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Quebrando as Fantasias Corporativas



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www.administradores.com
novembro/dezembro de 2013 – ano 2 – no 23
r$ 12,50
perfeito
profissional
Vista-se 
como um 
empreendedor 
 de sucesso
Você 
precisa 
ser 
líder
seja 
excessiVamente 
comunicatiVo
tudo besteira! 
está na hora 
de romper 
com as 
fantasias 
que ainda 
dominam 
 o mundo 
corporativo
flávio augusto
entrevista
4 administradores.com noVEMBRo/dEZEMBRo 2013
SuMÁRIO
07
FEEdBAcK
rasGando o manual do 
profissional perfeito
36Consultorias, livros e revistas de negócios ajudaram a criar a ilusão do profi ssional que todos gostariam de ser. Está na hora dos administradores reverem esses conceitos e romperem com as fantasias organizacionais que dominaram nossa área.
08
AMBIEnTE
EXTERno
09
onlInE
Um papo aberto e franco 
com Flávio Augusto
20 | acadêmico
Programa de intercâmbio 
de universidade norte-
americana traz expertise 
e consultoria em projetos 
de alto impacto para 
empresas nacionais.
12 | entrevista
4242
5administradores.comnoVEMBRo/dEZEMBRo 2013
52
FoRA do QuAdRAdo
54
EnTRETEnIMEnTo
- Curiosidades e humor
- Ações para um mundo melhor
- Leitura: Sonho Grande
- Cinema: Gigantes 
da Indústria
28
conTRAPonTo
Você é a favor ou contra a 
utilização do WhatsApp?
26
PEI, BuF!
Como ganhar um debate tendo 
(ou não) a razão?
18 | insiGht
Quando a liderança
é encoberta | por Henry 
Mintzberg
24 | carreira
Conquistando novas metas 
pessoais. Seu plano de ação 
pode levar ao fracasso? 
Gonzo
“Nós criamos felicidade”:
a experiência de 
trabalhar na Disney.
Por que um administrador 
precisa conhecer a 
teoria das cores?
46
ARTIgo
O Renascimento da Administração 
por Leandro Vieira
48
MEnTE ABERTA
Clientes irracionais 
por Seth Godin
49
ARTIgo do lEIToR
O aniversário do meu maior 
adversário por Fabrício Medeiros
45
o QuE dRucKER 
FARIA
50
AdMInISTRAdoRES 
nA HISTÓRIA
Eiji Toyoda
51
AdMInISTRAdoRES 
do FuTuRo
30 | infoGrÁfico
ponto final
É hora de acreditar na 
individualidade por 
Eduardo Carmello
Luis von Ahn: o empreendedor 
que está revolucionando
o crowdsourcing
22 | troca de ideias22 | troca de ideias
58
Uma abordagem 
de operações 
mais humanista.
32 | estratéGia
Conheça o poder dos 
virais no mundo 
dos negócios.
34 | marKetinG
6 administradores.com novembro/dezembro 2013
EDITORIAL ExpEDIEnTE
CONTATOS
Publisher Leandro Vieira leandro@
administradores.com.br 
redação 
editor Fábio Bandeira de Mello fabio@
administradores.com.br 
rePórteres Agatha Justino agatha@ 
administradores.com.br, Dandara Costa 
dandara@administradores.com.br, Eber 
Freitas eberfreitas@administradores.com.
br, Fábio Bandeira de Mello, Lívia pereira 
livia@administradores.com.br, Marcela 
Agra marcela@administradores.com.br, 
Mayara Chaves mayara@administradores.
com.br e Simão Mairins simao@administra-
dores.com.br 
revisão Danielle Vieira
 
Colaboradores 
Alejandro Lago, Carlos Rodríguez Lluesma, 
Christian Barbosa, Diego Andreasi, Eduardo 
Carmello, Fabrício Medeiros, philip 
Moscoso, Henry Mintzberg, Janaina Depiné, 
Marina Queiroga, Marco Mancesti, Raniere 
Rodrigues e Seth Godin. 
arte 
direção 
Thiago Castor thiago@administradores.com.br 
design e ilustração 
niandson Leocádio niandson@administra-
dores.com.br 
editor de vÍdeo 
Daslei Ribeiro daslei@administradores.com.br 
CoMerCial 
diretor CoMerCial 
Diogo Lins diogo@administradores.com.br
FinanCeiro 
Anna Vita Vieira annavitavieira@administra-
dores.com.br 
atendiMento ao leitor 
Anna Valéria Onofre annavaleria@adminis-
tradores.com.br 
iMPressão gráFiCa 
Moura Ramos www.mouraramos.com.br 
assinaturas
www.administradores.com.br/revista
PubliCidade
comercial@administradores.com.br
+55 (83) 3247 8441 
CorresPondênCia
Av. nossa Senhora dos navegantes, 
415 / 304 - Tambaú - João pessoa 
- paraíba
CEp 58039-110
redação 
revista@administradores.com.br
Basta entrar em qualquer livraria para ser bombardeado 
por dezenas de títulos que prometem, ao aplicar uma re-
ceita básica, conduzi-lo a uma carreira de sucesso. Em 
palestras – diversas delas – um discurso simplista e a 
certeza de que, ao seguir uma cartilha, você será capaz 
de tudo. Na mídia: dicas, passos e regras sobre como 
você deve fazer para ser um profissional brilhante.
Percebeu? Virou uma constância ininterrupta e 
até exagerada de informações que buscam impor um 
comportamento para todos ganharem um quadro de 
“funcionário do mês” permanente. Estamos na era da 
ditadura da perfeição na selva corporativa. E, para pio-
rar, muito do que se fala é um emaranhado de fórmulas 
prontas e receitas de autoajuda que não possuem fun-
damento. Mas ai daqueles que não a seguirem. Afinal, 
“você não quer ser o profissional perfeito?”.
Se o exagero parece reinar, a situação se agrava 
quando um grande veículo de comunicação na área de 
negócios publica dicas para se vestir como um empreen-
dedor de sucesso. Aí é demais! Foi a gota d’água, o nos-
so estopim. Precisávamos nos posicionar sobre alguns 
excessos da autoajuda. Como se todos que seguissem 
essas orientações conseguissem o mesmo resultado. 
Como colocar uma calça jeans, uma blusa preta e um 
tênis surrado fosse transformar alguém em Steve Jobs. 
O mito do profissional perfeito deveria ser quebrado. E 
essa foi a missão da Administradores nesta edição. 
Na reportagem de capa vamos quebrar clichês 
que foram criados sobre o líder, o empreendedor e 
o profissional. Vale destacar que não estamos contra 
todos os livros, consultores e cursos oferecidos no 
mercado. Pelo contrário! Existe muita coisa boa sen-
do oferecida e que vale o investimento. No entanto, é 
preciso separar o joio do trigo, identificar os discur-
sos mal embasados e perceber que esse negócio de 
“profissional perfeito” é tudo balela. 
A edição não para por aí. Está re-
cheada de temas bastante interessantes. 
Entre eles, a realização de um desejo 
antigo que, graças à compatibilidade de 
agendas, foi consumado: um bate-papo 
aberto e bem franco com o GV nº 1, Flá-
vio Augusto. Está imperdível! Já no Pei, 
buf!, a temática da vez foi bem polêmica, 
mas curiosa: “Como ganhar um debate 
tendo (ou não) a razão?”. E, falando em 
debate, um assunto que dividiu os nos-
sos entrevistados e até a nossa equipe: 
a utilização do WhatsApp. Tem mais: 
Marketing, MIT, Logística, Estratégia, 
Disney, Toyotismo e Renascentismo 
são alguns dos outros temas explorados 
neste exemplar.
A edição 23 consolida também algumas 
novidades e conquistas. A entrada de Lívia 
Pereira, Dandara Costa e Marcela Agra na 
equipe de reportagem (ótimos reforços). 
No final de setembro, Leandro Vieira, pu-
blisher e fundador do Administradores.
com recebeu o Prêmio Empreendedor Ozi-
res Silva, entregue a personalidades que 
são exemplos para as futuras gerações. 
Outra grande notícia é a nossa chegada em 
mais um canal: no Kindle! Basta procurar 
dentro do gadget pelo app “Banca Admi-
nistradores” ou acessar o link adm.to/kind-
le_adm e acompanhar a edição. Claro, tudo 
de graça. Agora é com vocês.
Boa leitura!
 
Fábio Bandeira de Mello 
editor
ChegA de 
bAlelA, AbAixO 
A CArTilhA dA 
perfeiçãO!
7administradores.comnovembro/dezembro 2013
REVISTA
Essa edição está show! Assim como as 
outras, claro! 
PRIScIllA BuRITI 
cAPA 
Realmente, a administração move o 
mundo...
BRuno JoSE Ely 
cAPA 2 
Administração são decisões. Decisões 
de como utilizar corretamente qualquer 
recurso. Esses podem ser interpretados 
de todos os aspectos, não só em nossa 
vida profissional, mas também na vida 
pessoal.
HélIo PEdRoSo
cAPA 3 
Vencer o medo é o nosso maior desafio.
célIA REJAnE MAcIEl 
coMo uTIlIZAR o QR codE no cARTÃo
Muito bom. Acabei de refazer meu 
cartão com QR.
RodRIgo loRAndIcoMo uTIlIZAR o QR codE no cARTÃo 2
Já utilizava o QR em meu cartão. Gostei 
da matéria, é bem informativa e prática.
lucIAno olIVEIRA 
EXIgÊncIA dA FoRMAÇÃo 
EM AdM PARA PolÍTIcoS?
Minha mãe administra a casa muito 
melhor do que os políticos administram 
países do primeiro mundo. E ela nem 
tem esse tipo de formação.
lucAS olIVEIRA 
EXIgÊncIA dA FoRMAÇÃo 
EM AdM PARA PolÍTIcoS? 2
Como pode pessoas que só têm o ensino 
fundamental administrarem o país e 
tomarem decisões por nós?! 
Administração já!
JoÃo luIZ
EXIgÊncIA dA FoRMAÇÃo 
EM AdM PARA PolÍTIcoS? 3 
Meu professor, na primeira aula da 
graduação, profetizou: “o Brasil seria 
um país muito diferente se no lugar 
dos senhores estivessem sentados 
Mande taMbéM o 
seu reCado Para a 
adMinistradores 
através do 
revista@administradores.com.br
os políticos, mas ele ainda pode ser 
diferente se vocês, depois de formados, 
decidirem sentar no lugar deles”.
AnTônIo MARco dA SIlVA
EXIgÊncIA dA FoRMAÇÃo 
EM AdM PARA PolÍTIcoS? 4
Aí vão aprender a mexer com a HP 12c e 
vão roubar dobrado!
JulIAno SouZA dE lIZ
PoR QuE uM dIREToR 
dEVE SER HuMIldE? 
Humildade é atributo indispensável 
a qualquer ser humano independente 
de seu cargo. Humildade que deriva 
da palavra em latim humilis ou humus 
(terra) que mostra de onde vem a 
energia que mantém o homem vivo. E, 
assim como a terra, devemos sempre 
estar abertos a receber adubo e ser 
humus. Viajei agora... Foi o saquê!
AnTônIo WAgnER SAnTAnA
[InFo] QuER gAnHAR dInHEIRo FÁcIl? 
Único lugar aonde dinheiro e sucesso 
vem antes do TRABALHO é no 
dicionário.
ElMo SIlVA
[InFo] QuER gAnHAR 
dInHEIRo FÁcIl? 2 
Rouba um banco...
dIEgo RAMoS
8 administradores.com novembro/dezembro 2013
AMBIEnTE ExTERnO | ráPidas
NATAl mAiS CedO?
prêmiO empreeNdedOr 
OzireS SilvA 2013
Em meio às incertezas de uma crise política 
e econômica, nada como o clima natalino 
para apaziguar os ânimos e renovar as 
esperanças. Pelo menos é o que pensa o governo 
da Venezuela, que resolveu antecipar as 
comemorações do período no país. Segundo o 
presidente, Nicolás Maduro, a ideia foi promover 
a felicidade entre o povo. E os venezuelanos 
andam mesmo precisando de motivos para tanto, 
em meio à inflação alta e crescente, à escassez 
de produtos básicos (como papel higiênico) e à 
instabilidade, fruto de um país dividido.
O fundador do Administradores, Leandro 
Vieira, foi um dos homenageados pelo Prêmio 
Empreendedor Ozires Silva. A honraria reconhece 
empreendedores e empresas do Brasil que têm 
contribuído para o desenvolvimento do país e 
são exemplos para as futuras gerações. Entre os 
homenageados estiveram Luiza Helena Trajano, 
Rosalina Cardoso Vilela, a Crescer Brasil e o 
Magazine Luiza. O prêmio leva o nome de um dos 
maiores empreendedores do Brasil. Ozires Silva é o 
fundador da Embraer, que se consolidou como uma 
das principais fabricantes de aeronaves do mundo.
é CoMo voCê 
CoMPrar uM 
boing e ColoCar 
uM Piloto de 
teCo-teCo Para 
Pilotar.
AlexANder 
de AlmeidA 
O empresário que virou o meme rei 
do camarote, ao falar sobre o que 
agrega valor ao camarote.
a estratégia teM 
a ver CoM Criar 
uMa direção 
FundaMental 
e úniCa Para 
a eMPresa, 
olhando o todo, 
e não aPenas 
as Partes 
individuais.
miChAel 
pOrTer
 professor da Harvard Business 
School, em sua palestra na 
ExpoManagement 2013.
se, daqui a CinCo 
anos, voCê 
estiver no MesMo 
raMo eM que está 
hoje, seu negóCio 
não existirá Mais.
philip 
KOTler 
da Kellog School of Management, 
ao encerrar o ciclo de palestras da 
HSM ExpoManagement 2013
FRASES
Sh
ut
te
rs
to
ck 49% dOS empreeNdedOreS 
SãO NegrOS
Em meio à polêmica das cotas para negros nos 
concursos públicos, uma pesquisa do Sebrae 
revelou que quase metade das micro e pequenas 
empresas brasileiras são comandadas por empre-
endedores negros. O estudo aconteceu de 2001 a 
2011, período em que a quantidade desses empre-
sários cresceu em 29%. Além disso, a pesquisa 
comprovou que os empreendedores afrodescen-
dentes apresentaram aumento de 47% em seu nível 
de escolaridade. “A desigualdade ainda existe, mas 
a melhora da escolaridade e do rendimento aponta 
para uma situação mais favorável no futuro para os 
negros que estão no empreendedorismo”, destaca 
Luiz Barretto, presidente do Sebrae.
AdmiNiSTrAçãO NO eNAde
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes 
2012 (Enade) indicou um panorama atual dos 1.554 
cursos de Administração no Brasil. Desse total, 
672 (43,2%) obtiveram o conceito 3. O número é 
maior que a soma dos cursos nas faixas 4 e 5 (311) 
e também nas 2 e 1 (557). Outros 14 cursos não 
obtiveram conceito, por não terem atingido volume 
suficiente do comparecimento de alunos às provas. 
O Enade é um grande indicador da qualidade da 
educação superior no Brasil. A pontuação segue 
uma escala de 1 a 5, na qual 1 e 2 são conceitos 
insatisfatórios, 3 é satisfatório, 4 é bom e 5, ótimo.
D
iv
ul
ga
çã
o
9administradores.comnoVEMBRo/dEZEMBRo 2013
OnLInE | www.adMinistradores.CoM
O prOTAgONiSTA 
É O CONSUmidOr, 
NãO AS mArCAS
xe CUrreNCY 
redeS SOCiAiS: 
TermÔmeTrO 
pArA AS 
OrgANizAçÕeS
lAmiNAr prO
CASAiS 
empreeNdedOreS 
QUe derAm CerTO 
(NO AmOr e 
NOS NegÓCiOS)
O professor Marcos Hiller 
destaca o verdadeiro astro 
dentro do marketing: o 
consumidor.
É um app para cotações 
de moedas de todo o 
mundo; grátis para iPhone, 
Android, Windows Phone 
e BlackBerry.
A consultora Sramana Mitra 
conta histórias de casais que 
empreenderam juntos e alcan-
çaram muito sucesso.
Isabella Medeiros, analista do setor 
público da SAP, mostra como orga-
nizações devem, sim, ingressar 
ativamente nas redes.
Para Bruno Scartozzoni, especia-
lista e professor em storytelling, 
contar histórias pode ser a melhor 
forma de aproximar as empresas 
do seu público.
TWiTTer
@admnews
fACebOOK
adm.to/
facebookadm
g+
adm.to/
orkutadm
liNKediN
adm.to/
linkedinadm
ARTIGOS #FICADICA
ENTREVISTA
aPPENQUETE
“CTrl+AlT+del 
fOi Um errO”, diz
bill gATeS
COmO AS mArCAS eSTãO 
AprOveiTANdO O meme 
“rei dO CAmArOTe”
liSTA ApONTA OS SeTe 
prOfiSSiONAiS mAiS 
deSeJAdOS pelAS empreSAS
fOi deSTAQUe NA Web
Cofundador da Microsoft admite que um 
dos comandos mais famosos do sistema 
foi criado por “acidente”.
A reportagem da Veja sobre o “Rei do 
Camarote” deu o que falar na internet e 
ganhou até fanpage.
Conheça com detalhes os requisitos 
e características do perfi l dos 
profi ssionais mais procurados pelas 
companhias atualmente.
adm.to/del_erro
adm.to/quem_manda
adm.to/amor_negocios
adm.to/termometro_admtalks
adm.to/novas_historias
adm.to/rei_camarote adm.to/desejados 
voCê é a Favor ou Contra a exigênCia 
de ForMação eM adMinistração Para 
CheFes do Poder exeCutivo (PreFeitos, 
governadores e Presidente)?
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pr
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ão
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vÍdeos
Editor de imagem 
profi ssional com dezenas 
de recursos. Trabalha a 
imagem em layers, apli-
cação de máscaras, níveis 
de cor, entre outros.
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93% A FAVOR
SAibA pOrQUe 
SUA empreSA 
preCiSA CONTAr 
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7% CONTRA
Cobrança de Títulos BB.
Cada vez mais vantagens
para sua empresa e mais 
comodidade para seus clientes.
Com boletos de cobrança do 
Banco do Brasil, seus clientes 
contam com a abrangência 
das agências e canais de 
atendimento do BB.
E para sua empresa, mais 
pontualidade e segurança no 
crédito dos valores cobrados.
É o Banco do Brasil, cada vez 
mais, bom pra todos.
bompratodos.com.br
Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001�‡�2XYLGRULD�%%�0800729 5678 
‡�Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC 0800 729 0722 
‡�'H¿FLHQWH�$XGLWLYR�RX�GH�)DOD�0800 729 0088
Cobrança de Títulos BB.
Cada vez mais vantagens
para sua empresa e mais 
comodidade para seus clientes.
Com boletos de cobrança do 
Banco do Brasil, seus clientes 
contam com a abrangência 
das agências e canais de 
atendimento do BB.
E para sua empresa, mais 
pontualidade e segurança no 
crédito dos valores cobrados.
É o Banco do Brasil, cada vez 
mais, bom pra todos.
bompratodos.com.br
Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001�‡�2XYLGRULD�%%�0800 729 5678 
‡�Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC 0800 729 0722 
‡�'H¿FLHQWH�$XGLWLYR�RX�GH�)DOD�0800 729 0088
12 administradores.com novembro/dezembro 2013
Ele não começou do zero, mas sim do negativo. Dezoito anos após a 
fundação da sua empresa, assinou a venda dela por quase um bilhão 
de reais. No discurso, uma convicção: “se eu consegui, qualquer pessoa 
consegue”. Veja um bate-papo aberto com Flávio Augusto da Silva.
COMECE 
pEQuEnO, 
pEnSE GRAnDE 
E ExpAnDA O 
SEu SOnHO
EnTREVISTA | Flávio augusto
por simão mairins e leandro vieira | imagens divulgação
13administradores.comnovembro/dezembro 2013
O nível de habilidade para tomar decisões é uma das 
competências mais determinantes sobre o sucesso ou o 
fracasso de qualquer pessoa, seja ela empreendedora 
ou não. você fez algumas escolhas bem difíceis, 
largou até a faculdade. você pode nos contar um pouco 
dessas decisões que acompanharam a sua vida?
Nasci numa família que, apesar de dificuldades naturais, sem-
pre foi muito bem estruturada e sempre me senti muito presti-
giado pelos meus pais. No entanto, pela origem simples, não 
tive acesso a referências mais relevantes de sucesso. Criado na 
zona oeste do Rio de Janeiro, uma das mais pobres da Cidade 
Maravilhosa, não posso dizer que comecei do zero, mas sim 
que comecei do negativo. Sempre estudei em escolas públicas, 
onde o meu networking era predominantemente formado por 
moradores das favelas do Sapo e Cavalo de Aço.
Entrei para a faculdade de TI na Universidade Federal Flu-
minense, mas deixei de lado para me concentrar em meu primei-
ro emprego de vendedor num curso de inglês no Centro do Rio 
de Janeiro, onde para ir e voltar eu levava quase quatro horas 
todos os dias, em ônibus ou trens lotados. Resolvi arrumar um 
trabalho porque me apaixonei pela Luciana, com quem comple-
to agora 21 anos de casado. Não era pouco comum que durante 
as longas viagens, apertado e amassado dentro dos transportes 
públicos, eu planejasse o que desejava para o meu futuro.
Naquele emprego de vendedor, eu não tinha a carteira as-
sinada, salário fixo, ajuda de custo e nem um escritório para 
trabalhar. Eu tinha que entrar em contato com uma listagem de 
potenciais clientes e convidá-los a estudar na escola. O meu pri-
meiro “escritório” foi no Aeroporto Santos Dumont, precisamen-
te nos telefones públicos ao lado do banheiro. Ali, eu passava 
entre quatro e cinco horas do dia preenchendo a minha agenda 
de visitas para fazer as apresentações do produto que eu vendia.
onquistar uma vaga em uma universidade 
federal é uma grande realização para qual-
quer um. Para um menino simples, da zona 
oeste do Rio de Janeiro, aluno de escola 
pública, é, literalmente, excepcional. O jovem Flávio conseguiu. 
Mas, pouco tempo depois, chegou à conclusão de que a melhor 
decisão seria deixar o curso. Para a maioria das pessoas em sua 
volta, na época, uma decisão estúpida e insana. Mas ele estava 
decidido. Queria ser vendedor. E foi assim que nasceu para os 
negócios um dos empresários mais bem sucedidos do Brasil.
Como ele mesmo se define, Flávio Augusto da Silva é um 
construtor, não um síndico, embora seja difícil dissociar uma 
coisa da outra. Por um lado, sua capacidade administrativa está 
estampada no sucesso de empreendimentos que iniciou do zero 
(ou melhor, do negativo). Por outro, a habilidade para construir, 
expandir e garantir valor (ótimos valores, diga-se de passagem) 
a seus negócios é, de fato, sua característica mais marcante.
Em uma conversa franca com a revista administradores, 
Flávio Augusto fala sobre sua trajetória, compartilha sua visão 
de empreendedor e comenta seus novos planos no mercado.
C
Para a maioria dos meus amigos, e até familiares, aquilo 
não era algo à altura da minha inteligência e por muitos eu era 
visto com certo olhar de desprezo por trabalhar em algo tão 
desqualificado, sem glamour e sem futuro. O que todos eles 
não sabiam é que aquela porta abriu uma nova perspectiva que 
mudaria a minha vida e a de milhares de pessoas nos próximos 
anos. Essa empresa foi o meio para eu descobrir o meu poten-
cial, o meu poder de comunicação, afinal, eu era muito tímido e 
ali eu posso dizer que fiz o meu MBA em empreendedorismo.
e como foi essa passagem de 
funcionário para empreendedor?
Trabalhei lá por quatro anos. Nesse período, eu aprendi em primei-
ro lugar a me conhecer, lidar com as minhas limitações, lidar com 
os vários perfis de pessoas, cumprir metas e enfrentar, sem me 
acovardar, muitos desafios. Fui promovido seis vezes, passando 
por dois cargos gerenciais, um cargo de direção e, por fim, diretor 
regional. Como as promoções eram por meritocracia através de re-
sultados alcançados, a minha pouca idade não impediu o meu rápi-
do crescimento. Trabalhei nas cidades do Rio de Janeiro, Ribeirão 
Preto, Cuiabá, Salvador, Campinas e tive uma experiência interna-
cional ao implantar uma filial na cidade de Valência, na Venezuela.
Aos 20 anos me casei e aos 23 anos, ganhando cerca de sete 
mil dólares por mês, como diretor regional, pedi demissão para 
iniciar uma nova fase de minha vida. Em 1995 eu fundei a primeira 
unidade da rede de escolas de inglês da WiseUp. Apesar do alto 
salário, não tinha o capital necessário para iniciar a primeira es-
cola. Por isso, o meu cheque especial e o de Luciana, no valor de 
20 mil reais, com uma taxa de juros de 12%, foi o capital inicial da 
primeira escola. Por isso digo que não comecei do zero, mas sim 
do negativo. No entanto, tive ao meu favor entusiasmo, confiança e 
um know how de mais de quatro anos no setor.
14 administradores.com novembro/dezembro 2013
EnTREVISTA | Flávio augusto
mais que um empresário de sucesso, você é uma 
referência para muita gente. isso se deve, é claro, 
à sua história empreendedora, mas também ao 
tempo que você dedica a inspirar as pessoas. O 
projeto geração de valor é um exemplo claro 
disso. mas por que você resolveu reservar parte 
do seu tempo e sua vida a essa iniciativa?
Após 18 anos da abertura da primeira escola, ao assinar a ven-
da da WiseUp para a Abril Educação no valor de quase um 
bilhão de reais, depois de expandir por cinco países, com mais 
de 10 mil funcionários e presente em mais de 400 endereços, 
sendo líder absoluto no ensino de inglês para adultos, tenho a 
convicção de que, se eu consegui, qualquer pessoa consegue. 
Basta percorrer o mesmo caminho em 18 anos de estrada.
Com esta convicção, há dois anos tive a vontade de com-
partilhar tudo que aprendi e colaborar com jovens entre 13 e 
80 anos de idade que desejam fazer acontecer, mas que muitas 
vezes não sabem o quê e como fazer. Nesse período, o resulta-
do tem sido fantástico e isso me inspirou a investir pesado para 
iniciarmos a FASE 2 do GV.
em um recente artigo no Administradores.com você 
fala que precisamos gerar mais empreendedores 
e menos funcionários públicos. por quê?
Já pensou se o Zuckerberg ou Steve Jobs, por serem muito inteli-
gentes, resolvessem fazer concurso público? Ainda bem que eles 
não tiveram medo de arriscar, de largar grandes universidades 
para lutar por seus sonhos. A cultura do medo e da busca pela es-
tabilidade é muito prejudicial para o país.Claro que precisamos de 
bons serviços públicos, mas o fato é que os concursos estão cada 
vez piores e recrutando jovens que lutam com a faca nos dentes 
para ocupar uma vaga em qualquer repartição pública, desde que 
garanta um salário. Isso é muito pouco, francamente.
Eu penso que sempre haverá aqueles que vão buscar essa al-
ternativa e acho que tem que ser assim mesmo, mas penso que está 
exagerado. Gente muito capaz e inteligente tem optado por esse 
caminho, o que é uma pena. O Brasil precisa de mais empreende-
dores, de gente que cria, inova, ousa, inspira e gera empregos e 
impostos. Porque, afinal, para pagar os altos custos da máquina pú-
blica, precisamos de mais empreendedores, pois são eles que pa-
gam a maior parte dos impostos e geram empregos que geram mais 
impostos. O país precisa de suas melhores mentes empreendendo.
pegando gancho nessa última pergunta, gostaria de 
saber outra coisa. Como você cita, consolidou-se no 
imaginário de muitos brasileiros um projeto de vida 
que tem como ponto central a estabilidade, o que 
para muitos é passar em um concurso e viver com 
aquela garantia até morrer. A princípio, se pensarmos 
que todo mundo vai querer seguir esse manual, o 
país está frito. por outro lado, podemos pensar em 
um mundo em que todos resolvam empreender?
15administradores.comnovembro/dezembro 2013
Empreender é para 100% da população. Porque empreender 
não é necessariamente ser um empresário. Alguém pode em-
preender como executivo, funcionário do governo, como ca-
melô, ou seja, em qualquer posição. Empreender é participar 
ativamente da construção de um projeto. Só em estar vivo, por 
exemplo, você já está empreendendo, porque nascemos sem 
garantias, vivemos e competimos pelo nosso espaço e toma-
mos decisões em nossa vida pessoal e familiar que mudam o 
curso de nossa existência. Logo, a vida é um empreendimen-
to. Mas nos contaram desde cedo que o barato é arrumar um 
emprego, de preferência para um governo, que nem sempre 
admiramos ou até mesmo repudiamos, em troca de um salário 
garantido. Repito: isso é muito pouco.
e o sujeito que não tem recursos, o que tem 
que fazer para colocar seus sonhos de pé?
Empreender é meritocrático e democrático. Ou seja, se você 
tem apenas 500 reais, você pode empreender com 500 reais. O 
que vai mudar é o tamanho de seu estoque, os seus processos 
gerenciais, logística, marketing, vendas e como você vai geren-
ciar o seu fluxo de caixa. Mas uma coisa é certa, seja com 500 
reais ou 500 milhões, a lógica é a mesma. Sempre digo: comece 
pequeno, pense grande e expanda o seu sonho. Esses 500 reais 
bem administrados podem se transformar ao longo do tempo 
e com muito trabalho em valores incalculáveis. No meu caso, 
eu comecei com -20mil a um custo de 12% ao mês e consegui 
multiplicar isso em algumas vezes...
Já pensou se o Zuckerberg ou 
Steve Jobs, por serem muito 
inteligentes, resolvessem fazer 
concurso público? Ainda bem que 
eles não tiveram medo de arriscar
Um de seus artigos mais populares versa justamente 
sobre uma série de “mentirinhas” às quais somos 
submetidos à vida toda e que podem moldar a nossa 
realidade. Que mentiras são essas e como podemos 
enxergar além dessas aparentes verdades?
Nascemos numa sociedade que desde pequenos nos convenceu 
de muitas coisas. Corremos o risco de passar por este mundo sem 
questionar e simplesmente aceitar as coisas do jeitinho que nos 
contaram. A maioria faz assim e passa a vida seguindo a boiada, 
fazendo as mesmas coisas que todos fazem. Com isso, torna-se um 
16 administradores.com novembro/dezembro 2013
EnTREVISTA | Flávio augusto
recentemente você se despediu da empresa 
que criou, desenvolveu e consolidou. disse 
publicamente que a tratava como uma filha. e fez 
isso em nome de um novo projeto, de um novo sonho. 
empreender é, também, saber se desprender?
A WiseUp foi a minha primeira empresa e tenho um verdadeiro 
amor por ela. Ali eu pude inovar e mudar para sempre o setor de 
ensino de idiomas, que apresentava apenas cursos arcaicos com 
sete anos de duração. A WiseUp quebrou paradigmas, emergiu 
num setor de grande concorrência e fez história. Eu também tive 
a oportunidade de conhecer gente muito especial, empreendedora 
e que sempre estará no meu coração. A minha saída foi dolorosa. 
Comparei a uma filha querida se casando e pronta para viver a sua 
vida feliz. No meu caso, sou um construtor e não um síndico.
Construí a WiseUp do negativo até o um bilhão e estou pronto 
para construir outros projetos, pois é isso que desejo realizar em 
minha vida, impactando pessoas e revelando novos talentos. Quan-
do o projeto estiver de pé, ele estará pronto para ser tocado para 
frente de forma profissional por grupos e executivos competentes. 
Assim é a vida. Criamos os nossos filhos para eles voarem e não 
ficarem debaixo de nossas asas.
Corremos o risco de passarmos por este 
mundo sem questionar e simplesmente 
aceitar as coisas do jeitinho que nos 
contaram. A maioria faz assim e passa 
a vida seguindo a boiada, fazendo as 
mesmas coisas que todos fazem
a mais numa multidão de gente descontente e muito mais preocu-
pada em garantir o pouco do que conquistar os seus sonhos. No 
final da vida, terão uma grande chance de se lamentar por suas 
escolhas e alguns dirão que não tiveram sorte.
você resolveu apostar na viabilização de um time 
de futebol nos eUA e, com certeza, essa foi uma 
decisão muito bem calculada. você pode nos contar 
mais detalhes sobre esse novo investimento?
Morei nos EUA entre os anos de 2009 e 2012. Nesse período, 
acompanhei o meu filho em vários torneios de futebol. Nessas 
ocasiões, pude perceber o grande quantitativo de pessoas en-
volvidas direta e indiretamente com o esporte. Detectei uma 
oportunidade e resolvi pesquisar com mais profundidade. Fui 
17administradores.comnoVEMBRo/dEZEMBRo 2013
Segundo time de cada brasileiro é uma meta 
ousada. Como vocês pretendem fazer isso?
Para isso, planejamos estrear na MLS em 2015 com um craque bra-
sileiro de expressão mundial para criar essa identifi cação com o 
torcedor brasileiro. Identifi cação essa que já começou. Em apenas 
dois meses alcançamos mais de 125 mil seguidores na página do 
Orlando City no Facebook, com conteúdo produzido em português.
Além do clube e do estádio, vou expandir a academia de fute-
bol de Orlando para todo o mundo. Hoje temos mais de duas mil 
crianças em nossa base, treinando em nosso CT em Lake Mary. 
Como expansão de redes de franquia é a minha especialidade, va-
mos expandir, inclusive no Brasil, um novo conceito em treinamen-
to de futebol com duas fi nalidades: revelar talentos para o futebol 
profi ssional e alocação de estudantes brasileiros com bolsas nas 
faculdades americanas através do futebol. Estou bastante animado 
e creio que tudo isso será bem divertido.
surpreendido com o espaço que o futebol já alcançou na Améri-
ca, sendo o futebol o esporte mais praticado entre as idades de 
5 e 17 anos, com mais de 24 milhões de praticantes.
Os dados da MLS – Major League Soccer, a principal liga 
de futebol profi ssional nos EUA, também são impressionantes. 
Atualmente, a liga é a sétima maior do mundo em público nos 
estádios, atrás apenas da principal liga da Inglaterra, Espanha, 
Itália, Alemanha, México e Argentina. Fica à frente de Brasil, 
França, Japão, Uruguai, etc. Ou seja, a MLS, em dez anos, deve 
fi car atrás apenas de Inglaterra e Espanha.
Considerando que a liga da MLS, que hoje tem 20 times, tem 
um plano de expansão para chegar até 24 nos próximos cinco 
anos, resolvi investir na aquisição do Orlando City, na compra 
de cotas, e me tornar um dos sócios da MLS. Nesse investimen-
to, previsto para U$ 160 milhões, vamos construir um novo está-
dio, vamos fi car com dois no total, sendo um com 60 mil lugares 
e outro com 25 mil, e criar uma ponte entre o Brasile os EUA, já 
que Orlando é o destino internacional preferido dos brasileiros.
Mais de 1,5 milhão de brazucas visitam a Flórida todos os 
anos, sendo responsáveis por 70% de tudo que se compra nos 
shoppings e outlets da cidade. O nosso plano é que em cinco 
anos o Orlando City seja um clube conhecido mundialmente e o 
segundo clube do coração de cada brasileiro.
você, agora, administra negócios em diferentes países 
totalmente à distância, o que evidencia que, além de 
um grande empreendedor, você é um administrador 
competente. Como você organiza essas atividades?
Uma das características de um empreendedor maduro é cercar-se 
de grandes talentos. Tenho o privilégio de ter ao meu lado grandes 
executivos com quem trabalho há muito tempo e outros que estou 
agregando ao meu time direto no momento. Tenho uma agenda 
de reuniões através de videoconferência com cada integrante da 
equipe todas as semanas e viajo uma vez por mês para o Brasil e 
EUA. A tecnologia é uma grande aliada nesse contexto. 
18 administradores.com noVEMBRo/dEZEMBRo 2013
A comparação entre líderes e maestros é muito comum no mundo corporativo. 
Mas até que grau essa liderança é exercida?
ramwell To-
vey, diretor 
artístico e 
maestro da 
O r q u e s t r a 
Sinfônica de Winnipeg, talvez 
não pareça um típico gerente. 
Certamente, em comparação 
com, digamos, a comum carica-
tura nova-iorquina do executivo 
de unhas bem feitas, cercado 
por gráfi cos de desempenho, 
sentado em um escritório de 
esquina, a direção de uma or-
questra pode parecer uma for-
ma bastante peculiar de gestão. 
No entanto, com o aumento da 
importância do trabalho inte-
lectual – e como o trabalho é 
cada vez mais feito por profi s-
sionais treinados e de confi an-
ça –, a maneira como Bramwell 
lidera sua orquestra ilustra 
bem o que é a administração 
dos dias atuais.
Recentemente tenho estu-
dado o trabalho de gestores 
dentro e fora da minha carreira, 
passando dias com uma varie-
dade deles. Tendo em vista que 
a metáfora do líder da orquestra 
é sempre usada para represen-
tar o que “líderes” empresariais 
fazem, eu pensei que passar 
algum tempo com um maestro 
poderia ser esclarecedor. O dia 
InSIGHT
MAESTRO QUANDO A LIDERANÇA
É ENCOBERTA
B
perfeitamente na caricatura. E ainda é 
tudo um grande mito.
O que Bramwell Tovey realmente con-
trola? Quais escolhas ele realmente tem? 
Bramwell diz que seu trabalho consiste 
em selecionar a programação, determinar 
quais partes são tocadas, escolhendo ar-
tistas convidados, o pessoal da orquestra 
e gerenciando algumas relações externas 
(maestros aparentemente variam em suas 
propensões a se envolverem com trabalho 
externo. Bramwell gosta disso). O lado 
administrativo e fi nanceiro da orquestra 
é tratado por um diretor executivo – na 
época, Max Trapper, que comandava a 
orquestra com Bramwell.
Muito da literatura clássica em admi-
nistração tem sido sobre a necessidade 
de controle, que é sobre o projeto de sis-
temas, criando estruturas e fazendo esco-
lhas. Há uma abundância de sistemas nas 
orquestras sinfônicas, todas destinadas 
a controlar o trabalho. Mas são sistemas 
inerentes à profi ssão, não à administração. 
Bramwell herdou todos eles. O mesmo 
pode ser dito sobre estruturas; na verda-
de, até mais. Basta olhar como as pessoas 
sentam, em fi leiras preestabelecidas, se-
guindo uma hierarquia extremamente rí-
gida; como elas afi nam seus instrumentos 
antes de tocar e batem os pés depois de 
um bom solo. Esses rituais implicam um 
elevado grau de estrutura e, ainda assim, 
todos eles vêm com o trabalho.
A profi ssão em si, e não o gestor, for-
nece parte considerável da estrutura e co-
com Bramwell foi direcionado 
para explorar e, porventura, ex-
plodir o mito do gerente como 
o grande maestro no pódio – o 
líder no controle completo.
Quando você refl ete sobre 
isso, a orquestra sinfônica funcio-
na como várias outras organiza-
ções empresariais. Por exemplo: 
as fi rmas de consultoria ou hos-
pitais – na medida em que estão 
estruturadas em torno do traba-
lho de indivíduos altamente trei-
nados, que sabem o que devem 
fazer e apenas fazem. Profi s-
sionais como esses difi cilmente 
precisam de procedimentos in-
ternos ou analistas de estudo de 
tempo para lhes dizerem como 
fazer seus trabalhos. Essa reali-
dade funcional desafi a diversos 
preconceitos que temos a res-
peito de administração e chefi a 
(comando). Na verdade, em tais 
ambientes a liderança encoberta 
pode importar mais do que a lide-
rança aberta ostensiva.
QUem CONTrOlA?
Quando o maestro fi ca em 
sua posição e levanta o bas-
tão, os músicos respondem 
em unissonância. Outro mo-
vimento e todos eles param. 
É a imagem do controle ab-
soluto – gestão capturada 
www.coachingourselves.com
www.impm.org
henry Mintzberg 
é um dos autores 
mais produtivos da 
Administração na 
atualidade, com 16 
livros publicados, quase 
todos considerados 
referências na área. Ele 
é professor na McGill 
University, cofundador 
do International Master’s 
Program in Practicing 
Management, usado 
por institutos de ensino 
em Administração no 
Canadá, Inglaterra, Índia, 
China e Brasil. Mintzberg 
também é responsável 
pelo desenvolvimento do 
curso CoachingOurselves, 
que em solos brasileiros é 
gerenciado pelo Grupo A.
por henry mintzberg e guilherme azevedo | ilustração niandson leocÁdio
19administradores.comnoVEMBRo/dEZEMBRo 2013
ordenação. Enquanto o trabalho de alguns 
especialistas ocorre em pequenas equipes 
e forças-tarefa com uma grande quantida-
de de comunicação informal, o trabalho 
profi ssional aqui consiste na aplicação de 
rotinas operacionais padrões: o compositor 
começa a trabalhar com uma folha de papel 
em branco, mas os músicos começam com 
a pontuação do compositor. O objetivo é 
tocar bem – interpretando, porém difi cil-
mente inventando algo novo. De fato, o tra-
balho, os trabalhadores, suas ferramentas 
– quase tudo em uma sinfonia é altamente 
padronizado. Uma pessoa que conheci 
na minha visita à Orquestra Sinfônica de 
Winnipeg me falou a respeito de como 
ela havia conduzido uma orquestra uni-
versitária, onde os membros apareciam 
esporadicamente aos recitais. Ele disse 
que às vezes se viu conhecendo a or-
questra completa pela primeira vez em 
uma performance.
Em organizações onde são aplicadas 
rotinas operacionais padronizadas, os 
especialistas trabalham amplamente por 
conta própria, livres da necessidade de 
coordenar-se com seus colegas. Isso ocor-
re quase de forma automática. Um aluno 
meu de doutorado, por exemplo, uma vez 
participou de uma cirurgia de coração de 
cinco horas durante a qual o cirurgião e 
o anestesista mal trocavam uma palavra. 
Eles foram capazes de sincronizar seus 
esforços por causa da padronização de 
suas habilidades e porque eles foram trei-
nados para esperar algo um do outro.
Simultaneamente, na orquestra, mesmo 
quando os músicos tocam juntos, todos e 
cada um deles toca sozinho. Cada um segue 
um placar e sabe precisamente o momen-
to de contribuir. O instrumento não apenas 
identifi ca cada músico, mas também distin-
gue ele ou ela dos outros. 
Tendo em vista 
que a metáfora do 
líder da orquestra 
é sempre usada 
para representar 
o que “líderes” 
empresariais 
fazem, eu pensei 
que passar algum 
tempo com um 
maestro poderia 
ser esclarecedor
o ano 2000, sobre as cinzas das 
dotcom pós-bolha, estudantes 
e professores do Instituto de 
Tecnologia de Massachussets 
(MIT) deram início a um projeto para auxiliar startups 
em mercados promissores – entre eles o Brasil – a 
implementar soluções em diversas áreas. Nesse 
processo, estudantes da Sloan School of Management 
estabelecem contato com empresas e experimentam 
um período auxiliando na implantação e execução deprojetos, durante um choque criativo de culturas que 
gera resultados, experiência, conhecimento e desperta 
a curiosidade em todos os envolvidos.
N
Programa de intercâmbio de universidade norte-americana traz expertise e consultoria 
em projetos de alto impacto para empresas nacionais.
por eber freitas
ACADêMICO | Mit
O Global Entrepreneur-
ship Lab (G-Lab) consiste 
em um projeto interdisciplinar 
que transforma o cotidiano 
das empresas de países da 
América Latina, Ásia, Oriente 
Médio e África em laboratório 
para os estudantes. “O curso 
mistura análises de macroe-
conomia regional e questões 
atuais de empreendedorismo 
com instruções funcionais 
e específicas para ajudar as 
equipes em direcionar o esco-
po dos projetos, como a entra-
da em novos mercados, estra-
tégia, marketing ou recursos 
humanos”, afirma Trond Arne 
Undheim, professor de eco-
nomia global e gestão na MIT 
Sloan School of Management.
COmO fUNCiONA
A empresa que irá sediar o pro-
jeto envia o perfil dos estudan-
tes que precisa e em qual área 
eles devem atuar. Os jovens 
consultores atuam em questões 
específicas dentro da startup 
para encontrar soluções e im-
plementá-las de forma concre-
ta, rápida e eficiente.
20 administradores.com novembro/dezembro 2013
empresas brasileiras 
aprendem com o mit
Após a aprovação, em-
presas e estudantes interagem 
durante três meses por telecon-
ferência, onde são detalhados 
os problemas e propostas me-
todologias e soluções. No quar-
to mês, os estudantes são en-
viados para a sede da startup, 
onde farão uma imersão não 
só profi ssional como também 
cultural. Mas a vantagem não 
é só a consultoria de qualida-
de: é uma porta que permanece 
aberta para projetos futuros.
Para participar, as Host 
Companies (HCs) – empre-
sas que irão receber o apoio 
– submetem questionários on-
line que fi cam disponíveis en-
tre julho e setembro, nos quais 
irão descrever as difi culdades 
ao implementar soluções e 
como gostariam que a equipe 
do G-Lab trabalhe. Também 
é necessário descrever o po-
tencial e as habilidades da em-
presa e sua expertise.
Em outubro, os professo-
res do G-Lab selecionam as 
companhias e escolhem as 
equipes mais adequadas para 
cada caso. Entre novembro e 
dezembro, tem início o proje-
to, com a fi nalização do esco-
po e pesquisas iniciais, entre-
vistas e análises.
CASES 
Em 12 anos de funcionamento, 
o projeto já atendeu cerca de 
300 startups de diversos seto-
res – desde saúde até educação 
–, algumas delas no Brasil. É o 
caso da mineira SambaTech, 
empresa de logística online de 
vídeos – espécie de “YouTube 
para empresas”, como defi -
ne Pedro Filizzola, gerente de 
marketing da companhia. A 
empresa, fundada em 2004, é a 
parceira mais antiga do progra-
ma, tendo iniciado o primeiro 
projeto há sete anos.
“A nossa startup foi indi-
cada na época como uma das 
40 no mundo inteiro para ser 
acompanhada pelo G-Lab”, 
conta Filizzola. “Todo ano, alu-
nos do MBA e graduação nos 
ajudaram em alguma área, seja 
marketing, vendas, produtos ou 
recursos humanos”, explica. 
O último projeto, que envol-
ve a consolidação da holding 
SambaGroup foi concluído este 
ano. O próximo já está em de-
senvolvimento, com as con-
ferências e reuniões online, e 
deve ser concluído no início 
do próximo ano. 
Outra empresa nacional 
parceira do G-Lab é a Kim-
berlit, companhia do setor de 
agronegócios especializada em 
nutrição de plantas. O contato 
foi feito através da Endeavor; 
o projeto foi realizado entre o 
fi nal de 2011 e início de 2012. 
Sua demanda era de expandir 
para o mercado chinês, que 
tem amplo potencial em con-
sumo de fertilizantes, mas as 
difi culdades eram imensas – 
principalmente de informações 
sobre o mercado local, que 
eram pouco acessíveis e dispo-
níveis apenas em mandarim.
“Um dos integrantes da 
equipe do projeto era uma estu-
dante chinesa radicada nos Es-
tados Unidos, que foi de grande 
contribuição para a realização 
dos estudos, sobretudo para 
a coleta de dados disponíveis 
apenas em mandarim”, destaca 
Marcelo Rolim, gerente de ma-
rketing, pesquisa e desenvolvi-
mento da Kimberlit. Segundo 
ele, o trabalho junto à equipe do 
MIT rendeu resultados acima do 
esperado, mas o melhor legado 
foram os benefícios colaterais.
“Passamos a dar mais aten-
ção aos processos de valuation 
[avaliação de viabilidade de 
projetos ou de negócios], que 
antes eram mais simples e su-
perfi ciais. O choque de cultura 
no modelo mental de se realizar 
avaliações foi interessante. A 
abertura cultural que a vinda de 
um time de quatro pessoas de 
origens bem distintas gerou em 
uma empresa de uma cidade pe-
quena do interior de São Paulo, 
a evolução de algumas práticas 
para se adequar e participar do 
próprio projeto”, elenca Rolim. 
“Esses ganhos não esperados 
foram, sem dúvida, um grande 
diferencial para essa parceria, e 
talvez tenha um benefício mais 
duradouro para a empresa”, diz. 
pOr QUe NãO UmA 
brASileirA?
Embora o MIT seja uma uni-
versidade de ponta, que forma 
profi ssionais para trabalhar em 
empresas como Amazon e Goo-
gle, existem outras razões para 
empresas brasileiras optarem 
por um programa de inovação 
e desenvolvimento com profi s-
sionais estrangeiros – além da 
oportunidade fácil. A primeira 
é que poucas universidades ofe-
recem uma modalidade que per-
mita ao estudante desenvolver 
pesquisa para uma instituição 
privada – boa fatia da produção 
científi ca brasileira se restringe 
às universidades públicas.
“Parte do que foi buscado 
no projeto com o G-Lab poderia 
ser encontrado no Brasil”, reco-
nhece Rolim. “Por exemplo, a 
aplicação de modelo técnico de 
valuation e o próprio choque de 
modelo de condução de estudos 
e negócios”, afi rma. Mas a prin-
cipal vantagem da parceria com 
uma instituição internacional é 
menos pragmática e mais po-
tencial: os contatos. “O MIT tem 
uma rede excelente, que abriu 
muitas portas e acessos que 
foram diferenciais para a exe-
cução do estudo, inclusive aqui 
no Brasil e na China”, completa.
 “O contato com esses alu-
nos é uma aula de MBA”, desta-
ca Filizzola. No Brasil há diver-
sas universidades que poderiam 
nos ajudar, mas os estudantes do 
MIT estão imersos em um cená-
rio altamente focado em tecno-
logia e muitos já trabalharam em 
grandes empresas. Trazer esse 
conhecimento, aliar esse know 
how ao projeto é um dos princi-
pais diferenciais”, afi rma.
Poucas universidades 
oferecem uma 
modalidade que permita 
ao estudante desenvolver 
pesquisa para uma 
instituição privada
21administradores.comnoVEMBRo/dEZEMBRo 2013
TROCA DE IDEIAS | eMPreendedorisMo
22 administradores.com noVEMBRo/dEZEMBRo 2013
por agatha justino | imagem kris krÜg
ocê provavelmente nunca ouviu falar de Luis von Ahn, mas com certeza está 
familiarizado com seu trabalho. Ele é o criador do Captcha, aquelas letrinhas que 
você detesta escrever sempre que precisa fazer um download.
Professor de Ciências da Computação na Universidade de Carnegie Mellon, 
Luis von Ahn ainda é o responsável por melhorar o sistema de busca de imagens 
do Google e ajudar a digitalização de livros por meio do Captcha. Sempre buscando 
soluções a partir do crowdsourcing, o novo desafi o de Ahn é traduzir toda a 
internet, ao mesmo tempo em que ensina às pessoas, de graça, um novo idioma.
o eMPreendedor que 
está revoluCionando
o CrowdsourCing
23administradores.comnoVEMBRo/dEZEMBRo 2013
por que você decidiu traduzir a internet e como o 
duolingo está ajudando nessa empreitada?
Existem aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas no mundo 
aprendendo uma língua hoje. A maioria dessas pessoas, 
cerca de 800 milhões, está aprendendo inglês e pertence 
a uma classe social mais baixa. Entretanto, aprenderoutro 
idioma exige bastante dinheiro, pois são cursos caros. Eu quis 
inventar uma forma de ensinar outras línguas às pessoas, de 
graça. E pensei: deve existir uma maneira de fi nanciar isto.
Mas se não vamos cobrar dos usuários, como vamos 
fazer? Foi quando nós percebemos que poderíamos traduzir 
a internet ao mesmo tempo em que ensinamos um novo 
idioma. A ideia do Duolingo é que, em vez de cobrar dos 
alunos com dinheiro, o que fazemos é inserir exercícios 
de tradução, que são páginas da internet. É um método 
bom para todos! O aluno exercita o que aprende e nós 
conseguimos lucrar a partir da venda dessas traduções.
Então, se alguém, por exemplo, um jornal ou portal 
de notícias, deseja traduzir seu conteúdo do inglês 
para o português, nós podemos fazer o serviço para 
eles e cobramos por isso. Mas seriam os estudantes 
traduzindo, ao mesmo tempo em que aprendem. Então 
essa era a ideia inicial e o objetivo do Duolingo.
A plataforma é capaz de substituir o ensino 
tradicional? O estudante aprende a escrever, 
a ler e a falar com fluência no duolingo?
Nem tudo o que as pessoas fazem no Duolingo é tradução, 
apenas alguns exercícios são. A plataforma é completa e pode 
ensinar tudo. O sistema conversa com o aluno e consegue avaliar 
se o que ele diz está correto, assim como o estudante precisa 
entender o que ele diz. O método é semelhante ao de um jogo.
existe um plano de expansão do duolingo?
Sim, nós estamos focando bastante na América Latina, 
especialmente porque eu nasci na Guatemala. Outro projeto para 
os próximos dois meses é implementar provas e certifi cados de 
profi ciência. Veja, exames como o TOEFL são extremamente 
caros e não existe motivo para isso, além do fato das empresas 
quererem lucrar. O custo de uma prova como essa é de cinco 
dólares por candidato e eles cobram 200 dólares, isso não 
é bom. Nós queremos fazer uma versão mais barata desses 
testes e aumentar o acesso das pessoas a provas como essas. 
Um dos seus projetos mais conhecidos 
é o Captcha. você poderia nos contar 
como ele se tornou o reCaptcha?
O Captcha original, que ajudei a inventar, em 2000, era apenas 
um mecanismo de segurança para a internet. O sistema 
funciona porque as pessoas são capazes de ler esses caracteres, 
que computadores não conseguem. Então, por exemplo, no 
caso do Facebook, a razão pela qual você precisa digitar 
um Captcha quando cria uma conta é para garantir que uma 
pessoa esteja fazendo isto e não um programa de computador 
criado para obter dados de milhares de outras contas.
e como o reCaptcha funciona?
Bem, a ideia é transformar obras físicas em digitais, para 
disponibilizá-las na internet. Durante o processo, o livro é 
scaneado, página por página. Isto nos dá imagens de todas as 
palavras, que são encaminhadas para um leitor óptico (OCR) que 
deve decifrar o que está escrito ali. O problema é que quando o 
livro é um pouco antigo e a tinta está apagada, o computador não 
consegue entender algumas letras. Então, o que nós fazemos é 
pegar todas as palavras que o computador não consegue ler e as 
colocamos em Captchas, para que as pessoas resolvam. Então, 
os Captchas que você digita hoje são aqueles que o computador 
não conseguiu reconhecer e que vão ajudar a digitalizar um livro.
você acredita que o crowdsourcing promoverá um 
impacto no modelo tradicional de negócios?
Eu acredito que existem algumas formas de impacto. Nós 
estamos vendo diversos negócios sendo executados de 
maneira semelhante ao crowdsourcing. Por exemplo, existe 
o website 99designs. Se antes você precisava contratar um 
designer em algum lugar, hoje você só precisa escrever o 
que precisa e várias pessoas farão esse trabalho, para que 
você escolha o melhor. Existem milhares de exemplos de 
serviços como esse, onde o crowdsourcing está substituindo 
o processo natural dos negócios, o modelo tradicional. Não 
funciona para tudo, mas ajuda em algumas coisas. Eu usaria 
como exemplo a Wikipedia, que é simplesmente melhor 
que todas as enciclopédias, não existe mais competição. Eu 
acredito que a Britannica saiu do mundo dos negócios por 
causa da Wikipedia, que é alimentada por crowdsourcing.
você tem vendido suas ideias para grandes 
empresas desde cedo e consegue atrair 
diversos investidores. Como você convence 
as pessoas a acreditarem no seu negócio?
Eu acredito que o mais importante foi sempre ter um produto que 
funciona. Antes de tentar convencer qualquer pessoa, eu trabalhei 
no produto. Quando os outros viam meu trabalho, podiam atestar 
que realmente estava pronto e funcionava. Demonstrar é
muito mais fácil do que falar. É o mesmo com o Duolingo, uma 
plataforma que é efi ciente. Existe hoje sete milhões de usuários, 
então seu sucesso é inquestionável. A chave é fazer primeiro. 
Esse é o Captcha original. Em um dado momento, 
percebi que 200 milhões de Captchas eram digitados todos 
os dias por pessoas ao redor do mundo. No princípio, 
fi quei muito orgulhoso do impacto que a minha pesquisa 
teve, porém me senti mal pelo desperdício de tempo que é. 
Cada pessoa leva 10 segundos para digitar um Captcha, se 
multiplicarmos por 200 milhões, chegamos a um desperdício 
de tempo de aproximadamente 500 mil horas por dia.
Então, comecei a pensar em maneiras de reutilizar esse 
esforço. Seria possível fazer outro trabalho durante esses 10 
segundos? E a resposta é sim. Com o ReCaptcha, quando você 
digita as palavras, você não está apenas provando que é uma 
pessoa, mas também está nos ajudando a digitalizar livros.
24 administradores.com novembro/dezembro 2013
CARREIRA | Mudanças
Seu plano de ação pode levar ao fracasso? Veja a abordagem de seis ângulos.
A implementação de um projeto não é algo sim-
ples. Nas empresas, já vimos muitos projetos erra-
rem o alvo; e pesquisas confirmam que o índice de 
fracasso é de cerca de 70%. Embora estudos recen-
tes mostrem que essas taxas variam dependendo do 
tipo de projeto – e podem até ser amenizadas se fo-
rem utilizadas novas formas de ges-
tão de projetos –, está mais do que 
claro que ainda não encontramos a 
chave do sucesso constante.
 Apesar de investimentos, 
incentivos, processos aprimorados 
e ferramentas complexas, as 
empresas nem sempre conseguem 
atingir seus resultados. Portanto, 
é natural que o indivíduo tenha 
preocupações legítimas ao decidir 
lançar seu projeto pessoal para 
realizar seu sonho, seja ele 
profissional ou particular. Se 
técnicas complexas não ajudarem, 
resta esboçar um plano e colocar 
em prática. Porém, talvez esse 
não seja o melhor plano de ação. 
USANdO OS diverSOS 
âNgUlOS dA NOSSA viSãO
Segue uma proposta que vai pelo 
caminho do meio – entre a comple-
xidade desnecessária e o excesso de 
simplicidade. É uma lista com seis 
tarefas e ângulos para ser aplicada 
ao plano de ação, e é baseada nos 
diversos aspectos da nossa visão.
1. Defina claramente o objetivo. 
Nossos olhos podem focar em um 
ponto distante e, mesmo não enxer-
gando todos os detalhes, podemos vê-
-lo claramente. Teremos sempre uma 
á momentos na vida em 
que fazemos grandes 
resoluções ou decidimos 
realizar nossos sonhos. 
Eles podem ocorrer na 
virada do ano ou ao terminar um curso de 
liderança. Decidir é a parte fácil. O difícil é 
executar, com êxito, o seu plano de ação.
H
conquistando novas 
metas pessoais
por marco mancesti | imagem shutterstock
Marco Mancesti é diretor de p&D no IMD 
e aluno formado dos programas High 
performance Leadership (HpL) e Advanced 
High performance Leadership (AHpL). 
25administradores.comnoVEMBRo/dEZEMBRo 2013
representação nítida daquilo 
que aspiramos ou simplesmen-
te aceitamos a aproximação?
2. Coloque em foco o olho da 
mente. O conceito do olho da 
mente, em termos de liderança, 
já foi bastante abordado nos 
livros do professor do IMD, 
George Kohlrieser,Refém na 
mesa de negociações e Care to 
dare. A seguinte descrição foi 
tirada de Care to dare: “o olho 
da sua mente é como uma lan-
terna, que ilumina onde quer 
que seja que você a direcio-
ne. Você escolhe onde focar 
sua lanterna – na decepção, 
dor, perda ou outros aspectos 
negativos da vida – ou sobre 
benefícios, ganhos ou outros 
aspectos positivos da vida”. 
O olho da mente determina o 
nosso estado emocional e é 
relacionado a algo maior do 
que as ditas metas. Se o obje-
tivo for chegar ao topo de uma 
montanha, o olho da mente 
pergunta “por que” e também 
como será o sentimento ao fi -
nalmente chegar ao ápice. O 
“por que” nos traz paixão, e a 
paixão nos dá a energia para 
superar obstáculos.
3. Aproximação e distancia-
mento. Nossos olhos conse-
guem focar apenas em objetos 
muito próximos e, em seguida, 
voltar para o ponto distante. 
Será que nos esforçamos cons-
tantemente para aproximar e 
distanciar a visão entre o obje-
tivo fi nal e as diferentes etapas 
do plano, ou focamos tanto na 
execução que nem sequer olha-
mos mais para o distante?
4. Use a visão periférica. Nos-
sos olhos percebem o que 
acontece além da linha de 
visão, algo bastante útil para 
antecipar momentos de peri-
go. Será que nos permitimos 
conectar com o ambiente ao 
O excelente histórico de 
João ajuda muito no proces-
so de contratação e está tudo 
muito bem defi nido para que 
haja uma transição tranquila 
ao novo cargo. Mesmo com 
boatos de que haveria uma 
reestruturação no departa-
mento de marketing com a 
chegada de um novo chefe, 
João se mantém fi rme ao pla-
no e fi nalmente consegue a 
posição no setor – afi nal, é 
uma oportunidade muito rara 
para ser desperdiçada. “Tra-
balho encerrado”.
Infelizmente, não é bem 
assim. O novo chefe de 
marketing tem fama de ser 
uma pessoa de sucesso, mas é 
difícil de trabalhar e também 
é demasiadamente egoísta. 
Ele aplicou a mesma regra 
que usou em outra ocasião de 
mudança de cargo na empre-
sa: “último a entrar, primeiro 
a sair”, e assim João perdeu 
espaço na organização.
Este exemplo é fi ctício, 
mas é válido para muitas si-
tuações. O que aconteceu, na 
verdade, foi que João ignorou 
os ângulos 4, 5 e 6 da lista. 
Ele se desconectou de seu 
ambiente, fi cou preso ao seu 
plano inicial e não buscou a 
opinião de seus amigos sobre 
a situação. João teve a “sín-
drome do túnel”, um tipo de 
disfunção óptica – muitas ve-
zes resultado de altos níveis 
de estresse e que reduz a per-
cepção do ambiente ao redor 
da pessoa.
E o mais importante: ele 
não se preparou. Quando se 
trata da gestão de partes in-
teressadas, não basta ter vi-
são periférica – precisamos 
também trabalhar para mol-
dar um ambiente ideal, em 
que temos acesso a valiosos 
insights das partes interes-
sadas. Se João tivesse se 
preocupado em desenvolver 
nosso redor e com a nossa 
própria intuição ou fi camos 
limitados somente ao que 
acontece na nossa frente?
5. Use um olhar revigorado. 
Nossos olhos enxergam ins-
tantaneamente – não há efei-
to de “memória cache”. Será 
que vemos o caminho à nossa 
frente com “olhos revigora-
dos” cada vez que olhamos, 
ou será que estamos presos 
a um plano inicial e infl exí-
vel, como se nosso cérebro 
fosse um computador sempre 
carregando a mesma página
de internet?
6. Quatro olhos são melhores 
que dois. A opinião dos ou-
tros sobre uma decisão ou um 
problema signifi ca que as ex-
periências acumuladas dessas 
pessoas podem ajudar a ante-
cipar acontecimentos – basi-
camente, “ver o futuro”.
No entanto, há uma ques-
tão a ser discutida em relação 
a tudo isso: deixamos de lem-
brar essas seis tarefas quan-
do estamos profundamente 
focados em nosso objetivo? 
Quem sabe até os considera-
mos como perda de tempo?
Vejamos um exemplo.
A SÍNdrOme 
dO TÚNel
João está planejando uma 
mudança de carreira, para in-
tegrar o departamento de ma-
rketing. Faz sentido: seu ob-
jetivo fi nal é se tornar diretor 
executivo nos próximos dez 
anos e, embora ele seja sênior 
na empresa, a área de marke-
ting é o único ponto fraco em 
seu CV. Assim, João acompa-
nha de perto tudo o que acon-
tece no setor. Portanto, assim 
que aparecer uma vaga para 
uma posição de marketing, ele 
estará pronto.
relacionamentos com seus 
colegas, com tempo para 
tomar aqueles cafezinhos, 
almoçar e ter convivências 
que geram confi ança mútua 
e união, sua catástrofe pes-
soal provavelmente poderia 
ter sido evitada, pois alguém 
poderia ter avisado a tempo.
O plANO de AçãO 
pOde levAr AO 
frACASSO?
Thomas Edison disse: “uma 
estratégia sem plano é uma 
alucinação”. É verdade, e 
também precisamos ter a cer-
teza de que nosso plano não é 
cego. Caso contrário, poderá 
levar ao fracasso.
A cegueira pode ser su-
perada se inserirmos nosso 
plano em um contexto total-
mente interpretativo. Portan-
to, vamos lembrar sempre a 
maneira como nossos olhos 
devem enxergar as coisas: de 
longe e de perto, sempre revi-
gorado e com frescor a cada 
momento e além da linha de 
visão. Vamos também nos 
permitir olhar além da meta 
e buscar opiniões e olhares 
externos para nos ajudar,
quando necessário. 
odos os dias somos bombardeados por 
argumentos e contra-argumentos sobre 
praticamente tudo. Na política, na religião, 
com as marcas que desejam nos convencer 
que são as melhores, diante de opiniões divergentes em 
projetos no trabalho, nas discussões de relacionamentos 
entre casais. E é fato, saber se comunicar de forma efi caz 
e persuasiva sempre foi uma “arma” poderosa para que 
esses argumentos sejam tomados como verdade. 
Fatores como a escolha e a memorização dos conteúdos 
do discurso, a disposição de como é colocado aos outros e 
a elocução infl uenciam no poder de convencimento. Mas, 
não é só isso. Fomos buscar inspiração de dois fi lósofos 
para aprender outras técnicas de debate e persuasão: 
os conceitos da retórica de Aristóteles (384-322 a.C) e os 
estratagemas dialéticos de Arthur Schopenhauer (1788-
1860). O intuito não é burlar regras e transformar você 
em um típico e “ensaboado” político experiente, mas, sim, 
despertar uma preocupação para quem não deseja se 
perder no labirinto das argumentações capciosas. 
T
USAr A AUTOridAde
O debate é mais fácil de ser encarado quando, entre 
os argumentos, estão as citações. Em vez de apenas 
seus fundamentos, utilize a fala de especialistas sobre 
determinado tema. Podem ser pesquisas, estudos, discursos 
de autoridades competentes sobre o assunto. As pessoas 
têm a tendência de ter profundo respeito por autoridades 
(principalmente por aquelas que elas não conhecem).
CriAr UmA 
AlTerNATivA 
fOrçAdA 
Para fazer com que a outra pessoa 
aceite a sua tese, uma estratégia é 
apresentar duas alternativas para 
que ela escolha. No entanto, uma 
das alternativas deve abordar algo 
mais insano, de modo que ela, 
se não quiser ser contraditória, 
tenha de decidir pela sua tese. “Por 
exemplo: desejamos que alguém 
admita que um homem tenha que 
fazer tudo o que seu pai lhe ordene. 
Para isso, perguntamos: ‘Deve-se 
obedecer ou desobedecer os pais 
em todas as coisas?’”, aponta 
Schopenhauer. 
CriAr Um rÓTUlO
Para tornar menos relevante ou tornar suspeita uma 
afi rmação do adversário, uma opção é reduzir a tese em uma 
categoria geralmente detestada, ainda que a relação seja 
pouco rigorosa ou tenha vaga semelhança. Ou seja, criar um 
rótulo. Exemplo: “Isso é maniqueísmo”, ”É idealismo”, “É 
reacionário”, “É misticismo”, “É fascismo”.
NegAçãO 
dA TeOriA
NA prÁTiCA
“Isso pode funcionar na teoria, 
mas na prática não”. A frase 
faz com que até se aceite os 
fundamentos da opinião do outro, 
mas coloque em cheque as suas 
consequências. “Essa afi rmação 
expressa algo que é impossível: o 
que é certo nateoria tende sê-lo 
na prática. E, se não o é, há uma 
falha na teoria: algo foi ignorado e 
não foi avaliado; por conseguinte, 
é falso também na teoria”, destaca 
Schopenhauer.
ArrASTAr O 
diSCUrSO dO 
OUTrO AO 
exAgerO
É possível provocar o adversário 
para contradizê-lo ao exagerar 
sobre a sua afi rmação, mesmo 
que ela seja verdade em certo 
contexto. O ato de generalizar 
a tese para várias situações 
ou exagerar determinadas 
colocações para casos extremos 
pode desconfi gurar a tese do 
adversário. Em contrapartida, 
caso isso seja feito pelo oponente 
é preciso detê-lo e reconduzi-lo 
aos limites da sua afi rmação 
com: “eu disse isto e nada mais”.
mUdAr O 
perCUrSO 
dO debATe
Se notarmos que o adversário faz 
uso de uma boa argumentação e 
as chances de ele ganhar o debate 
são extremamente acentuadas, 
um caminho é desviar o foco do 
tema principal e buscar uma nova 
questão para ser abordada.
USAr A “rAivA” 
dO OUTrO 
AO SeU fAvOr 
Caso o seu adversário, diante 
de um argumento, fi que 
inesperadamente zangado, ou 
altere seu comportamento, 
devemos utilizar assiduamente 
esse argumento. A raiva pode 
afetar o raciocínio coerente e a 
razão do discurso do oponente, 
provocando até a perda de 
vantagem do debate (caso ele 
esteja indo melhor). 
COmO gANhAr Um 
debATe TeNdO 
(OU NãO) A rAzãO?
por fabio bandeira de mello | imagens shutterstock
26 administradores.com noVEMBRo/dEZEMBRo 2013
28º Congresso Brasileiro 
de Treinamento e 
Desenvolvimento
Mais de 90 atividades técnicas
Média de avaliação nos últimos 5 anos: 9,6
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26 a 29 de Novembro - Santos-SP
Considerado o maior e melhor congresso de treinamento da América Latina, o 
CBTD recebe mais de 2.000 profissionais de Gestão de Pessoas, que participam 
das mais de 90 atividades que são cuidadosamente selecionadas para manter 
nosso alto padrão de excelência.
Realização: Patrocinador Unique Patrocínio Ouro
Patrocínio Prata
(debATe)
janaina depiné é consultora de etiqueta, 
ministra cursos e palestras e é autora do 
site elegantesempre.com.br
COnTRApOnTO | whatsaPP
O WhatsApp virou uma verdadeira 
febre, principalmente entre os 
mais jovens. No entanto, esse 
aplicativo cria um paradigma 
da comunicação muito peculiar. 
Da mesma forma que existe o 
público que utiliza e o defende – 
pela facilidade de comunicação 
através do smartphone –, existem 
aqueles que são contra, entre os 
motivos, a alienação e o vício de 
checar as mensagens toda hora. 
Confira a seguir a opinião de duas 
profissionais que acabam lidando 
diretamente – ou indiretamente – 
com os efeitos do WhatsApp.
por janaina depiné e marina queiroga | ilustração shutterstock
om a popularização dos 
smartphones, o envio 
de mensagens de textos 
por tantos aplicativos 
virou uma das formas 
mais comuns de comunicação. É 
prático, ágil e simples. Mas será que 
enviar mensagem pelo WhatsApp é 
sempre elegante? A resposta é não!
Como não existe um limite da 
quantidade que se pode enviar por dia, 
algumas pessoas excedem. Isso atra-
palha diretamente a produtividade e a 
concentração. Pior ainda quando são 
criados grupos em que cada um entra 
num horário na conversa. Os “viciados” 
no app ficam frequentemente olhando o 
smartphone à espera de encontrar uma 
nova atualização. Se o som fica ligado, 
pronto, impossível trabalhar! Além 
disso, é preciso lembrar que assuntos 
importantes ainda exigem uma liga-
ção ou mesmo uma conversa pessoal. 
O tom de voz e a expressão contri-
buem para a comunicação eficiente. 
Como se não bastasse, os usuá-
rios do WhatsApp esquecem que, na 
essência, ele serve para conversas 
curtas. Se o assunto é longo, ligue ou 
envie um e-mail. Não se pode negar 
que a ferramenta é útil para avisar 
que já está na porta da casa de al-
guém, que está atrasado ou chegando, 
levando o pão... Enfim, recados. 
É o fim também quem usa o apli-
cativo em cinemas, reuniões, teatro... 
Ainda que seja para responder silen-
ciosas mensagens de texto, o brilho 
do aparelho definitivamente atrapalha 
os outros. A possibilidade de envio de 
imagens e áudio também pode criar 
várias saias justas. Um desavisado pode 
abrir o WhatsApp no meio do trabalho 
e ouvir um recado engraçadinho com 
o chefe ao lado. Já as imagens ficam 
armazenadas no álbum do seu celular. 
O que uma foto fora de contexto pode 
gerar de confusão não está escrito!
E ainda tem outro problema sério: 
quando se dá mais atenção ao aparelho 
do que às pessoas que estão com você. 
Conversar com alguém que olha para 
o celular de cinco em cinco minutos 
e fica respondendo o WhatsApp é 
deprimente, além de muito grosseiro. 
Por fim, o WhatsApp ainda cria a 
obrigatoriedade da resposta, já que 
mostra a hora em que a mensagem foi 
vista. Muitas vezes você leu a men-
sagem enquanto estava no elevador e 
entrou para uma reunião em seguida. A 
demora ou ausência de resposta já é o 
bastante para criar um mimimi daqueles!
C
você é a favor ou contra a 
utilização do Whatsapp?
Conversar com 
alguém que olha para 
o celular de cinco 
em cinco minutos 
e fica respondendo 
o WhatsApp é 
deprimente
CONTrA!
28 administradores.com novembro/dezembro 2013
(debATe)
A fAvOr!
Mas tudo tem seu lado bom e o lado 
ruim. Devemos tomar muito cuidado 
com os grupos e conversas pessoais, 
durante o horário de trabalho. Como é 
um aplicativo que interage com pes-
soas de todos os lugares do mundo, 
aquelas conversinhas paralelas com 
amigas, namorado(a), familiares etc., 
temos que deixar para o fi m do dia. 
ou completamente a 
favor da utilização do 
WhatsApp, principal-
mente quando o assunto 
é trabalho. Eu realmente 
não consigo me imaginar um segundo 
sem o WhatsApp. Ao contrário do que 
muita gente pensa, acredito que essa 
evolução tecnológica é muito vantajosa. 
Primeiro ponto: é gratuito, você 
manda mensagens ilimitadas pra qualquer 
pessoa do mundo que tenha o aplica-
tivo usando uma conexão de internet, 
ainda podendo mandar fotos e vídeos 
sem pagar pela mensagem enviada. 
Na minha vida pessoal foi um avanço 
maravilhoso e na profi ssional melhor 
ainda. Hoje coordeno uma Unidade de 
Vendas com mais de 50 pessoas que pos-
so gerenciar individualmente em tempo 
real, ou com pequenos grupos, facilitando 
mais ainda o meu trabalho como diretora. 
Nas vendas diretas o aplicativo é 
o meu braço direito. Atualmente, mui-
tas pessoas já não têm aquele tempo 
livre para ir ao shopping. Às vezes, há 
tempo, mas existe todo um desconforto 
de trânsito para chegar ao local, demo-
ra para encontrar uma vaga, pagar o 
estacionamento do estabelecimento etc.
O uso do WhatsApp facilita essas e 
várias outras questões de comodidade 
para os consumidores. Tenho clientes 
que me pedem para encaminhar ima-
gens dos produtos através do aplicati-
vo para que eles possam escolher um 
presente, por exemplo. Elas escolhem 
de onde estiverem, combino pagamento 
antecipado, entrego no local combi-
nado e pronto. Realizamos uma venda 
sem o cliente ter que sair de casa.
Para nós, que trabalhamos com 
vendas e-commerce e vendas diretas, o 
WhatsApp é um diferencial invejável. As 
minhas clientes adoram; usamos muito 
a ferramenta e com muito sucesso.
Tenho clientes 
que me pedem para 
encaminhar imagens 
dos produtos através 
do aplicativo para que 
elas possam escolher 
um presente
Marina queiroga é diretora 
da Mary Kay Brasil.
S
29administradores.comnoVEMBRo/dEZEMBRo 2013
Por que um administrador precisa conhecer 
a teoria das cores? Pelo mesmo motivo que 
ele precisa conhecer o seu produtoe as 
diretrizes de sua empresa: cores são 
elementos intrínsecos à mensagem que se 
pretende comunicar e vender.
Portanto, diferente dos artistas, o objetivo 
não é a apreciação, mas a comercialização; 
daí a importância de uma transmissão limpa 
e eficaz através das cores.
TEXTO EBER FREITAS | DESIGN THIAGO CASTOR 
FONTES JUNE CAMPBELL – THE PSYCHOLOGY OF COLOR IN 
MARKETING; SHUN YIN LAM – THE EFFECTS OF STORE ENVIRONMENT 
ON SHOPPING BEHAVIORS: A CRITICAL REVIEW
COLOR MARKETING GROUP – THE PROFIT OF COLOR
EMOÇÕES QUE AS CORES DESPERTAM
Escolher cores inadequadas implica 
diretamente em vendas fracas, sem choro 
nem vela. Anote isso para as reuniões e 
tomadas de decisão.
RODA DE CORES
Não é todo mundo que tem sensibilidade 
artística para equilibrar as cores de forma 
agradável e funcional. Mas, felizmente e graças 
a Isaac Newton, existe uma ciência para isso.
CORES PRIMÁRIAS
Consideram-se como 
cores primárias o 
vermelho, amarelo e 
azul. Cada uma tem na 
outra sua harmonia 
perfeita. Todas as 
outras cores derivam 
das primárias.
CORES SECUNDÁRIAS
O verde, laranja e 
violeta são 
consideradas 
secundárias; são 
criadas a partir da 
mistura das cores 
primárias e, ao mesmo 
tempo, criam um 
contraste ou oposição 
às cores básicas.
Em 1665, o britânico 
separou a luz em 
diferentes espectros – 
vermelho, laranja, 
amarelo, verde, azul, 
índigo e violeta – e 
organizou em um disco, 
de forma que as cores 
vizinhas sejam análogas 
e as mais distantes, 
complementares. Até 
hoje a ferramenta é 
utilizada.
CORES TERCIÁRIAS
Obtidas a partir da 
mistura de uma cor 
primária com uma ou 
duas secundárias.
CORES 
COMPLEMENTARES
São as cores 
exatamente opostas na 
roda. Quando unidas, 
criam um alto 
contraste, conferindo 
um senso de urgência e 
destaque à mensagem.
CORES ANÁLOGAS
Situam-se próximas
no disco cromático. 
Sua combinação é 
mais sóbria e sutil, 
com menos contraste 
e paixão. Mas como combinar essas cores de modo
a fazer sentido e ficar agradável visualmente?
Para entender melhor, divirta-se nesse site 
http://colorschemedesigner.com/
Todas as 
cores são 
amigas 
de suas 
vizinhas e 
amantes 
de suas 
opostas.
Marc Chagall
RECEPTORES | Cada indivíduo tem uma 
percepção distinta da mensagem e, portanto, 
das cores; não existe uma massa neutra. Não 
existe o "par perfeito" entre cor e mensagem.
80%
40%
42%
73%
80%
RECONHECIMENTO
Aumento do reconhecimento 
da marca que utiliza cores.
LEITURA
Diferença na quantidade de leitores 
que têm contato visual com a marca.
LEGIBILIDADE
Melhora na legibilidade 
dos anúncios com cores.
COMPREENSÃO
Compreendem melhor as
mensagens quando são coloridas.
CONSUMO
Peso das cores e do aspecto visual 
nas decisões de compra.
CORES MELHORAM TUDOCOMO REAGEM OS CONSUMIDORES
Quando são bem exploradas, as cores podem fazer 
maravilhas pelas marcas. Elas influenciam diversos aspectos 
relacionados ao visual, à legibilidade das mensagens e às 
decisões de compra. Tudo é melhor comunicado quando as 
cores estão envolvidas.
SOCIEDADE DA 
INFORMAÇÃO 
INTELIGÊNCIA 
COLETIVA
MÍDIAS
SOCIAIS
REAÇÕES 
VARIADAS
Absolute Vodca: 
"Transform Today" (2013)
Esmaltes Colorama: 
"Deu Vontade" (2012)
Sony Bravia HDTV:
"Paint" (2006)
ÂNIMO
ABUNDÂNCIA
CALMA
CALOR
CASTIDADE
CIÊNCIA
CONFIANÇA
CRESCIMENTO
CRIATIVIDADE
DIGNIDADE
DOÇURA
ELEGÂNCIA
ESPIRITUALIDADE
EXCITAÇÃO
EXCLUSIVIDADE
FELICIDADE
FORÇA
FRESCOR
FRIO
JOVIALIDADE
LIMPEZA
LUDICIDADE
LUXO
MISTÉRIO
NATUREZA
NUTRIÇÃO
PAIXÃO
PERIGO
PERTENCIMENTO
PRESTÍGIO
PRODUTOS CAROS
PUREZA
REALEZA
SEDUÇÃO
SEGURANÇA
SEXO
SOFISTICAÇÃO
SOL
SUAVIDADE
TRANQUILIDADE
VELOCIDADE
VIBRAÇÃO
InFOGRÁFICO | iMageM
30 administradores.com noVEMBRo/dEZEMBRo 2013
Por que um administrador precisa conhecer 
a teoria das cores? Pelo mesmo motivo que 
ele precisa conhecer o seu produto e as 
diretrizes de sua empresa: cores são 
elementos intrínsecos à mensagem que se 
pretende comunicar e vender.
Portanto, diferente dos artistas, o objetivo 
não é a apreciação, mas a comercialização; 
daí a importância de uma transmissão limpa 
e eficaz através das cores.
TEXTO EBER FREITAS | DESIGN THIAGO CASTOR 
FONTES JUNE CAMPBELL – THE PSYCHOLOGY OF COLOR IN 
MARKETING; SHUN YIN LAM – THE EFFECTS OF STORE ENVIRONMENT 
ON SHOPPING BEHAVIORS: A CRITICAL REVIEW
COLOR MARKETING GROUP – THE PROFIT OF COLOR
EMOÇÕES QUE AS CORES DESPERTAM
Escolher cores inadequadas implica 
diretamente em vendas fracas, sem choro 
nem vela. Anote isso para as reuniões e 
tomadas de decisão.
RODA DE CORES
Não é todo mundo que tem sensibilidade 
artística para equilibrar as cores de forma 
agradável e funcional. Mas, felizmente e graças 
a Isaac Newton, existe uma ciência para isso.
CORES PRIMÁRIAS
Consideram-se como 
cores primárias o 
vermelho, amarelo e 
azul. Cada uma tem na 
outra sua harmonia 
perfeita. Todas as 
outras cores derivam 
das primárias.
CORES SECUNDÁRIAS
O verde, laranja e 
violeta são 
consideradas 
secundárias; são 
criadas a partir da 
mistura das cores 
primárias e, ao mesmo 
tempo, criam um 
contraste ou oposição 
às cores básicas.
Em 1665, o britânico 
separou a luz em 
diferentes espectros – 
vermelho, laranja, 
amarelo, verde, azul, 
índigo e violeta – e 
organizou em um disco, 
de forma que as cores 
vizinhas sejam análogas 
e as mais distantes, 
complementares. Até 
hoje a ferramenta é 
utilizada.
CORES TERCIÁRIAS
Obtidas a partir da 
mistura de uma cor 
primária com uma ou 
duas secundárias.
CORES 
COMPLEMENTARES
São as cores 
exatamente opostas na 
roda. Quando unidas, 
criam um alto 
contraste, conferindo 
um senso de urgência e 
destaque à mensagem.
CORES ANÁLOGAS
Situam-se próximas
no disco cromático. 
Sua combinação é 
mais sóbria e sutil, 
com menos contraste 
e paixão. Mas como combinar essas cores de modo
a fazer sentido e ficar agradável visualmente?
Para entender melhor, divirta-se nesse site 
http://colorschemedesigner.com/
Todas as 
cores são 
amigas 
de suas 
vizinhas e 
amantes 
de suas 
opostas.
Marc Chagall
RECEPTORES | Cada indivíduo tem uma 
percepção distinta da mensagem e, portanto, 
das cores; não existe uma massa neutra. Não 
existe o "par perfeito" entre cor e mensagem.
80%
40%
42%
73%
80%
RECONHECIMENTO
Aumento do reconhecimento 
da marca que utiliza cores.
LEITURA
Diferença na quantidade de leitores 
que têm contato visual com a marca.
LEGIBILIDADE
Melhora na legibilidade 
dos anúncios com cores.
COMPREENSÃO
Compreendem melhor as
mensagens quando são coloridas.
CONSUMO
Peso das cores e do aspecto visual 
nas decisões de compra.
CORES MELHORAM TUDOCOMO REAGEM OS CONSUMIDORES
Quando são bem exploradas, as cores podem fazer 
maravilhas pelas marcas. Elas influenciam diversos aspectos 
relacionados ao visual, à legibilidade das mensagens e às 
decisões de compra. Tudo é melhor comunicado quando as 
cores estão envolvidas.
SOCIEDADE DA 
INFORMAÇÃO 
INTELIGÊNCIA 
COLETIVA
MÍDIAS
SOCIAIS
REAÇÕES 
VARIADAS
Absolute Vodca: 
"Transform Today" (2013)
Esmaltes Colorama: 
"Deu Vontade" (2012)
Sony Bravia HDTV:
"Paint" (2006)
ÂNIMO
ABUNDÂNCIA
CALMA
CALOR
CASTIDADE
CIÊNCIA
CONFIANÇA
CRESCIMENTO
CRIATIVIDADE
DIGNIDADE
DOÇURA
ELEGÂNCIA
ESPIRITUALIDADE
EXCITAÇÃO
EXCLUSIVIDADE
FELICIDADE
FORÇA
FRESCOR
FRIO
JOVIALIDADE
LIMPEZA
LUDICIDADE
LUXO
MISTÉRIO
NATUREZA
NUTRIÇÃO
PAIXÃO
PERIGO
PERTENCIMENTO
PRESTÍGIO
PRODUTOS CAROS
PUREZA
REALEZA
SEDUÇÃO
SEGURANÇA
SEXO
SOFISTICAÇÃO
SOL
SUAVIDADE
TRANQUILIDADE