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Execução Trabalhista

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EXECUÇÃO TRABALHISTA
PRINCÍPIOS:
Efetividade – O máximo resultado plausível no menor tempo possível;
Humanização da Execução – preconiza o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1º, III, CF), no qual não poderão ser penhorados bens indispensáveis para a manutenção da dignidade e subsistência mínima para o devedor e sua família. (V. Art. 649, CPC);
Natureza Real – corolário do princípio da dignidade da pessoa humana, a execução incidirá sobre o patrimônio presente e futuro do devedor inadimplente.
Execução de forma menos onerosa para o executado – é mais um viés do princípio da dignidade da pessoa humana, no qual, se o credor puder promover a execução por vários meios, o juiz determinará que ela seja processada pela forma menos gravosa para o executado (Art. 630, CPC). 
Contudo, há de se destacar uma mitigação no Processo do Trabalho, conforme Art. 668, CLT, tendo em vista ser aplicado em conjunto com o Princípio da primazia do credor trabalhista, no qual estabelece o foco na satisfação do direito do credor na prática dos atos trabalhistas, por conta da natureza alimentar do crédito trabalhista.
Promoção ex officio da execução trabalhista – possibilidade de seu início e regular processamento totalmente de ofício pelo magistrado (Art. 878, CLT).
Limitação expropriatória – somente serão atingidos os bens do devedor até a satisfação do direito do credor (Art. 883, CLT e 659, CPC).
Mitigação do contraditório – redução do poder de defesa do executado ou no cumprimento forçado deste por imposição do Estado-Juiz. Não quer dizer que não exista contraditório na execução, mas suas ações são limitadas para não prejudicar a satisfação do direito do exequente.
Utilidade – a execução não poderá ser utilizada pelo exequente apenas para acarretar danos ao executado, pura e simplesmente, quando o respectivo patrimônio não for suficiente para a satisfação do crédito. Exemplo prático é o Juiz suspender a execução e enquanto não for localizado o devedor ou seus bens sobre os quais possa recair a penhora. Os autos serão arruivados depois de 1 ano sem lograr êxito na execução, podendo ser desarquivado e retomado seu prosseguimento se forem encontrados.
Especificidade – caso não seja possível a tutela jurisdicional específica, o magistrado buscará a obtenção do resultado prático equivalente ao adimplemento.
Responsabilidade das despesas processuais pelo executado – as custas processuais devidas serão sempre de responsabilidade do executado e pagas no final.
Disponibilidade – o credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas. Só produzirá efeitos após homologada pelo Juiz.
Função Social da Execução Trabalhista – a efetiva execução trabalhista é fundamental para a imagem do Poder Judiciário no contexto da sociedade, trazendo ao jurisdicionado a sensação de segurança e confiabilidade.
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DECORRENTE DE LACUNA NA CLT:
Em caso de lacuna da CLT para com os comandos que regem a Execução Trabalhista, aplica-se subsidiariamente, a Lei de Execuções Fiscais (Lei. 6.830/80), antes do CPC.
Simplificando. Em caso de omissão da CLT, deve ser seguinte a seguinte ordem de aplicação subsidiária:
1º) Lei de Execução Fiscal
2º) Código de Processo Civil 
OBS: Sempre observando os requisitos para a aplicação subsidiária, quais sejam, 1) omissão da CLT e 2) compatibilidade com os princípio e regras que regem a ciência processual trabalhista.
TÍTULOS EXECUTIVOS:
Toda execução depende do preenchimento de dois requisitos: 
Inadimplemento do devedor;
Título executivo judicial ou extrajudicial
Título executivo conceitua-se como um documento que consubstancia uma obrigação a ser adimplida (obrigação de dar, de fazer ou não fazer), no qual haverá individualização do credor e do devedor, dotado de eficácia executiva perante o Poder Judiciário, e que deverá preencher as formalidades previstas em lei.
V. Art. 586, CPC. – título executivo deve ser certo, líquido e exigível.
Títulos executivos judiciais trabalhistas (Art. 876, primeira parte, CLT):
Sentença transitada em julgado – execução definitiva;
Sentença impugnada por recurso dotado penas de efeito devolutivo – execução provisória, que no processo do trabalho, vai apenas até a penhora e; 
Acordo judicial não cumprido – execução definitiva.
Títulos executivos extrajudiciais (Art. 876, segunda parte, CLT):
Termo de Ajuste de Conduta (TAC) – firmado perante o MPT.
Termo de Conciliação firmado perante a Comissão de Conciliação Prévia – V. Art. 625-E, CLT.
Há discussões doutrinárias acerca do rol previsto na CLT ser taxativo ou exemplificativo. Apenas por mencionar, Leone Pereira acredita não ser um rol exaustivo.
COMPETÊNCIA (Arts. 877 e 877-A, ambos CLT):
Fundada em título executivo judicial – a execução vai tramitar onde tramitou o processo de conhecimento;
Fundada em título executivo extrajudicial – competente o juízo ou tribunal que teria competência para o processo de conhecimento relativo a matéria. Em regra, aplica-se o art. 651, CLT, local da prestação do serviço.
Evidencia-se que é observado o Princípio da perpetuatio jurisdictionis (perpetuação da jurisdição [ou competência]). Contudo, especificamente na fase de execução, há uma mitigação, quando da aplicação do parágrafo único do art. 475-P, do CPC, aplicado subsidiariamente ao Processo do Trabalho, ou seja, o exequente tem duas opções:
Juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação; ou
Atual domicílio do executado.
LEGITIMIDADE:
São legitimados ATIVOS para promover a execução trabalhista:
Qualquer interessado;
O juiz do trabalho, ex officio;
O MPT, nos processos de competência originária dos TRT’s.
O próprio devedor (Art. 878-A, CPC)
Quanto ao “qualquer interessado” se entende também os presentes no art. 566, CPC.
É legitimado PASSIVO, em regra, o devedor, geralmente empregador. Entretanto, prevalece a regra de outras pessoas poderão figurar no polo passivo da execução trabalhista, como preconiza os Arts. 4ª,LEF e 568, CPC.
OBS: Excepcionalmente, o empregado poderá figurar no polo passivo de uma execução trabalhista, como nos casos de execução de custas processuais, devolução de equipamento da empresa, ressarcimento de danos causados ao empregador, etc.
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE (Arts. 880 a 888, CLT) – Atos processuais:
1º) Mandado de citação, penhora e avaliação (CPA);
2º) Será aberto prazo de 48h de efetivação da citação, a partir do qual o executado poderá ter 4 comportamentos: 
Pagar a dívida, sendo lavrado termo de quitação;
Garantir o juízo por meio de depósito da quantia devida;
Garantir o juízo mediante nomeação de bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 655, CPC. PEGADINHA! Esta é uma situação específica e expressa de aplicação do CDC, não sendo caso de aplicação antes da LEF.
Inércia do devedor com a consequente penhora coativa realizada pelo OJA.
3º) Garantida a execução ou penhorados os bens, será aberto prazo de 5 (cinco) dias para o Executado para, se quiser, opor embargos à execução, estes a matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo.
4º) Será aberto prazo de 5 (cinco) dias para o Exequente apresentar impugnação (defesa, resposta, contestação) aos embargos à execução.
5º) Sentença do magistrado trabalhista julgado os embargos à execução no prazo de 5 dias.
6º) Avaliação dos bens penhorados pelo o OJA a ser concluída em 10 (dez) dias contados da data da nomeação do avaliador, caso seja julgada subsistente a penhora.
7º) Fase de expropriação dos bens (adjudicação ou arrematação). OBS: A adjudicação pelo exequente prefere a arrematação.
OBS: À execução fundada em título executivo extrajudicial é aplicado os mesmos dispositivos anteriormente mencionados, tendo seu único ato processual distinto como sendo a petição inicial, por tratar-se de Execução Autônoma, isto é, não há um processo de conhecimento anterior.

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