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] CURITIBA 2019 ALANA YAMANE CAROLINA OLIVEIRA FLAVIA ROBERTA GABRIELLE LUIZE BEAL LARESSA LIMA LETICIA FRAGA UNIVERSIDADE POSITIVO GADO DE LEITE, AMENDOIM FORRAGEIRO E BRACHIARIA BRIZANTA SUMÁRIO 1 CARACTERISTICAS DO TRATO GASTROINTESTINAL DE GADO DE LEITE . 6 1.1 Compartimentos digestivos dos bovinos ....................................................... 7 1.1.1 Retículo .................................................................................................. 7 1.1.2 Omasso ................................................................................................. 8 1.1.3 Abomaso ................................................................................................ 8 1.1.4 Rúmen ................................................................................................... 9 1.1.5 Intestinos ............................................................................................. 10 2 PRINCIPAL FINALIDADE .................................................................................. 12 3 NECESSIDADES ESPECÍFICAS DE VACAS LEITEIRAS ................................ 13 3.1 MATÉRIA SECA ......................................................................................... 13 3.2 DIETA OU RAÇÃO TOTAL (TMR) .............................................................. 14 3.3 ÁGUA .......................................................................................................... 15 3.4 CARBOIDRATOS ....................................................................................... 15 3.5 LIPÍDEOS OU GORDURAS ....................................................................... 16 3.6 PROTEÍNAS ............................................................................................... 16 3.7 MINERAIS ................................................................................................... 17 3.7.1 Fósforo ................................................................................................. 18 3.7.2 Cobre ................................................................................................... 18 3.7.3 Zinco .................................................................................................... 19 3.7.4 Selenio ................................................................................................. 19 3.7.5 Cobalto ................................................................................................ 20 3.8 VITAMINAS ................................................................................................. 20 3.8.1 Vitamina A (Retinol) ............................................................................. 20 3.8.2 Vitamina D (colecalciferol) ................................................................... 21 3.8.3 Vitamina E (tocoferol) .......................................................................... 21 3.8.4 Vitamina K (filoquinona) ....................................................................... 22 4 ESPÉCIE FORRAGEIRA ................................................................................... 23 4.1 PRODUÇÃO EM MASSA POR HECTARE E QUANTIDADE DE ANIMAIS23 4.2 Descrição Morfológica DO AMENDOIM FORRAGEIRO ............................. 24 4.3 Adaptabilidade edafoclimática .................................................................... 24 4.4 Estabelecimento e Capacidade de Consorciação ....................................... 25 4.5 Valor Nutritivo e Produção Animal .............................................................. 25 4.6 Plantio .................................................................................................... 26 5 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 27 1 CARACTERISTICAS DO TRATO GASTROINTESTINAL DE GADO DE LEITE Bovinos são classificados como herbívoros por ter uma dieta composta principalmente de matéria vegetal, esses animais são conhecidos pela frequente mastigação mesmo quando não estão comendo, essa atividade é chamada de ruminação. Esse processo digestório faz com que o animal consiga obter energia contida nas paredes celulares das plantas na forma de fibras. A fibra é uma estrutura que dá resistência e rigidez a planta, e essa fibra é digerida pela população de micróbios que vivem no retículo e no rúmen, permitindo que os ruminantes possam utilizá-la como energia. A ruminação (quebra de partículas) e a produção de saliva (regulação do pH) é composta de; redução do tamanho das fibras e expõe seus açúcares á fermentação microbiana; quando o animal rumina de 6 a 8 horas por dia ele produz cerca de 170 litros de saliva, contudo se a ruminação não for estimulada ela produz somente cerca de 40 litros; os tampões da saliva (BCO3 e PCO3) neutralizam os ácidos produzidos pela fermentação microbiana e mantém o pH ruminal levemente ácido o que favorece a digestão das fibras e o crescimento microbiano. As funções primárias do trato gastrintestinal são a digestão e a absorção de nutrientes essenciais para os processos metabólicos conversão alimentos em componentes químicos capazes de serem absorvidos para a corrente sanguínea, para o uso como nutrientes para uma variedade de necessidades como mantença corporal, crescimento, engorda, produção de leite e reprodução. O estômago de ruminantes tem quatro compartimentos: o rúmen, retículo, omaso e abomaso. Coletivamente, estes órgãos ocupam quase 3/4 da cavidade abdominal, enchendo virtualmente todo o lado esquerdo e estendendo significativamente ao lado direito. 1.1 COMPARTIMENTOS DIGESTIVOS DOS BOVINOS 1.1.1 Retículo O retículo relaciona-se com o diafragma e é unido ao rúmen por uma dobra de tecido, são os dois principais estômagos dos ruminantes. O retículo ocupa uma posição cranial e não completamente separado do rúmen. Logo, suas funções e motilidades estão muito ligadas às do rúmen. A abertura do esôfago no cárdia é comum ao retículo e ao rúmen. As paredes internas do retículo estão revestidas por uma membrana mucosa, disposta em inúmeras pregas (em forma de favos de mel). Os corpos estranhos ingeridos pelo bovino (arames, pregos e outros) ficam retidos nestas pregas e impedidos de passar para os demais compartimentos do trato digestivo posterior, com consequentes reticulites e pericardites, altamente indesejável para estes animais, que, não raramente, levam o animal à morte. Semelhante ao rúmen, o órgão não secreta nenhuma enzima. Apresenta um movimento constante, em sintonia com do rúmen. Do retículo, o alimento passa para o rúmen (alimento ainda não totalmente degradado/fermentado) ou para o omaso (alimento fermentado) e deste, para o trato digestivo posterior (abomaso e intestinos). O retículo é o principal órgão que participa do processo de ruminação, já que é o responsável pela contração que leva a regurgitação. O conteúdo alimentar no retículo se mistura com o do rúmem quase que continuamente, uma vez por minutos. Em muitos aspectos, o retículo pode ser considerado uma bolsa cranioventral do rúmen; a ingesta flui livremente entre estes dois órgãos. Epitélio estratificado, escamoso como achado no rúmen não é normalmente considerado um tipo de epitélio absortivo. Ambos os estômagos são chamados de retículo-rúmem, contém uma densa população de microorganismos. As partículas fibrosas permanecem no rúmen de 20 a 48 horas pois a fermentaçãodas fibras pelos microorganismos é um processo demorado. O retículo é uma “entrada de passagem” onde as partículas que entram e saem do rúmem são selecionadas. O interior do rúmen, retículo e omaso é exclusivamente coberto com epitélio estratificado escamoso, semelhante ao que é observado no esôfago. Cada um destes órgãos tem estrutura mucosa muito distinta, embora dentro de cada órgão, alguma variação regional em morfologia possa ser observada. A superfície interior do rúmen forma numerosas papilas que variam em forma e tamanho, desde pequenas e pontiagudas a longas e folhadas. O epitélio reticular é lançado em dobras que formam camadas poligonais que dão ao retículo, uma aparência de colmeia. A retenção de pertículas longas na forragem estimula a ruminação, a fermentação microbiana produz ácidos graxos voláteis como produtos finais da fermentação da celulose e outros açúcares e uma massa microbiana rica em proteína de alta qualidade. A absorção dos AGV ocorre através da parede ruminal. Os ácidos graxos voláteis são utilizados como fonte de energia para a vaca e também para a síntese da gordura do leite e do açucar. Produção e expulsão de aproximadamente 1000 litros de gases por dia. 1.1.2 Omasso O retículo é conectado ao esférico omaso por um túnel pequeno, o orifício retículo-omasal.O terceiro estômago ou omaso tem cerca de 10 litros de volume. É um órgão relativamente pequeno e com alta capacidade de absorção, ele também permite reciclagem da água e minerais como o sódio e o fósforo que retornam ao rúmen pela saliva. O processo digestivo do omaso funciona como um processo de transição entre estes dois órgãos, rúmem e omaso, contudo ele não é um órgão essencial. Dentro do omaso ocorrem dobras longitudinais largas que lembram as páginas de um livro (um termo comumente utilizado para o omaso é livro). As pregas omasais são acumuladas com ingesta finamente moída e representam aproximadamente um terço da área de superfície total dos pré-estômagos. A absorção de água, sódio, fósforo e ácidos graxos voláteis residuais são reciclados. 1.1.3 Abomaso O abomaso é o quarto estômago, glandular ou verdadeiro do ruminante. É parecido com o estômago de não ruminantes, o abomaso secreta um ácido forte (HCL) e também outras enzimas digestivas. Em não ruminantes, os alimentos ingeridos são digeridos inicialmente no abomaso. Porém o material que entra no estômago de um ruminante é feito principalmente de partículas alimentares não fermentadas, subprodutos da fermentação microbiana e micróbios que crescem no rúmen. Secreta enzimas digestivas, ácidos fortes e a digestão de alimentos não fermentados no rúmen e proteínas bacterianas produzidas no rúmen são digeridas acidamente 1.1.4 Rúmen É o maior dos quatro pré-estômagos. Localiza e preenche quase todo o lado esquerdo da cavidade abdominal. Ele é dividido em quatro áreas ou sacos por estruturas musculares chamadas de pilares ruminais. Há um saco dorsal, um ventral e dois sacos posteriores. Os pilares movem o alimento pelo rúmen em sentido rotatório, misturando o conteúdo sólido com o conteúdo líquido. O rúmen, o maior dos pré-estômagos, é propriamente saculado por colunas musculares que são chamadas saco dorsal, ventral, caudodorsal e caudoventral, e contém cerca de 100 a 120kg de material vegetal sob processo digestivo.Papilas ruminais são muito ricamente vascularizadas e os ácidos graxos voláteis abundantes produzidos por fermentação são prontamente absorvidos através do epitélio. Sangue venoso dos pré-estômagos, como também do abomaso, leva estes nutrientes absorvidos até a veia porta. Ultrapassando estes compartimentos, a digesta chega ao intestino delgado e ao intestino grosso. O rúmen fornece o ambiente propício e fonte alimentar para o crescimento e reprodução dos micróbios. A ausência de ar oxigênio no rúmen favorece o crescimento de algumas bactérias em partículas e algumas delas conseguem degradar a parede celular das plantas em simples açúcares. Os micróbios fermentam a glucose para obter energia para crescer e durante o processo de fermentação eles produzem ácidos graxos voláteis. Esses ácidos atravessam a parede ruminal os quais são as principais fontes de energia. O órgão movimenta-se continuamente, a um ritmo de um a três movimentos por minuto, proporcionando uma divisão física (conhecida pelo nome de estratificação da digesta) e mistura das forragens e outras partículas ingeridas aos líquidos. Os alimentos que chegam ao rúmen pela deglutição são digeridos ou degradados por processos fermentativos realizados pelos microrganismos que vivem dentro do órgão: bactérias, protozoários e fungos. A digestão ou fermentação é garantida por enzimas produzidas por estes microrganismos, enzimas estas que não são secretadas, mas ficam aderidas a parede celular. Tanto o rúmen quanto o retículo (e também o omaso), fornecem condições ideais para a colonização e crescimento destes microrganismos, que são os maiores responsáveis pelos processos digestivos dos ruminantes. 1.1.5 Intestinos Os intestinos são divididos em duas porções, as quais sofrem, ainda, subdivisões: ● Intestino Delgado: duodeno (porção ativa de digestão e absorção), jejuno (porção para absorção) e íleo (porção para absorção e reabsorção); ● Intestino Grosso: ceco (saco cego), colo (parte mais volumosa do intestino grosso) e reto (termina no ânus). As alças intestinais ocupam os dois terços posteriores do lado direito do abdômen. O rúmen cheio desloca as alças intestinais para a direita da linha média. A digestão enzimática, que se iniciou no abomaso com a quimosina (bezerro) ou a pepsina (bovino adulto), é completada no intestino delgado com a participação das enzimas pancreáticas (tripsina, quimiotripsina, amilase pancreática, lipase) e de outras enzimas intestinais (lactase, maltase, sacarase, dissacaridases e outras). Portanto, é no intestino delgado (especialmente no duodeno e jejuno) onde ocorre a maior parte da digestão e absorção dos nutrientes (proteínas, lipídios, minerais e vitaminas), ao passo que a maior parte dos carboidratos já foi fermentada no rúmen. As paredes internas (mucosas) do intestino delgado são revestidas por inúmeras projeções papilares chamadas vilos ou vilosidades, que servem para aumentar a superfície de absorção destes nutrientes. A digestão enzimática desenvolve-se nas primeiras semanas de vida do bezerro, quando começa a ingerir nutrientes que exigem clivagem: dissacarídeos, amido e lipídeos. Há a secreção de enzimas digestivas produzidas pelo intestino delgado, fígado e pâncreas, digestão de enzimas de carboidratos, proteinas e lipideos. E há a absorção de água, minerais e produtos da digestã: glicose, aminoácidos e ácidos graxos No intestino grosso, o processo de decomposição, síntese e conversão são mediadas por enzimas bacterianas. É justamente neste órgão que a maior parte da água ingerida será absorvida. Existe no intestino grosso, uma população microbiana semelhante à do rúmen, mas bem menor em número. Estes microrganismos fermentam o pouco substrato que lá chega, da mesma forma que os do rúmen, produzindo ácidos graxos voláteis e proteínas microbianas. Ocorre também certa digestão da celulose, pelas enzimas destes mesmos microrganismos. As vitaminas B e K, assim como no rúmen, também são sintetizadas neste órgão. Existe absorção destes nutrientes produzidos no intestino grosso, mas ela é bastante limitada. No intestino grosso e no ceco, onde há fermentação, há uma pequena população microbiana que fermenta os produtos da digestão que não foram absorvidos. Absorção de água e formação das fezes2 PRINCIPAL FINALIDADE A criação de bovinos tem várias finalidades. Hoje esses animais têm principal utilização para produção de carne, leite, couro e outras matérias primas, mas já teve maior utilização como entretenimento e como força de tração. A produção leiteira mundial possui grande destaque na cultura destes animais, pois é uma de suas principais finalidades e movimenta um grande mercado de consumo em diversas regiões do mundo. A década de 80 foi extremamente importante para a produção leiteira no Brasil, houve um grande melhoramento qualitativo. Um grande diferencial foi a adoção de tecnologias pelos produtores principalmente nos quesitos de alimentação, genética, manejo e saúde animal. Hoje ainda há muito potencial produtivo ainda não conquistado no Brasil, mas com o estudo e melhoramento de técnicas a tendência é o crescimento desta área. Sendo assim, a bovinocultura precisa de muitos investimentos nas suas pastagens, como pelo melhoramento de capins selecionados melhorando a qualidade e disponibilidade da alimentação, na suplementação, seleção genética para obtenção de maior produtividade, desempenho, qualidade e adaptabilidade, além de melhoramento em manejo e sanidade animal. O grande foco desses animais é a maior produtividade, desempenho, aproveitamento e lucratividade visando melhorar quantitativa e qualitativamente a quantidade de leite tanto para consumo interno quanto para exportação. 3 NECESSIDADES ESPECÍFICAS DE VACAS LEITEIRAS As necessidades dos bovinos leiteiros em energia e nutrientes dá-se em relação ao nível de produção desejado, condições fisiológicas e ambiente em que está inserido. A regulação fisiológica da ingestão de alimentos é realizada no hipotálamo, onde se localizam os centros da fome e da saciedade, que se complementam e respondem a sinais recebidos do trato digestivo e da circulação. Deve-se incorporar na alimentação destes animais alimentos volumosos (aquosos ou secos), concentrados (energéticos e proteicos) e suplementos vitamínicos e minerais. Os bovinos leiteiros adultos se alimentam principalmente de matéria seca, sendo que lhes falta suplementação que deve ser oferecida em alimentos concentrados para complementar e suprir as necessidades nutritivas do animal. 3.1 MATÉRIA SECA Quanto à matéria seca, há diferenças entre os animais criados em confinamento e os criados à pasto livre. Com os animais em confinamento há maior controle do que se é ingerido, pois pode-se calcular com base na quantidade oferecida. No caso de animais à pasto, os animais possuem menor controle pois além de a quantidade não ser controlada, não há como prever as variações de condição das pastagens, se estarão disponíveis igualmente em todos os dias, entre outras variáveis em que o animal pode ingerir uma quantidade maior do que seria adequada, por isso deve-se ter profissionais capacitados que estudem a área da nutrição que possuam a capacidade de estimar a quantidade e qualidade, ter o maior controle possível sobre essas pastagens através de fórmulas que sejam disponíveis à todos que participam do processo, além de controle de qualidade das pastagens disponíveis. Também deve-se levar em conta o tipo das forragens, sua composição e sua qualidade e disponibilidade em diferentes fases do ano. Uma boa opção é oferecer às vacas leiteiras a alimentação durante a ordenha, pois ela pode comer com tranquilidade e há certo controle sobre a matéria ingerida. A quantidade de nutrientes na ração e suplementação que é necessária para suprir a alimentação exigida por estes animais e seus custos está intimamente ligada à quantidade e composição de volumosos. Para se fazer a suplementação também é necessário que se mensure a relação entre a alimentação e a absorção no organismo, para obter resultados mais exatos a respeito da quantidade necessária a cada animal. 3.2 DIETA OU RAÇÃO TOTAL (TMR) A chamada dieta ou ração total (TMR, do inglês “Total Mixed Rations”) é um tipo de ração em que concentrado e forragem (geralmente silagem e, algumas vezes, também o feno) são misturados juntos e ofertados como alimento completo. O uso da dieta total permite à vaca consumir pequenas quantidades de uma refeição balanceada com mais frequência durante o dia, fornecendo um suprimento mais constante de nutrientes para os microrganismos ruminais, gerando maior bem estar que pode intervir diretamente em sua qualidade de produção, além disso animais que tiveram sua frequência alimentar aumentada apresentam aumento de produtividade individual em leite, assim como o percentual de gordura encontrada nestes, maior estabilidade do pH ruminal e eficiência de utilização da energia e proteína disponível no retículo-rúmen; há melhor controle do valor nutricional da dieta total, podendo ser formulada para completar as exigências de vacas para todos os nutrientes; uma larga variedade de alimentos pode ser utilizada nas dietas totais. Alimentos menos palatáveis podem ser diluídos e não ser selecionados pelos animais. As desvantagens são: em relação às vacas que não atingem os maiores índices de desempenho e possuem baixo potencial genético, estas acabam por ganhar peso, por isto deve-se haver uma seleção destes animais para o método; o custo é alto e é necessário analisar o porte da propriedade e rebanho para saber se realmente é viável; são necessárias separações por grupos (estágio de lactação, peso corporal, condições fisiológicas e produção leiteira); é mais adequado utilizar silagens que pastagens soltas tradicionais. 3.3 ÁGUA Os animais adquirem água por meio da ingestão de alimentos, de água voluntariamente e da água resultante do metabolismo dos tecidos corporais. Entretanto, as exigências de água referem-se à água dos alimentos e à água consumida em espécie. Restrição de água, seja por disponibilidade limitada ou por baixa qualidade, pode reduzir a ingestão de matéria seca. As vacas leiteiras consomem cerca de 30% das exigências diárias de água na primeira hora após deixarem a sala de ordenha. O consumo de água é influenciado pela natureza do alimento. Dessa forma, alimentos ricos em proteína e com elevados teores de sal estimulam maior consumo de água O estado fisiológico do animal interfere no seu consumo de água. Vacas em lactação ingerem maior quantidade de água para a produção de leite, que possui 87% de água 18 em sua composição. Vacas em lactação devem ingerir 3 a 4kg de água por kg de leite produzido. O consumo de água também aumenta com o decorrer da gestação em ovelhas. Além disso, admite-se que, nos últimos quatro meses de gestação de vacas, o consumo de água é cerca de 50% maior que o de adultos não gestantes. Outros fatores relacionados ao crescimento, mantença e engorda também influem sobre a quantidade de água ingerida pelos animais. 3.4 CARBOIDRATOS Os carboidratos têm sido maior fonte de energia para os microorganismos do retículo-rúmen, que contam com a proporção volumoso:concentrado para adquirir carboidratos tanto estruturais quanto não estruturais de forma equilibrada para que o animal tenha suprimento contínuo de carboidratos fermentáveis após a ingesta. Vacas de alta produção possuem dietas ricas em amido, os cereais consumidos por vacas de alta produção possuem de 60-80% de amido que é a fonte primária destas dietas. Estes amidos e os açúcares fermentam rapidamente e fornecem a energia necessária para fermentação logo após sua ingestão, porém deve-se ter um controle da quantidade ingerida, pois com a fermentação rápida pode haver excessiva acidose ruminal. Já as forragens possuem degradaçãomais lenta e não contribuem para a acidose. Por ter lenta taxa de fermentação e limitar a ingestão de matéria seca, a proporção exagerada desta fonte alimentar pode limitar a disponibilidade de energia para o crescimento dos microorganismos. 3.5 LIPÍDEOS OU GORDURAS Nem sempre há a quantidade ideal de alimentos fermentáveis, devido às condições ambientais, qualidade da forragem e dos grãos, e mesmo quando há, a disponibilidade de energia para a vaca de leite pode ser um limitante na produção. A gordura se torna uma boa alternativa como fonte de energia. O cuidado deve ser apenas quanto ao tipo de gordura fornecida, pois a gordura insaturada (vegetal) produz efeitos negativos na função retículo-ruminal, diminuindo a fermentação. Deve- se fornecer uma mistura das gorduras tanto saturadas quanto insaturadas para atingir equilíbrio. A quantidade de lipídeos fica em torno dos 6%, porém atualmente há requisição maior de energia o que levou os nutricionistas a elaborarem dietas com até 8%. Lipídeos em excesso podem causar efeitos deletérios nos processos fermentativos, diminuição no consumo de matéria seca e na degradabilidade de alguns nutrientes, especialmente de fibras. Caroço de algodão, a soja grão e a semente de girassol são as oleaginosas mais utilizadas como fonte de gordura adicional. Os lipídeos também influenciam na degradação da fibra, alguns fatores diminuem esta degradação, como formação de barreira física, que evita ataque microbiano, inibição da atividade dos microorganismos, modificação da população microbiana e diminuição de alguns íons, pois animais que consomem crescentes quantias de gordura há diminuição de pH e redução nas concentrações de cátions, por este motivo vacas que têm esta alimentação com gorduras necessitam de suplementação de minerais. 3.6 PROTEÍNAS A proteína bruta para bovinos leiteiros é calculada com base na concentração de nitrogênio, que por eles é ingerido principalmente por origem vegetal, principalmente de pastagens de matéria seca. Há quatro principais classes de proteínas presentes nas sementes das plantas: albumina, globulinas, prolaminas e glutelinas. Além das classes as proteínas são avaliadas de acordo com sua solubilidade física e degradação no rúmen. A proteína dietética entra no retículo-rúmen é parcialmente degradada pelas Proteases e Peptidases bacterianas, a forma em que o nitrogênio ruminal se encontra está primeiro na forma de peptídeos e aminoácidos, que desempenham funções de menor importância na nutrição animal, e finalmente em amônia (NH3), o que resulta em menor crescimento microbiano e gera como consequência diminuição na digestão da parede celular e no consumo. Após as fontes energéticas, é o componente mais importante e necessário para o organismo dos ruminantes e suas funções metabólicas. A ingestão de proteína bruta abaixo de 7% da matéria seca da dieta proporciona menor desempenho animal (Van Soest, 1994), porém maior ingestão de proteína bruta gera maior custo na dieta e maior excreção de ureia na urina com desperdício de proteína e energia. Deve-se elaborar uma dieta com base no desempenho esperado em conjunto com a avaliação de custos de acordo com os parâmetros da produção. 3.7 MINERAIS Os elementos minerais, embora estejam presentes no corpo animal em menor proporção do que outros nutrientes como proteína e gordura, desempenham funções vitais no organismo e níveis deficientes ou tóxicos acarretam alterações bioquímicas graves, levando o animal a apresentar desempenho produtivo e reprodutivo abaixo do seu potencial. Por estarem em rotas bioquímicas fundamentais podem potencializar a utilização da proteína e da energia da dieta, aumentando os índices produtivos. As principais fontes de minerais para ruminantes vem da forragem e concentrado, porém não é o suficiente para suprir suas exigências nutricionais, necessitando de suplementação. A suplementação pode ser feita por uso direto no concentrado, a fertilização das pastagens, pélete ou balas de minerais, injeções específicas de elementos minerais, administração via água de beber e a suplementação no cocho à vontade. Devido aos diferentes tipos de solo e às condições ambientais a variabilidade na concentração de minerais encontrados nas forrageiras é imensa, por exemplo, os solos tropicais possuem baixos níveis de P e altos níveis de Fe e Al em comparação a outros solos e para suplementar corretamente os animais que as consomem é necessário estudo das concentrações encontradas nas forrageiras. Os minerais desempenham três tipos de funções essenciais para o organismo dos animais. A primeira delas diz respeito a sua participação como componentes estruturais dos tecidos corporais, como: cálcio, fósforo, magnésio, flúor e silício nos ossos e dentes, e fósforo e enxofre nas proteínas musculares. Cerca de 99% do cálcio, 80% do fósforo e 70% do magnésio corporal estão presentes no esqueleto (AFRC, 1991; Coelho da Silva, 1995; NRC, 2000). Também atuam nos tecidos e fluidos corporais como eletrólitos para manutenção do equilíbrio ácido- básico, da pressão osmótica e da permeabilidade das membranas e irritabilidade de tecidos, como: sódio, potássio, cloro, cálcio e magnésio no sangue, fluido cerebroespinhal e suco gástrico. Por fim, funcionam como catalisadores enzimáticos e hormonais basicamente os microminerais. Mesmo que necessários em menor quantidade em relação aos outros elementos, estes minerais afetam diretamente a sanidade e consequentemente o desempenho destes animais. 3.7.1 Fósforo O fósforo é necessário para formação e manutenção de ossos e dentes, secreção de leite, manutenção do equilíbrio osmótico e ácido-básico do sangue e metabolismo de fontes de energia e proteína e sua deficiência pode gerar perda de peso e de apetite no animal, diminuição na produção de leite, raquitismo em animais jovens, em adultos osteomalacia, cios irregulares, redução da atividade do ovário e diminuição na taxa de concepção. 3.7.2 Cobre A deficiência mais preocupante logo após a de fósforo. O cobre está presente no sítio ativo de algumas enzimas que catalisam reações orgânicas oxidativas e têm influência na formação de ossos e tecidos conectivos, pigmentação de pelagem e formação da hemoglobina. A sua deficiência acarreta em falha na formação de colágeno, anemia, diminuição do crescimento do animal, ossos frágeis e osteoporose, despigmentação do pelo e pele, baixa imunidade, diarréia, diminuição da taxa reprodutiva, morte embrionária e aumento no índice de abortos. 3.7.3 Zinco Possui função no metabolismo de carboidratos, proteínas, lipídeos e ácidos nucleicos, pois compõe enzimas necessárias ao processo, o zinco também participa na produção, armazenagem e secreção de hormônios, bem como ativador de receptores e resposta de órgãos e é componente da timosina, um hormônio que regula a imunidade mediada pelas células. A falta deste mineral no organismo pode acarretar em diminuição de ingestão de alimentos, baixo crescimento, baixa conversão alimentar, paraqueratose da pele (os núcleos são retidos na camada córnea, onde ocorre um processo incompleto de queratinização das células do epitélio), queda de pelos, letargia, crescimento e desenvolvimentos retardados dos testículos, fraqueza, diminuição na imunidade e na taxa de concepção. 3.7.4 Selenio Possui capacidade de oxirredução que constitui a enzima glutationa- peroxidase, responsável pela eliminação de radicais livres (converte peróxido de hidrogênio em água e oxigênio). A deficiência do mineral leva ao acúmulo de peróxidos nas membranas celulares, o que levaa necrose, fibrose e por fim calcificação, principalmente nos músculos estriados esqueléticos e cardíacos. O animal pode apresentar distrofia muscular nutricional, sente fraqueza, falta de sustentação das pernas, tremores musculares, há crescimento retardado de animais jovens, nascimento de bezerros prematuros e fracos, ou natimortos, retenção de placenta, metrite, mastite, ovários císticos e edema de úbere. 3.7.5 Cobalto É necessário para os microorganismos do rúmen na reação do metabolismo do ácido propiônico, necessário para síntese de vitamina B12, vitamina que têm influência no metabolismo energético e sua deficiência impede a formação de hemoglobina, podendo ocasionar vários danos no sistema nervoso central. As alterações nos fluidos e tecidos por sua deficiência geram a diminuição na ingestão de alimentos, perda de peso anemia megaloblástica, degeneração gordurosa do fígado, diminuição de imunidade e fertilidade, aumento do número de abortos e bezerros nascidos fracos. 3.8 VITAMINAS Assim como os minerais, são exigidas em menores quantidades, porém desempenham funções fundamentais ao organismo dos animais como crescimento, fertilidade, sanidade e desempenho. 3.8.1 Vitamina A (Retinol) Da classe das lipoproteínas, é sintetizada a partir de β-caroteno encontrado em plantas em estado vegetativo, porém suas concentrações diminuem conforme o amadurecimento das plantas. O β-caroteno oxida facilmente, por isso forragens armazenadas possuem baixa concentração, já as silagens, fenos e pré-secados possuem maior concentração deste nutriente. A vitamina A está ligada à visão (produz rodopsina, responsável pela visão noturna), reprodução (moléculas oxidantes e antioxidantes atuam em diversas funções do trato reprodutor feminino), crescimento animal e fetal, imunidade e manutenção dos tecidos esqueléticos e epitelial. As vacas possuem um sistema antioxidante suficiente para se manter, porém em períodos de periparto as mudanças nos sistemas fisiológico e imunológico e a produção de radicais livres excede a quantidade de antioxidantes, assim a suplementação de β-caroteno auxilia no equilíbrio de radicais livres e o retinol formado estimula a secreção de progesterona. Vacas suplementadas pré e pós-parto também possuem maior fertilidade e produção de leite (Ondarza et al., 2009). 3.8.2 Vitamina D (colecalciferol) Estimula a produção de hormônio da paratireoide para aumento da reabsorção óssea e é responsável pelo equilíbrio de Cálcio e Fósforo por estimular a absorção destes no intestino. Pode ser absorvida através da dieta e convertida em hormônio no organismo ou sintetizada na pele de mamíferos quanto em contato com a luz solar. A hipocalcemia, comum em vacas leiteiras pós-parto, diminuem a imunidade deixando o organismo vulnerável à afecções como metrite, mastite, cetose, dificuldades no parto e deslocamento de abomaso. A suplementação pré-parto de vitamina D aumenta os índices reprodutivos e a concentração no colostro e leite, o que melhora a qualidade para o neonato. 3.8.3 Vitamina E (tocoferol) Composto antioxidante lipossolúvel com forma bioativa em α-tocoferol, principal forma encontrada nos alimentos para os animais. Possui função na manutenção de membranas, metabolismo do ácido araquidônico, imunidade e reprodução. A concentração em plantas novas é maior que em plantas maduras e quando cortadas e expostas ao oxigênio perde-se muita atividade da vitamina. Os alimentos frescos 20 a 80% mais disponibilidade da vitamina que os armazenados em forma de silagem, feno e concentrados. A suplementação da vitamina melhora o sistema imune, casos de mastite, retenção de placenta e índices reprodutivos. Selênio e vitamina E possuem efeitos melhores quando combinados, por isto vacas com baixos níveis sanguíneos de Se necessitam acréscimo de vitamina E e se mostrou eficaz no controle do estresse oxidativo em vacas no periparto. Vacas quando em fase de produção de colostro também necessitam aumento da vitamina devido a alta secreção de α-tocoferol, melhorando a imunidade. 3.8.4 Vitamina K (filoquinona) Possui função na síntese de proteínas, onde alguns são fatores de coagulação (protombina, fatores II, VII, IX e X) necessários ao organismo animal para prevenção de hemorragia. Geralmente não precisa ser suplementada na dieta, pois as bactérias ruminais podem sintetizá-la, porém sua ocasional deficiência pode desencadear danos severos ao animal. A vitamina se encontra nos cloroplastos de plantas verdes, podendo ser ingerida facilmente pelos animais. A sua deficiência causa rigidez, claudicação, hematomas em tecidos e até sangramento descontrolado. 4 ESPÉCIE FORRAGEIRA A carência de nutrientes no solo e a baixa qualidade das pastagens tropicais se tornaram desafios para pesquisadores e produtores. São raros os casos de sucesso com emprego de leguminosas consorciadas com capins nas regiões tropicais, diferentemente do que ocorre na Europa e nos Estados Unidos. Mas, na Amazônia, pelo menos dois casos merecem destaque: a puerária e, mais recentemente, o amendoim forrageiro. O amendoim forrageiro, pertence ao gênero Arachis. É originário da América do Sul com cerca de 70 a 80 espécies encontradas no Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Espécies nativas do amendoim forrageiro foram coletadas por pesquisadores dos Estados Unidos, no Estado de Mato Grosso, em 1936, e hoje são utilizadas em pastagens e na produção de feno na Flórida (EUA). Pesquisadores australianos também levaram uma espécie do amendoim forrageiro nativo da Bahia e hoje recomendam a cultivar Amarillo para a formação de pastos. Atualmente, além do Brasil, países como os Estados Unidos, Austrália, Costa Rica, Colômbia e Peru utilizam espécies de amendoim forrageiro em pastagens cobertura do solo em culturas perenes, conservação do solo ao longo de rodovias e ornamentação em praças e jardins. O uso de leguminosa no sistema de produção de ruminantes promove o benefício ao nitrogênio fixado biologicamente no solo, o que reduz os custos com uso de fertilização nitrogenada, além de ser uma alternativa proteica para suplementar os animais como fonte de volumoso conservado. 4.1 PRODUÇÃO EM MASSA POR HECTARE E QUANTIDADE DE ANIMAIS O amendoim forrageiro produz 2.316kg/ha/MS/mês e a Brachiaria Brizantha produz 1.666kg/ha/MS/mês. (dados encontrados no EMBRAPA). A quantidade de animais para esta forrageira considerando uma área de 1ha é de 36 animais 4.2 DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO AMENDOIM FORRAGEIRO O amendoim forrageiro é uma leguminosa herbácea perene, de crescimento rasteiro, com 20 a 40 cm de altura. Possui raiz pivotante que cresce em média até cerca de 30 cm de profundidade. As folhas são alternas glabas mas com pêlos sedosos nas margens. O caule é ramificado, cilíndrico, ligeiramente achatado com entrenós curtos e estolões que podem chegar a 1,5 cm de comprimento. A floração é indeterminada e contínua, com as inflorescências axilares em espiga. Cálice bilabiado pubescente com um lábio inferior simples e um lábio superior amplo cm quatro dentes pequenos no ápice, proveniente da fusão de quatro sépalas. A corola é formada por um estandarte de cor amarela, com asas também amarelas e delgadas. A quilha é pontiaguda, curvada e aberta ventralmente na base, muito delgada, e de cor amarelo claro. O amendoim forrageiro é uma espécie geocárpica, ou seja, o fruto se desenvolve dentro do solo. O fruto é uma cápsula indeiscente que contém normalmente uma semente, às vezes duas e raramente três sementes.Pode apresentar pouca floração e baixíssima produção de sementes, sendo a sua multiplicação feita de forma vegetativa. 4.3 ADAPTABILIDADE EDAFOCLIMÁTICA O amendoim forrageiro se adapta bem a altitudes desde o nível do mar até cerca de 1.800 m, desenvolve-se bem quando a precipitação é superior a 1.200 m. Não é muito tolerante a períodos secos prolongados, embora nas condições de cerrado, seu cultivo tenha se mostrado superior a outras espécies semelhantes. Esta leguminosa é bem adaptada a solos ácidos, de baixa a média fertilidade. Tem exigência moderada em fósforo, sendo, no entanto, eficiente na absorção deste elemento quando em níveis baixos no solo. Adapta-se bem em solos de textura franca, sendo mediano na tolerância à solos encharcados. Apresenta bom nível de reciclagem de nitrogênio. Há registros da espécie fixar 80 a 120 Kg de N/ha/ano. 4.4 ESTABELECIMENTO E CAPACIDADE DE CONSORCIAÇÃO Como produz pouquíssima quantidade de sementes, para a sua efetiva propagação recomenda-se o uso de mudas ou estolões bem desenvolvidos. O plantio pode ser feito em sulcos espaçados de 0,5m ou em covas com espaçamento de 1,0 x 0,5m. O consumo de material vegetativo é de 500 a 600 Kg/ha, quantidade esta que pode ser obtida a partir de uma sementeira de 500 m2. Para maior rapidez no estabelecimento recomenda-se o plantio em faixas alternadas gramínea x leguminosa, com 2,0 a 3,0 m de largura. A calagem é feita no mínimo 45 dias antes do plantio procurando-se obter um coeficiente de saturação de base de 50%. O adubo deve ser colocado no sulco ou na cova de plantio. Em função da sua agressividade em cobrir o solo e tolerância ao sombreamento, esta leguminosa se consorcia muito bem com espécies de gramíneas igualmente agressivas como as do gênero Brachiaria. Há experiências de consorciação com B. humidicola e com B. dictyoneura, onde a mesma vem persistindo sob pastejo contínuo há cinco anos, na proporção de 6,6 a 16% do pasto disponível, com taxas de lotação variando de 1,6 a 4,0 novilhos/ha. 4.5 VALOR NUTRITIVO E PRODUÇÃO ANIMAL A sua digestibilidade de matéria seca varia entre 60 e 70%.A média de proteína bruta, é de 19%, valor muito bom para leguminosas tropicais, e que a torna recomendável para consorciação com os brachiárias, geralmente pobres em proteína. O uso de bovinos esôfago-fistulados mostrou elevada preferência por esta leguminosa com participação da dieta dos animais entre 20 e 30%. A planta apresenta 22% de concentração de proteína e produz cerca de 20 toneladas de matéria seca por ano. Em áreas de experimento constatou-se uma capacidade de suporte de até três cabeças por hectare. De acordo com Judson Valentim, pesquisador da Embrapa Acre, a indicação da forrageira para consórcio com capins vem atender a três questões chaves: 1) diversificação do pasto como medida de contenção do ataque de pragas e doenças; 2) alternativa para o problema da mortalidade do capim brizantão; e, 3) maior capacidade de suporte para os casos de intensificação da pecuária. O ganho de peso médio diário de bovinos em pastagem consorciada com amendoim forrageiro, obtidos chega a 558 g/cab/dia. A produtividade média obtida foi de 568 Kg/ha/ano ou 19 @/ha de carcaça. Na pastagem em que foi consorciado com capim-humidícola, o ganho de peso médio foi de 565 g/cab/dia superior aos 444 g/cab/dia aos 494 g/cab/dia obtidos respectivamente no humidícola em monocultivo e com adubação nitrogenada. São ganhos bastantes satisfatórios considerando-se a duração do período de avaliação e o baixo nível de fertilizantes utilizado. 4.6 PLANTIO O material deve ser plantado imediatamente com boas condições de umidade do solo, em sulcos espaçados de 50 cm (1 estolão a cada 20cm) ou em covas (3 estolões por cova) espaçamento de 0,80 x 0,50m ambos com aproximadamente 15 cm de profundidade. Os estolões devem medir entre 20 a 30 cm e conter pelo menos 4 gemas. Devem ser colocados na cova ou sulco deixando cerca de 5 a 10 cm (1 a 2 gemas ) desenterradas. Cobrir com terra e compactar bem para garantir adesão entre os estolões e o solo. 5 REFERÊNCIAS BACKES, ALFREDO ACOSTA. Paulino, mário fonseca. Relative size of the internal organs of the gastrointestinal tract of dairy crossbreeds and Zebu bulls in growing. Ciência Rural, Santa Maria, v.36, p.594-598, 2006. CUNNINGHAM, J.G. Tratado de fisiologia veterinária. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 579p. CHURCH, D.C. The ruminant: animal digestive physiology and nutrition. Englewood Cliffs, NJ: Pentice-Hall, 1998. 564p. DAMASCENO, JÚLIO CÉSAR; SANTOS, GERALDO TADEU DOS. Aspectos da alimentação da vaca leiteira. Disponível em: <http://www.nupel.uem.br/pos- ppz/aspecto-08-03.pdf>. Acesso em: 01 abr. 2019. FORBES, J. M. Voluntary food intake and diet selection in farm animals. 2. ed. Wallingford, UK: CAB international, 2007. TEORES PROTEICOS EM DIETAS PARA VACAS HOLANDESAS LEITEIRAS EM CONFINAMENTO. Protein contents in the diet of holstein milking cows in a tie stall. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v65n4/34.pdf>. Acesso em: 01 abr. 2019. UFRGS DEFICIÊNCIAS VITAMÍNICAS. Principais deficiências vitamínicas em ruminantes. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp- content/uploads/2017/10/def_vitam_ruminfelipe.pdf>. Acesso em: 01 abr. 2019. UFRGS. Deficiência de cobre, zinco, selênio e cobalto em animais. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/microminerais.pdf>. Acesso em: 01 abr. 2019. WATTIAUX. A MICHEL. HOWARD, W. TERRY. Processo digestivo na vaca de leite. Instituto Babcock para Pesquisas e Desenvolvimento da Pecuária Leiteira Internacional. University of Wisconsin-Madison.
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