Resolução da Peça Aula de Treinamento IV

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Peça Prático-Profissional 
 Nos autos do processo nº 12345.789, que tramitava perante a 23ª 
Vara do Trabalho de Gramado-RS, e que se encontra na fase de 
execução, o Hospital Saúde, entidade filantrópica, recebeu citação de 
uma execução movida pela ex-empregada Marinete, que está 
devidamente representada por advogado particular. 
Analisando os autos constata-se que após a prolação da sentença, 
não foram apresentados recurso, sendo o feito encaminhado para a 
liquidação, momento em que a reclamada apresentou impugnação aos 
cálculos apresentados pela reclamante, sustentando que não poderiam 
ser incluídos valores de pedidos que não constaram da sentença, 
especialmente o pagamento em dobro de décimo terceiro salário, bem 
como que a correção monetária da indenização por dano moral não 
poderia ser corrigida considerando a data do ajuizamento da ação. 
Em sentença de liquidação o juiz homologou os cálculos de 
liquidação da reclamante, no valor de R$123.000,00 (cento e vinte e três 
mil reais). 
Após 6 meses, o juiz iniciou a execução de ofício, determinando a 
citação da executada para pagamento sob pena de penhora de bens. 
Sendo, 48h após o recebimento da citação, realizada penhora online 
da quantia de R$40.000,00 (quarenta mil reais), que havia sido recebida 
pelo Hospital Saúde do Sistema Único de Saúde para custeio dos 
atendimentos de pacientes, conforme comprovantes entregues ao 
advogado. 
Como advogado da executada, elabore a medida judicial cabível em 
defesa dos interesses de seu cliente. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que 
possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção 
ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Nos casos em 
que a lei exigir liquidação de valores, não será necessário que o 
 
examinando a apresente, admitindo-se que o escritório possui setor 
próprio ou contratado especificamente para tal fim. 
 
 
AO JUÍZO DA 23ª VARA DO TRABALHO DE GRAMADO-RS 
 
Processo 12345.789 
 
HOSPITAL SAÚDE, qualificação completa..., endereço completo..., 
OU CNPJ …, estabelecida na Rua ..., nº..., bairro...., Cidade, CEP..., vem 
perante esse juízo, por seu advogado, com fundamento no art. 884 da 
CLT, opor 
 
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
Em face de MARINETE, qualificação completa..., endereço 
completo..., pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 
 
DOS FATOS 
A embargante está sendo executada nos autos em razão de uma 
dívida de R$ 123.000,00 (cento e vinte e três mil reais), sendo que 48h 
após o recebimento da citação executória, foi realizada penhora online 
de suas contas, atingindo a quantia de R$40.000,00 (quarenta mil reais). 
 
DO CABIMENTO E ADMISSIBILIDADE DOS PRESENTES 
EMBARGOS 
Os presentes embargos estão sendo opostos no prazo de 5 dias da 
citação, não sendo necessária a garantia do juízo para a apresentação 
da medida pela executada por ser uma entidade filantrópica, conforme 
art. 884, §6º da CLT. 
 
NULIDADE – EXECUÇÃO DE OFÍCIO 
Após 6 meses da liquidação, o juiz iniciou a execução de ofício, 
determinando a citação da executada para pagamento sob pena de 
penhora de bens. Porém, a execução não poderia ter sido iniciada de 
 
ofício, pois as partes estão devidamente representadas por advogado, 
conforme o art. 878 da CLT. Assim, requer seja declarada a nulidade da 
execução com consequente extinção. 
 
PAGAMENTO EM DOBRO DO DÉCIMO TERCEIRO 
Durante a liquidação, em sua impugnação a embargante sustentou 
que não poderiam ser incluídos valores de pedidos que não constaram 
da sentença, especialmente o pagamento em dobro de décimo terceiro 
salário, porém, a decisão homologou o cálculo da reclamante. Mas, não 
tendo constado da sentença, tal pagamento não poderia ter sido incluído 
nos cálculos de liquidação, conforme art. 879, §1º da CLT. Ademais, não 
existe previsão legal para pagamento em dobro do décimo terceiro 
salário. 
Diante do exposto, requer sejam corrigidos os cálculos. 
 
CORREÇÃO MONETÁRIA – INDENIZAÇÃO DANO MORAL 
Também foi alegado na impugnação que a correção monetária da 
indenização por dano moral não poderia ser corrigida considerando a 
data do ajuizamento, mesmo assim o juiz homologou os cálculos da 
reclamante. Contudo, a indenização por dano moral deve ser corrigida 
considerando a dada do arbitramento, conforme Súmula 439 do TST. 
Diante do exposto, requer sejam corrigidos os cálculos. 
 
IMPENHORABILIDADE 
Após 48h do recebimento da citação, foi realizada penhora online da 
quantia de R$40.000,00 (quarenta mil reais), que havia sido recebida 
pela embargante do Sistema Único de Saúde para custeio dos 
atendimentos de pacientes. Ocorre que, os valores são impenhoráveis 
pois recebido do poder público para aplicação na saúde, conforme art. 
833, IX do CPC. Diante do exposto, requer a imediata liberação do valor. 
 
DOS HONORÁRIOS 
Requer a condenação da embargada ao pagamento de honorários 
advocatícios de sucumbência, conforme art. 791-A da CLT. 
 
DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto requer: 
A. a citação/notificação da embargada para responder aos 
presentes embargos; 
B. a procedência dos embargos nos termos da fundamentação; 
C. a produção de todas as provas em direito admitidas; 
D. a condenação da embargada nos honorários de sucumbência; 
 
Nestes Termos, Pede Deferimento. 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
QUESTÃO 1 
Maxiandro é um empregado que trabalha em regime de tempo parcial na 
empresa Multimar LTDA. Ele foi contratado para trabalhar 30 horas 
semanais, fazendo em média 4 horas extras por semana na empresa. 
Segundo a situação, analise e responda: 
a) Se a contratação está de acordo com a atual legislação trabalhista? 
(0,65) 
b) É possível que o empregado em regime de tempo parcial venda as 
suas férias? (0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera 
citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
RESOLUÇÃO 
a) Não está de acordo, vez que a contração não está dentro do disposto 
no art. 58-A, caput da CLT, visto que o empregado em regime de tempo parcial 
com 30 horas semanais não pode realizar hora extras. 
 
b) Sim, ele poderá vender suas férias, pois de acordo com o art. 58-A, §6º 
da CLT é possível que o empregado em regime de tempo parcial venda um 
terço do seu período de férias. 
 
 
QUESTÃO 2 
Em um processo trabalhista o juiz arbitrou honorários de sucumbência na 
importância de 20% sobre o valor da condenação, bem como condenou a 
empresa que perdeu o processo em custas processuais na importância de 5% 
sobre o valor da condenação. 
a) Analise se está correto o valor atribuído a título de honorários de 
sucumbência? (0,60) 
b) Analise se está correto o valor atribuído a empresa a título de custas 
processuais? (0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação 
do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
RESOLUÇÃO 
a) Não está correto o valor atribuído, visto que o art. 791-A da CLT é claro 
no sentido que os honorários deverão ser na importância de 5% a 15% sobre 
o valor da condenação. 
 
b) Não está correto o valor atribuído as custas, visto que o art. 789 da CLT 
é claro no sentido que as custas são na importância de 2% sobre o valor da 
condenação. 
 
 
QUESTÃO 3 
Em um processo trabalhista, o advogado com intenção de 
prequestionamento de uma matéria para possibilitar a interposição de recurso 
de revista ao TST, protocola embargos de declaração com esse objetivo 
específico. Diante disso, entendeu o juízo ser protelatório os embargos e 
aplicou multa à parte. Responda: 
a) Está correto o entendimento do juízo? Justifique (0,60) 
b) Qual o prazo para interposição de embargos de declaração? (0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação 
do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
RESOLUÇÃO 
a) Não está correto,pois os embargos de declaração manifestados com 
notório propósito de prequestionamento não têm caráter protelatório, conforme 
Súmula nº 98 do STJ. 
 
b) O prazo previsto na CLT, para a interposição dos embargos de 
declaração, é de 5 dias, conforme estabelece o art. 897-A, caput da CLT. 
 
 
QUESTÃO 4 
Uma faculdade do centro do país, tentando atrair mais alunos em seus 
cursos de graduação, adotou aulas em seus cursos concentrando-as nos finais 
de semana, bem como para reduzir o custo da mensalidade, deixou de pagar 
o salário dos professores no período das férias escolares, visto que nesse 
período os professores não estariam lecionando. Responda: 
a) De acordo com a legislação brasileira, é possível o trabalho de 
professores conforme estabelecido pela faculdade? Justifique sua resposta. 
(0,60) 
b) Está correta a atitude da empresa, em não pagar os salários dos 
professores durante as férias escolares da instituição? Justifique sua resposta. 
(0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação 
do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
RESOLUÇÃO 
a) Não é possível, visto que é proibido o trabalho de professores aos 
domingos, conforme art. 319 da CLT. 
 
b) Não está correto, pois é garantido ao professor o pagamento dos seus 
salários durante o período de recesso da instituição de ensino, conforme art. 
322, caput da CLT.