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1 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA Filo: Apicomplexa Sub-filo: Coccidia Família: Plasmodidae Gênero: Plasmodium Espécies: P. vivax P. falciparum P. malariae P. ovale CONSIDERAÇÕES GERAIS • Possuem complexo apical, por isso, são obrigatoriamente parasitas intracelulares. • Em relação aos hospedeiros vertebrados, os plasmódios são estritamente estenoxenos. Os da malária humana, com exceção do P. malariae só admitem o homem como hospedeiro. • Os hospedeiros invertebrados, que se tornaram elos obrigatórios no ciclo dos plasmódios humanos, limitam-se a umas quantas espécies do gênero Anopheles. ESPÉCIES Plasmodium falciparum Agente da Febre Terçã Maligna Com acessos febris e intervalos de 36 a 48 horas. Plasmodium vivax Agente da Febre Terçã Benigna Com ciclo de 48 horas Plasmodium malariae Agente de Febre Quartã Se caracteriza pela ocorrência de acessos febris a cada 72 horas • P. falciparum, P. vivax causam mais de 99% dos casos de malária no Brasil. • P. ovale, é apenas africano (não tem grande importância). CICLO EVOLUTIVO DOS PLASMÓDIOS NO HOSPEDEIRO VERTEBRADO (HOMEM) • O ciclo do parasito se inicia quando, ao picar uma pessoa, o mosquito inocula juntamente com sua saliva, os esporozoítas (forma infectante) que haviam se acumulado nas glândulas salivares do inseto. Os parasitos são injetados diretamente na circulação. Porém, antes de decorrida uma hora, não se encontram mais no sangue. Isto ficou demonstrado pela impossibilidade de transmitir a malária a outra pessoa fazendo-se transfusão de grandes volumes de sangue, depois desse prazo. • É que os parasitos já alcançaram o fígado, invadindo os hepatócitos. • Os esporozoítas transformam-se então em estruturas arredondadas denominadas criptozoítas. • Além de crescer, os criptozoítas iniciam um ciclo de reprodução assexuada, conhecido como ciclo pré-eritrocítico, ou pré-esquizogonia, em vista de preceder obrigatoriamente a fase de parasitismo sanguíneo. • Os esquizontes que se formam no fígado, criam milhares de elementos filhos, os merozoítas. • A esquizogonia pré-eritrocítica dura: o 6 dias, no caso de P. falciparum. o 8 dias no de P. vivax o 9 dias no de P. ovale o 12 a 16 dias na evolução de P. malariae. • A célula parasitada, muito distendida e alterada, acaba por romper-se, deixando em liberdade os merozoítas. • Muitos deles são fagocitados e destruídos pelas células de Kupfer, os que sobrevivem, invadem as hemácias e dão início ao segundo ciclo de reprodução assexuada dos plasmódios, o Ciclo Hemático ou Ciclo Eritrocítico. As recaídas nas infecções por P. vivax (que podem ocorrer muitos meses depois dos primeiros ataques de malária e, eventualmente, depois de um tratamento eficiente) correspondem a ciclos pré-eritrocíticos e eritrocíticos tardios, devidos a esporozoítas que permaneceram quiescentes no fígado durante todo esse tempo. Esta incubação prolongada é uma característica genética em determinadas espécies e estirpes de Plasmodium. Nesse estado o parasito é denominado hipnozoíta (do grego hypnos, sono). • No sangue, o ciclo esquizogônico repete-se em prazos bastante regulares e característicos para cada espécie: o 36 a 48 horas para P. falciparum o 48 horas para P. vivax e P. ovale o 72 horas para P. malariae DISCIPLINA PARASITOLOGIA AULA MALÁRIA PROFESSOR ROBERTO/HELOÍSA 2 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY • Essa periodicidade se relaciona com o ritmo das crises febris observado em cada forma de malária. A esquizogonia dos plasmódios humanos ocorre de preferência no sangue dos capilares profundos, das vísceras. No caso particular de P. falciparum, as formas esquizogônicas raramente são vistas no sangue periférico, exceto em infecções graves. Constatou-se que as hemácias, quando parasitadas por P. falciparum, apresentam modificações da superfície com a formação de protuberâncias e estruturas da membrana (moléculas de citoaderência) que aumentam a adesividade do glóbulo vermelho às células endoteliais. Isso favorece a retenção dessas formas parasitárias nas paredes dos vasos profundos, de pequeno calibre. • Depois de algum tempo de evolução da infecção malárica, aparecem no interior das hemácias algumas formas que já não se dividem. São os gamontes ou gametócitos: eles crescem, igualmente, no sangue dos capilares profundos, porém mais lentamente que os trofozoítas, e logo aparecem na circulação geral. Possuem morfologia geralmente bem característica e vão assegurar a continuidade da espécie, quando são retirados da circulação sangüínea do hospedeiro vertebrado (homem, p. ex.) por um mosquito anofelino que venha alimentar-se de sangue. Os gametócitos são encontráveis nos exames de sangue, poucos dias depois de iniciado o ciclo eritrocítico, e sua longevidade alcança aproximadamente 60 dias, segundo se admite classicamente. NO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO (INSETO) • Quando o anofelino suga sangue de um paciente portador dessas formas sexuadas (indivíduo gametóforo), os elementos figurados do sangue são digeridos no estômago do inseto, degenerando também todas as formas evolutivas do parasito ingeridas pelo mosquito, com exceção dos gametócitos. • Estes são de dois tipos: 1) Gamonte feminino, ou macrogametócito, que no estômago do mosquito passará a macrogameta ou gameta feminino; 2) Gamonte masculino, ou microgametócito, que sofrerá, também no estômago do inseto, 3 mitoses de que resultarão 8 núcleos filhos e a formação de outros tantos microgametas (gametas masculinos). • Para a formação dos microrganismos, os núcleos migram para a periferia do gametócito; aí, desenvolvem-se subitamente estruturas flagelares muito longas e móveis, recobertas pela membrana celular. • Cada núcleo filho migra para a bainha de um dos flagelos; estes não tardam em separar-se da massa residual de citoplasma anucleado e partem em busca de gametas femininos. • O processo rápido de formação de microgametas, denominado exflagelação, dura poucos minutos e é desencadeado pelo simples abaixamento da temperatura do meio, podendo ser observado ao microscópio, em sangue citratado que contenha gametócitos. • Quando os gametas se unem, forma-se uma célula-ovo ou zigoto. Em prazo de poucas horas, os dois pronúcleos fundem-se e, cerca de 20 horas depois, o zigoto começa a deslocar-se com movimentos amebóides, razão pela qual é chamado oocineto (do grego oo, ovo, e kinetos, móvel). • Este se dirige para o revestimento epitelial da parede intestinal do inseto, perfura-o e se aloja entre o epitélio e a membrana basal, ou no próprio epitélio. Aí segrega um envoltório protetor e, transformando-se em oocisto, cresce consideravelmente de tamanho. Inicia-se então o processo de multiplicação esporogônica, mediante o qual produzem-se, no interior do oocisto, milhares de elementos filhos, os esporozoítas. • Primeiro ocorre meiose; e as demais são mitoses típicas. • O oocisto maduro acaba por romper-se e libertar os esporozoítas que invadem a hemolinfa do inseto. Daí, muitos migram para as glândulas salivares. RESUMO DO CICLO A) Inoculação de esporozoítas pelo mosquito (Anopheles), na circulação do homem. B) Invasão e multiplicação assexuada (ciclo esquizogônico pré-eritrocítico) no interior das células hepáticas.C) Disseminação das formas infectantes para as hemácias (merozoítas). D) Invasão e multiplicação assexuada dos parasitos (ciclo esquizogônico eritrocítico) no interior das hemácias, passando pelas fases de trofozoíta, esquizonte, rosácea e merozoítas sangüíneos que irão repetir o ciclo eritrocítico. E) Formação de gametócitos masculinos e femininos. F) Ingestão dos gametócitos por um anofelino. G) Ciclo sexuado no inseto, com formação de gametas masculinos (exflagelação) e femininos. H) Zigoto ou oocineto. I) Oocisto e produção de esporozoítas que se disseminam pela hemolinfa do inseto. J) Concentração de esporozoítas infectantes nas glândulas salivares do inseto. 3 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES-GERAIS E INDIVIDUAIS • O ciclo assexuado ocorre em todos os tipos de plasmódios. O tempo depende do plasmódio. • Quando as hemácias se rompem, é quando o indivíduo tem uma crise febril. Como isso acontece em 3 dias no P. falciparum e P. vivax, o indivíduo tem acesso a malária a cada 3 dias, por isso o nome de febre terçã. • Nada impede que um indivíduo tenha malária por 2 agentes ao mesmo tempo. • Na região amazônica é causada pelo Plasmodium falciparum. • Fora da região amazônica, é mais causada pelo Plasmodium vivax. P. FALCIPARUM • Diferente do Toxoplasma, não tem esporozoíto, apenas oocisto. • O tratamento do P. falciparum, consiste em tratar as formas sanguíneas, utilizando apenas 1 medicamento. • Tratam-se de parasitas com 2 anéis ou 2 núcleos. • Os gametócitos tem a forma de salcicha, compridos, diferente do gametócito do P. vivax, o qual não tem uma forma definida. RAZÃO PARA MAIOR VIRULÊNCIA DO P. FALCIPARUM • Capacidade de multiplicação • Prevalência de determinado estágio de maturidade da hemácia • Citoaderência • Indução e liberação de citocinas • Resistência a drogas antimaláricas P. VIVAX • Como dito no ciclo, a diferença é que, contam com Hipnozoítas, esses, ficam no fígado, e formam um processo de reprodução lento nas células hepáticas. São os responsáveis pelas decaidas tardias. • O tratamento do P. vivax consiste em tratar as formas sanguíneas e hipnozoítos também, se não, daqui meses ou anos, a pessoa pode apresentar os sintomas novamente. Usa-se 1 ou 2 medicamentos. • O Plasmodium falciparum, conta com anel menor, e com frequência, encontra-se duplo parasitismo na hemácia, com 2 anéis ou anéis com 2 núcleos. Isso é importante, visto que, o técnico de laboratório tem que detectar para o devido tratamento. A esquizogonia ocorre da mesma forma, formação dos esquizontes, as rosáceas, e depois a formação dos gametócitos (macro e micro). P. VIVAX X P. FALCIPARUM • Ao olhar o sangue parasitado pelo P. vivax, encontram-se todas as formas evolutivas. • Mas, se olhar no sangue de um indivíduo com P. falciparum, vai encontra anéis, gametócitos e não vai ver esquizontes e rosáceas. Apesar desses dois existirem, eles estão nos capilares viscerais. • Isso se explica já que o P. vivax, induz ao chamado fenômeno de citoaderência, sendo que as hemácias aderem entre si e aderem ao epitélio vascular, de tal forma que, as formas evolutivas, rosáceas e esquizontes, ficam aderidas ao endotélio vascular e nos capilares mais finos das vísceras, podendo inclusive levar a esquemia, visto que os capilares vão sendo obstruídos. P. MALARIAE • É quase da mesma forma, a diferença é que, os esquizontes estão dispostos em faixa dividindo a hemácia ao meio. QUADRO CLÍNICO DA MALÁRIA TRÍADE MALÁRICA • FEBRE • ANEMIA • HEPATOESPLENOMEGALIA TERÇÃ BENIGNA • Período de incubação de 12 a 17 dias. • Febre de 40 graus, com periodicidade de 48 horas (formação do anel até o rompimento das rosáceas é de 2 dias), e é após 2 semanas de infecção • Artralgia (dor nas articulações) • Calafrios (pela interação dos merozoítas) • Tremores • Cefaleia • Náuseas • Vômitos • Icterícia (devido a hemólise) TERÇÃ MALIGNA • Período de incubação menor. • Malária cerebral • Insuficiência renal aguda • Hipoglicemia • Edema pulmonar • Hemorragias • Hemoglobinúrias • IAM 4 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY DIAGNÓSTICO ESFREGAÇO GOTA ESPESSA VANTAGEM DESVANT. VANTAGEM DESVANT. Hemácias mais separadas Demora muito tempo Área menor Mais agrupado Melhor esfregaço, porque apesar de demorar mais, é mais fácil. PROFILAXIA • Não deixar água parada • Uso de inseticidas • Aplicar regularmente, repelente, nas áreas do corpo expostas • Uso de mosqueteira • Manejo ambiental • Educação em saúde 5 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY
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