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Recurso de Revista
O recurso de Revista, como regra geral, é aquele cabível para impugnar acórdão proferido pelo Tribunal Regional do Trabalho em dissídios individuais, proferido em grau de recurso ordinário. O recurso de revista destina-se basicamente a uniformizar a jurisprudência; restabelecer a norma nacional violada.
Previsto no artigo 896 da CLT, recurso de revista busca um novo exame da matéria de direito (no campo do direito material e também do direito processual) pelo TST, uma vez que as questões de fato, decididas pelo TRT local, estão soberanamente julgadas (súmula 126, TST). Isso porque a missão desse recurso excepcional não é corrigir injustiças praticadas pelas instâncias inferiores; sua função maior é a preservação dos princípios da segurança jurídica e da igualdade.
Segundo, Francisco Antonio de Oliveira:
O recurso de revista não tem por função, a exemplo dos embargos, corrigir injustiças praticadas pelas instâncias inferiores, nem é sua função fazer a reapreciação da prova examinada pelos Tribunais Regionais.
Entretanto, a doutrina obtempera:
Isso não significa, porém, que o Tribunal Superior do Trabalho não possa corrigir a errônea aplicação da lei aos fatos, ou, por outro ângulo, o incorreto enquadramento dos fatos nos moldes legais, mas apenas que não é possível discutir quais são os fatos, sua existência (ou inexistência), ou se foram ou não provados.
Vale destacar que o prazo para a interposição e contra-razões do recurso de revista é de oito dias, sendo o mesmo julgado por uma das Turmas do tribunal Superior do Trabalho (art. 5º, a, da lei 7.701/88).
De igual forma dos demais recursos trabalhistas, o recurso de revista deve preencher todos os requisitos de admissibilidade recursal. Neste particular, orienta o artigo 896,  §5º, segunda parte, da CLT. A Resolução n.118/03 do TST apresenta algumas recomendações (inciso I) acerca dos pressupostos extrínsecos (sucumbência, interesse recursal, tempestividade, preparo, regular representação) e também explicita (incisos II e III) algumas questões ligadas aos requisitos intrínsecos (art. 836, CLT).
O § 1º-A do art. 896 da CLT (incluído pela Lei 13.015/14) aproveitou parte do texto da citada Resolução, merecendo destaque:
§ 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o pré-questionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014).
Por outro lado, estabelece o mesmo artigo 896, § 5º, primeira parte, que se a decisão impugnada estiver em consonância com súmula de jurisprudência uniforme do TST, o Ministro relator do processo – indicando a referida súmula – poderá negar seguimento ao recurso de revista, cabendo, assim, agravo regimental em face da decisão proferida de forma monocrática.
Além da presença dos pressupostos genéricos de admissibilidade, o recurso de revista somente poderá ser utilizado nas restritas hipóteses elencadas no artigo 896, a, b, c, remanescendo a necessidade de o recorrente motivar as razões de inconformismo em um dos seguintes fundamentos: divergência jurisprudencial na interpretação de lei federal;  divergência jurisprudencial na interpretação de lei estadual, convenção coletiva, acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento de empresa ou ainda violação literal de dispositivo de lei federal ou da Constituição da República.
Neste particular, vale esclarecer que para a configuração de divergência jurisprudencial, não poderá o recorrente utilizar de acórdão paradigma do mesmo tribunal, pois nesse caso, a teor do art. 896, § 3º da CLT, deverá ser procedida  pelos tribunais regionais a uniformização interna de sua jurisprudência, aplicando-se subsidiariamente os artigos 476 a 479 do CPC.
A admissibilidade do recuso de Revista pressupõe que a decisão recorrida tenha se pronunciado, explicitamente sobre a matéria veiculada no apelo, mesmo que dia respeito à violação da Constituição Federal ou de Lei federal, nascendo o pré-questionamento como requisito específico de admissibilidade do recurso em comento.
Neste raciocínio, se a decisão impugnada é omissa sobre a alegada violação da Constituição ou à lei federal, incumbe ao recorrente interpor embargos de declaração (objetivando pré-questionar a matéria – Súmula 297 do TST), para que o TRT se pronuncie explicitamente sobre a tese. Outrossim, não há que se falar em pré-questionamento quando a violação a literal dispositivo de lei surge no próprio acórdão impugnado pelo Recurso de Revista.
Cabe mencionar que o STJ, neste particular, já firmou entendimento consubstancia em sua Súmula 98, de que “embargos de declaração manifestados com notório propósito de pré-questionamento não têm caráter protelatório”.
Nas reclamações Trabalhistas submetidas ao procedimento sumaríssimo, ou seja, nas causas que não ultrapassam 40 salários mínimos, o recurso de revista somente poderá ser manejado em caso de contrariedade a súmula do TST e/ou violação direta da CF/88.
Por meio da MP 2.226/2001, foi acrescido à CLT o artigo 896-A, versando sobre a transcendência, em sede de recurso de revista, criando-se um novo pressuposto específico de admissibilidade desta espécie de apelo.
A Lei 9.756/98 deu nova redação (a recente Lei 13.015/14 fez pequenos ajustes gramática, sem alterar o conteúdo) ao citado dispositivo para estabelecer o efeito “apenas devolutivo”. Antes, cabia ao Presidente do TRT declarar “o efeito em que recebe” o recurso de revista.
Agora, para atribuição de efeito suspensivo, a parte recorrente deverá necessariamente ajuizar medida cautelar, consoante o inciso I (parte final) da Súmula 414 do TST, abaixo citado:
MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU LIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 50, 51, 58, 86 e 139 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005.
I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso.
Renato Saraiva, Aryanna Manfredini Curso de Direito Processual do Trabalho.

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