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Nota de Aula - Direito Civil - Obrigações 8

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Universidade Federal do Ceará.
Faculdade de Direito
Departamento de Direito Privado.
Disciplina: Direito Civil II- Obrigações.
Professor: William Paiva Marques Júnior. 
Nota de Aula No.: 8.
Das Modalidades de Obrigações (Arts. 233 a 285 CCB/2002):
-Das Obrigações Solidárias:
- Delimitação conceitual: 
“Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.” 
Obrigação solidária é aquela na qual, sendo plural a composição do pólo credor e/ou do pólo devedor, cada um dos seus integrantes tem direito ao todo, como se fosse o único credor, ou deve o todo, como se fosse o exclusivo devedor.
Para Maria Helena Diniz�: obrigação solidária é aquela em que, havendo multiplicidade de credores ou devedores, ou de uns e outros, cada credor terá direito à totalidade da prestação, como se fosse o único credor, ou cada devedor estará obrigado pelo débito todo, como se fosse o único devedor (CC, art. 264). Percebe-se, então, que o credor poderá exigir de qualquer codevedor a dívida por inteiro, e o adimplemento da prestação por um dos devedores libertará a todos ante o credor comum (CC, art. 275). 
- Espécies:
		-Ativa: quando há vários credores com o direito de exigir do devedor comum o cumprimento integral da prestação. Exemplo: se são dois locadores, ambos podem cobrar do devedor, por inteiro, o valor do aluguel (art. 2º- da Lei No.: 8.245/91- Lei do Inquilinato�).
		- Passiva: quando há vários devedores responsáveis pelo cumprimento integral da prestação devida ao credor comum. Exemplo: o devedor originário e o avalista.
		- Recíproca ou Mista: quando há pluralidade de credores e de devedores, sendo que cada um dos credores pode exigir o cumprimento total da obrigação de cada um dos devedores, que, por sua vez, são responsáveis pela dívida toda. Exemplo: A e B alugam a casa para C e D.
-Características: 
(a) Pluralidade Subjetiva: de credores, de devedores ou de uns e outros, simultaneamente; 
(b) Unidade Objetiva: unidade de prestação, consistente na circunstância de que cada devedor responder pela totalidade da prestação e cada credor tem direito ao crédito em seu todo.
3. Fontes de Solidariedade: Havendo pluralidade de credores ou devedores, de uma prestação divisível, aplica-se a máxima “concursu partes fiunt”, presumindo-se, destarte, a divisibilidade da obrigação, a solidariedade, por constituir exceção à regra, deve emanar da lei ou da vontade das partes. Portanto, nunca se presume. 
A solidariedade pode ser: 
- pura ou perfeita ou própria: é a que decorre da lei. É o caso dos avalistas;
- imperfeita ou imprópria: também chamada de correalidade ou obrigações correais: quando resultar do contrato ou testamento, isto é, de um ato de vontade. 
A solidariedade ativa e passiva pode ser estipulada após o negócio, por ato em separado. Tal ocorre, por exemplo, com o endosso do título, pois o endossante torna-se solidariamente responsável pelo débito. 
Finalmente, na solidariedade ativa e passiva, embora todos os credores possam exigir a dívida toda, e todos os devedores tenham responsabilidade integral pelo débito, nada obsta a estipulação de termo ou condição para um dos co-devedores ou co-credores. Neste sentido, dispõe o art. 266 do CCB/2.002: “Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.”
- Solidariedade Ativa: ocorre quando, na mesma obrigação, há mais de um credor com o direito de exigir do devedor comum o cumprimento integral da prestação.
O art. 2º- da Lei No.: 8.245/91 prevê a solidariedade ativa entre os locadores. Assim, o devedor, isto é, o locatário, pode efetuar o pagamento do aluguel a qualquer um deles. Neste jaez, colacionamos o seguinte julgado do STJ acerca da matéria: “LOCAÇÃO. FIANÇA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. PRORROGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. GARANTIA PRESTADA PELO CASAL. EXONERAÇÃO DA ESPOSA POR MORTE DO MARIDO. INADMISSIBILIDADE. 1. No exame de recurso especial, não se conhece de matéria que não foi objeto de apreciação pelo Tribunal de origem, ausente assim o necessário prequestionamento. 2. Tendo a recorrente se obrigado de forma solidária, como garante dos valores relativos à avença então firmada, não há que se falar em mera outorga uxória, devendo responder pelos aluguéis e demais obrigações contratuais não honrados pelo locatário. 3. Recurso especial a que se nega provimento.” (RESP No.: 690.401/MS, Relator: Min. Paulo Gallotti, julgamento: 03/05/2.007). 
Segundo o STJ�, em sede de arrendamento mercantil a orientação jurisprudencial é firmada no sentido de que o arrendante é responsável solidário do IPVA.
Ao interpretar o art. 39 da Lei do Cheque� (Lei No.: 7.357/85) em consonância com o art. 264 do Código Civil determinou o STJ� que a regularidade do endosso deve ser verificada não só pelo banco sacado, mas também pelo banco apresentante do título à câmara de compensação, ou seja, trata-se de responsabilidade solidária pela regularidade da cadeia de endossos.
Direito de Regresso:
O credor que recebeu deve pagar aos outros as respectivas quotas, que, no silêncio, presumem-se iguais. Se o credor recebeu só uma parte do crédito, ainda assim deve ratear o recebido entre os outros co-devedores.
Em regra, o devedor, na solidariedade ativa, pode efetuar o pagamento total a qualquer um dos credores. Mas se um dos credores ingressar com ação judicial, a este deverá ser efetuado o pagamento integral, por força do princípio da prevenção; se pagar a outro credor não se liberará da obrigação, isto é, terá que pagar duas vezes. Se mais de um credor entrar com ação judicial, o devedor deverá pagar em juízo, depositando o valor em nome de todos os litisconsortes em conjunto.
- Inconvenientes:
A inconveniência da solidariedade ativa consiste em que os co-credores ficam à mercê de um só dentre eles, que pode receber a totalidade da dívida, extinguindo, consequentemente, a obrigação. Ora, se o accipiens, antes de prestar contas, tornar-se insolvente, o prejuízo experimentado pelos co-devedores é inexorável, pois carecem de qualquer ação contra o devedor original.
Outro inconveniente da solidariedade ativa, vale a pena registrar, é o fato de nenhum dos credores poder revogá-la unilateralmente, ainda que se perca a confiança em um dos co-devedores. Urge, para revogá-la, a anuência de todos os credores, sem exceção de qualquer um deles. Nesse aspecto, o mandato entre credores conjuntos apresenta-se bem mais vantajoso, pois o mandante pode revogá-lo a qualquer tempo, de forma unilateral (art. 682, inciso I do CCB/2.002�).
A remissão é mais um inconveniente da solidariedade ativa. Com efeito, na hipótese de um dos co-credores remitir, isto é, perdoar a dívida por inteiro, extingue-se a obrigação, exonerando-se o devedor, restando aos demais co-credores cobrar as respectivas partes do credor que concedeu a remissão (art. 272 do CCB/2.002�). Para o STJ� a remissão ou exclusão de determinado devedor solidário pelo credor, em razão do pagamento parcial do débito, deverá, para fins de redução do valor total devido, corresponder à dedução de, no mínimo, sua quota-parte, partilhando-se a responsabilidade pro rata, sob pena de prejudicar o exercício do direito de regresso contra os coodeverores, pois o credor iria receber por inteiro uma obrigação já parcialmente extinta; e o devedor que pagasse o total da dívida não poderia reembolsar-se da parte viril dos coobrigados, pois um deles já teria perdido, anteriormente e por causa distinta, a sua condição de devedor. 
Por outro lado, o Código Civil de Beviláqua previa a extinção da dívida quando o devedor efetuasse o pagamento a um dos credores, outrossim, realizasse com um dos credores a novação, compensação ou dele obtivesse a remissão. O Código atual repete esse efeito em relação ao pagamento e à remissão, conforme os arts. 269 e 272, mas é omissoquanto à novação e compensação. Cremos, porém, que a novação continua sendo passível de realização entre o devedor e um dos credores. Primeiro, porque, em sentido amplo, é também considerado pagamento; segundo, porque se a remissão, ato de mera liberalidade, é apta a extinguir obrigação, torna-se incoerente negar esse efeito à novação, forma onerosa de extinção do vínculo obrigacional. Igual efeito deve ser atribuído à transação.
No tocante à compensação, porém, trata-se de uma exceção pessoal, logo não poderá atingir os demais credores, consoante vaticina o art. 274 do CCB/2.002: “Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve”. 
- Solidariedade Passiva: ocorre quando, na mesma obrigação, há mais de um devedor responsável, perante o credor comum, pelo cumprimento integral da prestação. Exs.: os ofensores do direito de outrem (art. 942 do CCB/2.002�); os comodatários perante o comodante (art. 585 do CCB/2.002); os mandantes em relação ao mandatário (art. 680 do CCB/2.002); os diversos fiadores também são solidários pelo débito, salvo se houver estipulação do benefício de divisão (art. 829 e parágrafo único do CCB/2.002); os avalistas, etc. 
		Jurisprudência:
		(1) Vaticina o STJ que o Estatuto do Idoso, assegurou a obrigação de prestar alimentos como sendo de natureza solidária em relação ao mesmo: “Direito civil e processo civil. Ação de alimentos proposta pelos pais idosos em face de um dos filhos. Chamamento da outra filha para integrar a lide. Definição da natureza solidária da obrigação de prestar alimentos à luz do Estatuto do Idoso. - A doutrina é uníssona, sob o prisma do Código Civil, em afirmar que o dever de prestar alimentos recíprocos entre pais e filhos não tem natureza solidária, porque é conjunta.- A Lei 10.741/2003, atribuiu natureza solidária à obrigação de prestar alimentos quando os credores forem idosos, que por força da sua natureza especial prevalece sobre as disposições específicas do Código Civil. - O Estatuto do Idoso, cumprindo política pública (art. 3º), assegura celeridade no processo, impedindo intervenção de outros eventuais devedores de alimentos. - A solidariedade da obrigação alimentar devida ao idoso lhe garante a opção entre os prestadores (art. 12). Recurso especial não conhecido.” (RESP 775.565/SP, Relatora: Min. Nancy Andrighi, julgamento: 13/06/2.006). 
		(2) Por outro lado, decidiu o mesmo Sodalício que a obrigação alimentar dos avós em relação aos netos é complementar e não solidária: “REGIMENTAL. PENSÃO ALIMENTÍCIA. AVÔ PATERNO. COMPLEMENTAÇÃO. POSSIBILIDADE. JULGAMENTO EXTRA PETITA. INOCORRÊNCIA. - Os avós podem ser chamados a complementar os alimentos dos netos, na ausência ou impossibilidade de o pai fazê-lo. A obrigação não é solidária. - Não há julgamento extra petita se a lide é decidida dentro dos limites em que foi proposta”. (AgRg no REsp 514356 / SP, Relator: Min. Humberto Gomes de Barros, julgamento: 29/11/2.006). 
(3) De acordo com o STJ, para efeitos previdenciários, entende-se que há a responsabilidade solidária entre a empresa tomadora e a prestadora de serviços�. 
(4) Em sede processual o STJ� entende que o chamamento ao processo previsto no art. 77, III, do CPC é típico de obrigações solidárias de pagar quantia. Trata-se de excepcional formação de litisconsórcio passivo facultativo, promovida pelo demandado, que não comporta interpretação extensiva para alcançar prestação de entrega de coisa certa, cuja satisfação efetiva inadmite divisão.
(5) Firmou-se a jurisprudência do STJ� no sentido de que o reconhecimento da responsabilidade solidária do hospital não transforma a obrigação de meio do médico, em obrigação de resultado, pois a responsabilidade do hospital somente se configura quando comprovada a culpa do médico, conforme a teoria de responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais abrigada pelo Código de Defesa do Consumidor.
		“Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.”
		Doutrina: Não havendo previsão expressa na lei ou no contrato, presume-se inexistente a solidariedade, salvo prova em contrário, admitida, aqui, inclusive, a prova testemunhal. 
O STJ� vem se posicionando no sentido de considerar insubsistente a cláusula de exclusão de solidariedade aposta no instrumento de cisão, nos termos do art. 233, §1º, da Lei das S/A, quanto a credores cujo título não tiver sido constituído até o ato de cisão, independentemente de se referir a obrigações anteriores. 
Ao interpretar de forma conjunta os arts. 265 e 618 do CCB�, bem como os 31 e 43 da Lei No.: 4.591/64 (dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias) determinou o STJ� é o incorporador o principal garantidor do empreendimento no seu todo, solidariamente responsável com outros envolvidos nas diversas etapas da incorporação. Essa solidariedade decorre tanto da natureza da relação jurídica estabelecida entre o incorporador e o adquirente de unidades autônomas quanto de previsão legal, já que a solidariedade não pode ser presumida. Mesmo quando o incorporador não é o executor direto da construção do empreendimento imobiliário, mas contrata construtor, fica, juntamente com este, responsável pela solidez e segurança da edificação. Trata-se de obrigação de garantia assumida solidariamente com o construtor.
- Exceções pessoais e coisa julgada:
		Exceções são as defesas arguidas pelo devedor, na contestação, quando cobrado judicialmente pelo credor. O devedor só pode arguir as exceções pessoais suas para com o credor que lhe moveu a ação, além, é claro, das exceções comuns, como, por exemplo, prescrição, a nulidade do título, etc. Não pode o devedor opor ao credor, que lhe ajuizou a ação, as exceções pessoais oponíveis aos outros credores (art. 273 do CCB/2.002�).
Quanto à compensação, trata-se de uma exceção pessoal, que, uma vez arguida com pertinência, provocará a improcedência da ação. Todavia, dispõe o art. 274 do CCB/2.002: “Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve”. Portanto, cremos que os demais credores continuam com o direito de cobrar o débito do devedor, movendo a respectiva ação, deduzindo-se a parte do credor contra o qual se concretizou a compensação. Ademais, os limites subjetivos da coisa julgada impedem a sentença de atingir quem não tenha sido parte no processo.
Por outro lado, o fato de um dos credores mover primeiro a ação, antecipando-se aos demais, não impede que estes também ajuízem a ação, visando à cobrança do mesmo débito. Em tal hipótese, não pode o devedor arguir a litispendência, porque as ações não são idênticas, tendo em vista a diversidade do pólo ativo da relação processual. Trata-se da chamada conexão processual, impondo-se a reunião dos processos para julgamento simultâneo com o escopo de evitarem-se decisões díspares.
Finalmente, o julgamento favorável a um dos credores aproveita aos demais, consoante vaticina o art. 274, 2ª- parte do CCB/2.002, que, no entanto, traz uma redação confusa, porque exceção é matéria de defesa, arguível pelo devedor e não pelo credor.
Com fulcro no Art. 274 do CCB/2002 decidiu o STJ� que se o pagamento da dívida por um dos sócios favorece aos demais, por igual razão a prescrição da dívida arguida por um dos sócios, e reconhecida pelo juízo competente, aproveita aos demais devedores solidários, nos termos do art. 125 do Código Tributário Nacional e arts. 274 e 275 do Código Civil.
- Fenômenos da refração do crédito:
		A refração do crédito consiste na sua diminuição em face da morte de um dos credores solidários. Nesse caso, cada um dos herdeiros só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário (art. 270 do CCB/2.002). Em duas hipóteses, porém, o herdeiro poderá exigir toda a quotado credor morto, a saber: a) quando for herdeiro único; (b) quando estiver autorizado pelos demais herdeiros ou então agirem em conjunto. Em uma hipótese, contudo, o herdeiro poderá exigir por inteiro a prestação, quando esta for indivisível.
		Anote-se, por fim, que, em relação aos demais credores, o óbito de um dos credores não altera a solidariedade, porquanto continuam com o direito de exigir a dívida toda, de modo que não há falar-se em refração do crédito.
		Nesse aspecto, cumpre salientar que as contas correntes conjuntas, em estabelecimentos bancários, em que duas pessoas, usualmente cônjuges, depositam importância a ser movimentada por qualquer deles, retratam um bom exemplo de solidariedade ativa, porque o devedor, isto é, o banco-depositário, pode efetuar o pagamento a qualquer dos credores correntistas que emitirem cheque visando o saque do dinheiro. No caso de morte, o correntista sobrevivente, a rigor, pode efetuar o saque de todo o dinheiro, porque em relação aos co-credores a morte não provoca o fenômeno da refração do crédito.
		Finalmente, na conta corrente conjunta em que um correntista não pode movimentar a conta sem a anuência do outro, mas só em conjunto, não há solidariedade ativa. 
		Consoante a orientação jurisprudencial firmada pelo STJ�, o co-titular de conta-corrente conjunta detém apenas solidariedade ativa dos créditos junto à instituição financeira, não se tornando responsável pelos cheques emitidos pelo outro correntista�. Em outro julgado decidiu o STJ� que a conta conjunta é modalidade de conta de depósito à vista, com a peculiaridade de ter mais de um titular. Nela, como é próprio desse tipo de conta, o dinheiro dos depositantes fica à disposição deles para ser sacado a qualquer momento. Nesse passo, os titulares da conta são credores solidários da instituição financeira em relação aos valores depositados. Trata-se, assim, de solidariedade ativa no que respeita à movimentação dos valores em conta.
- A confusão:
		Ocorre a confusão quando na mesma pessoa se coincidem as qualidades de credor e devedor. Se, por exemplo, morre um dos credores solidários, deixando como único herdeiro o devedor comum, opera-se a extinção parcial da obrigação. Com efeito, a confusão operada na pessoa do credor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, subsistindo quanto ao mais a solidariedade (art. 383 do CCB/2.002�). Portanto, o efeito da confusão é restrito, porque não extingue totalmente a obrigação. 
		Pacífico o entendimento no STJ� que é impossível a condenação em honorários advocatícios, quando a parte é assistida por Defensor Público, devido à confusão, estar-se-ia diante da situação em que a Fazenda Pública atua simultaneamente como credora e devedora. Por tal motivo em 2010 o STJ publicou a Súmula No.: 421: “Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença”.
- Renúncia à Solidariedade:
		Na renúncia à solidariedade, o co-credor abdica tão-somente do direito de cobrar a dívida toda, remanescendo-lhe, porém, a faculdade de cobrar a parte que lhe é correspondente. Todavia, quanto aos demais credores, persiste a solidariedade, deduzindo-se a parte que cabe ao credor renunciante.
		Anote-se, porém, que a renúncia à solidariedade equivale à sua revogação, de modo que só é possível mediante a concordância unânime dos demais credores, sob pena de infringência da máxima pacta sunt servanda. A renúncia feita sem essa anuência só é válida entre o co-credor renunciante e o devedor, por força do princípio da relatividade dos contratos, remanescendo aos demais credores o direito de cobrar todo o crédito, sem a dedução da parte cabente ao credor renunciante.
		Por outro lado, a renúncia ao crédito, que é diferente da renúncia à solidariedade, provoca a extinção da obrigação, equiparando-se à remissão, aplicando-se, destarte, o disposto no art. 272 do CCB/2.002�, devendo o credor, que houver feito a remissão, pagar aos outros a parte que lhes caiba. 
Para o STJ� o co-proprietário poderá pleitear integralmente a repetição do indébito, ainda que não expressamente autorizado pelos demais condôminos, pois trata-se de hipótese de solidariedade ativa.
- Perecimento da prestação:
		Na hipótese de a prestação perecer sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação, sem qualquer responsabilidade pelas perdas e danos. Todavia, é claro que o devedor deverá devolver aos credores a eventual contraprestação adiantada por eles, sob pena de enriquecimento indevido.
		Em contrapartida, em havendo culpa do devedor pelo perecimento da prestação, a obrigação converte-se em perdas e danos, persistindo, porém, a solidariedade entre os credores (art. 271 do CCB/2.002�). Portanto, o devedor poderá efetuar o pagamento das perdas e danos a qualquer um dos credores.
- Mora, prescrição, incapacidade de um dos credores, nulidade e cessão de crédito:
		A mora pode ser do devedor ou do credor. Se um dos credores constitui o devedor em mora, aproveita-se esse efeito aos demais credores. Igualmente, a recusa injustificada de um dos credores no recebimento integral da dívida, ou em fornecer a quitação, implica em mora desse credor, que se estende aos demais co-credores, sujeitando-se todos eles aos efeitos previstos no art. 400 do CCB/2.002. Outra não pode ser a exegese, porque na solidariedade ativa verifica-se a unicidade da obrigação, de modo que os efeitos devem ser unificados, a não ser nas hipóteses excepcionadas expressamente pela lei.
		No que tange à prescrição, a interrupção promovida por um dos credores beneficia dos demais co-credores (art. 204, §1º- do CCB/2.002). Tratando-se, porém, de suspensão da prescrição em favor de um dos credores, o art. 201 do CCB/2.002 expressamente salienta que não aproveita aos demais co-credores, contra os quais a prescrição continua a fluir normalmente, salvo quando a obrigação for indivisível.
		Por outro lado, a eventual incapacidade superveniente de um dos credores não altera em nada a solidariedade. Mas, nesse caso, o pagamento deve ser feito ao representante legal ou aos demais co-credores capazes.
		Acrescente-se ainda que a eventual nulidade ou anulabilidade, por incapacidade de um dos co-credores ou outro vício qualquer, gerará, em regra, a invalidade parcial do negócio, permanecendo este intacto na parte válida, se esta for separável, por força do princípio da incomunicabilidade das nulidades previsto no art. 184 do CCB/2.002�. Assim, se for nula a obrigação quanto a um dos credores, sua cota será deduzida do todo, e ele não participará do rateio.
		Finalmente, no tocante à cessão de crédito, nada obsta que o credor a realize em favor de terceiro, pois a lei não prevê qualquer direito de preferência para os outros co-credores.
- Distinção entre solidariedade ativa e indivisibilidade ativa:
		Em ambas as obrigações, há mais de um credor com o direito de exigir a prestação inteira do devedor. Não obstante essa característica comum, distinguem-se em vários aspectos.
		Com efeito, a indivisibilidade ativa verifica-se automaticamente ao passo que a solidariedade nunca se presume, resultando expressamente da lei ou da vontade das partes.
		Na indivisibilidade ativa, a prestação deve ser indivisível, ao passo que na solidariedade pode ser divisível ou indivisível. Note-se que quando a prestação for indivisível e houver inserção da cláusula de solidariedade, estaremos diante de uma obrigação ao mesmo tempo solidária e indivisível. Na indivisibilidade ativa, o devedor deve efetuar o pagamento a todos os credores conjuntamente ou a um deles, dando este caução. s os efeitos, a solidariedade.
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	Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
O Código Civil conceitua as obrigações solidáriasem seu art. 264: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda”.
		Washington de Barros Monteiro� conceitua as obrigações solidárias nos seguintes termos:
A solidariedade apenas surge quando, existindo pluralidade de credores, ou de devedores, pode qualquer daqueles exigir a prestação total, como se fora único credor, ou pode qualquer destes ser compelido a solver a dívida toda, como se fora único devedor. É a concepção global do citado Ferrara, em oposição à atomística, sublinhada pelo adimplemento total, em favor ou contra vários sujeitos.
		Muitos institutos que surgiram e se desenvolveram dentro dos parâmetros do Direito Privado, ganharam uma nova interpretação à luz do Direito Público, como é o caso da idéia de solidariedade (oriunda do Direito Romano, cuja origem etimológica em latim “in solidum” e significa todo), bastante comum e até positivado em nosso Código Civil de 2.002, as obrigações solidárias, deram gênese à solidariedade constitucional (arts. 3º-, inciso I e 40 caput da CF/88). 
		Consoante esposado por Paulo Nader� na acepção vulgar, o vocábulo solidariedade encerra um sentido de fraternidade, pois implica no ato de colocar-se, intencionalmente, ao lado de alguém, a fim de partilhar o seu momento psicológico e dividir as suas apreensões e expectativas. Encerra valioso sentimento ético, pois somente o espírito nobre supera a tendência egoísta, prevalente nas relações sociais. O conceito jurídico de solidariedade, não coincide com a noção comum, todavia acusa, em determinados tipos de relações obrigacionais, sinais de amizade, como se pode constatar do contrato de fiança, quando mais de uma pessoa figuram como fiadoras de pessoa amiga, na forma do art. 829 do CCB. Assumem a condição de co-devedores, responsabilizando-se pelas obrigações assumidas pelo afiançado. 
Segundo Washington de Barros Monteiro� a solidariedade ativa é bem menos frequente que a passiva, uma vez que os credores dependerão muito uns dos outros, devendo confiar na sua probidade: “Modernamente, ninguém contesta a animadversão que lhe votam os autores, unânimes em reconhecer e proclamar sua reduzida utilidade prática, seus inconvenientes e até perigos. Realmente, a solidariedade ativa é instituto que não provoca o menor entusiasmo, ofuscando-se-lhe as virtudes com os seus defeitos. Efetivamente, nessa espécie de solidariedade, os credores ficam à mercê uns dos outros, fiados exclusivamente na sua probidade e honradez. Se todos são dignos e corretos, nada existe a temer. Aquele a quem seja pago o débito entregará certamente aos consortes, com a maior pontualidade, as quotas de cada um. Se o accipiens, todavia, não tem escrúpulo nem prima pela honestidade, dissipará a prestação recebida, e, se for insolvente, desamparados estarão os concredores, que nada mais poderão reclamar do primitivo devedor”. 
		Para Sílvio de Salvo Venosa�, a solidariedade ativa encontra outro inconveniente: “O grande inconveniente da solidariedade ativa, o que certamente é causa de seu desuso, é o fato de que qualquer credor, recebendo a dívida toda, exonera o devedor, tendo então os demais credores que se entenderem com o credor que deu quitação”. 
		Apesar de tais inconvenientes, Carlos Roberto Gonçalves� apresenta a vantagem e a possibilidade de utilização prática da solidariedade ativa nas contas bancárias conjuntas: “A solidariedade ativa, apesar das desvantagens que traz aos credores, oferece ao devedor a comodidade de poder pagar a qualquer dos credores, à sua escolha, sem necessidade de procurar os demais. (...) Na conta bancária conjunta encontra-se exemplo dessa espécie, por permitir que cada correntista saque todo o dinheiro depositado. Em regra, os titulares são marido e mulher, mas às vezes são pai e filho ou membros de uma sociedade. Todos podem movimentar livremente a referida conta, conjunta ou separadamente. Cada correntista credor pode, individualmente, sacar todo o numerário depositado, sem que o banco, devedor na condição de depositário, possa recusar-se a permitir o levantamento, exigindo a participação de todos”. 
		Para o mesmo Sodalício os titulares de conta poupança mantida em conjunto são credores solidários do banco e a recíproca não é verdadeira, penhor constituído por um dos titulares com o banco, não faz o outro devedor solidário�: “RECURSO ESPECIAL. CONTA POUPANÇA CONJUNTA. PENHOR EM FAVOR DE TERCEIRO. TOTALIDADE DO SALDO DA POUPANÇA. SOLIDARIEDADE INEXISTENTE. 1. Os titulares de conta poupança mantida em conjunto são credores solidários do banco. A recíproca não é verdadeira: penhor constituído por um dos titulares com o banco, não faz o outro devedor solidário. 2. O saldo mantido na conta conjunta é propriedade condominial dos titulares. Por isso, a existência de condomínio sobre o saldo, que é bem divisível, impõe-se que cada titular só pode empenhar, licitamente, sua parte ideal em garantia de dívida (Arts. 757 do Código Beviláqua e 1.420, § 2º, do novo Código Civil). 3. O Banco credor que, para se pagar por dívida contraída por um dos titulares da conta conjunta de poupança, levanta o saldo integral nela existente, tem o dever de restituir as partes ideais dos demais condôminos que não se obrigaram pelo débito”. (RESP 819.327/SP, Relator: Min. Humberto Gomes de Barros, julgamento: 14/03/2.006).
O entendimento do STJ� é no sentido de não haver litisconsórcio necessário (art. 47 CPC�) no caso de responsabilidade solidária, facultado ao credor optar pelo ajuizamento da ação contra um, alguns ou todos os responsáveis.
À luz do entendimento jurisprudencial sedimentado no STJ� a natureza da obrigação referente ao pagamento de tarifa de água e esgoto afigura-se como solidária.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Ao comentar o aludido dispositivo preleciona Paulo Nader� que relativamente à fonte, a relação solidária pode derivar da lei ou da vontade. Embora se refira à vontade das partes, tem-se como possível a origem em declaração unilateral, como nas promessas de recompensa. Nada obsta, também que a convenção entre as partes se faça em acordo judicial devidamente homologado pelo juiz. A solidariedade, por força do art. 265, não se presume. Ao invocá-la, a parte deve prová-la. O dispositivo legal não veda, todavia, a solidariedade tácita, evidenciada pelo conjunto de circunstâncias e elementos fornecidos pelo ato negocial. A solidariedade não se presume porque a regra geral é que, havendo pluralidade de partes na relação obrigacional, cada qual tem direito ou obrigação proporcional, desde, naturalmente, que não se trate de obrigação indivisível. É importante não se confundir solidariedade presumida e solidariedade tácita. A primeira situa-se no campo das conjeturas. Há sinais ou indícios de sua presença, mas inexiste a necessária prova�. Já a solidariedade tácita corresponde apenas a uma forma indireta de manifestação da vontade. A solidariedade existe, apenas não foi expressa na declaração de vontade. 
Segundo o STJ� não há solidariedade passiva entre banco cooperativo e cooperativa de crédito quanto às operações bancárias por esta realizadas com seus cooperados, uma vez que o sistema de crédito cooperativo funciona de molde a preservar a autonomia e independência - e consequente responsabilidade - de cada uma das entidades que o compõem uma vez que a solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
	Ao interpretar o aludido dispositivo vaticina o STJ� que a seguradora é, perante o segurado, a única responsável pelo pagamento da indenização. Não há qualquer dispositivo legal ou contratual que determine a solidariedade passiva da resseguradora com relação aos débitos da seguradora. 
Na utilização do art. 30, inciso IX da Lei No.: 8212/91 decidiu o STJ� pelo reconhecimento da solidariedade das empresas integrantes do mesmo grupo econômico em relação às obrigações previdenciárias decorrentes de sua aplicação.
Os arts.7º�, 18, 19� e outros do Código de Defesa do Consumidor (CDC- Lei No.: 8078/90) tratam da responsabilidade solidária dos danos causados aos consumidores. Neste jaez decidiu o STJ� que respondem solidariamente todos aqueles que contribuíram para a causa do dano.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Ao comentar o aludido dispositivo preleciona Fabrício Zamprogna Matiello� que, a existência de solidariedade obrigacional não significa que todos os integrantes do pólo credor ou do pólo devedor estejam necessariamente submetidos às mesmas peculiaridades quanto ao cumprimento do dever jurídico a que se vinculam. 
- Características da Solidariedade Ativa:
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
As consequências do dispositivo acima aludido são: (a) qualquer credor pode promover medidas assecuratórias e de conservação de direitos; (b), assim, se um deles constitui em mora o devedor comum a todos aproveitam os seus efeitos; (c) a interrupção da prescrição, requerida por um, estende-se a todos os demais, de conformidade com o art. 204, §1º- do CCB/2.002; (d) qualquer credor pode ingressar em juízo com a ação adequada, assim obtendo o cumprimento da prestação, com a extinção da dívida. Mas só pode executar a sentença o próprio credor-autor e não outro, estranho à lide (art. 567 do CPC); (e) se um dos co- credores se torna incapaz, nenhuma influência exercerá tal circunstância sobre a solidariedade; (f) se um dos credores decai da ação, não ficam os outros inibidos de acionar, por sua vez, o devedor comum. 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Enquanto não houver cobrança judicial, o devedor poderá pagar a qualquer dos credores à sua escolha. Cessará, todavia, esse direito de escolha, na hipótese de um ou alguns deles ajuizarem ação de cobrança. Em tal hipótese, pelo chamado princípio da prevenção, bastante parecido com o que vige no direito processual (arts. 106 e 107 do CPC), o devedor só se libera pagando ao próprio credor que tomou a iniciativa. Não se exonerará, porém, se vier a pagar a qualquer outro concredor, arriscando-se, se o fizer, a pagar duas vezes. 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Se um dos credores vem a ser constituído em mora pela oferta de pagamento por parte do devedor, estende-se o ato a todos os demais credores. Tal extensão é mera decorrência do princípio de que o pagamento feito a um dos credores solidários extingue totalmente a dívida (art. 269 do CCB/2.002). A simples oferta, para efeito da mora, ad instar do que sucede com o pagamento, tem eficácia em relação a todos. 
De acordo com o STJ� se o pagamento é feito a quem não é credor único nem tem poderes para representar os demais credores, há negligência do devedor, podendo haver resolução do negócio jurídico com o retorno das partes ao 'status quo ante'.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Assim, nessa hipótese, desaparece a solidariedade para os herdeiros. Os demais credores continuarão solidários. 
O dispositivo acima transcrito trata da denominada refração do crédito, tradicional critério que serve para distinguir solidariedade da indivisibilidade. 
Assim não acontecerá todavia, nas hipóteses seguintes: (a) se o credor falecido deixou só um herdeiro; (b) se todos os herdeiros agem conjuntamente; (c) se indivisível a prestação. Em qualquer desses casos, pode ser exigida a prestação por inteiro. 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
As obrigações indivisíveis, ao contrário, perdem essa qualidade e se transformam em divisíveis, quando convertidas em perdas e danos, por ter-se alterado a natureza do objeto da prestação, sabido que soma em dinheiro em que se converteram é divisível. 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
A existência de solidariedade ativa não impede que um dos credores ceda a outrem seus direitos; nenhuma preferência a lei concede aos demais co-credores.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Assim, por exemplo, se o devedor está sendo cobrado em juízo por um credor plenamente capaz, não pode alegar, em seu benefício, e em detrimento daquele, defeito na representação ou assistência de outro credor solidário, pois tal exceção, sendo pessoal só por este pode ser oposta.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
Exceções pessoais são aquelas particulares, próprias a um ou alguns credores. 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Sobre o aludido dispositivo averba Washington de Barros Monteiro�: a solidariedade passiva não impõe, destarte, litisconsórcio necessário. Cada devedor pode ser demandado isoladamente. Nessa matéria só se pode instituir litisconsórcio voluntário ou facultativo�. Por conseguinte, se um dos devedores vem a ser demandado individualmente, não pode exigir a presença dos demais no processo. Não pode ele pretender, assim, que o autor traga também a juízo, todos os correi debendi, o que constituiria, como diz Chiovenda, verdadeira exceptio plurium litisconsortium, só admitido em casos isolados e especiais. Exigir a intervenção de todos seria, indubitavelmente, violar o art. 275 do CC. Outrossim, não pode o juiz, baseando-se no art. 47, §único do CPC, ordenar ex officio a citação dos demais devedores. A solidariedade passiva caracteriza-se precisamente pela faculdade que tem o credor de exigir e receber a prestação do coobrigado que escolhe. A autoridade judiciária não tem direito de sobrepor-se a essa eleição, impondo ao autor a presença no feito de outros litigantes, o que, demais, acarreta novas despesas e maior demora. Mas o co-devedor, não demandado, pode intervir no feito como assistente. Nada impede que o credor intente a ação contra todos os devedores conjuntamente. Há quem sustente desaparecer, em tal hipótese, a solidariedade passiva, porque o procedimento do autor corresponde à divisão da própria obrigação. Esse ponto-de-vista não se compadece, todavia, com a expressão literal do Código Civil e também com o conceito de solidariedade. 
Acerca da aplicabilidade deste artigo interpretou o STJ� que as seguradoras integrantes do consórcio do Seguro DPVAT são solidariamente responsáveis pelo pagamento das indenizações securitárias, podendo o beneficiário cobrar o que é devido de qualquer uma delas.
Ao aplicar o art. 275 do CCB ao ressarcimento ao Erário entendeu o STJ� que, nos casos de improbidade administrativa, a responsabilidade é solidária até, ao menos, a instrução final do feito em que se poderá delimitar a quota de responsabilidade de cada agente para o ressarcimento.
Ao interpretar de forma concatenada nos arts. 275 e 283 do CCB decidiu o STJ� que, pertencendo o imóvel a vários proprietários, em condomínio, é legítima a exigência do Imposto Territorial Rural - ITR, em sua totalidade, de todos ou de qualquer deles, reservando-se ao que pagou a faculdade de ressarcir-se dos demais devedores.
Conforme o STJ� a responsabilidadecivil nos ilícitos administrativos de consumo tem a mesma natureza ontológica da responsabilidade civil na relação jurídica base de consumo. Logo, é, por disposição legal, solidária.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Acerca de tal dispositivo preleciona Washington de Barros Monteiro�: respondem os herdeiros pelas dívidas do falecido, desde que não ultrapassem as forças da herança (arts. 1.792� e 1.997� do CCB/2002). A morte não extingue a solidariedade; se a dívida deixada pelo de cujus era solidária, divide-se entre os herdeiros (nomina hereditária ipso jure dividuntur); cada um destes, porém, considerado de per si, responde, tão-somente, pela quota correspondente ao seu quinhão hereditário. Em relação a cada um deles fragmenta-se a dívida, se divisível. Conglomerados, reunidos, sobre eles recai a dívida inteira, in totum et totaliter, porque se sub-rogaram a um dos devedores solidários que, pela natureza da obrigação, adstrito estava ao pagamento total. Há patente simetria entre esse dispositivo e o art. 270 do CCB/2002. Mas, neste último caso, por ficção legal, os herdeiros reunidos são considerados como um só devedor solidário, em relação aos demais co- devedores. 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
O STJ aplica o art. 277 do CCB em sua literalidade�. 
	Sobre o art. 277 do CCB/2002 anota Washington de Barros Monteiro�: no mesmo sentido dispõe o art. 388 do CC que a remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.. Nesse ponto, a solidariedade passiva difere da ativa. Nesta última, o perdão de um dos credores exonera o devedor; naquela, a remissão outorgada pelo credor a um dos devedores não desobriga os demais, deduzindo-se, porém, a quota do devedor remitido no quantum global da dívida. Os consortes não beneficiados pelo perdão só poderão ser demandados não pela totalidade, mas com abatimento da quota relativa ao devedor relevado. Acrescente-se ainda, quanto ao pagamento parcial, que o devedor solidário que solve sua parte na obrigação não fica adstrito a dar ciência aos demais. O credor é que se obriga a ressalvar o recebido, sob pena de incorrer nas sanções do art. 940 do CCB�. Aquele, porém, não poderá ser responsabilizado se este intentar a cobrança sem deduzir o que parcial e anteriormente havia embolsado. 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Para Washington de Barros Monteiro�: não se comunicam os atos prejudiciais praticados pelo co-devedor, mas apenas os favoráveis. Qualquer cláusula, condição ou obrigação nova, agravando a posição dos coobrigados, por um ato individual, alterará a essência do vínculo. Por conseguinte, se um dos devedores estipula com o credor, à revelia dos demais, cláusula penal, taxa de juros mais elevada ou outra vantagem, semelhante estipulação será pessoal, restrita exclusivamente ao próprio estipulante, não podendo afetar, destarte, a situação dos demais co-devedores, alheios à nova estipulação. Em regra, o novo ônus só atinge, portanto, isoladamente, a quem anuiu, não aquele que a ele se manteve estranho. Mas, evidentemente, existem exceções: a interrupção da prescrição, operada contra um dos co-devedores, estende-se aos demais (art. 204, §1º- do CCB/2002). Verifica-se, em tal hipótese, comunicação dos efeitos interruptivos, porque, constitui dever do coobrigado informar-se junto aos demais da existência de alguma capaz de produzir interrupção da prescrição. Na hipótese do art. 204, §1º-, não tem aplicação a regra persona ad personam interruptio non fit active nec passive. 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Para Caio Mário da Silva Pereira�: mas se culpado for apenas um dos coobrigados, continuam todos sujeitos a pagar solidariamente o equivalente da res debita, mas pelas perdas e danos só responde o culpado (Art. 279 CCB), em razão de não ser jurídico que alguém se torne responsável pela culpa alheia, sendo certo que cada um responde pela em que incorrer: unuscuique sua culpa nocet. Se não perecer o objeto e houver impossibilidade, tão somente relativa a algum dos devedores, a solidariedade remanesce para os outros, que nem sofrem agravamento da situação, pois que as perdas e danos são devidas apenas pelo culpado. 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
	AgRg no REsp 1002491 / RN
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL
2007/0255816-4 
	Relator(a)
	Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123) 
	Órgão Julgador
	T4 - QUARTA TURMA
	Data do Julgamento
	28/06/2011
	Data da Publicação/Fonte
	DJe 01/07/2011
	Ementa 
	DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ACORDO ENTRE AS PARTES.
QUITAÇÃO PARCIAL. EXCLUSÃO DE UM DOS DEVEDORES
1. O art. 844, § 3º, do Código Civil estabelece que a transação não
aproveita nem prejudica senão aos que nela intervierem. Contudo, se
realizada entre um dos devedores solidários e seu credor,
extingue-se a dívida em relação aos co-devedores.
2. A quitação parcial da dívida dada pelo credor a um dos devedores
solidários por meio de transação, tal como ocorre na remissão não
aproveita aos outros devedores, senão até a concorrência da quantia
paga.
3. Se, na transação, libera-se o devedor que dela participou com
relação à quota-parte pela qual era responsável, ficam os devedores
remanescentes responsáveis somente pelo saldo que, pro rata, lhes
cabe.
4. Agravo provido.
	REsp 1089444 / PR
RECURSO ESPECIAL
2008/0213519-9 
	Relator(a)
	Ministra NANCY ANDRIGHI (1118) 
	Órgão Julgador
	T3 - TERCEIRA TURMA
	Data do Julgamento
	09/12/2008
	Data da Publicação/Fonte
	DJe 03/02/2009
	Ementa 
	DIRIETO CIVIL. SOLIDARIEDADE PASSIVA. TRANSAÇÃO COM UM DOS
CO-DEVEDORDES. OUTORGA DE QUITAÇÃO PLENA. PRESUNÇÃO DE RENÚNCIA À
SOLIDARIEDADE.
DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANO EFETIVO. DANOS MORAIS. ALTERAÇÃO
PELO STJ. VALOR EXORBITANTE OU ÍNIFMO. POSSIBILIDADE.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. SUCUMBÊNCIA. FIXAÇÃO. PEDIDOS FORMULADOS E
PEDIDOS EFETIVAMENTE PROCEDENTES.
- Na solidariedade passiva o credor tem a faculdade de exigir e
receber, de qualquer dos co-devedores, parcial ou totalmente, a
dívida comum. Havendo pagamento parcial, todos os demais
co-devedores continuam obrigados solidariamente pelo valor
remanescente. O pagamento parcial efetivado por um dos co-devedores
e a remissão a ele concedida, não alcança os demais, senão até a
concorrência da quantia paga ou relevada.- Na presente lide, contudo, a sobrevivência da solidariedade não é
possível, pois resta apenas um devedor, o qual permaneceu
responsável por metade da obrigação. Diante disso, a conseqüência
lógica é que apenas a recorrida permaneça no pólo passivo da
obrigação, visto que a relação solidária era constituída de
tão-somente dois co-devedores.
- O acolhimento da tese da recorrente, no sentido de que a recorrida
respondesse pela integralidade do valor remanescente da dívida,
implicaria, a rigor, na burla da transação firmada com a outra
devedora. Isso porque, na hipótese da recorrida se ver obrigada a
satisfazer o resto do débito, lhe caberia, a teor do que estipula o
art. 283 do CC/02, o direito de exigir da outra devedora a sua
quota, não obstante, nos termos da transação, esta já tenha obtido
plena quitação em relação à sua parte na dívida. A transação implica
em concessões recíprocas, não cabendo dúvida de que a recorrente, ao
firmá-la, aceitou receber da outra devedora, pelos prejuízos
sofridos (correspondentes a metade do débito total), a quantia
prevista no acordo. Assim, não seria razoável que a outra devedora,
ainda que por via indireta, se visse obrigada a despender qualquer
outro valor por conta do evento em relação ao qual transigiu e
obteve quitação plena.
- Os arts. 1.059 e 1.060 do CC/02 exigem dano material efetivo como
pressuposto do dever de indenizar. O dano deve, por isso, ser certo,
atual e subsistente. Precedentes.
- A intervenção do STJ, para alterar valor fixado a título de danos
morais, é sempre excepcional e justifica-se tão-somente nas
hipóteses em que o quantum seja ínfimo ou exorbitante, diante do
quadro delimitado pelas instâncias ordinárias. Precedentes.
- A proporcionalidade da sucumbência deve levar em consideração o
número de pedidos formulados na inicial e o número de pedidos
efetivamente julgados procedentes ao final da demanda. Precedentes.
Recurso especial parcialmente conhecido e, nesse ponto, provido.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
� DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, volume 2: teoria geral das obrigações. 27ª- edição. São Paulo: Saraiva, 2012, págs. 180 e 181. 
� “Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários se o contrário não se estipulou. Parágrafo único. Os ocupantes de habitações coletivas multifamiliares presumem - se locatários ou sublocatários”.
� “PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO INEXISTENTE. DEVIDO ENFRENTAMENTO DAS QUESTÕES RECURSAIS. INCONFORMISMO COM A TESE ADOTADA. IPVA. VEÍCULO OBJETO DE LEASING. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ARRENDANTE. PRECEDENTES. 1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso. 2. Omissão no julgado e entendimento contrário ao interesse da parte são conceitos que não se confundem. 3. Em arrendamento mercantil, a arrendante é responsável solidária para o adimplemento da obrigação tributária concernente ao IPVA, por ser ela possuidora indireta do bem arrendado e conservar a propriedade até o final do pacto. Precedentes. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, mas Improvido”. (STJ- EDcl no AREsp 207349 / SP, Relator: Min. Humberto Martins, julgamento: 02/10/2012).
� “Art . 39 O sacado que paga cheque ‘’à ordem’’ é obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas dos endossantes. A mesma obrigação incumbe ao banco apresentante do cheque a câmara de compensação. Parágrafo único. Ressalvada a responsabilidade do apresentante, no caso da parte final deste artigo, o banco sacado responde pelo pagamento do cheque falso, falsificado ou alterado, salvo dolo ou culpa do correntista, do endossante ou do beneficiário, dos quais poderá o sacado, no todo ou em parte, reaver a que pagou”.
� “PROCESSUAL CIVIL E EMPRESARIAL. TÍTULO DE CRÉDITO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. PROCEDÊNCIA PARCIAL. PAGAMENTO DE TRIBUTO ESTADUAL. CHEQUE NOMINAL E CRUZADO DESTINADO À FAZENDA PÚBLICA. ENDOSSO IRREGULAR. DEPÓSITO EM CONTA BANCÁRIA DE TERCEIRO, MEDIANTE FRAUDE. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE OS BANCOS SACADO E APRESENTANTE (LEI 7.357/85, ART. 39). CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA (SÚMULAS 43 E 54 DO STJ). SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. OCORRÊNCIA. ART. 21 DO CPC. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Nos termos do art. 39 da Lei do Cheque, de n. 7.357/85, a regularidade do endosso deve ser verificada não só pelo banco sacado, mas também pelo banco apresentante do título à câmara de compensação. Trata-se de responsabilidade solidária pela regularidade da cadeia de endossos. 2. Na hipótese, cabia à instituição financeira apresentante a constatação de que, sendo o cheque nominal e cruzado depositado em conta de particular correntista, emitido em favor da Fazenda Pública para quitação de tributo estadual, não seria possível seu endosso, independentemente de a assinatura no verso da cártula ser ou não autêntica, pois sabidamente as despesas públicas têm seus pagamentos realizados por via de empenho (Lei 4.320/64, arts. 58 e seguintes), exigindo formalidades que não admitem transmissão de cheques de terceiro contribuinte por via de simples endosso. 3. A verificação de culpa por parte de preposto da autora, contribuinte emitente do cheque, depende do reexame do conjunto fático-probatório dos autos, providência vedada pela Súmula 7/STJ. 4. Tratando-se de responsabilidade extracontratual, os juros de mora devem incidir a partir do evento danoso (Súmula 54/STJ), e a correção monetária, da data em que houve o efetivo prejuízo (Súmula 43/STJ). 5. Configuração de sucumbência recíproca, pois não houve procedência do pedido em relação ao ressarcimento da multa de 80% do valor do tributo devido, cobrada pelo fisco estadual. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e, em parte, provido”. (STJ - REsp 701381 / MT, Relator: Min. Raul Araújo, julgamento: 17/04/2012). 
� Art. 682. Cessa o mandato: I - pela revogação ou pela renúncia; II - pela morte ou interdição de uma das partes; III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer;IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
� Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
� Veja-se: “RESPONSABILIDADE CIVIL. EXECUÇÃO DE CÉDULA COMERCIAL. SOLIDARIEDADE PASSIVA. PAGAMENTO PARCIAL COM REMISSÃO DE UM DOS DEVEDORES. VALOR IRRISÓRIO EM RELAÇÃO AO MONTANTE DEVIDO. SALDO DEVEDOR
REMANESCENTE. REDUÇÃO DE, NO MÍNIMO, A QUOTA-PARTE CORRESPONDENTE. 1. É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que a transação efetivada entre um dos devedores solidários e seu credor só irá extinguir a dívida em relação aos demais codevedores (CC, art. 844, § 3°) quando o credor der a quitação por toda a dívida, e não de forma parcial. 2. A remissão ou exclusão de determinado devedor solidário pelo credor, em razão do pagamento parcial do débito, deverá, para fins de redução do valor total devido, corresponder à dedução de, no mínimo, sua quota-parte, partilhando-se a responsabilidade pro rata, sob pena de prejudicar o exercício do direito de regresso contra os coodeverores, pois o credor iria receber por inteiro uma obrigação já parcialmente extinta; e o devedor que pagasse o total da dívida não poderia reembolsar-se da parte viril dos coobrigados, pois um deles já teria perdido, anteriormente e por causa distinta, a sua condição de devedor. 3. Na hipótese, em uma execução contra cinco devedores solidários, em razão do pagamento parciale irrisório com remissão obtida por um deles (CC, art. 277), entendeu o Tribunal que os outros codevedores continuariam responsáveis pelo total do débito cobrado (montante aproximado de R$ 3.500.000,00 - três milhões e meio de reais), abatida tão somente a quantia paga de R$ 20.013,69 (vinte mil treze reais e sessenta e nove centavos); sendo que, em verdade, deverá ser abatida a quota-parte correspondente ao remitido, isto é, 1/5 (um quinto) do valor total executado. 4. Recurso especial a que se dá parcial provimento”. (STJ- REsp 1478262 / RS, Relator: Min. Luís Felip Salomão, julgamento: 21/10/2014). 
� Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.
� Veja-se: “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE O CESSIONÁRIO E O CEDENTE DE MÃO-DE-OBRA. ART. 31 DA LEI 8.212/91, COM REDAÇÃO VIGENTE ATÉ O ADVENTO DA LEI 9.528/97. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONTRA O DEVEDOR PRINCIPAL. NECESSIDADE. 1. O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento consolidado no sentido de que, não obstante exista responsabilidade solidária entre a empresa tomadora de serviços e a empresa prestadora de mão-de-obra pelo pagamento de contribuições previdenciárias não recolhidas durante o período anterior à vigência da Lei 9.711/98 e, consequentemente, pretérito à Lei 9.528/97, não é possível cobrar a exação da empresa tomadora de serviços sem que antes haja a regular constituição do crédito tributário contra a empresa prestadora da
mão-de-obra. Precedentes: REsp 939.189/RS, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 23/11/2009; REsp 727.183/SE, Rel. Min. Teori Zavascki, Primeira Turma, DJe 18/05/2009; AgRg no AgRg no REsp
1.039.843/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 26/6/2008; REsp 800.054/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ 3/8/2007; dentre outros. 2. Agravo regimental não provido”. (STJ- AgRg no REsp 1249776 / ES, Relator: Min. Benedito Gonçalves, julgamento: 22/10/2013). 
� “PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. AÇÃO MOVIDA CONTRA O DISTRITO FEDERAL. CHAMAMENTO DA UNIÃO AO PROCESSO. ART. 77, III, DO CPC. DESNECESSIDADE 1. No presente caso, o apelo não diz respeito à caracterização ou não da responsabilidade solidária dos entes federados para o fornecimento de medicamentos, estando a tese recursal limitada ao instituto do chamamento ao processo conforme o art. 77 do CPC. 2. Assim, a análise dessa questão processual não está condicionada ao julgamento do Resp. 1.144.382/AL, recurso representativo de controvérsia, razão pela qual afasto a preliminar de suspensão do feito. 3. O chamamento ao processo previsto no art. 77, III, do CPC é típico de obrigações solidárias de pagar quantia. Trata-se de excepcional formação de litisconsórcio passivo facultativo,
promovida pelo demandado, que não comporta interpretação extensiva para alcançar prestação de entrega de coisa certa, cuja satisfação efetiva inadmite divisão. 4. Agravo Regimental não provido”. (STJ- AgRg no REsp 1281020 / DF, Relator: Min. Herman Benjamin, julgamento: 23/10/2012). 
� Confira-se: “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. CIVIL E CONSUMIDOR. ERRO MÉDICO. RESPONSABILIDADE DOS MÉDICOS CIRURGIÃO E
ANESTESISTA. CULPA DE PROFISSIONAL LIBERAL (CDC, ART. 14, § 4º). RESPONSABILIDADE PESSOAL E SUBJETIVA. PREDOMINÂNCIA DA AUTONOMIA DO ANESTESISTA, DURANTE A CIRURGIA. SOLIDARIEDADE E RESPONSABILIDADE OBJETIVA AFASTADAS. 1. Não se conhece dos embargos de divergência apresentados pela Clínica, pois: (I) ausente o necessário cotejo analítico entre os acórdãos embargado e paradigma, para fins de comprovação da divergência pretoriana (RISTJ, arts. 255, §§ 1º e 2º, e 266, § 1º); e (II) o dissídio apontado baseia-se em regra técnica de conhecimento do recurso especial. 2. Comprovado o dissídio pretoriano nos embargos de divergência opostos pelo médico cirurgião, devem ser conhecidos. 3. A divergência cinge-se ao reconhecimento, ou afastamento, da responsabilidade solidária e objetiva (CDC, art. 14, caput) do
médico-cirurgião, chefe da equipe que realiza o ato cirúrgico, por danos causados ao paciente em decorrência de erro médico cometido exclusivamente pelo médico-anestesista. 4. Na Medicina moderna a operação cirúrgica não pode ser compreendida apenas em seu aspecto unitário, pois frequentemente
nela interferem múltiplas especialidades médicas. Nesse contexto, normalmente só caberá a responsabilização solidária e objetiva do cirurgião-chefe da equipe médica quando o causador do dano for profissional que atue sob predominante subordinação àquele. 5. No caso de médico anestesista, em razão de sua capacitação especializada e de suas funções específicas durante a cirurgia, age com acentuada autonomia, segundo técnicas médico-científicas que domina e suas convicções e decisões pessoais, assumindo, assim, responsabilidades próprias, segregadas, dentro da equipe médica. Destarte, se o dano ao paciente advém, comprovadamente, de ato praticado pelo anestesista, no exercício de seu mister, este responde individualmente pelo evento. 6. O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 14, caput, prevê a responsabilidade objetiva aos fornecedores de serviço pelos danos causados ao consumidor em virtude de defeitos na prestação do serviço ou nas informações prestadas - fato do serviço. Todavia, no § 4º do mesmo artigo, excepciona a regra, consagrando a responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais. Não há, assim, solidariedade decorrente de responsabilidade objetiva, entre o cirurgião-chefe e o anestesista, por erro médico deste último durante a cirurgia. 7. No caso vertente, com base na análise do contexto fático-probatório dos autos, o colendo Tribunal de Justiça afastou a culpa do médico-cirurgião - chefe da equipe -, reconhecendo a culpa exclusiva, com base em imperícia, do anestesista. 8. Embargos de divergência da Clínica não conhecidos. 9. Embargos de divergência do médico cirurgião conhecidos e
Providos”. (STJ- EREsp 605435 / RJ, Relatora: Min. Nancy Andrighi, Relator para acórdão: Min. Raul Araújo, julgamento: 14/09/2011).
� Confira-se: “PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. CISÃO PARCIAL DA COMPANHIA-RÉ. REQUERIMENTO DE CITAÇÃO DA SUCESSORA. APURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE. DECISÃO QUE SE CONFUNDE COM O MÉRITO. ACÓRDÃO QUE EXCLUI A EMPRESA QUE ADQUIRIU O PATRIMÔNIO CINDIDO. EQUÍVOCO. REFORMA. 1. Na cisão parcial, a companhia que adquire o patrimônio da cindida sucede-a, por disposição de lei, nos direitos e obrigações. Essa sucessão se dá quanto aos direitos e obrigações mencionados no ato da cisão, em caso de cisão parcial, ou na proporção dos patrimônios transferidos mesmo sobre atos não relacionados, na hipótese de cisão com extinção. 2. Apurar se a hipótese é de cisão parcial ou cisão com extinção, bem como verificar se a obrigação pleiteada no processo está incluída no bojo do patrimônio transferido, é matéria de mérito que deve ser apreciada pelo juízo no momento da prolação da sentença. 3. O STJ vem se posicionando no sentido de considerar insubsistente a cláusula de exclusão de solidariedade aposta no instrumento de cisão, nos termos do art. 233, §1º, da Lei das S/A, quanto a credores cujo título não tiver sido constituído até o ato de cisão, independentemente de se referir a obrigações anteriores. 4. A sucessão disposta na Lei das Sociedades Anônimas quanto às obrigações relacionadas ao patrimônio transferido comporta-se, quanto ao processo, da mesma forma que a alienação do objeto litigioso, de modo que não se pode opor à inclusão da sucessora no pólo passivo o princípio da estabilidade da demanda. 5. Recurso especial conhecidoe provido”. (STJ- REsp 1294960 / RJ, Relatora: Min. Nancy Andrighi, julgamento: 17/04/2012. Fonte: DJe 26/04/2012). 
� “Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito”. 
� “RECURSO ESPECIAL. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO. VÍCIOS E DEFEITOS SURGIDOS APÓS A ENTREGA DAS UNIDADES AUTÔNOMAS AOS ADQUIRENTES. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO INCORPORADOR E DO CONSTRUTOR. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE, DESPROVIDO. 1. O incorporador, como impulsionador do empreendimento imobiliário em condomínio, atrai para si a responsabilidade pelos danos que possam resultar da inexecução ou da má execução do contrato de incorporação, incluindo-se aí os danos advindos de construção defeituosa. 2. A Lei n. 4.591/64 estabelece, em seu art. 31, que a "iniciativa e a responsabilidade das incorporações imobiliárias caberão ao incorporador". Acerca do envolvimento da responsabilidade do incorporador pela construção, dispõe que "nenhuma incorporação poderá ser proposta à venda sem a indicação expressa do incorporador, devendo também seu nome permanecer indicado ostensivamente no local da construção", acrescentando, ainda, que "toda e qualquer incorporação, independentemente da forma por que seja constituída, terá um ou mais incorporadores solidariamente responsáveis" (art. 31, §§ 2º e 3º). 3. Portanto, é o incorporador o principal garantidor do empreendimento no seu todo, solidariamente responsável com outros envolvidos nas diversas etapas da incorporação. Essa solidariedade decorre tanto da natureza da relação jurídica estabelecida entre o incorporador e o adquirente de unidades autônomas quanto de previsão legal, já que a solidariedade não pode ser presumida (CC/2002, caput do art. 942; CDC, art. 25, § 1º; Lei 4.591/64, arts. 31 e 43). 4. Mesmo quando o incorporador não é o executor direto da construção do empreendimento imobiliário, mas contrata construtor, fica, juntamente com este, responsável pela solidez e segurança da edificação (CC/2002, art. 618). Trata-se de obrigação de garantia assumida solidariamente com o construtor. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, Desprovido”. (STJ- REsp 884367 / DF, Relator: Min. Raul Araújo, julgamento: 06/03/2012. Fonte: DJe 15/03/2012). 
� Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
� Veja-se: “EXECUÇÃO FISCAL – PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – OCORRÊNCIA – FAVORECIMENTO AOS DEMAIS RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS. 1. O redirecionamento da execução contra o sócio deve ocorrer no prazo de cinco anos da citação da pessoa jurídica, de modo a não tornar imprescritível a dívida fiscal. Precedentes. 2. Se o pagamento da dívida por um dos sócios favorece aos demais, por igual razão a prescrição da dívida arguida por um dos sócios, e reconhecida pelo juízo competente, aproveita aos demais devedores solidários, nos termos do art. 125 do Código Tributário Nacional e arts. 274 e 275 do Código Civil. Agravo regimental improvido”. (STJ- AgRg no REsp 958846 / RS, Relator: Min. Humberto Martins, julgamento: 15/09/2009). 
� Confira-se: “Civil. Recurso Especial. Ação de compensação por danos morais. Conta corrente conjunta. Emissão de cheque sem provisão de fundos por um dos correntistas. Impossibilidade de inscrição do nome do co-titular da conta, que não emitiu o cheque, em cadastro de proteção ao crédito. Ocorrência de dano moral. - Celebrado contrato de abertura de conta corrente conjunta, no qual uma das co-titulares da conta emitiu cheque sem provisão de fundos, é indevida a inscrição do nome daquele que não emitiu o cheque, em cadastro de proteção ao crédito. - Nos termos do art. 51 da Lei 7357/85, "todos os obrigados respondem solidariamente para com o portador do cheque". Tais obrigados, de acordo com o art. 47, I e II, da mesma lei, são os emitentes, endossantes e seus avalistas. Com efeito, a Lei 7357/85 não prevê a responsabilidade do co-titular da conta corrente pelos cheques emitidos pelo outro correntista, sendo incabível a sua extensão, pois "a solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes" - art. 265 do CC/02. - Destarte, a co-titularidade da conta corrente limita-se ao exercício de direitos referentes aos créditos nela existentes e às respectivas movimentações. A responsabilidade pela emissão de cheque sem provisão de fundos é exclusiva daquele que apôs a sua assinatura no título. - A inscrição indevida em cadastros de proteção ao crédito ocasiona dano moral in re ipsa, sendo despicienda, pois, a prova da sua ocorrência. Precedentes. Recurso especial conhecido e provido”. (STJ- REsp 981081 / RS, Relatora: Min. Nancy Andrighi, julgamento: 23/03/2010). 
� Em idêntico sentido, observe-se: “AGRAVO REGIMENTAL - RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C.C ANULAÇÃO DE TÍTULO DE CRÉDITO - INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO DE CO-TITULAR DE CONTA CORRENTE, EM VIRTUDE DE EMISSÃO DE CHEQUE SEM PROVISÃO DE FUNDOS POR OUTRO CO-TITULAR DA CONTA - DEVER DE INDENIZAR - VERIFICAÇÃO - SOLIDARIEDADE, APENAS, ATIVA DOS TITULARES DA CONTA CONJUNTA - PRECEDENTES - AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO”. (STJ- AgRg no REsp 1060397 / MG, Relator: Min. Massami Uyeda, julgamento: 20/11/2012). 
� Observe-se: “RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. CONTA CONJUNTA. CHEQUES FRAUDULENTOS. DESCONTO IRREGULAR. INSCRIÇÃO DO NOME DO CORRENTISTA NOS CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. EXECUÇÃO. PENHORA DE BENS. ESTORNO DOS VALORES PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. QUITAÇÃO DADA POR UM DOS CORRENTISTAS. REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS PLEITEADA PELO OUTRO. POSSIBILIDADE. DIREITOS DA PERSONALIDADE. INDISPONIBILIDADE POR ATO DE OUTREM. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS ARESTOS CONFRONTADOS. 1. A conta conjunta é modalidade de conta de depósito à vista, com a
peculiaridade de ter mais de um titular. Nela, como é próprio desse tipo de conta, o dinheiro dos depositantes fica à disposição deles para ser sacado a qualquer momento. Nesse passo, os titulares da
conta são credores solidários da instituição financeira em relação aos valores depositados. Trata-se, assim, de solidariedade ativa no que respeita à movimentação dos valores em conta. 2. Retirados irregularmente valores da conta-corrente mantida pelos cônjuges, ambos são credores solidários da instituição financeira em relação à quantia subtraída, podendo qualquer deles dar quitação relativa ao ressarcimento dos valores, nos moldes do art. 900 do Código Civil de 1916. 3. No caso em análise, o banco se cingiu a estornar as quantias dos correntistas. Nesse contexto, a quitação dada ao banco por um dos correntistas a só esse fato se refere, ao dano material, buscando o co-correntista agora apenas a reparação por danos morais, nada requerendo quanto aos valores descontados irregularmente e restituídos pelo banco. 4. A alegação de que o documento firmado pela esposa do recorrido isenta o recorrente de responsabilidade quanto aos danos morais ocorridos, não encontra respaldo sequer na ordem cronológica dos fatos. 5. O dano moral é resultado de lesão aos direitos da personalidade, isto é, à honra, à imagem, à integridade física, ao nome, à liberdade de pensamento, entre outros. Trata-se de direitos indisponíveis, isto é, intransmissíveis e inalienáveis. 6. É certo que essa intransmissibilidade é relativa, pois o impedimento é de que o titular abra mão de seu direito em caráter permanente ou total. Porém, pode ceder seu exercício (não sua titularidade) em caráter parcial e transitório. Entretanto, ainda nessa situação, é o próprio titular que, por ato próprio, pode fazer a cessão. 7. Assim,não poderia a esposa do recorrido, por ato próprio,
renunciar ao direito de o marido exigir reparação pelos danos à honra por ele experimentados. 8. Não há similitude fática entre os arestos confrontados a amparar a interposição do recurso pela alínea "c" do permissivo constitucional. 9. Recurso especial conhecido em parte e não provido” (STJ- REsp 669914 / DF, Relator: Min. Raul Araújo, julgamento: 25/03/2014). 
� Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.
� Observe-se: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FIXAÇÃO DE VERBA HONORÁRIA EM FAVOR DE DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL CONTRA O PRÓPRIO ESTADO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. SÚMULA 421/STJ. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Segundo a jurisprudência do STJ, o Estado não pode ser condenado ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais a favor de sua Defensoria Pública estadual, tendo em vista a ocorrência do instituto da confusão. Incidência da Súmula 421/STJ. 2. Recurso especial provido”. (STJ- REsp 1281425 / SP, Relator: Min. Mauro Campbell Marques, julgamento: 22/11/2011).
� Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
� “TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SOBRE COMBUSTÍVEIS – CO-PROPRIEDADE DO VEÍCULO – POSSIBILIDADE – DIREITO DE REGRESSO. 1. Cinge-se a controvérsia em saber se o co-proprietário de automóvel pode receber na integralidade o empréstimo compulsório sobre combustíveis, ou se deverá receber apenas o equivalente ao seu quinhão na propriedade do veículo. 2. Sustenta a Fazenda que o veículo pertencia ao exequente e a um co-proprietário que não figura na ação e, portanto, a não-inclusão de outro proprietário autoriza ao exequente receber somente 50% do valor da restituição. 3. Nos termos do artigo 264 do Novo Código Civil: "Há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um
devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda." Por sua, vez, configurada a solidariedade, "cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação, por
inteiro". (art. 267). 4. Forçoso concluir que o co-proprietário poderá pleitear integralmente a repetição do indébito, ainda que não expressamente autorizado pelos demais condôminos, pois trata-se de hipótese de solidariedade ativa. Agravo regimental improvido”. (STJ- AgRg no REsp 850437 / PR, Relator: Min. Humberto Martins, julgamento: 09/12/2008). 
� Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
� Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
� MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil- Volume: 4- Direito das Obrigações- 1ª- parte. 33ª- edição. São Paulo: Saraiva, 2.007, pág. 152. 
� NADER, Paulo. Curso de Direito Civil, volume 2: obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 2005, págs. 165 e 166.
� MONTEIRO, Washington de Barros. Op. cit., pág. 172.
� VENOSA, Sílvio de Salvo. Op. cit., pág. 104. 
� GONÇALVES, Carlos Roberto. Op. cit., págs. 123 e 124. 
� Em sentido contrário, deve-se ressalvar: “EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA ON LINE. CONTA CORRENTE CONJUNTA. TERCEIRO NA EXECUÇÃO. IRRELEVÂNCIA. POSSIBILIDADE DE SE PENHORAR A TOTALIDADE DA CONTA CORRENTE. 1. No caso de conta conjunta, cada um dos correntistas é credor de todo o saldo depositado, de forma solidária. O valor depositado pode ser penhorado em garantia da execução, ainda que somente um dos correntistas seja responsável pelo pagamento do tributo. 2. Se o valor supostamente pertence somente a um dos correntistas - estranho à execução fiscal - não deveria estar nesse tipo de conta, pois nela a importância perde o caráter de exclusividade. 3. O terceiro que mantém dinheiro em conta corrente conjunta, admite tacitamente que tal importância responda pela execução fiscal. A solidariedade, nesse caso, se estabelece pela própria vontade das partes no instante em que optam por essa modalidade de depósito bancário. 4. In casu, importante ressaltar que não se trata de valores referentes a "vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal", previstos como impenhoráveis pelo art. 649, IV, do Código de Processo Civil, inexistindo óbice para a penhora da conta corrente conjunta. Recurso especial improvido”. (STJ- REsp 1229329 / SP, Relator: Min. Humberto Martins, julgamento: 17/03/2011). 
� “CIVIL. AUTOR RESIDENTE FORA DO BRASIL. CAUÇÃO. DISPENSA EXPRESSA. AUSÊNCIA DE RECURSO. PRECLUSÃO TEMPORAL. OCORRÊNCIA. CONTRATO EM MOEDA ESTRANGEIRA. VARIAÇÃO CAMBIAL. 1. A lei efetivamente obriga a prestação de caução suficiente às custas e honorários de advogado da parte contrária, em se tratando de autor estrangeiro, residente fora do Brasil. Uma vez, no entanto, expressamente dispensada a caução e conformando-se a parte com a decisão, dela não recorrendo, o tema não pode mais ser agitado no especial por força da preclusão temporal. 2. No caso de responsabilidade solidária, o entendimento pretoriano é no sentido de não haver litisconsórcio necessário, facultado ao credor optar pelo ajuizamento da ação contra um, alguns ou todos os responsáveis. 3. É válida a contratação em moeda estrangeira desde que o pagamento se efetive pela conversão na moeda nacional. A legislação visa coibir não a celebração do contrato em moeda estrangeira, mas que se estipule o pagamento em valor diverso daquele com curso forçado no território nacional. 4. Variação cambial não constitui, a rigor, correção monetária, "mas expressão do principal devido". 5. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 6. Recurso especial não conhecido”. (REsp 848424 / RJ, Relator: Min. Fernando Gonçalves, julgamento: 07/08/2008)
� “Art. 47.  Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo. Parágrafo único.  O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo”.
� “PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. SERVIÇO PÚBLICO. NATUREZA JURÍDICA DO DEVER DE PAGAR TARIFA DE ÁGUA E ESGOTO. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA. PREVISÃO LEGAL. POSSIBILIDADE DE O CREDOR DEMANDAR UM, ALGUNS OU TODOS OS CO-DEVEDORES SOLIDÁRIOS. LITISCONSÓRCIO PASSIVO FACULTATIVO. INAPLICABILIDADE DO ART. 47, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. APLICAÇÃO, IN CASU, DO ART. 267, III E § 1º, DO CPC. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. Trata-se, originariamente, de ação de cobrança de tarifa de água e esgoto proposta pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp em face de Quirino Ribeiro dos Santos e Maria do Carmo Pereira dos Santos. 2. Entretanto, o conhecimento do recurso especial está limitado determinar se se aplica o art. 47, parágrafo único, do CPC – se configurado litisconsórcio passivo necessário - ou o art. 267, III - se afastada tal premissa, em razão da natureza da obrigação. 3. Natureza da obrigação referente ao pagamento de tarifa de água e esgoto: solidária. No caso, o Tribunal de Justiça firmou premissa de que há previsão legal da solidariedade (art. 19, § 2º, do Decreto n. 41.446/96), o que atende ao requisito do art. 265 do Código Civil. 4. Assim, configurada a solidariedade passiva - em razão do Decreto n. 41.446/96 - a Companhia

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