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RECURSO ESPECIAL SEÇÃO 4 PENAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - SP
RECURSO ESPECIAL
AUTOS nº XXXX	
RECORRENTE: PATRÍCIA GOULART DE BRAGANÇA E JUNQUEIRA	
PATRÍCIA GOULART DE BRAGANÇA E JUNQUEIRA,  já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado e procurador, que a esta subscreve, com endereço profissional em XXX, inconformada com o r. Acórdão que negou provimento ao recurso de Embargos, vem perante V. Exa., interpor o presente RECURSO ESPECIAL, o que faz com fundamento no art. 105, III, alíneas “a” e “c”, da Constituição Federal e do art. 1029 do NCPC/2015, requerendo seja o mesmo recebido, processado e admitido, determinando-se sua remessa ao Colendo Superior Tribunal de Justiça para apreciação e julgamento.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
São Paulo, 16 de Junho de 2017
ADVOGADO
OAB XXXX
RECURSO ESPECIAL
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RECORRENTE : PATRÍCIA GOULART DE BRAGANÇA E JUNQUEIRA,
RECORRIDA: KAMYLLA PROENÇA DE ALBUQUERQUE
RECURSO ESPECIAL
Colenda Turma,
Eméritos Ministros:
“Permissa maxima venia” o v. Acórdão recorrido merece integral reforma, eis que infringiu vários dispositivos de leis federais, divergindo também de decisões de outros tribunais pátrios e, inclusive do presente E. Tribunal, conforme a seguir será demonstrado.
I – RAZÕES RECURSAIS:
I. A) Do Cabimento do Recurso Especial:
Da análise dos autos restaram as seguintes conclusões: 1. O acórdão recorrido foi julgado perante a 2º Câmara Criminal do Estado de São Paulo; 2. O acórdão caminhou, data vênia, em sentido contrário à lei federal, lhe afrontando, contradizendo e negando-lhe vigência; 3. Há dissídio jurisprudencial quanto à questão suscitada no feito.
Isto posto, à luz do art. 105, III, alíneas a e c da Constituição Federal, e, também, do art. 1029,  do NCPC/2015, é cabível o presente RECURSO ESPECIAL como meio de alcançar o fim desejado, qual seja, a reforma do acórdão para determinar a nulidade da sentença de primeiro grau.
I. B) Da Tempestividade:
Assim, por força do art. 1003, §5º do NCPC c/c art. 798 do CPP, deve ser interposto no prazo de 15 (quinze) dias corridos, contados a partir da publicação do acórdão, que foi no dia 2 de Junho de 2017 tendo sido o recorrente intimado da mesma nesta data, reconhecidamente o recurso é tempestivo e merece acolhimento.
I. C) Da Síntese dos Fatos:
Nos termos do acórdão proferido pela 2ª Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo, foi rejeitado o recurso proposto pela requerente, publicado em 02 de Junho de 2017, assim lavrado:
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – AUSÊNCIA DE CONTRADIÇÃO QUANTO AO NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO POR FALTA DE PREPARO - O cumprimento da obrigação prevista no art. 806, §2º, CPP (preparo), deve se dar anteriormente à interposição do recurso, sob pena de deserção, conforme as disposições das normas processuais penais e cíveis aplicáveis ao caso – EMBARGOS NÃO ACOLHIDOS..
No entanto, verifica-se evidente e violação à dispositivo infraconstitucional ( §2º do art. 806, do CPP), além de divergência jurisprudencial entre o acórdão proferido pelo TJSP (que não conheceu do Recurso em Sentido Estrito, pela falta de preparo) e a jurisprudência do STJ. Assim, e diante de todo o exposto, viu-se a recorrente obrigada a interpor o presente Recurso Especial, tendo em vista tratar-se de questão de JUSTIÇA.
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Preliminarmente resta salientar o cabimento do presente Recurso Especial por contrariedade da Lei Federal, conforme exposto no artigo 105, da CF/88 e demonstrado a seguir: 
Dispõe o artigo 806 § 2º do CPP:
Art. 806.  Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas.
(...) § 2o  A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso interposto.
Ocorre que, como é possível verificar, ao contrário do alegado no Acórdão proferido, o supracitado dispositivo legal não exige o pagamento prévio das custas. Os julgadores, claramente, deram ao dispositivo legal uma interpretação incompatível com seu real conteúdo.
Isso porque, no processo penal, nos exatos termos do §2º, do art. 806, do CPP, a falta do pagamento das custas processuais pode ser verificada de 2 (duas) formas: i) pelo prazo fixado em lei ou ii) no prazo designado pelo juiz. Na hipótese dos autos (interposição de Recurso em Sentido Estrito), não há na legislação processual pátria (arts. 581 a 592 do Código de Processo Penal) qualquer determinação de prazo para recolhimento das custas Esse é, inclusive, o entendimento dos Tribunais Superiores:
PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS . 1. AÇÃO PENAL PRIVADA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA PEREMPÇÃO. AUSÊNCIA DE PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. TEMAS NÃO ANALISADOS NA ORIGEM. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 2. APELAÇÃO NÃO CONHECIDA. RECURSO CONSIDERADO DESERTO. AUSÊNCIA DE PREPARO. ART. 806, §2º, DO CPP. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PARA RECOLHIMENTO. PRECEDENTES DO STJ. 3. RECURSO CONHECIDO EM PARTE E, NESSA PARTE, PROVIDO. [...] 2. A Corte local denegou a ordem no prévio mandamus, por considerar correto o não conhecimento do recurso pela Turma Recursal, com fundamento no art. 806, §2º, do CPP. Porém, a jurisprudência do STJ pacificou o entendimento no sentido de que “a deserção do recurso em ação penal privada não decorre da mera ausência de recolhimento das custas devidas, devendo ser oportunizada ao recorrente a efetivação do preparo. Precedentes” (REsp 1416920/GO, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 05/05/2015, DJe 4/05/2015). Assim, tendo o recorrente recolhido o preparo após a intimação, inviável julgar deserto o recurso na hipótese dos autos. 3. Recurso em habeas corpus parcialmente conhecido, para, nesta parte, dar-lhe provimento, determinado o retorno dos autos à Turma Recursal, para julgamento do recurso interposto pelo querelado. (RHC. N. 74.327/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, Quinta Turma, DJe 10/2/2017 – grifo nosso).
Portanto, trata-se de decisão inegavelmente contraditória, haja vista que, ao discorrer em sua fundamentação, Vossa Excelência entendeu que o art. 806, §2º, do CPP, exige o pagamento prévio das custas, embora o próprio artigo afirme que não havendo prazo fixado em lei, deve ele ser fixado pelo juiz. Verifica-se, portanto contrariedade da Lei Federal, conforme exposto no artigo 105, III, a e C da CF/88 
O acórdão recorrido acatou sua decisão em jurisprudência divergente da decisão paradigma apresentada pela recorrente em sua apelação, o que enseja o recurso especial com base no art. 105, III, alínea c da Constituição Federal.
III – Dos Pedidos:
Como se vê todos os dispositivos de lei federal e decisão paradigma acima transcritos, resta cabalmente demonstrada a violação de dispositivos de lei federal e a divergência jurisprudencial acerca da interpretação dos dispositivos legais violados. FACE AO EXPOSTO, e tendo sido atendidos todos os requisitos de admissibilidade recursal, requer a recorrente:
a) seja recebido, processado e admitido o presente Recurso Especial;
b) seja intimada a recorrida, para, querendo, apresentar sua resposta, no prazo previsto em lei;
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
São Paulo, 16 de Junho de 2017
ADVOGADO
OAB XXXX
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