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COMO PREESCREVER A NUTRIÇÃO PARENTERAL

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Como calcular e prescrever a nutrição parenteral de um adulto estável de 70 kg, cuja indicação seja desnutrição pré-operatória?
 As necessidades nutricionais dos indivíduos que recebem nutrição parenteral (NP) devem fornecer todos os nutrientes essenciais em quantidades adequadas, garantindo a manutenção da vida, crescimento celular e tecidual. Porém, essas necessidades podem variar conforme o estado nutricional, doença, condição metabólica, duração da terapia nutricional, dentre outros (1-2).
Como os métodos disponíveis para medir o gasto energético impõem condições que dificultam suas aplicações na prática clínica, utilizam-se fórmulas para o cálculo da estimativa das necessidades energéticas (3).
Dessa maneira, realiza-se primeiramente o cálculo do gasto energético total do paciente, e logo após avalia-se a quantidade de calorias que o paciente deve receber. A partir disso quantifica-se cada nutriente, iniciando pela proteína e depois completando com os carboidratos e os lipídeos (4-5). A NP pode ser ofertada contendo todos os nutrientes juntos, conhecida como solução 3:1, ou com a quantidade de lipídios separadamente, chamada de solução 2:1.
É importante ressaltar que a determinação correta das calorias é fundamental, visto que em excesso podem acarretar diversas complicações aos pacientes, tais como aumento da produção de calor, freqüências respiratória e cardíaca, esteatose hepática nos casos de aumento de carboidratos, entre outros (6).
Uma estimativa de caloria a ser ofertada para o paciente, de acordo com a Associação Americana de Nutrição Enteral e Parenteral (Aspen), é de 20 a 35 kcal/kg de peso/dia, que é uma faixa de caloria referente aos diferentes graus de estresse devido a condição clínica do paciente. Para carboidratos, deve-se administrar até 7 g/kg/dia, e lipídios até no máximo 2,5 g/kg/dia. Em pacientes críticos, especialmente, indica-se o uso de até 1 g/kg/dia de lipídios. Para a prevenção de deficiência de ácidos graxos essenciais, recomenda-se o uso entre 1 a 2% do valor calórico total (VCT) de ácido graxo ômega-6 (ácido linoléico) e 0,5% do VCT de ácido graxo ômega-3 (ácido alfa-linolênico). Em pacientes estáveis, orienta-se 0,8 g/kg/dia de proteína e, para deficiências metabólicas, essa necessidade aumenta para até 2 g/kg/dia de proteína (4).
Para a adequação de micronutrientes deve-se avaliar qual a melhor dieta que garanta as necessidades diárias do paciente. Se for preciso, realiza-se a reposição com solução de vitaminas e de oligoelementos em soro, fora da solução de NP (5).
Portanto, para um homem de 70kg sem restrições específicas de macronutrientes e micronutrientes, o seguinte cálculo deve ser realizado:
Primeiro passo: calcular o valor calórico.
70 kg x 30 calorias = 2.100 calorias
Segundo passo: calcular a quantidade de proteínas.
1,2 g x 70 kg = 84 g, ou seja, 16%
Terceiro passo: após determinar a proteína, distribuir o restante dos valores entre os carboidratos e lipídeos:
carboidratos: 283,5 g, ou seja, 54%.
lipídeos: 70 g, ou seja, 30%.
Ao introduzir e finalizar a NP, ou seja, no primeiro e no último dia, deve-se utilizar a metade do volume prescrito para que haja adaptação metabólica, enzimática e hormonal, evitando ocorrência de alterações como hiperglicemia, distúrbios hidroeletrolíticos, dentre outros (7).
Caso a NP seja ofertada pela via periférica, deve-se verificar a osmolaridade da solução para evitar, por exemplo, a flebite (1).

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