê uma possibilidade de prorrogação por mais 90 dias, caso mantidas as condições que ensejaram a contratação: Lei 6.019, art. 10, § 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. Portanto: prazo de 180 dias, prorrogável por mais 90 dias, consecutivos ou não. Ora, mas como assim, ³prazo não consecutivo´? Quer dizer que um trabalhador, em toda sua vida, pode ser temporário de um mesmo tomador somente durante esse prazo? Não é bem assim! $�OHL�FULRX�XPD�³TXDUHQWHQD´�GH����GLDV: Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à 22 Antes da Lei 13.429, o prazo do contrato de trabalho temporário era de até três meses, salvo autorização do Ministério do Trabalho. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr disposição da mesma tomadorade serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior. Então, por exemplo, se Pedro tiver sido trabalhador temporário na empresa XisMais por 270 dias (180+90), passados 90 dias do final do contrato anterior, ele poderia ser novamente ³colocado j�GLVSRVLomR´�GD�HPSUHVD�;LV0DLV�� Entendi! Mas, e se o prazo for descumprido? A resposta está na própria lei: vínculo de emprego com o tomador dos serviços: Lei 6.019, art. 10, § 6º A contratação anterior ao prazo previsto no § 5º deste artigo caracteriza vínculo empregatício com a tomadora. 3.3 ± Empresa de trabalho temporário (ETT) A Lei 6.019 exige o registro da empresa de trabalho temporário junto ao Ministério do Trabalho (MTb): Lei 6.019/74, art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente. Neste aspecto, não houve novidades com a Lei 13.429/2017. A alteração ficou por conta dos requisitos para funcionamento e registro da ETT. A nova lei resumiu os requisitos aos seguintes: Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda; II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).23 Comparando as exigências de capital social entre a ETT (trab. Temporário) e a EPS (terceirização), temos o seguinte: Trabalho temporário (ETT) Terceirização (EPS) 23 Anteriormente, a exigência de capital social era de 500 salários-mínimos. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Capital Social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (independentemente da quantidade de trabalhadores temporários) Capital Social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros: a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00; b) mais de dez e até vinte - R$ 25.000,00; c) mais de vinte e até cinquenta - R$ 45.000,00; d) mais de cinquenta e até cem - R$ 100.000,00; e e) mais de cem empregados - R$ 250.000,00. 3.4 ± Tomador dos serviços A lei não traz grandes novidades ao definir a empresa tomadora de serviços, em seu art. 5º: Lei 6.019, art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4o desta Lei. Buscando conferir segurança jurídica ao tomador dos serviços, a nova lei assegura que, em uma relação de trabalho temporário, não haverá formação de vínculo de emprego entre o trabalhador e o tomador dos serviços: Lei 6.019, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. Apesar de não ter deixado expresso, subentende-se que tal dispositivo aplica-se somente ao trabalho temporário lícito. Seguindo adiante, assim como fez em relação à terceirização de serviços, a Lei deixa claro que é o tomador quem deve garantir um ambiente de trabalho seguro: Lei 6.019, art. 9º, § 1º É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em local por ela designado. Portanto, cabe ao tomador dos serviços assegurar condições adequadas de segurança e saúde no trabalho aos trabalhadores terceirizados. Nessa esteira, no §2º abaixo a lei também obriga o tomador do trabalho temporário a estender aos trabalhadores temporários as facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da empresa tomadora: Lei 6.019, art. 9º, § 2º A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. Comparando estas regras do trabalho temporário com aquelas estudadas sobre a terceirização de serviços, temos o seguinte: Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade do tomador dos serviços pelas obrigações trabalhistas em um trabalho temporário. Em regra, haverá responsabilidade subsidiária do tomador: Lei 6.019, art. 10, § 7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 199124. Entretanto, mantendo uma regra que já existia antes da Lei 13.429/2017, no caso de falência da ETT, o tomador responderá de forma solidária: Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei. Esquematizando, portanto, a responsabilidade do tomador de trabalho temporário, temos: 9 regra geral: responsabilidade subsidiária 9 falência da ETT: responsabilidade solidária 24 Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei. 07373853757 - concjecrim f Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 3.5 ± Contrato entre ETT e tomador A lei deixa claro que o contrato de intermediação de mão de obra, celebrado entre a ETT e a tomadora dos serviços, deverá ser por escrito e conter os seguintes elementos: Lei 6.019, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá: I - qualificação das partes; II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário; III - prazo da prestação de serviços; IV - valor da prestação de serviços; V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização do trabalho. 3.6 ± Contrato entre ETT e trabalhador temporário Assim como ocorria antes da Lei 13.429, o contrato entre o trabalhador temporário e a ETT também deve ser necessariamente por escrito: Lei 6019, art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadorespor esta Lei. $SHVDU�GH�VH�UHIHULU�D�XP�³FRQWUDWR�GH�WUDEDOKR´��há divergências25 quanto ao enquadramento ou não do trabalhador temporário como um empregado, havendo precedentes recentes do TST pelo não enquadramento26. A despeito disso, a lei determina que a condição de trabalhador temporário seja anotada na CTPS do obreiro: Lei 6019, art. 12, § 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do trabalhador sua condição de temporário. Caso a tomadora se interesse por contratar o temporário (que originalmente era trabalhador da empresa de trabalho temporário) isto deve ser permitido, não sendo admitida cláusula de reserva: Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela empresa 25 DELGADO, Mauricio Godinho. 9ª ed., p. 432. 26 RR-1000-46.2014.5.09.0009, DEJT 30.9.2016. 07373853757 - concjecrim 1 Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho temporário. Em relação a essa contratação, é importante se atentar para a regra abaixo: Lei 6.019, art. 10, § 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943. Ou seja, caso o tomador dos serviços decida contratar diretamente a pessoa que lhe prestava serviços como trabalhador temporário, não poderá celebrar contrato de experiência com este trabalhador. As partes já se conhecem, de modo que não faria sentido algum um contrato de experiência nessa situação. 3.7 ± Direitos do trabalhador temporário A Lei 13.429 não alterou os direitos do trabalhador temporário, que já eram previstos no art. 12 da Lei 6.019: Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; [leia-se salário-mínimo nacionalmente unificado ± após CF88] b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com acréscimo de 20% (vinte por cento) [leia-se 50% ± após CF88]; c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966; d) repouso semanal remunerado; e) adicional por trabalho noturno; f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido; g) seguro contra acidente do trabalho; h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, letra "c" do Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973). Acrescente-se a esta lista o direito ao FGTS, por força da Lei 8.036/1990! 07373853757 - concjecrim a Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 4 ± Flexibilização e Desregulamentação Avançando, salienta-se que a Constituição Federal, apesar de ter reforçado a proteção e garantido direitos mínimos ao trabalhador, autorizou a flexibilização dos direitos trabalhistas que sejam de indisponibilidade relativa, como sendo aqueles de caráter privado, não previstos em lei ou na própria CF como tal (por exemplo, direitos estipulados em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou no regulamento da empresa). Nos últimos tempos, como destacado pela Profa. Vólia Bomfim27 A lei tem autorizado, cada vez mais, outras hipóteses de flexibilização além daquelas previstas na Constituição (..) a Lei 13.429/17 ampliou as hipóteses de terceirização, e a Lei 13.467/17 (Reforma Trabalhista) alterou a CLT para reduzir direitos dos empregados, autorizar que o ajuste escrito entre as partes possa flexibilizar algumas regras trabalhistas e deu maior amplitude à flexibilização coletiva, pois permite a redução de direitos desde que autorizada pelo acordo ou convenção coletiva, prevalecendo sobre o legislado. De toda forma, distinguindo flexibilização e desregulamentação, podemos dizer que, na flexibilização, o Estado mantém sua intervenção nas relações de trabalho. O que acontece quando se autorizam regras menos rígidas, mas mantém-VH�R�FKDPDGR�³PtQLPR�H[LVWHQFLDO´� Já quando se fala em desregulamentação, observa-se um fenômeno mais radical, em que o Estado deixa de intervir nas relações de trabalho, deixando que as partes negociem livremente. Além disso, entende-se incompatível com o Direito do Trabalho a desregulamentação das relações trabalhistas. Notem que a desregulamentação �GLIHUHQWHPHQWH� GD� ³IOH[LELOL]DomR´�� SUHVVXS}H� D� ausência de intervenção estatal, de modo que as partes poderiam estipular livremente os contratos de trabalho. Tal situação tende a não ser admitida no âmbito do Direito do Trabalho. 27 CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14ª ed. Ed. Método. 2017. p. 39 07373853757 - concjecrim c Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 5 ± Questões Comentadas 1. FCC/TST ± Analista Judiciário±Área Administrativa - 2017 Gosto Bom Ltda., indústria alimentícia, terceirizou os serviços do setor de embalagens dos seus produtos e, para tanto, contratou a empresa Pacote Forte Embalagens Ltda., de propriedade de seu antigo gerente industrial, que pediu demissão exatamente para fundar esta empresa. Esse é o primeiro contrato de prestação de serviços firmado pela Pacote Forte Embalagens Ltda., quatro meses depois de iniciar suas atividades. No contrato de prestação de serviços pactuado restou previsto que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante. Os serviços contratados são executados nas dependências da tomadora. Considerando as regras legais sobre terceirização de serviços, (A) a embalagem dos produtos faz parte da cadeia de produção da empresa, caracterizando-se como atividade fim e, portanto, é ilegal a terceirização realizada. (B) a pactuação de salário para os empregados da contratada igual ao que é pago aos empregados da contratante descaracteriza a terceirização, tornando-a ilegal e levando à formação do vínculo de emprego diretamente com a contratante. (C) o fato de a empresa Pacote Forte Embalagens Ltda. ser de propriedade de um antigo gerente e de a contratação ter ocorrido apenas quatro meses após o início das atividades dessa empresa, não implica em ilegalidade da terceirização realizada. (D) os empregados da Pacote Forte Embalagens Ltda. que prestam serviços à Gosto Bom Ltda. têm asseguradas as mesmas condições relativas a atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado. (E) o contrato de prestação de serviços conterá a qualificação das partes, a especificação do serviço a ser prestado, o prazo para realização do serviço, quando for o caso, e a indicação expressa do nome de cada um dos empregados da contratada que irão prestar os serviços, não podendo haver substituição até final duração do contrato. Comentários Gabarito (D), nos termos da Lei 6.019, art. 4o-C,já que a prestação de serviços se dá nas dependências da contratante: Lei 6.019, art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4º-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições: I - relativas a: 07373853757 - concjecrim 2 Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; b) direito de utilizar os serviços de transporte; c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço. A letra (A), incorreta, pois atualmente é lícita a terceirização de atividade-fim: Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. A letra (B), incorreta, já que não é ilegal a fixação de salário equivalente entre terceirizados e empregados próprios da contratante. Além disso, é preciso ficar claro que tal equivalência não é uma obrigação dos contratantes ± é mera faculdade: Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. A letra (C), incorreta, pois a situação fere a quarentena de 18 meses prevista na Lei 6.019, art. 5o-C: Lei 6.019, art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados. A letra (E), incorreta, uma vez que o nome dos terceirizados não é um elemento essencial do contrato de prestação de serviços: Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: I - qualificação das partes; II - especificação do serviço a ser prestado; III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; IV - valor. Além disso, não há vedação à substituição dos terceirizados. Pelo contrário, tal vedação iria caracterizar pessoalidade na terceirização, o que não é admitido. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 2. FCC/TST ± Analista Judiciário±Área Judiciária - 2017 A respeito da terceirização de serviços, conforme legislação vigente: (A) não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços e a empresa contratante, desde que os serviços contratados sejam ligados à atividade-meio da contratante. (B) o capital social da empresa prestadora de serviços constitui requisito para o seu regular funcionamento, não bastando somente que a mesma esteja devidamente inscrita no CNPJ e registrada na Junta Comercial. (C) empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos, não sendo permitida a subcontratação para empresas diversas. (D) a contratante deverá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. (E) é lícita a celebração de contrato geral de prestação de serviços entre a tomadora e a empresa prestadora de serviços, não sendo exigido que no termo esteja determinado expressa e especificamente os serviços a serem desempenhados. Comentários Gabarito (B), de acordo com os requisitos da Lei 6.019/1974, art. 4º-B: Lei 6.019/1974, art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros: I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); II - registro na Junta Comercial; III - capital social compatível com o número de empregados, observando- se os seguintes parâmetros: (..) A letra (A), incorreta, uma vez que a terceirização lícita não enseja a formação de vínculo empregatício entre os terceirizados e o contratante: Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. Nesse sentido, não há mais restrição a que os serviços contratados sejam ligados à atividade-meio da contratante. A letra (C) HVWi�LQFRUUHWD�SRU�GRLV�PRWLYRV��(P�SULPHLUR�OXJDU��DSyV�D�µUHIRUPD� WUDEDOKLVWD¶�� RV� VHUYLoRV� FRQWUDWDGRV� QmR�PDLV� QHFHVVLWDP� VHU� GHWHUPLQDGRV� H� específicos. Veja como era a redação anterior do dispositivo legal correlato: Lei 6.019, art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Em segundo, é permitida a subcontratação para outras empresas: Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. Quanto à letra (D), reparem que o erro é bastante sutil: a partir do dispositivo abaixo, o examinador WURFRX�R�³SRGHUi´�SRU�³GHYHUi´: Art. 5º-A, § 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. Além disso, em relação ao que dispõe o art. 4º-C da Lei 6.019, notem que a obrigação de estender tais facilidades (atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados) ao trabalhador terceirizado surge apenas quando e enquanto a prestação ocorrer nas dependências da tomadora dos serviços: Lei 6.019, art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4º-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições: I - relativas a: a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; (..) c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; (..) Atenção! Esta obrigação surge quando a prestação se dá nas dependências da contratante. Não sendo este o caso, aplica-se a regra do art. 5º-A, § 4o, que prevê tal extensão como faculdade do tomador dos serviços. Sintetizando a comparação entre a igualdade de direitos com o empregado próprio, temos o seguinte quadro: 07373853757 - concjecrim Prof.Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr A letra (E), incorreta, pois o detalhamento do serviço a ser prestado é elemento obrigatório do contrato de prestação de serviços: Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: I - qualificação das partes; II - especificação do serviço a ser prestado; III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; IV - valor. 3. FCC/TRT24 ± Analista Judiciário ± Área Judiciária ± 2017 (adaptada) A empresa Ajax Produções contratou os serviços de dois operadores de som para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente, optando pelo regime de trabalho temporário. Conforme legislação que regula o trabalho temporário, (A) o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de um ano, sujeito a apenas uma prorrogação por igual período. (B) fica assegurada ao trabalhador temporário remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional. (C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver obrigatoriamente contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal. (D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens. (E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2% sobre o valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos em Lei. Comentários Gabarito (B). Trata-VH�GH�XP�GLUHLWR�SUHYLVWR�QR�DUW������µD¶��GD�/HL������������ �FKDPDGR�SRU�DOJXQV�GH�µUHPXQHUDomR�HTXLWDWLYD¶�� Lei 6.019/1974, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; A letra (A), incorreta, já que o prazo máximo, após a mudança ocorrida com a Lei 13.429/2017, é de 180 dias, prorrogáveis por mais 90 (consecutivos ou não): Lei 6.019/1974, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. § 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. A letra (C), incorreta, pois devem ser por escrito ambos os contratos celebrados pela ETT. Ou seja, tanto o contrato da ETT com a tomadora, quanto o contrato da ETT com o trabalhador temporário, devem ser por escrito: Lei 6.019/1974, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá: (..) Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei. A letra (D), incorreta, já que, no caso de falência da ETT, o tomador dos serviços é responsável solidário: Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei. Por fim, a letra (E), incorreta, já que a ETT é proibida de cobrar qualquer importância do trabalhador a título de mediação: Lei 6.019/1974, art. 18 - É vedado à empresa do trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em Lei. 4. FCC/TRT20 ± Oficial de Justiça Avaliador ± 2016 (adaptada) A empresa Beta & Gama Construções S/A celebrou contrato escrito com a empresa Potencial Humano Mão de Obra, onde constou expressamente o motivo justificador da demanda, ou seja, atender a uma demanda 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr complementar de serviços, para cobrir reparos emergenciais em hidroelétrica com ruptura parcial de barreira, com duração de 180 dias. Essa situação caracteriza (A) contrato de trabalho avulso. (B) terceirização ilícita de atividade fim. (C) prestação de serviços de trabalho autônomo de natureza civil. (D) contrato de trabalho temporário. (E) contrato de trabalho na modalidade experiência. Comentários Gabarito (D). A descrição da contratação se amolda à hipótese que autoriza a contratação de trabalhador temporário, com base na Lei 6.019/74, art. 2º: Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. 5. FCC/TRT20 ± Analista Judiciário ± Área Judiciária ± 2016 (adaptada) A empresa Olimpos Metalúrgica decidiu terceirizar o setor de limpeza contratando os serviços de Atlas Limpadora que forneceu três faxineiras por um período de 10 meses. Após o término do contrato entre as empresas, as três faxineiras foram dispensadas pela empresa Atlas Limpadora, sem receber qualquer indenização rescisória, com 2 meses de salários em atraso e ausência do recolhimento do FGTS do período. Nessa situação, conforme prevê a lei de terceirização, sobre a responsabilidade da empresa Olimpos em relação aos direitos das faxineiras, pode-se afirmar que (A) não haverá qualquer responsabilidade porque não eram empregadas da empresa Olimpos e a terceirização foi regular porque não era objeto de atividade-fim da tomadora. (B) a responsabilidade será direta e exclusiva, com a formação do vínculo de emprego com a empresa Olimpos, porque a terceirização foi irregular. (C) a responsabilidade será subsidiária em razão de terceirização regular, alcançando todos os direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período. (D) a responsabilidade será solidária em razão de terceirização irregular, alcançando todos os direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr (E) a empresa Olimpos responderá de forma subsidiária porque a terceirização foi regular, mas fica restrita apenas a indenização rescisória em razão do rompimentocontratual, porque os salários e o FGTS são de responsabilidade exclusiva da empregadora. Comentários Gabarito (C). A lei deixa clara a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações trabalhistas em uma terceirização: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199128. 6. CESPE/CAIXA ± Advogado ± 2010 (Adaptada) O terceirizado é o trabalhador que presta serviço a uma empresa denominada contratante, possuindo subordinação direta na prestação do serviço, estando ausente, no entanto, a pessoalidade. Comentários: Alternativa incorreta. O terceirizado não pode estar subordinado à empresa contratante. Quem dirige a prestação dos serviços é a empresa prestadora dos serviços (EPS): Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. Portanto, o trabalhador terceirizado (diferentemente do trabalhador temporário) não se subordina diretamente à contratante. 7. Daud/2017 A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos serviços subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada 'quarteirização'. 28 Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Comentários: Gabarito (C), conforme dispõe a Lei 6.019, art. 4º-A, §1º, em sua parte final, transcrito acima. A respeito do uso da WHUPLQRORJLD�µTXDUWHLUL]DomR¶��WRPDPRV�SRU�EDVH�D�FRUUHQWH� retratada no seguinte excerto: QUARTEIRIZAÇÃO. TOMADOR DE SERVIÇOS INTEGRANTE DA INICIATIVA PRIVADA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. DECISÃO EM CONFORMIDADE COM A SÚMULA Nº 331, IV, DO C. TST. ÓBICES DO ART. 896, § 7º, DA CLT E SÚMULA Nº 333 DO C. TST. Assentou o E. Regional que a Reclamada RBS terceirizou à empresa Pack Four a entrega de seus jornais, a qual, por sua vez, terceirizou o serviço ao Reclamado Wilson Sadzinski - ME, empregador do Reclamante. Assim, o fenômeno havido no caso dos autos é aquele que a doutrina e a jurisprudência denominam como "quarteirização", (..) AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Relatora Desembargadora Convocada: Jane Granzoto Torres da Silva, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 5/12/2014) 8. Daud/2017 A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a responsabilidade por garantir condições de trabalho seguras aos seus trabalhadores, inclusive quando o trabalho for realizado em outras dependências. Comentários: Gabarito (E), já que é da contratante (tomadora dos serviços) a responsabilidade por garantir um ambiente de trabalho seguro também para os terceirizados que lhe prestarem serviços: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato. 9. Daud/2017 A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços, celebrado entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença prescinde da especificação do serviço a ser prestado. Comentários: 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Gabarito (E), já que tal informação é imprescindível ao contrato de prestação de serviços, segundo disposto na Lei 6.019/1974: Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: I - qualificação das partes; II - especificação do serviço a ser prestado; III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; IV - valor. 10. Daud/2017 A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural. Comentários: Gabarito (E), já que não mais consta tal restrição à sua utilização no meio urbano. Segue abaixo a definição anterior de ETT (já revogada), que fazia menção à prestação urbana: Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. 11. Daud/2017 A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a contratação de trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o movimento paredista descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo. Comentários: Gabarito (E), já que, excepcionalmente, a lei autoriza a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas, mas isto se dá apenas nos casos previstos na lei de greve29, como no caso de greve considerada abusiva: 29 Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento. Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo. Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. 07373853757 - concjecrim Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 52 DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Lei 6.019/74, art. 2º, § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei. 12. Daud/2017 O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato temporário, o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora. Comentários: Gabarito (E), Mi�TXH�D�³TXDUHQWHQD´�p�GH����GLDV�� Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior. 13. Daud/2017 A Empresa de Trabalho Temporário deve
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