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SEMANA 2 (11/02) 
EXAME DA CAVIDADE ORAL – JOÃO OZÓRIO 
A cavidade oral é o local onde ocorrem as primeiras ações fisiológicas da digestão (mastigação dos alimentos, constituição do bolo 
alimentar, sob a ação das enzimas (proteínas que possuem ação de degradação ou lise de substâncias) salivares, e a deglutição) e por 
isso, ela pode expressar várias doenças sistêmicas. Existem dois tipos de inspeção da cavidade oral, a forma desarmada apenas com a 
luz ambiente, e armada, com o uso de luz artificial e espelhos para facilitar a visualização. Deve-se inspecionar os lábios (desvio, textura, 
lesões, forma, coloração, anomalia congênita, etc – atenção para herpes simples labial – muito comum!). Com a abertura da cavidade 
oral, observa-se as mucosas da bochecha (região jugal), língua, as fácies oclusais dos dentes, palatos, cor da mucosa, salivação e com isso, 
o médico procura por úlceras (lesões em que ocorre solução de continuidade do epitélio com exposição do tecido conjuntivo subjacente), 
pápulas (pequenas lesões sólidas, circunscritas, elevadas, cujo diâmetro não ultrapassa 5 mm), máculas (modificações da coloração 
normal da mucosa bucal sem que ocorra elevação ou depressão tecidual), erosões (representa perda parcial do epitélio sem exposição 
do tecido conjuntivo subjacente), eritema (vermelhidão excessiva), tumor, entre outros. 
As neoplasias são mais comuns nos países subdesenvolvidos. Fatores predisponentes: álcool, tabagismo, dieta pobre em minerais e 
vitaminas, imunodeficiência, microrganismos como vírus e fungo, exposição à luz solar. 
DOENÇAS DA CAVIDADE BUCAL E ANEXOS  
Herpes simples labial: é causada pelo Herpes virus hominis (herpes-vírus simples) sendo a virose que mais acomete a cavidade bucal. 
Formações vesiculares se rompem formando ulcerações rasas de fundo branco-amarelado, circundadas por zona eritematosa, 
edemaciada e extremamente dolorosa; após o rompimento das vesículas, formam-se crostas e escaras. As lesões da mucosa bucal 
persistem de 7 a 16 dias e saram sem deixar cicatriz. É recidivante e costuma manifestar quando há diminuição da resistência orgânica, 
distúrbio digestivo, febre, tensão emocional, traumatismos, exposição aos raios solares, fadiga, ansiedade, menstruação, gravidez ou 
algumas doenças virais (gripe, resfriado comum). 
 
Glossite: pode ser primária, causada por infecção bacteriana, herpes simples, irritação mecânica, lesão por dentes ou próteses dentárias, 
tabaco, alimentos quentes ou picantes, reações alérgicas, língua geográfica; e sistêmica, causada por deficiência de ferro, vitamina B12, 
líquen plano, eritema multiforme, úlceras aftosas, pênfigo vulgar e sífilis. 
 
Gengivite inflamatória: inflamação gengival causada fundamentalmente pela ocorrência de placa dentária, consequentemente à falta de 
higiene. A gengiva livre e papilas interdentárias apresentam-se dolorosa, hiperemiada (avermelhada), edemaciada, sangrando à palpação. 
 
Halitose: pode ser oral, nasal, causada por doenças sistêmicas ou outras doenças. A halitose oral ocorre por retenção de alimentos, 
gengivite, cárie, dentadura, tabagismo, abscesso dentário ou tonsilar, gengivite ulcerativa necrotizante aguda, língua pilosa; a nasal pode 
ocorrer por rinite, sinusite e corpo estranho; as doenças sistêmicas que podem causar esse sintoma são cetoacidose, hepatopatia e 
uremia; e as outras doenças são DPOC, doença psiquiátrica, infecção gástrica por H. pylori, xerostomia, hálito etílico, alimentos, drogas. 
 
Língua pilosa (papilas alongadas - hipertrofia das papilas filiformes com alongamentos de suas extremidades queratinizadas - que podem 
se corar de castanho ou preto por agentes exógenos como álcool, tabaco e microrganismos cromógenos) pode ser causada por 
desnutrição proteica-calórica. 
 
Língua saburrosa: acúmulo de uma substância branco-acinzentada na superfície dorsal da língua (pacientes descrevem com “língua 
suja”). Aparece em pacientes febris, desidratados, tabagistas e em pessoas normais ao despertar. 
 
Líquen plano: lesões que aparecem com linhas brancas e assumem um arranjo rendilhado ou em estrias, não raspáveis, assintomáticas 
 etiologia desconhecida, embora estresse, medicamentos e diabetes possam atuar como fatores desencadeantes ou predisponentes. 
 
Afta/estomatite aftosa: lesões ulceradas, recidivantes, localizadas em qualquer região da mucosa bucal, difíceis de evitar, de 
aparecimento repentino. Tem início como uma vesícula, que rapidamente se rompe e forma uma úlcera rasa, de fundo branco-amarelado 
com halo eritematoso (vermelho), dolorida (dor queimante). Essa ulceras cicatrizam em 7 a 14 dias, sem deixar marcas. De etiologia 
desconhecida, estão envolvidos fatores: estresse emocional, trauma (morder a boca), menstruação, distúrbios digestivos e queda da 
resistência orgânica... diferente do herpes labial, a afta não ocorre nos lábios, nem é contagiosa. 
 
Macroglossia: quando a língua fica anormalmente grande. Provocado por hipotireoidismo congênito (definido pelo teste do pezinho). 
Quase não acontece mais em bebê, pois é diagnosticado no teste do pezinho e com isso já recebe o tratamento com hormônios. Também 
pode ser vista na Síndrome de Down. 
 
Queilite angular: inicia-se com amolecimento da pele nos cantos da boca, logo acompanhado de fissuras. Pode ser secundária à 
deficiência nutricional com hipovitaminose do complexo B, particularmente riboflavina e aparecer na anemia. Comum em pessoas sem 
dentes ou com próteses mal adaptadas que provocam o fechamento excessivo da boca. 
 
Língua escrotal: as papilas ficam muito grandes e aparentes; provocado por desnutrição proteica-calórica de terceiro grau 
(hipovitaminose B), também está relacionada ao alcoolismo. 
 
Língua Geográfica (é um tipo de glossite migratória – desaparece e aparece em outro local): áreas irregulares de descamação na 
superfície dorsal da língua com bordas definidas e esbranquiçadas + desaparecimento da papilas filiformes e manutenção das 
fungiformes. Não se sabe ao certo a causa, mas pode estar associada a fatores psicossomáticos e neurogênicos. 
 
Candidíase (sapinho – altamente contagioso, por isso, não deve-se encostar na lesão): placas brancas (pseudomembranas necróticas) 
múltiplas e ligeiramente elevadas que facilmente se desprendem por raspagem, deixando um fundo vermelho sanguinolento e dolorido 
 causadas por uma infecção pelo fungo Candida albicans e para seu crescimento necessita que ocorra um desequilíbrio da flora bucal 
– quadro clínico: salivação abundante, halitose, gânglios enfartados, febre, anorexia, cefaleia e mal-estar. Além da infância e velhice, são 
causas predisponentes: etilismo, leucemia, diabetes, uso de antibióticos, corticosteroides em altas doses por via oral, hipovitaminose B, 
gravidez, anemia, desnutrição e AIDS (geralmente, paciente com imunodeficiência costuma ter cândida na mucosa bucal). 
 
Dentes de Hutchinson: é um sinal característico que indica sífilis congênita terciária (incisivos permanentes semilunares e as faces oclusais 
dos molares em formato de amora; esses sinais formam a tríade de Hutchinson junto com surdez labiríntica e queratite parenquimatosa). 
 
Hipoplasia do esmalte: estrias horizontais indicadoras de perturbação metabólica, sendo o raquitismo a causa mais frequente. 
 
Cáries: desmineralização das substâncias inorgânicas (esmaltes, dentina, cemento) e destruição das substâncias orgânicas (canalículos 
dentinários e polpa), de evolução progressiva, sem reparação dos tecidos destruídos (bactérias  dente  carboidratos). 
 
Língua lisa (ou glossite atrófica; despapilada): Provocado por desnutrição proteica calórica de terceiro grau. 
 
Manchas de Koplik: pequenos pontos brancos, com halo eritematoso difuso, que aparecem na mucosa bucal, antecedendo ao exantema 
(rash cutâneo– manchas vermelhas cutâneas) que acontecem no sarampo. É um sinal patognomônico do sarampo e que desaparecem 
24 a 48 horas após o início da erupção.

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