Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Morfologia e Citologia Visualização de Bactérias Pode-se visualizar populações bacterianas pela observação de colônias sobre o ágar, ou ainda pela observação de crescimento em caldo. Forma As bactérias podem se agrupar segundo as seguintes formas: 1. Coco – forma esférica 2. Bacilo – forma de bastonete 3. Vibrião – forma de vírgula 4. Espirilo – forma de espiral 5. Espiroqueta – forma acentuada de espiral Quanto ao grau de agregação: 1. Diplococos – união de dois cocos 2. Estreptococos – “colar de pérolas” 3. Estafilococos – “cacho de uva” 4. Sarcina – forma cúbica 5. Diplobacilos – união de dois bacilos 6. Estreptobacilos – bacilos em cadeia Crescimento A análise sobre ágar ou meio sólido, um meio seletivo e por isso o crescimento é limitado, é feita pela observação da colônia, que pode conter de 1.000 a 10.000 milhões de bactérias. Já o crescimento em meio líquido ou caldo se dá pela turbidez do caldo, que pode ser uniformemente dividido ou nitidamente turvo; com formação de uma película na superfície do meio; ou com formação de grânulos. Em 1ml de caldo pode-se encontrar de 100 mil a 1.000 milhão de bactérias. Corante de Gram O procedimento é feito pelas seguintes etapas: 1. As bactérias são submetidas à ação do corante cristal violeta. 2. Ocorre a fixação com iodo. 3. Descoloração com etanol. 4. Novamente coradas com safranina. As bactérias denominadas Gram-positivas fixam-se com o primeiro corante, assumindo coloração violeta, em virtude da composição básica de sua parede celular espessa. Já as denominadas Gram-negativas fixam-se com o segundo corante, a safranina, e assumem coloração cor-de-rosa após terem sido descoradas pela ação do etanol. Anatomia Bacteriana 1. Citoplasma É composto por água, sais minerais e lipoproteínas solúveis – fase dispersante –, além do aparelho nuclear, ribossomos e inclusões – fase dispersa. 2. Envoltório Cerca o citoplasma da célula bacteriana com a função de proteção da célula. Incluem a membrana plasmática, camada lipoproteica; a parede celular, de mucopeptídeo para conferir forma às bactérias; e ainda a cápsula, de polissacarídeos que a protege da fagocitose, sendo que quanto maior a espessura deste envoltório, mais patogênica é a bactéria. 3. Membrana Citoplasmática Composta por enzimas da cadeia respiratória, envolvidas na síntese de lipídeos e responsáveis pela replicação do DNA. A membrana das bactérias Gram-positivas é composta ainda por fosfatidiglicerol e ácido fosfatidine, já a das Gram-negativas, por fosfatidiglicerol. 4. Parede Permite à bactéria a manutenção de sua forma e representa um papel importante na divisão celular. A parede das bactérias Gram-positivas é composta por uma espessa camada de peptidoglicano intercalada com ácidos teicóicos e diaminopimélico. Já a parede das Gram-negativas é muito mais fina ao que passo que se torna mais complexa. Composta por ADP e fosfolipídeos rodeada por peptidoglicanos, cuja camada mais externa é de lipopolissacarídeo, uma endotoxina. O LPS e o ADP garantem a antigenicidade às Gram-negativas, além de permitir a passagem de moléculas hidrofílicas pela formação de poros. 5. Cápsula – Composta por polissacarídeos, com papel na antigenicidade e na patogenicidade, sendo que quanto maior, mais patogênica é a bactéria. 6. Flagelos – Responsáveis pela mobilidade e pela taxonomia quanto à posição e ao número. Composto pela flagelina, uma proteína, e apresenta inserção no citoplasma. 7. Pili ou Fímbrias – São apêndices filiformes diferentes dos flagelos com função de aderência. 8. Mesossomo – É uma invaginação da membrana, relacionado com a divisão celular. 9. Nucleóide – DNA de fita simples difuso no citoplasma. 10. Plasmídeos – Moléculas circulares de DNA com replicação independente do nucleóide com diversos genes, como os que conferem resistência à antibióticos. 11. Endósporos – Presentes em certas bactérias Gram-positivas somente e possui função de resistência ou sobrevivência quando há o esgotamento de nutrientes ou condições adversas. Reprodução As bactérias não são dotadas dos mecanismos sexuais de reprodução, no entanto apresentam grande variabilidade genética devido ao acúmulo de mutantes nas populações que se dividem rapidamente. Possuem mecanismos de recombinação gênica, entre os quais: a. Transformação b. Conjugação c. Transdução a. Transformação O DNA da célula bacteriana doadora é liberado no meio ambiente e incorporado pela célula receptora, graças ao desenvolvimento do estado de competência, o qual é induzido pelo calor a fim de tornar a cápsula bacteriana permeável ao DNA. Ocorre então, após a absorção do DNA pela célula receptora, a formação de um complexo entre o fragmento do DNA e uma proteína sintetizada durante o estado de competência para a posterior integração daquele ao DNA da célula receptora. Por fim, ocorre a duplicação do segmento de DNA integrado e a formação de clones transformados. b. Conjugação Ocorre a passagem do DNA da célula doadora para a célula receptora através de uma ponte intercelular temporária, o pili sexual. O material transferido pode ser tanto o DNA do plasmídeo, permanecendo no estado extracromossômico, quanto o DNA cromossômico da célula doadora quando ocorre a formação de um par efetivo, isto é, o encontro das bactérias doadora e receptora a partir da ponte intercelular. O experimento de Griffith demonstra a presença da conjugação entre pneumococos avirulentos e pneumococos virulentos mortos pelo calor, quando misturados e inoculados em camundongos, resultando em infecção letal. c. Transdução Há o auxílio de um vírus, o bacteriófago, para o transporte do DNA, isto é, ele atua como vetor transferindo o DNA de uma célula para outra. A célula doadora produz o bacteriófago que transportará um fragmento cromossômico da própria célula. Uma bactéria lisogênica é aquela que apresenta o DNA do fago integrado ao seu cromossomo, com a capacidade de sofrer lise e liberar fagos infectantes. Na transdução generalizada, fagos podem infectar bactérias prototróficas, incorporando o seu DNA, e após a lise destas, são liberados podendo infectar bactérias auxotróficas e torná-las prototróficas. Esterilização e Desinfecção A esterilização é a destruição de todos os microrganismos presentes no meio, isto é, sejam eles patogênicos ou não, a partir de meios físicos. Já a desinfecção é a destruição somente daqueles patogênicos, através de agentes químicos denominados desinfetantes. A finalidade de tais métodos é prevenir a transmissão de doenças. Antisséptico X Assepsia O antisséptico impede a proliferação das bactérias, seja pela sua destruição, seja por impedir a sua multiplicação. Antissepsia é empregado para tecidos vivos, como a antissepsia de feridas. Já a assepsia é utilizado para impedir a entrada de microrganismos em um local considerado antes isento, como o ato de lavar as mãos antes da cirurgia, a desinfecção da pele do paciente, entre outros. Os microbiostáticos inibem a multiplicação dos microrganismos e os microbicidas agem eliminando-os.
Compartilhar