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Direito Civil – Teoria Geral das Obrigações Professora Cristiane Maluf Rodrigues Correia Unidade III – Encontro XI 1 DA REMISSÃO DE DÍVIDAS (arts. 385 a 388 CC) 1. CONCEITO É a liberalidade efetuada pelo credor, consistente em exonerar o devedor do cumprimento da obrigação. É o perdão da dívida (art. 385, CC). OBSERVAÇÃO – para acadêmicos que estão estudando pelo doutrinador Carlos Roberto Gonçalves, 13ª edição, no livro, página 367: atualizar artigo do CPC no primeiro parágrafo. O artigo correto é 826 do CPC/15 e não 651 como trazido (o artigo 651 refere-se ao CPC revogado). Edições posteriores verificar se o autor efetuou a atualização. Caso não tenha efetuado façam a modificação. O termo remissão não se confunde com o termo remição trazido pelo CPC/15 no artigo 827 (remir). Remissão – é o perdão Remição é o resgate, a reaquisição. Art. 385 CC – “A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro”. 2. NATUREZA JURÍDICA Embora seja espécie do gênero renúncia, que é unilateral, a remissão se reveste de caráter convencional, porque depende de aceitação (art. 385, CC). O remitido pode recusar o perdão e consignar o pagamento. É, portanto, negócio jurídico bilateral. 3. QUEM PODE REMIR Tanto para efetuá-la como para recebê-la, é essencial ter capacidade para fazer e receber doações. O representante com poderes para pagar não pode remitir sem mandato especial, mas pode receber pelo devedor representando a remissão feita pelo credor. Para que a remissão se torne eficaz o remitente deve ser capaz de alienar e o remitido capaz de adquirir, como expressa a parte final do artigo 386 CC. Direito Civil – Teoria Geral das Obrigações Professora Cristiane Maluf Rodrigues Correia Unidade III – Encontro XI 2 4. OBJETO Todos os créditos, seja qual for a natureza desde que só visem o interesse privado do credor e a remissão não contrarie interesse público ou de terceiro. Ou seja, só poderá haver perdão de dívidas patrimoniais de caráter privado. 5. ESPÉCIES - total ou parcial (art. 388, CC): no tocante ao objeto. - expressa resulta da declaração do credor (instrumento público ou particular – ato inter vivos ou mortis causa); - tácita decorre do comportamento do credor, incompatível com sua qualidade de credor por traduzir, inequivocamente, intenção liberatória (ex.: se contentar com uma quantia inferior à totalidade do crédito, ou destruir o título na presença do devedor, ou ainda fazer chegar a ele a ciência dessa destruição). NÃO SE CONFUNDE REMISSÃO TÁCITA, NO ENTANTO, COM MERA INÉRCIA OU TOLERÂNCIA DO CREDOR. - presumida é aquela que deriva de expressa previsão legal arts. 386 e 387, CC. A remissão é presumida pela lei em dois casos: a) Pela entrega voluntária do título da obrigação por escrito particular (art. 386CC); Exige-se a efetiva e voluntária restituição do título pelo próprio credor ou por quem o represente, e não de terceiro. b) Pela entrega do objeto empenhado (art. 387 CC) Obs - A remissão pode ser, também, concedida sob condição (suspensiva) ou a termo – inicial. Nestes casos, o efeito extintivo só se dará quando implementada a condição ou atingido o termo. A remissão com termo final significa, porém, nada mais do que a concessão de prazo para o pagamento. 6 – A Remissão em caso de solidariedade passiva Art. 388 CC – “ A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida”. É na realidade especificação de regra já estudada no art. 277 CC. Direito Civil – Teoria Geral das Obrigações Professora Cristiane Maluf Rodrigues Correia Unidade III – Encontro XI 3 Art. 277 - O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. Assim, o credor só pode exigir dos demais codevedores o restante do crédito, deduzida a cota do remitido. Os codevedores não beneficiados pela liberalidade só poderão ser demandados com o abatimento da quota relativa ao devedor remido.
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