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Aula 10 Gastropatias Profa. MSc. Adriana Furtado Baldez Mocelin Distúrbios Dispépticos Gastrite (aguda e crônica) Úlcera péptica (gástrica e duodenal) 1. GASTRITE • Inflamação da mucosa gástrica que reveste as paredes internas do estômago. 1. GASTRITE CLASSIFICAÇÃO • Aguda • Crônica De acordo com a topografia (antro, corpo e pangastrite) De acordo com a gravidade (leve, moderada e severa) 1. GASTRITE CLASSIFICAÇÃO DE SYDNEY • Gastrites Habituais • Gastrites Especiais –Gastrite A • do corpo • auto imune –Gastrite B • do antro • por H. pylori (90%) –Pangastrite AB • H. pylori (evolução longa) • associada à displasia e câncer gástrico –Granulomatosa –Linfocítica –Eosilofílica –Hipertrófica –Outras Gastrite Aguda • Inflamação transitória • Associada com irritação local provocada pela endotoxinas bacterianas (vírús e bactérias), cafeína, álcool e medicamentos (aspirina – inibe a produção de PG) . Gastrite Aguda QUADRO CLÍNICO • Desconforto epigástrico e indigestão • Azia • Cólicas • Anorexia (perda de apetite) • Náuseas e vômitos • Distensão epigástrica • Sensação de saciedade alimentar precoce • Melena • Hematêmese Gastrite Aguda • Geralmente é um distúrbio autolimitante. • Recuperação completa e cura geralmente ocorrem dentro de alguns dias. Gastrite Crônica • Caracteriza-se pela ausência de erosões vísiveis e presença de alterações inflamatórias crônicas que, eventualmente, levam à atrofia do epitélio glandular do estômago. • Podem tornar-se displásicas e transformar-se em possíveis carcinomas. Gastrite Crônica • Bacteriana - Helicobacter pylori. É a mais freqüente. • Auto-imune - Anticorpos contra as células parietais (90%) e contra o fator intrínseco (60%) levando a hipocloridria e anemia perniciosa. • Reativa – Reação ao refluxo do conteúdo duodenal para porção inferior do estômago e em administrações prolongadas de AINE (antiinflamatórios não esteróides). Gastrite Crônica Evolução – H. pylori Gastrite Crônica QUADRO CLÍNICO • Semelhante à forma aguda • Desconforto epigástrico brando • Aversão a alimentos condimentados/gordurosos 2. ÚLCERA PÉPTICA • É uma área do TGI erodida pela ação do ácido gástrico e da pepsina, deixando nervos expostos • 15% são gástricas e 85% são duodenais. Erosões: limitam-se à camada mucosa. 2. ÚLCERA PÉPTICA CLASSIFICAÇÃO • Aguda Em geral são múltiplas e superficiais. Ocorrem em áreas de gastrite erosiva. Estresse grave ou choque (traumatismos, queimaduras) • Crônica Apresentam tecido cicatricial na sua base. A úlcera duodenal apresenta aumento da secreção ácida, enquanto a úlcera gástrica nem sempre apresenta este evento (57% dos casos). 2. ÚLCERA PÉPTICA QUADRO CLÍNICO • Úlcera gástrica Epigastralgia tipo queimação Ritmicidade: não dói-come-dói-passa • Úlcera duodenal Epigastralgia Ritmicidade: melhora com a alimentação e retorna após 2 ou 3h e de madrugada (entre 0h a 3h). Dói- come-passa-dói novamente 2. ÚLCERA PÉPTICA PERIODICIDADE: • Os sintomas se manifestam por dias ou semanas e desaparecem por semanas ou meses. Complicações Avaliação Nutricional • A desnutrição pode ocorrer principalmente nos casos em que existe estenose (impede a ingestão normal de alimentos). • Investigação sobre deficiências nutricionais (energia, ptn e ferro, devido a hemorragias). Na gastrite crônica é comum deficiência de vitamina B12. Terapia Nutricional Objetivos: • Recuperar e proteger a mucosa gastrointestinal; • Facilitar a digestão. • Aliviar a dor. • Promover um bom estado nutricional. Terapia Nutricional Recomendações dietéticas para Gastrite e Úlcera Característica Recomendação VET Suficiente para manter ou recuperar o EN. Distribuição calórica Normal (CHO 50-60%, PTN 10-15% 3 LIP 25-30%) Consistência Geral ou adaptada às condições da cavidade oral. Fracionamento 4 a 5 refeições\dia (evitar longos períodos em jejum Alimentos com efeito positivo Rico em fibras alimentares (vegetais em geral): efeito tampão, reduzindo a concentração de ácidos biliares no estômago e diminuindo o tempo de trânsito intestinal, levando a menor distensão. Terapia Nutricional Recomendações dietéticas para Gastrite e Úlcera Característica Recomendação Alimentos a serem evitados Bebidas alcoólicas: o álcool é um potente irritante da mucosa gastrointestinal. Café: mesmo que seja do tipo descafeinado, leva ao aumento da produção ácida gástrica, resultando em irritação da mucosa. Refrigerantes: à base de cola e em especial Seven up* (de sabor ácido com sabor de limão) são relacionados ao aumento da produção ácida. Além disso, por serem gasosos, provocam distensão gástrica e podem relacionar-se a dispepsia . Pimenta vermelha: possui capsaicin – substância irritante gastrointestinal. A preta tb é irritante, porém a substância ainda não foi identificada. Mostarda em grão e Chili: são irritantes. Terapia Nutricional Recomendações dietéticas para Gastrite e Úlcera Característica Recomendação Frutas ácidas Respeitar a tolerância do paciente. Ambiente durante a alimentação Procurar fazer as refeições em ambiente tranqüilo, comendo devagar e mastigando bem os alimentos. Fonte: Adaptado de MARROTA & FLOCH, 1991. Terapia Nutricional Tratamento no caso de sangramentos: • Jejum e observação da evolução clínica. • Iniciar com líquidos VO e avaliar para evolução da consistência. • No caso de grandes hemorragias e estenoses, geralmente são pacientes que vão para cirurgia. Conforme a lesão pode ser caso de NPT. Terapia Nutricional • Tolerâncias individuais. • Atenção aos conceitos errados sobre a ação dos alimentos. • Esclarecer mitos e verdades. Terapia Nutricional Mitos x Verdades • Consumo de leite para aliviar a dor e queimação? – No momento da ingestão pode até aliviar, mas logo após há o efeito rebote ácido causado pelo Ca e PTN do leite (estimula a produção do suco ácido gástrico e acaba intensificando a dor). – Deve ser consumido na quantidade recomendada nos guias, não em quantidades abusivas (alívio da dor). Terapia Nutricional Mitos x Verdades • Retirar frutas ácidas? – o pH do estômago (por volta de 2) é mais ácido que qualquer fruta (por exemplo do suco de laranja é em torno de 3), por isso não seria necessário evitá–las. No entanto, alguns pacientes relatam dispesia com cítricos.
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