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Ponto 11 - Processo Civil

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PONTO 11 - Direito Processual Civil: Sentença. Conceito. Requisitos. Efeitos. Remessa Oficial. Execução Provisória. Coisa Julgada. Conceito. Espécies. Limites. Ação Rescisória.
SENTENÇA	Conceito antes, sentença era o ato que punha fim ao processo. Agora, por força da lei 11.232, sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269. Antes era simples a identificação do recurso apropriado: o ato que punha fim ao processo era sentença, logo cabia apelação; qualquer decisão sobre questão incidente seria decisão interlocutória, cabendo o agravo.
	A novidade agora está na existência de sentenças de mérito que não extinguem o processo. (novo modelo de execução de sentença, que passa a ser uma fase do processo).
	As sentenças declaratórias e constitutivas, por não precisarem de execução, obviamente extinguem o processo. Mesmo assim, se ainda houver necessidade de executar honorários, há extinção apenas de uma fase. Já as condenatórias, agora, acolhem o pedido sem extinguir o processo. 
	O Prof. José Roberto dos Santos Bedaque faz uma interpretação literal do dispositivo. Nelson Nery se posiciona de maneira diferente, ele diz que a interpretação literal do dispositivo seria insuficiente. Não seria possível tão somente a adoção do critério formal. Para Nery, sentença será toda decisão que implique numa das situações dos arts. 267 e 269 e que ponha fim ao processo ou procedimento. 	
	Requisitos da sentença: relatório, os fundamentos e o dispositivo.
	Parte dispositiva: é o local em que o juiz afirma se acolhe ou não o pedido do autor e, em caso de procedência, o que deve ser feito para que o direito material seja efetivamente realizado. É a parte dispositiva que fica revestida pela autoridade da coisa julgada material. Frise-se que o art. 469 do CPC é bastante claro ao afirmar que não fazem coisa julgada os motivos, a verdade dos fatos e a apreciação de questão prejudicial decidida incidentemente no processo.
	Pedido certo e impossibilidade de sentença ilíquida: quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida.
	Sentença deve ser certa: ainda que decida relação jurídica condicional.
	espécies:
	a)sentenças terminativas [art. 267,CPC] – extinção anormal do processo. Sentença que põe fim ao processo, mas não à lide (possibilidade de repropositura da mesma ação). Não produz coisa julgada material, podendo haver a propositura da mesma pretensão em uma nova ação, salvo quando a extinção tiver como fundamento perempção, litispendência e coisa julgada formal. [hipótese que ainda que a sentença tenha sido terminativa, não será possível a propositura de nova ação]
 	-a petição inicial da nova ação somente poderá ser despachada se houver prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários advocatícios da ação anterior.
	-hipóteses que a sentença será terminativa: [rol taxativo]
 		i)indeferimento da petição inicial
 		ii)hipótese de abandono da causa 
		iii)ausência dos pressupostos processuais positivos
		iv)presença dos pressupostos processuais negativos
		v)carência da ação
		vi)convenção de arbitragem
		vii)desistência da ação;
		viii)direito intransmissível em caso de morte da parte
		ix)confusão entre as partes
 		x)demais casos previstos em lei.
	i)indeferimento da petição inicial - a petição inicial será indeferida quando ocorrer alguma das hipóteses do art. 295, CPC. -hipóteses de indeferimento da petição inicial: inépcia, carência da ação, decadência e prescrição (de pronto), procedimento inadequado que não pode ser adaptado.
	se for caso de mera irregularidade da inicial o juiz deverá abrir prazo para sua regularização, não sendo procedida a regularização necessária, a inicial deverá ser indeferida.
	ii)hipótese de abandono da causa - os incisos II e III trazem hipóteses de abandono da causa pelo autor.
	inciso II - processo ficar parado por mais de 1 ano por negligência das partes. Nesse caso, as partes pagarão proporcionalmente as custas.
	inciso III - autor não promover os atos e diligências que lhe competir por prazo maior de 30 dias. Nesse caso, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado.
 	-em ambos os casos, antes que juiz extinga o processo, será necessário que intime pessoalmente a parte, para de andamento dentro do prazo de 48 horas. O dispositivo determina a intimação pessoal da parte para que ela não seja prejudicada pela inércia da atuação do advogado.
 	-o STJ sumulou entendimento de que a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu (súmula 240 STJ). Na prática os juízes têm ignorado a súmula, extinguindo sem o pedido por parte do réu.
	iii)ausência dos pressupostos processuais positivos – o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito quando não estiverem presentes os pressupostos de constituição e de desenvolvimento.
	iv)presença dos pressupostos processuais negativos – o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito quando estiverem presentes os pressupostos processuais negativos [litispendência, perempção, coisa julgada].
 	-esse é o único fundamento da sentença terminativa que impedirá a repropositura da ação. [art. 268, CPC – “Salvo o disposto no art. 267, V (...)”]
	v)carência da ação - o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito quanto se verificar a ausência de alguma das condições da ação.
	vi)convenção de arbitragem - havendo convenção de arbitragem [gênero] o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito.
	a)cláusula arbitral – cláusula contratual prevendo a arbitragem se e quando houver conflito.
	b)compromisso arbitral – diferente da cláusula arbitral, o compromisso é celebrado quando o conflito já existe.
 	-natureza da convenção de arbitragem: natureza de exceção ou de objeção? O COMPROMISSO DEPENDE DE ALEGAÇÃO; A CLÁUSULA, NÃO.
	vii)desistência do processo – a desistência do processo acarretará a extinção sem resolução do mérito.
 	-desistência do processo e anuência do réu:
	a)processo de conhecimento: após o término do prazo para resposta a desistência do processo dependerá da anuência do réu.
	i)antes do término do prazo para resposta: desistência independe da manifestação do réu.
	ii)após o términdo do prazo para resposta: desistência depende da manifestação do réu.
	fundamento para se exigir a anuência do réu: o processo de conhecimento não se destina somente ao reconhecimento do direito do autor, seu objetivo não é a satisfação da pretensão apresentada na inicial. Ele visa satisfazer o direito de quem o tenha. 
	questão de concurso: [Magistratura Federal – TRF3 – Prova Oral] Até quando o autor pode desistir da ação sem a anuência do réu? Até antes do término do prazo para a resposta [art. 267, § 4º, CPC]. Até quando o autor pode alterar pedido sem anuência do réu? Até a citação [art. 294, CPC]
	hipótese que desistência do processo dispensaria a manifestação do réu: No caso da nomeação à autoria, o autor, após a não concordância do nomeado em ingressar no processo (hipótese que a nomeação ficaria frustrada, voltando a correr o prazo para a contestação do réu), estando certo que se equivocara quanto à legitimidade passiva, poderá requerer a desistência da ação. Nesse caso a doutrina entende que seria possível a desistência direta, sem a necessidade da manifestação do réu (nomeante). O fundamento desse entendimento seria a ocorrência da preclusão lógica. O réu já teria feito a nomeação indicando aquele que possuiria legitimidade passiva, por isso não poder se manifestar de forma contrária à desistência.
	desistência em caso do réu revel: [divergência]
 	a)impossibilidade de desistência: a desistência após o transcurso do prazo para resposta depende da anuência do réu, mas nesse caso ele não está no processo.
	b)possibilidade de desistência: ainda que o réu não esteja presente é possível a desistência. A revelia, sendo casode aplicação do art. 330, II, produzirá o julgamento antecipado do pedido, que necessariamente será favorável ao réu.
	b)processo de execução: independentemente da fase em que se encontrar, não dependerá da anuência do executado. Razões: o objetivo do processo de execução é diferente do objetivo do processo de conhecimento. O processo de execução visará à satisfação do exequente. Por isso que independente da fase em que se encontrar, a desistência não dependerá da anuência do réu.
	desistência do processo de execução e embargos:
 	i)embargos que versem apenas sobre questões processuais: a desistência da execução extinguirá os embargos, independentemente da anuência do embargante.
	ii)embargos que não versem apenas sobre questões processuais: nesse caso, a extinção dos embargos dependerá da anuência do embargante.
	se o autor desistir da ação quanto a algum réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da intimação do despacho que deferir a desistência.
	viii)direito intransmissível em caso de morte da parte - no caso de morte da parte em que os direitos forem transmissíveis o processo deverá ser suspenso[art. 265, I, CPC]. Se for hipótese de direitos intransmissíveis, o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito.
	ix)confusão entre as partes - havendo confusão entre as partes (autor e réu) o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito.
	x)demais casos previstos em lei - natureza exemplificativa do dispositivo.
	b)sentenças definitivas [art. 269,CPC] – extinção normal do processo. Sentença que põe fim ao processo e à lide (possibilidade de repropositura da mesma ação).
	-hipóteses que a sentença será definitiva:
 		i)juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor [sentença de mérito própria]
 		ii)RECONHECIMENTO DO PEDIDO POR PARTE DO RÉU [sentença de mérito imprópria]
 		iii)TRANSAÇÃO OU CONCILIAÇÃO [sentença de mérito imprópria]
 		iv)DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO [sentença de mérito imprópria]
 		v)RENÚNCIA DO AUTOR. [sentença de mérito imprópria]
	a hipótese do art. 269, I, CPC, é a única típica sentença de mérito (juiz acolhe ou rejeita o pedido), os demais casos (incisos II a V), considerados como sentença de mérito imprópria, somente são considerados como sentença de mérito por uma opção do legislador. Nesses casos não haverá julgamento do pedido pelo juiz.
	RECONHECIMENTO DO PEDIDO X CONFISSÃO	
	confissão - réu reconhece que determinado fato é verdadeiro, o que não significa reconhecer a pretensão da parte ex adversa como justa/legítima. [ex.: confessa os fatos, mas alega prescrição]
	reconhecimento do pedido - réu concorda que a pretensão do autor é justa/legítima.
	-o reconhecimento deve ser expresso, não existindo reconhecimento tácito.
 	-somente o réu capaz poderá reconhecer. [réu incapaz  sua vontade é desprezada; réu semi-imputável  reconhecimento é prejudicial, por isso não pode reconhecer]
 	-é possível que o reconhecimento seja parcial, abrangendo parte da pretensão apresentada.
	efeitos da sentença:
	1)Principal: solução da relação jurídica processual.
	-nem sempre resolve a lide. [ex.: sentença terminativa]
	2)Anexos: são efeitos legais obrigatórios, ainda que o juiz estabeleça de forma diversa. Dinamarco chama os efeitos anexos de secundários.
	3)Secundários: são os efeitos que devem ser mencionados pelo juiz, sob pena de não serem observados.
	-ex.: sucumbência (alguns tribunais entendem que a sucumbência seria efeito anexo, ainda que o juiz não se manifeste haverá necessidade de seu pagamento).
	Vícios/defeitos da sentença - decorrem do princípio da congruência.
 	-é defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
	sentença infra petita: hipótese de procedência parcial, não caracteriza vício.
	1)sentença extra petita - sentença dada fora do pedido ou fora da causa de pedir.
 	-vedação de que a sentença seja dada com natureza diversa da pedida pelo autor ou que o réu seja condenado em objeto diverso do que lhe foi demandado. -vício: sentença nula. [possibilidade de rescisória]
	2)sentença ultra petita - sentença dada além do que é pedido. 
 	-trata-se de um problema quanto ao pedido mediato. A sentença concede uma quantidade maior do que aquele que foi pedido.
 	-vedação de que condenação do réu seja em quantidade maior do que a demandada. [princípio da inércia; princípio da congruência]
 	-vício: sentença anulável. [impossibilidade de rescisória]
 	-possibilidade de aproveitamento da sentença, sendo afastado o que foi concedido a mais.
	3)sentença citra petita - sentença dada com omissão em relação a algum pedido feito, trata-se de uma sentença incompleta.
 	-instrumento para correção: embargos declaratórios.
	é possível que o tribunal complete o julgamento no caso de sentença citra petita? Pela literalidade do § 3º do art. 515, o tribunal somente poderia analisar o que não fora apreciado na 1ª instância na hipótese de sentença terminativa. Ocorre que a sentença citra petita é de sentença de mérito, e não terminativa. Daí surgir o questionamento quanto a possibilidade da aplicação do dispositivo em tal caso. Na prática tem-se admitido tal procedimento. 
 	[art. 515, § 3º, CPC] – requisitos para que o tribunal possa julgar: [causa esteja madura]
 		causa versar questão exclusivamente de direito: hipótese em que não há necessidade de prova.
		estiver em condições de imediato julgamento: ou seja, no grau de origem, todas as garantias do devido processo legal tenham sido respeitadas.
alteração da decisão após a sentença - com a sentença o juiz esgota a prestação jurisdicional. Regra: após a publicação da sentença o juiz não mais poderá alterá-la.
	Exceções: [hipóteses que ainda que a sentença haja sido publicada será possível a sua alteração]
		a)no caso de embargos declaratórios.
		b)retificação de erros de cálculo;
		c)correção de inexatidão material;
	CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS	
	As sentenças podem, pois, ser classificadas de três formas distintas:
	i) sentenças satisfativas: declaratória e constitutiva;
	ii) sentenças mandamental e executiva – tutela específica (amplo poder de execução);
	Estas duas se diferenciam pelo fato de a sentença mandamental conter uma coerção indireta, ao passo que a executiva possui coerção direta. 
	Execução indireta: atua sobre a vontade do demandado para constrangê-lo a adimplir a sentença, de modo que a tutela do direito, em última análise, dependerá da vontade do réu.
	
	Execução direta: viabiliza a tutela do direito diretamente, sem se importar com a vontade do demandado. 
	iii) sentença condenatória: voltada à tutela pelo equivalente ao valor da lesão, a qual se liga à execução por expropriação, tipificada em lei.
	PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DAS SENTENÇAS DE PROCEDÊNCIA
	Sentença declaratória: “declara” a existência, a inexistência, ou o modo de ser de uma relação jurídica. Seu objetivo é eliminar uma situação de incerteza que paira sobre determinada relação jurídica. A incerteza deve ser objetiva.
	Sentença constitutiva: também contém declaração, mas vai um pouco além, ao constituir ou desconstituir determinada relação jurídica. Da mesma forma que a declaratória “strictu sensu”, porém, basta (por si) para atender ao direito substancial afirmado (é satisfativa).
	Sentença condenatória: vai além da declaratória, condenando o réu a pagar. Contudo, se a sentença condenatória não for cumprida pelo réu, ela, por si só, não bastará para que o direito do autor seja realizado, e nesse sentido é completamente distinta das sentenças declaratória e constitutiva.
	Ao contrário da declaratória, a condenatória permite a sanção executiva. Mas ela não permite a realização de direitos que dependem da vontade do réu, sendo necessária a execução. Ademais, ela pressupõe a violação do direito, tendo nítido caráterrepressivo, muito relacionado à conversão dos direitos em pecúnia. 
	Sentença mandamental: permite a atuação do juiz sobre a esfera jurídica do indivíduo. Aqui há ordem, ou seja, imperium, e existe também coerção da vontade do réu. Seu escopo é convencer o réu a observar o direito por ela declarado. Por isso, a sentença que manda um terceiro registrar um mandado (no cartório, por exemplo) não é mandamental – tal sentença é meramente desconstitutiva. Só será mandamental se ordenar, visando compelir o réu a cumpri-la, mediante execução indireta.
	Sentença executiva: realiza-se através dos meios de execução direta adequados à tutela específica do direito e ao caso concreto, que devem ser utilizados pelo autor e pelo juiz segundo as regras do meio idôneo e da menor restrição possível, ou segundo a lógica de que a modalidade executiva deve ser idônea à tutela do direito sem deixar de ser a menos gravosa ao réu. 
	REEXAME NECESSÁRIO	
	Natureza jurídica: não se trata de recurso, pois falta-lhe o pressuposto da voluntariedade, mas de condição para a eficácia da sentença. A sentença não produz efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, pouco importando a ausência do recurso de apelação.
	-hipóteses de cabimento do reexame necessário:
 		a)sentenças proferida contra U, E, DF, M e as respectivas autarquias e fundações de direito público
	fazenda como autora, sentença de total/parcial improvimento e o reexame necessário: o dispositivo fala em “sentença proferida contra a Fazenda”. A sentença só é proferida contra o réu. Se a ação tiver a Fazenda como autora, sentença de total improcedência ou parcial procedência não ensejá reexame necessário. 
 	-segundo Didier/Leonardo cunha, na hipótese de a Fazenda Pública figurar como autor da demanda, não haveria, segundo esse mesmo entendimento, sentença proferida contra o ente público, eis que somente se profere sentença contra o réu. De fato, esta sentença não é proferida contra o autor, não estando sujeita à remessa necessária quando o autor for uma das entidades mencionadas no CPC 475.
		b)sentenças procedente em embargos à execução de dívida ativa da fazenda pública
	sentença procedente em embargos que não os opostos à execução de dívida ativa? STJ já pacificou entendimento quanto ao não cabimento do reexame necessário. O inciso I do art. 475 refere-se ao processo de conhecimento, não se estendendo para os embargos do devedor oposto em execução movida contra ou pela Fazenda Pública, salvo se a execução for fundada em dívida ativa.
	decisões interlocutórias: não CABIMENTO do reexame necessário.
	antecipação de tutela: não CABIMENTO do reexame necessário.
	reconvenção e ação declaratória incidental: CABIMENTO do reexame necessário.
	condenação em honorários: CABIMENTO do reexame necessário. 
	ação popular: não está sujeita ao Reexame necessário, a sentença de procedência (pega de concurso) da ação popular. Haverá a necessidade do reexame em relação à sentença que reconheça a CARÊNCIA DA AÇÃO ou sua IMPROCEDÊNCIA.
	improcedência da ação civil pública: CABIMENTO do reexame necessário (ASSIM COMO AÇÃO POPULAR). O STJ decidiu que o reexame necessário imposto pelo art. 19 Lei 4.717/65, que dispõe sobre a ação popular, também se aplica à ação civil pública, levando à 2ª instância qualquer sentença de improcedência em ações dessa natureza, independente do valor da causa. Segundo o STJ dada a ausência de dispositivo na lei de ação civil pública [Lei 7.347/85], versando sobre remessa oficial, deve-se, prioritariamente buscar norma de integração dentro do microssistema processual de tutela coletiva, o que confirma como legítima a aplicação por analogia do artigo 19 da Lei 4.717/65. 
	mandado de segurança: cabimento do reexame necessário quanto à sentença concessiva do MS, podendo, entretanto, ser executada provisoriamente.
	desapropriação: cabimento do reexame necessário quanto a sentença que condenar a Fazenda Pública em quantia superior ao dobro da oferecida.
	reexame necessário e as sentenças terminativas [divergência]
	a)Aplicação do reexame necessário: mesmo no caso das sentenças terminativas é necessário a aplicação do reexame.
		LJCC: qualquer sentença que seja desfavorável à Fazenda Pública, aprecie ou não o mérito, figure esta como autora ou ré, haverá sujeitar-se ao reexame necessário.
	b)Não aplicação do reexame necessário: somente as sentenças que apreciam o mérito é que terão sua eficácia condicionada ao reexame. [POSIÇÃO DO STJ] sentença terminativa em ação que a Fazenda figure como ré não enseja reexame necessário, posto que ela não restou sucumbente.
	-hipóteses de dispensa de reexame necessário:
		casos cujo conteúdo econômico não supere os 60 salários mínimos – 
		sentença fundada em jurisprudência do Plenário do STF ou em Súmula de qualquer tribunal superior, competente para a análise da matéria.
		quando o AGU ou outro órgão competente já houver editado súmula ou instrução normativa nesse sentido.
	casos cujo conteúdo econômico não supere os 60 salários mínimos - valor da causa superior a 60 SM, mas a condenação em valor menor: dispensa do reexame. O que deve ser considerado não é o valor da causa, mas o valor da condenação.
	reexame necessário e a sentença ilíquida: a Corte do STJ entende que a sentença ilíquida deve se submeter ao reexame necessário. . A regra é o cabimento do reexame obrigatório, mas ela admite exceção só nos casos em que o valor da condenação é certo e não excede a 60 salários mínimos.
	reexame necessário e Reformatio in pejus - em reexame necessário não é possível a reforma da decisão que agrave a situação da fazenda pública.
 	-por não ter natureza recursal, não está sujeito a preparo, nem admite contrarrazões. o reexame necessário (denominado equivocadamente de recurso de ofício) não é recurso, inexiste um dos pressupostos para a existência desse instituto, qual seja, a voluntariedade. 
 	-nesse caso há incidência do efeito substitutivo (art. 512, CPC). O acórdão substitui a sentença.
 	-não se admite recurso adesivo no reexame necessário  justificativa: nesse caso as partes já sabem que haverá prorrogação do processo.
 	-processamento do reexame: o reexame é processado da mesma forma que o recurso de apelação.
	aplicabilidade do art. 557, CPC que possibilita a decisão pelo relator: é possível que o relator decida monocraticamente, sendo aplicável o art. 557, CPC. [Súmula 253 STJ]
	Cabimento de Embargos Infringente de decisão dada em Reexame Necessário - há divergência quanto à utilização dos embargos infringentes no caso de decisão não unânime em reexame necessário.
	a)possibilidade: seria possível a interposição dos embargos infringentes ainda que a parte não tivesse interposto apelação.
 		-embora o reexame necessário não se confunda com a apelação, nem constitua tecnicamente recurso, razões de ordem sistemática justificam a admissão de embargos infringentes nesse caso. 
 		-quem adota esse posicionamento: Prof. Marcato; Prof. Fredie Didier; José Carlos Barbosa Moreira; Araken de Assis; Nelson Nery Jr.
 			[Súmula 77 TFR] – “Cabem embargos infringentes a acórdão não unânime proferido em remessa ex officio (CPC, art. 475).”
	b)impossibilidade: a remessa ex officio não é recurso, ao revés, é condição suspensiva da eficácia da decisão e, por isso, NÃO COMPORTA interposição de EMBARGOS INFRINGENTES a decisão que, por maioria, aprecia a remessa necessária.
	a reforma do CPC (Lei n. 10.352/2001), inspirada no princípio da celeridade da prestação jurisdicional, exclui alguns casos de submissão ao duplo grau e dissipa divergências jurisprudenciais quanto a sustar a eficácia de certas decisões proferidas contra pessoas jurídicas não consideradas textualmente como integrantes da Fazenda Pública, logo não se justificaria admitir embargos infringentes de decisão não unânime de remessa necessária.
 	-STJ: ora admite, ora não admite, mas súmula 390 pacificou a questão, impossibilitando autilização de tal recurso. 
	REsp contra decisão em reexame necessário - STJ entendeu que não é possível, em decorrência da preclusão lógica, que a Fazenda Pública recorra da decisão do Tribunal que aprecia a questão em decorrência, única e tão somente, do reexame necessário.
	COISA JULGADA
	Pode ser definida como imutabilidade e indiscutibilidade da decisão judicial. Funciona como uma qualidade que se atribui aos efeitos da sentença.
	Imutabilidade: poder do Estado de fazer tornar imperativa a decisão, por meio de imunização (termo do Dinamarco), seja por fatores externos, seja por fatores internos.
	Indiscutibilidade: diz respeito à técnica que é utilizada para chegar-se à imutabilidade. É a técnica preclusiva. A técnica preclusiva é da essência da coisa julgada.
	COISA JULGADA – IMUTABILIDADE E INDISCUTIBILIDADE DA DECISÃO JUDICIAL (IMUNIZAÇÃO)
	Não é decisão (como diz a LICC) nem é eficácia da sentença (CPC).
	Existe direito constitucional da coisa julgada? O fato de haver menção a ela leva-nos a entender que há uma garantia fundamental de imutabilidade e indiscutibilidade da decisão judicial? Barbosa Moreira explica que a coisa julgada se situa na CF como regra de direito intertemporal. Esta posição vê a sentença como lex specialis – a norma posterior é geral, não podendo atingir a sentença lex especialis.
	Dinamarco, em debate com Barbosa Moreira, sobre a coisa julgada: 
	(a) que essa garantia não pode ir além dos efeitos a serem imunizados e 
	(b) que ela deve ser posta em equilíbrio com as demais garantias constitucionais e com os institutos jurídicos conducentes à produção de resultados justos mediante as atividades inerentes ao processo civil. (Na linha de José Delgado)
	COISA JULGADA FORMAL E COISA JULGADA MATERIAL
	A coisa julgada material é a verdadeira coisa julgada.
	Dinamarco: A distinção entre coisa julgada material e formal consiste, portanto, em que (a) a primeira é a imunidade dos efeitos da sentença, que os acompanha na vida das pessoas ainda depois de extinto o processo, impedindo qualquer ato estatal, processual ou não, que venha a negá-los; enquanto que (b) a coisa julgada formal é fenômeno interno ao processo e refere-se à sentença como ato processual, imunizada contra qualquer substituição por outra. 
	Coisa julgada formal: acontecimento interno ao processo (fenômeno endoprocessual). Pode ser simplificada como “a última preclusão” (preclusão máxima). Impede a alteração da sentença no processo em que ela foi proferida. No direito brasileiro, ela não faz sentido algum – a divisão de CJ formal e CJ material só faz sentido em sistemas (como o italiano) que trabalham com a fracionabilidade do mérito, em que se permite a existência de mais de uma sentença no mesmo processo. Nesta hipótese, a coisa julgada formal faz com que a sentença anterior influencie a sentença posterior (evitar contradição) – há sentenças parciais, sentenças incidentais e sentenças com reserva.
	Coisa julgada material: fenômeno extraprocessual, ou seja, que se projeta para fora do processo. Impede a alteração da sentença em qualquer outro processo.
	TEORIAS SOBRE COISA JULGADA	
	1 – Presunção da verdade;
	2 – Ficção da verdade;
	A coisa julgada não tem a ver com a verdade, com a justiça da decisão. Não interessa à teoria da coisa julgada considerações sobre verdade, justiça. A coisa julgada está ligada à segurança jurídica. 
	3 – Eficácia da declaração;
	Os direitos preexistem ao processo, cabendo ao juiz revelá-los.
	4 – Qualidade da sentença (Liebman)
	A coisa julgada é algo externo à sentença, um predicado, uma qualidade.
	CONCEITO DE COISA JULGADA: qualidade que se agrega às sentenças de mérito, tornando-as imutáveis e indiscutíveis quando não mais cabível qualquer recurso. 	
	Dinamarco: A coisa julgada material é a imutabilidade dos efeitos substanciais da sentença de mérito. Quer se trate de sentença meramente declaratória, constitutiva ou condenatória, ou mesmo quando a demanda é julgada improcedente, no momento em que já não couber recurso algum institui-se entre as partes e em relação ao litígio que foi julgado uma situação, ou estado, de grande firmeza quanto aos direitos e obrigações que os envolvem, ou que não os envolvem. Esse status, que transcende a vida do processo e atinge a das pessoas, consiste na intangibilidade das situações jurídicas criadas ou declaradas, de modo que nada poderá ser feito por elas próprias, nem por outro juiz, nem pelo próprio legislador, que venha a contrariar o que houver sido decidido (ainda Liebman). Não se trata de imunizar a sentença como ato do processo, mas os efeitos que ela projeta para fora deste e atingem as pessoas em suas relações – e daí a grande relevância social do instituto da coisa julgada material, que a Constituição assegura (art. 5O, inc. XXXVI) e a lei processual disciplina (arts. 467 ss.).
	Coisa julgada inconstitucional
	A ideia da coisa julgada inconstitucional está relacionada ao conceito de segurança jurídica. Eventual flexibilização não pode basear-se em injustiça. 
	A sentença é lex specialis – num conflito de normas, deve ser aplicada a norma especial em detrimento da norma geral. É nesse sentido que a CJ está prevista na CF e na LICC. A coisa julgada torna imutável a decisão independentemente de alteração da lei (A lei não prejudicará o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido). Outra previsão fala que a CJ faz lei entre as partes.
	LIMITES DA COISA JULGADA
	Geralmente, fala-se em limites subjetivos, objetivos e temporais. 
	Limites temporais
	Partem da premissa de que, embora a CJ deva ser estável, ela não é eterna. Em determinadas situações, sobretudo as que se renovam no tempo, se houver alteração substancial dos fatos, poderá haver revisão. A coisa julgada vai valer, nessas situações, rebus sic standibus.
	No Brasil, essa questão não é tratada dentro da coisa julgada. O legislador brasileiro diz que não existe coisa julgada nestes casos de relação continuativa. Mudados os fatos, há causa de pedir diferente, logo não há discussão acerca da coisa julgada.
	Limites subjetivos
	A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. 
	Os terceiros não ficam proibidos de rediscutir o que foi decidido, mas eles podem sofrer os efeitos das decisões judiciais. A possibilidade de sofrer efeitos da decisão é o que justifica a intervenção de terceiros. 
	Quando se fala em limites subjetivos, discute-se quem são os sujeitos que vão ser atingidos pela CJ. Ou seja, quem são os sujeitos que estarão vinculados ao que for decidido, ou seja, que não poderão rediscutir o que foi decidido.
	Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros.
	Os efeitos da sentença sofridos por sentença são chamados de efeitos naturais, reflexos ou indiretos.
	Os que têm interesse jurídico apenas podem ser alcançados pelos efeitos reflexos da sentença, e por essa razão são considerados terceiros interessados. Se o terceiro não é juridicamente interessado, ele sofre naturalmente os efeitos da sentença, os quais são imutáveis, e chamados em razão da sua natureza de “efeitos naturais da sentença”.
	TERCEIROS INTERESSADOS – SOFREM EFEITOS REFLEXOS DA SENTENÇA	
	TERCEIROS NÃO INTERESSADOS – SOFREM EFEITOS NATURAIS DA SENTENÇA
	Em conclusão, observa-se que somente as partes precisam da coisa julgada. Não fosse a CJ, em função da legitimidade que ostentam para discutir a sentença, poderiam debater o conflito de interesses ao infinito. Para esses sujeitos, sim, a CJ resulta em utilidade, pondo fim, em determinado momento, à controvérsia, e tornando definitiva a solução judicial oferecida. Por isso, somente as partes é que ficam vinculadas pela CJ. Embora terceiros possam sofrer efeitosda sentença de procedência, é certo que a autoridade da CJ não os atinge.
	Por fim, cumpre observar que os efeitos indiretos ou secundários da sentença são, por exemplo, a hipoteca judiciária, a cassação da liminar no MS (classificação de Dinamarco).
	LIMITES OBJETIVOS (DIMENSÃO OBJETIVA)
	Indaga-se aqui o que fica abrangido pela coisa julgada – qual parcela da sentença é abrangida pela coisa julgada.
	Somente a parte dispositiva da sentença é que se torna imutável e indiscutível – tudo que não estiver no dispositivo não faz CJ. Isso foi um avanço, porque o ato de vontade estatal só está no dispositivo. Os demais atos são atos de inteligência.
	O juiz julga apenas o pedido. O dispositivo é a parte da sentença que vai congregar a resposta judicial à pretensão do autor. O pedido se projeta no dispositivo. Todas as demais questões, que não foram pedidas, são tratadas na fundamentação (incidenter tantum) – serão conhecidas como itinerário lógico até chegar à conclusão. Ainda que o dispositivo faça menção à fundamentação, esta não transitará em julgado.
	PARA COMPENSAR O LIMITE OBJETIVO: AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL (ARTS. 5º E 325)
	Para compensar o limite objetivo da CJ, previu-se a ação declaratória incidental. Esta tem como objetivo ampliar o objeto do julgamento. Ex: ação declaratória incidental na ação de alimentos para discutir a paternidade.
	A ação declaratória incidental é um corolário dos limites objetivos da CJ. O anteprojeto do novo CPC não mais contempla esta demanda incidental, bastando a alegação, com possibilidade de ampliação dos limites objetivos da CJ.
	
	EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA	
	É a presunção estabelecida pelo ordenamento de que todos os argumentos fáticos e jurídicos que poderiam ser deduzidos pela parte foram apresentados, mesmo que isso de fato não tenha acontecido, de forma que se opera a preclusão em relação a eles. 
	Art. 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido.
	O que não foi colocado na sentença não pode ser encarado nos limites objetivos da CJ. A eficácia preclusiva incide justamente com relação àquilo que não foi enfrentado na decisão.
	A parte tenta maquiar a mesma demanda, ao trazer um suposto novo fundamento de fato ou de direito, tentando dar a ideia nova causa de pedir. A parte escaparia, assim, da objeção da coisa julgada. Diante disso, a lei previu que se tornam irrelevantes quaisquer argumentos que a parte poderia trazer – eficácia preclusiva. Assim, tudo aquilo que poderia ter sido argumentado e não foi estará abrangido pela eficácia preclusiva da CJ.
	Observação: se tratar-se efetivamente de nova causa de pedir, não haverá eficácia preclusiva da CJ.
	Coisa julgada e efeito vinculante: o efeito vinculante não se confunde com a CJ. A coisa julgada não existe para a jurisdição constitucional, e sim para a jurisdição “tradicional” (processo Caio x Tício). O efeito vinculante é uma peculiaridade da decisão em controle abstrato de constitucionalidade que faz com que parcelas da fundamentação (fundamentos determinantes) sejam também vinculativas. Exige a divisão da fundamentação em dois grandes grupos:
Regimes da coisa julgada (3):
REGIME PRO ET CONTRA: a coisa julgada ocorre independentemente do resultado da causa, ou seja, ela ocorrerá para beneficiar ou para prejudicar o autor, havendo decisão de mérito favorável ou desfavorável fará coisa julgada. Essa é a regra geral do CPC (juntamente com a vinculação entre partes).
REGIME SECUNDUM EVENTUM LITIS: ocorre de acordo com o evento da lide, ou seja, somente ocorrerá a depender do resultado do julgamento, é a coisa julgada que somente ocorrerá se o pedido for julgado procedente, assim em caso de perda não há coisa julgada podendo o autor retornar com nova ação (ex.: coisa julgada coletiva para direitos individuais homogêneos)
REGIME SECUNDUM EVENTUM PROBATIONIS: ocorre quando o juiz entender que houve o esgotamento da prova a ser produzida. Se o julgamento for de improcedência por falta de prova não gera a coisa julgada (ex.: coisa julgada na ação popular, coisa julgada coletiva em relação a direitos difusos ou direitos coletivos, coisa julgada no MS). Alguns autores colocam a coisa julgada do regime secundum eventum probationis como espécie do regime secundum eventum litis.
A Coisa Julgada nas Demandas Coletivas:
Coisa julgada secundum eventum litis: a formação da coisa julgada se dará (ou não) conforme o resultado do processo. 
Ação Popular:
Sentença de procedência: coisa julgada erga omnes;
Sentença de improcedência: coisa julgada erga omnes;
Sentença de improcedência por insuficiência de provas: a sentença não alcançará a autoridade de coisa julgada substancial. Qualquer cidadão (inclusive o mesmo que propôs a primeira demanda) poderá propor ação popular idêntica, bastando para isto que junte nova prova.
Ação Civil Pública:
Sentença de procedência: coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator;
Sentença de improcedência: coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator;
Sentença de improcedência por insuficiência de provas: a sentença não alcançará a autoridade de coisa julgada substancial. Qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
Limites territoriais da coisa julgada: a sentença na ação civil pública fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator. AFC, apoiado na doutrina dominante, defende a inconstitucionalidade da previsão de limites territoriais da coisa julgada.
Ação coletiva de tutela dos interesses dos consumidores “ação civil pública consumerista”:
Demanda que verse sobre interesses difusos:
Sentença de procedência: coisa julgada erga omnes;
Sentença de improcedência: coisa julgada erga omnes;
Sentença de improcedência por insuficiência de provas: a sentença não alcançará a autoridade de coisa julgada substancial.
Demanda que verse sobre interesses coletivos:
Sentença de procedência: coisa julgada ultra partes;
Sentença de improcedência: coisa julgada ultra partes;
Sentença de improcedência por insuficiência de provas: a sentença não alcançará a autoridade de coisa julgada substancial.
Em razão da natureza do interesse envolvido - interesses coletivos -, nem todos os membros da coletividade estão ligados à demanda. Assim é que a coisa julgada se fará ultra partes e não erga omnes, limitadamente ao grupo, categoria ou classe, ou seja, atingindo não só o demandante e o demandado, mas todos aqueles sujeitos do interesse que se levou a juízo.
Demanda que verse sobre interesses individuais homogêneos:
Sentença de procedência: coisa julgada erga omnes, para beneficiar a todos os titulares dos interesses (e a seus sucessores);
Sentença de improcedência (seja ou não por insuficiência de provas): alcança a autoridade da coisa julgada substancial somente entre as partes do processo - coisa julgada inter partes.
O sistema previsto pelo Código de Defesa do Consumidor é aplicável, subsidiariamente, a qualquer ação civil pública. Assim, quando se tratar de interesses coletivos ou individuais homogêneos o CDC que deverá ser aplicado. 
A Coisa Julgada no Mandado de Segurança:
Sentença que concede a segurança (sentença de procedência): apta a alcançar a autoridade de coisa julgada material.
Sentença que denega a segurança:
Ausência de requisito essencial à apreciação do mérito (sentença terminativa): não alcança a autoridade da coisa julgada material, podendo a demanda ser novamente ajuizada.
Inexistência do direito afirmado pelo autor (sentença de improcedência do pedido - definitiva): apta a alcançar a autoridade da coisa julgada material.
Inexistência de direito líquido e certo (sentença de mérito - definitiva): apta a alcançar a autoridade da coisajulgada material. O autor fica impedido de novamente impetrar mandado de segurança, mas nada impede que vá às vias ordinárias.
Inexistência do direito substancial ≠ inexistência de direito líquido e certo: a sentença que denega a segurança por inexistência de direito líquido e certo produz coisa julgada tão-somente em relação à inexistência do direito líquido e certo, mas não quanto a inexistência do direito substancial, que poderá ser deduzido em juízo em processo que permita uma maior dilação probatória.
SÚMULA Nº 304, STF: DECISÃO DENEGATÓRIA DE MANDADO DE SEGURANÇA, NÃO FAZENDO COISA JULGADA CONTRA O IMPETRANTE, NÃO IMPEDE O USO DA AÇÃO PRÓPRIA. 
No mandado de segurança coletivo incidem as regras da coisa julgada nas demandas coletivas.
	Coisa julgada nos processos coletivos
	
	
	Direitos difusos
	Direitos coletivos
	Direitos individuais homogêneos
	Procedência
	
-coisa julgada erga omnes.
	-coisa julgada ultra partes.
	-coisa julgada ultra vitimas.
	Improcedência
	
Regra: coisa julgada erga omnes;
Exceção: não formará coisa julgada erga omnes se a improcedência for por falta de provas.
	regra: coisa julgada ultra partes
exceção: não formará coisa julgada ultra partes se a improcedência for por falta de provas.
	-não há formação de coisa julgada em relação àqueles que não intervieram no processo.
	limites da eficácia da coisa julgada à competência territorial do juiz
 	-a doutrina é muito crítica quanto ao art. 16 da LACP, pois ele mistura duas categorias processuais diversas (competência e coisa julgada), além de favorecer a violação ao princípio da isonomia e ser incompatível com a proteção dos direitos indivisíveis. Dispositivo estaria confundindo limites subjetivos da coisa julgada com extensão territorial dos efeitos.
 	-não se aplica a direito difuso, nem a direito coletivo, nem quando se tem um dano nacional, ou regional.(STJ RESP 557.646 2ª T. 13/04/2004. DJU 30/06/2004, pg. 314, Min. Eliana Calmon)
 	-discussão sobre aplicação quando se trata de direitos individuais homogêneos.
	relativização da coisa julgada - a coisa julgada, apesar de ser reconhecida como direito fundamental [art. 5°, XXXVI, CF], não é concebida como um direito absoluto. Reconhece-se a possibilidade da sua relativização em algumas situações excepcionais.
 	-crítica à admissão da relativização no ordenamento brasileiro: a nossa cultura jurídica não é uma cultura coerente. Toda vez que se muda um entendimento seria possível a utilização desse instrumento.
 	IMPUGNAÇÕES À COISA JULGADA
	AÇÃO RESCISÓRIA	
	natureza jurídica da ação rescisória: ação de conhecimento de cunho constitutivo negativo.
	-o autor deve cumular o pedido: pedido rescindendo + pedido rescisório.
 	-tem precipuamente natureza CONSTITUTIVA NEGATIVA, destinando-se também a buscar outro efeito quando a parte requerer pedido de novo julgamento, em substituição ao rescindido.
	competência: originária do tribunal QUE POR ÚLTIMO APRECIOU A QUESTÃO..
	-rescisória contra sentença: tribunal que seria competente para a apelação.
	-rescisória contra acórdão: tribunal que emitiu a decisão.
	atenção: o não conhecimento do recurso não implica substitutividade da decisão recorrida. Quando o tribunal não conhece do recurso ele não adentra na discussão de mérito, não ocorrendo o efeito da substitutividade.
 	-pressuposto para a utilização da ação rescisória é a existência de uma sentença de mérito.
	Sentenças de mérito meramente homologatórias que padeçam de vícios civis do consentimento (erro, dolo ou coação) devem ser ANULADAS por meio de ação própria de conhecimento aforada perante o 1º grau de jurisdição. 
 	-os atos judiciais que não dependam de sentença ou em que esta for meramente homologatória serão rescindidos como atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil (ação anulatória).
	sentença arbitral e ação rescisória - impossibilidade da utilização da ação rescisória contra sentença arbitral. Ela não é passível de rescisão, mas de anulação, nos exatos termos disciplinados nos ARTS. 32 e 33 da Lei nº. 9.307/96. Embora seja considerada como título executivo judicial, a sentença não foi produzida pelo Poder Judiciário.
	Prazo da ação rescisória: 2 anos. [ART. 495 do CPC]
	-termo inicial: trânsito em julgado da decisão.
	Legitimidade para propositura: [art. 487 do CPC]: 
	1)quem foi parte no processo - ou quem foi seu sucessor a título universal ou singular.
 	2)terceiros que foram atingidos pela autoridade da coisa julgada
CPC
Art. 487. Tem legitimidade para propor a ação:
II - o terceiro juridicamente interessado;
 	3) MP
		-hipóteses:
			quando não foi ouvido em processo que era obrigatória a sua intervenção; ou
			quando a sentença é resultado de conluio entre as partes, com o objetivo de fraudar a lei.
	juízos da ação rescisória:
 	1)JUÍZO RESCINDENDO(iudicium rescindes): pedido de desconstituição da decisão. [sempre haverá]
	2)JUIZO RESCISÓRIO(iudicium rescissorium): pedido de nova decisão. [somente quando for o caso]
 		obs.: é o próprio Tribunal que emitirá a nova decisão.
	nem sempre será necessário o proferimento de nova decisão. [ex.: julgado que ofende a coisa julgada – art. 485, IV, CPC (nesse caso não será necessário novo julgamento)]
 	-primeiro será julgado o pedido rescindendo, somente em momento posterior é que será analisado o pedido rescisório. A justificativa para adoção dessa sistemática decorre do fato de que o afastamento do juízo rescindendo impediria a análise do juízo rescisório.
 	-quando um dos membros do colegiado entende por afastar juízo rescindendo, mas resta vencido, ainda assim deverá analisar o pedido rescisório. [princípio da indeclinabilidade] Mas esse posicionamento não é tranquilo, na prática, aquele que resta vencido, de forma equivocada, resiste no julgamento do juízo rescisório.
 	-caso haja necessidade de novo julgamento, haverá cúmulo objetivo obrigatório, sob pena do indeferimento da inicial. Nas hipóteses em que o pedido de novo julgamento não for realizado, a ação rescisória não poderá ser processada. A petição inicial deverá ser indeferida e o processo extinto sem análise de mérito. [fundamento: o judiciário não poderia presumir a realização de pedido por parte do autor]
	hipóteses de cabimento de ação rescisória: [art. 485 do CPC] (rol taxativo)
	não está incluída a hipótese de “INJUSTIÇA” DA DECISÃO.
	as hipóteses de cabimento da ação rescisória são aquelas estabelecidas na lei vigente à época do trânsito em julgado da ação rescindenda.
 	-hipóteses de cabimento de ação rescisória:
		1)prevaricação, concussão ou corrupção do juiz 
		2)juiz impedido ou absolutamente incompetente (se for suspeição, não cabe ar)
		3)resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
		4)ofender a coisa julgada
		5)violar literal disposição de lei
		6)se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória;
 		7)depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;
		8)houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença;
 		9)fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
	Coisa julgada
 	-solução no caso em que já terminou o prazo para a rescisória: [divergência]
 		a)prevalece a 1ª sentença: pois a 2ª violou a 1ª.
		b)prevalece a 2ª sentença: deve prevalecer o último pronunciamento. (Dinamarco)
	violar literal disposição de lei - ocorre quando a sentença concede aquilo que a lei expressamente nega, ou nega aquilo que expressamente é possibilitado pela legislação.
 	-divergência jurisprudencial não viabiliza a utilização da rescisória. É necessário que a interpretação dadapelo decisum rescindendo seja de tal modo aberrante que viole o dispositivo legal em sua literalidade. Se, ao contrário, o acórdão rescindendo elege uma dentre as interpretações cabíveis, ainda que não seja a melhor, a ação rescisória não merece vingar sob pena de tornar-se recurso ordinário com prazo de interposição de dois anos.
	atenção: a súmula 343 STF não tem aplicabilidade se a divergência envolve matéria constitucional em que já houve manifestação do STF.
	Colaciono decisão recente do STF sobre a matéria:
Se a sentença foi proferida com base na jurisprudência do STF vigente à época e, posteriormente, esse entendimento foi alterado, não se pode dizer que essa decisão impugnada tenha violado literal disposição de lei.
Desse modo, não cabe ação rescisória em face de acórdão que, à época de sua prolação, estava em conformidade com a jurisprudência predominante do STF.
STF. Plenário. RE 590809/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 22/10/2014 (Info 764).
	DOCUMENTO NOVO:
 	-a novidade do documento reside em um dos seguintes aspectos:
 		a)na ciência do documento – a parte não sabia que o documento existia.
 		b)na obtenção do documento – a parte sabia que o documento existia, mas não pode utilizá-lo.
 		c)na produção do documento – não era possível a produção de tal prova. [ex.: recibo de pagamento que não foi emitido na quitação]
	o que não se admite é que o fato documentado seja posterior, sendo possível que documento novo prove fato anterior.
	houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença 
	Confissão – durante o processo, deve ser ajuizada ação anulatória. Após, ação rescisória.
	fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
	-ERRO FÁTICO: ocorre quando a sentença 	admitir um fato inexistente
							considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido.
	-é indispensável, tanto num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia sobre este fato e que o Poder Judiciário não tenha se manifestado sobre esta controvérsia.
	ação rescisória e a necessidade de manifestação do STF quanto a (in)constitucionalidade da lei: STJ admitiu a utilização da ação rescisória, ainda que haja interpretação controvertida nos tribunais (Súmula 343 STF), no caso de decisão que julga a (in)constitucionalidade da lei [lei pode ter mais de uma interpretação (o que fundamento a impossibilidade de rescisória que tenha fundamento situação com interpretação controvertida nos tribunais – Súmual 343 STF), mas não pode se admitir decisões que analisem a (in)validade sejam controvertidas], mesmo que não tenha havido manifestação do STF sobre a matéria. Dessa forma, a corte especial do STJ entendeu pela possibilidade da ação rescisória em matéria constitucional mesmo que não haja precedente do STF, sem os empecilhos da Súmula 343 STF. 
 	-exigir, como condição da Ação rescisória em matéria constitucional, a declaração do STF quanto à inconstitucionalidade da lei aplicada na instância ordinária implicaria desconhecer a realidade de que o pronunciamento do STF é, quase sempre, demorado: o pronunciamento pode ocorrer quando já esgotado o prazo para rescisória. Essa exigência também acarretaria flagrante desigualdade entre as partes, contrariando o art. 125, I, do CPC, porque tolheria a Fazenda de ajuizar ação rescisória em matéria constitucional.
	um juízo acerca da conformidade da lei com a Constituição é um juízo sobre a validade da lei; já uma decisão que seja contra a lei ou lhe negue vigência supõe lei válida. Como dito, a lei pode ter mais de uma interpretação, mas ela não pode ser válida ou inválida a depender de quem a aplica. Por isso, se a lei é conforme a Constituição e o acórdão deixa de aplicá-la por inconstitucionalidade, o julgado sujeita-se à AR ainda que na época os tribunais divergissem a respeito (ocorrendo a flexibilização da súmula 343 STF). [trecho de decisão veiculada no informativo n. 414 – STJ]
	processamento da rescisória:
	1)petição inicial - além dos requisitos exigidos no art. 282, o CPC traz um regime específico para a petição inicial da ação rescisória.
	a)se for o caso, cumulação do pedido rescisório com o rescindendo.
	b)depósito prévio - petição inicial deve vir acompanhada de depósito prévio. 
		-valor: 5 % do valor da causa.
		-destinação: será revertido em benefício da parte. [pago a título de multa]
		-natureza do depósito prévio: pressuposto processual específico da rescisória.
		-julgamento sem mérito (“inadimissível”) ou pela improcedência de forma unânime  o depósito prévio se caracterizará como uma multa que reverterá em benefício da parte contrária.
hipóteses de inexigibilidade do depósito:
	entes políticos;
	MP;
	autarquias federais, fundações e pessoas jurídicas que estiverem representando o FGTS. [art. 24-A, Lei nº. 9.028/95]
	assistência judiciária gratuita: STJ e STF já entenderam que a gratuidade abarca este depósito prévio.
	2)recebimento da petição inicial;
	3)citação da(s) parte(s) contrária(s)
	4)contestação - prazo para contestar atribuído pelo relator entre 15 e 30 dias.
	-os prazos em quádruplo e em dobro dos ARTS. 188 e 191 do CPC são aplicáveis;
	5)necessidade de participação do membro do MP - necessidade de intervenção do MP, com fulcro no ART. 82, III, do CPC [interesse público (entendimento que não está pacificado)]
	razões finais serão apresentadas por escrito no prazo de 10 dias para cada parte (aplicação do ART. 191 do CPC), não havendo alegações finais orais.
	a ação rescisória segue o procedimento ordinário, com algumas ressalvas.
	Ação rescisória e efeitos da revelia - não se aplica o efeito da revelia relativo à presunção de veracidade dos fatos deduzidos na inicial.
	-fundamento: coisa julgada é algo que diz respeito a interesse coletivo (segurança das relações jurídicas). Já houve uma manifestação estatal sobre o assunto. Quando se tratar de interesse indisponível (no caso a coisa julgada) não se aplica a presunção de veracidade. [art. 319 c/c art. 320, II, CPC]
	ação rescisória e produção de provas - o relator poderá (faculdade) delegar a competência para a colheita para o juízo de 1º grau (carta de ordem com prazo para cumprimento de 45 a 90 dias). 
	possibilidade de ação rescisória contra decisão interlocutória - decisão interlocutória não transita em julgado, mas é passível de preclusão. É o caso da decisão interlocutória que analisa mérito no curso do processo – reconhecimento da prescrição em face de um dos pedidos.
	ação rescisória e poder acautelatório do relator - relator tem poderes para decidir todas as questões processuais incidentes. 
 	-destas decisões caberá: AGRAVO regimental 
 		fundamento: aplicação subsidiária do ART. 557, parágrafo 1º, do CPC.
 	-possibilidade de antecipação de tutela.  essa tutela antecipada, além de seguir os requisitos do art. 273, deverá ser cercada de todas as garantias uma vez que será afastada o julgamento do colegiado, por uma decisão monocrática do relator.
	-por isso que enquanto a rescisória estiver pendente não se impede o cumprimento da sentença do processo principal; isso somente poderá ser afastado por uma decisão antecipando a tutela.
	-o ajuizamento da rescisória não impede o cumprimento da sentença ou do acórdão rescindendo, salvo na hipótese do deferimento de tutela de urgência. [ART. 489 do CPC]
	rescisória da rescisória - há a possibilidade hipotética de rescisória da rescisória.
 	ação rescisória nos juizados especiais– a Lei 9.099/95 traz, em seu art. 59, uma vedação expressa quanto à utilização da ação rescisória nos juizados especiais estaduais. A Lei 10.259/01 não tratou da matéria, o que fez surgir a discussão quanto a possibilidade da rescisória nos juizados especiais federais.
 	a)impossibilidade: a vedação existente na Lei 9.099/95 também se aplica aos juizados especiais federais, não sendo possível a utilização da rescisória também nessescasos.
	b)possibilidade: diferente do que ocorre nos juizados especiais estaduais, no juizados federais há a participação do Estado como parte. Apesar da omissão do Lei 10.259/01, seria a existência de um ente público que viabilizaria o tratamento diferenciado daquele existente nos juizados estaduais, por isso ser necessário o reconhecimento da possibilidade da utilização da rescisória nesse caso. [PRof. Carlos Eduardo Delgado (Federal)]
	ação rescisória no STF - será competência do STF o julgamento de ação rescisória quando tiver sido apreciado a questão federal controvertida, ainda que não tenha conhecido o RE ou tendo havido negado o agravo.
SÚMULA 249 STF
É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação rescisória, quando, embora não tendo conhecido do recurso extraordinário, ou havendo negado provimento ao agravo, tiver apreciado a questão federal controvertida.
	Sobre o momento de trânsito em julgado dos capítulos autônomos da sentença para fins de impugnação por via de ação rescisória, colaciono um resumo do posicionamento atual (2014) sobre a matéria do STF e STJ:
Impugnada parcialmente a sentença, os capítulos não impugnados transitam em julgado desde logo ou deve-se aguardar o julgamento do recurso quanto ao restante da sentença?
O prazo para a ação rescisória se iniciará para cada capítulo ou deve-se aguardar que não haja mais a possibilidade de se interpor qualquer recurso?
Posição do STJ:
Deve-se aguardar o julgamento do recurso quanto ao restante da sentença. Somente quando não for cabível qualquer recurso, terá início o prazo para a ação rescisória.
STF e doutrina:
Os capítulos não impugnados transitam em julgado desde logo.
O prazo decadencial da ação rescisória, nos casos de existência de capítulos autônomos, deve ser contado do trânsito em julgado de cada decisão (cada capítulo).
AÇÃO ANULATÓRIA (QUERELLA NULLITATIS)
	-apesar de estar inserida no capítulo que trata da ação rescisória, a ação anulatória com esta não se confunde.
	(crítica à redação do dispositivo: ato judicial é ato do juiz; ato processual é ato do processo. O dispositivo deve ser relido, substituindo-se as expressões “atos judiciais” por “atos processuais” e “rescindidos” por “anulados”, ficando com a seguinte disposição: os atos processuais, que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser anulados, como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.
	Hipótese de cabimento: - hipóteses de atos processuais que não produzem coisa julgada material.
 	1)sentença terminativa. [art. 267, CPC]
	2)sentença cautelar. 
	3)sentença em procedimento de jurisdição voluntária. 
	(ação rescisória e ação anulatória são ações constitutivas negativas. O que diferencia a utilização de uma ou de outra é a existência de trânsito material. Se houve o trânsito em julgado material, será hipótese de ação rescisória; se formal, anulatória.
	natureza da sentença: constitutiva negativa.
	competência: 1º grau. [diferente da rescisória que é de competência do tribunal]
	prazo: prazo previsto no direito civil. [diferente da rescisória que é de competência do tribunal]
	(RECORRIBILIDADE DA SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA X AÇÃO ANULATÓRIA: o STJ entendeu, no REsp 695.140, que a sentença que se limita a homologar a partilha amigável não pode ser desconstituída por meio de recurso de apelação, pois não possui cunho decisório e há necessidade de produção de prova acerca do vício alegado, sendo necessário o ajuizamento da ação anulatória prevista no art. 1.029 do CPC.
	Querella nullitatis insanabilis
	Querella nullitatis insanabilis: trata-se da ação declaratória de nulidade processual que visa atacar vício de inexistência. 
	natureza da sentença: declaratória.
	-é uma ação de conhecimento com cunho predominantemente declaratório.
	-as situações que comprometam os pressupostos de existência do processo não permitem a formação da coisa julgada. Nesses casos o instrumento hábil para impugnação é a ação declaratória de nulidade processual, e não a ação rescisória.
pressupostos processuais de existência:
 		i)Petição inicial
 		ii)Citação
 		iii)Jurisdição/investidura do órgão
 		iv)Capacidade postulatória
 	-como a inexistência jurídica nem sempre vem acompanhada de uma inexistência fática, é necessária a existência de um instrumento jurídico para adequar tais situações.
	Hipóteses de cabimento
 	1)réu não foi validamente citado e ficou revel;
 	2)sentença sem dispositivo;
 	3)sentença proferida por pessoa não investida de poder jurisdicional (ex.: juiz aposentado)
	4)sentença dada em situação de incompetência constitucional (hipótese só defendida por ada p. grinnover)
 		(segundo a doutrinadora:
 			-incompetência decorrente de violação de regra legal: ação rescisória.
 			-incompetência decorrente de violação de regra constitucional: querella .
	competência: juízo de 1 grau. 
	(a maior parte dos autores defende que a competência seria do juízo de 1º grau. Há quem defenda que existem casos que a competência seria do tribunal, como no caso em que a causa de inexistência tenha surgido em grau recursal. Prof. Carlos Eduardo não entende que a competência será sempre do juízo de 1º grau.
	possibilidade de cumulação de pedidos:
	(declaração de inexistência
 		 + + +
	(julgamento da demanda.
	EXECUÇÃO PROVISÓRIA
	execução provisória - execução fundada em título incerto. Será provisória se a execução decorrer de:
	i)sentença pendente de recurso sem efeito suspensivo [recurso dotado de efeito suspensivo não permite início da fase de execução]
	obs: é possível execução de título cuja a obrigação NÃO é CERTA.
ii)execução de título extrajudicial enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo - a execução que prossegue enquanto pendente apelação que ataca sentença que julgou improcedente os embargos recebidos com efeito suspensivo tem natureza de execução provisória.
		discussão quanto à natureza da execução quando a ela foram opostos embargos (com efeito suspensivo), julgados improcedentes e atacado por apelação. No STJ surgiu corrente defendendo que a execução, nesse caso, seguiria a título provisório, posicionamento que não se consolidou, de forma a ser elaborado, em sentido contrário, a súmula 317 - É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos.
 	-a alteração do art. 587, CPC, realizada pela Lei 11.382/06, positivou o entendimento minoritário do STJ, contrário à súmula. Dessa forma, hoje, será provisória a execução pendente de apelação da sentença de improcedência dos embargos que foram recebidos com eficácia suspensiva. [art. 587, CPC]
	crítica a redação do dispositivo: doutrina e jurisprudência majoritárias entendiam que toda execução fundada em título executivo extrajudicial era considerada como execução definitiva, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos. Nesse sentido foi elaborada a súmula 317 STJ. A redação do art. 587, CPC confunde efeito do recurso com a classificação da execução quanto a estabilidade do título (definitiva e provisória). Marinoni: a execução é definitiva, mas submete-se ao regime da execução provisória.
	Prof. Garrido (Palestra Marcato): O legislador, objetivando exigir caução quanto à execução que prossiga na pendência de apelação de sentença de improcedência de embargos à execução que tenha sido dado efeito suspensivo, equivocadamente, disse que tal situação caracterizará execução provisória. Ocorre que tal execução, originária de título extrajudicial, é definitiva, independentemente da pendência de recurso na situação descrita pelo dispositivo. Esse já era o entendimento pacificado na doutrina e jurisprudência. Matéria inclusive objeto de súmula do STJ.
Acrescentando decisãorecente sobre a matéria:
É cabível a condenação em honorários advocatícios no cumprimento de sentença quando esta se encontra ainda na fase de execução provisória?
NÃO. Em execução provisória, descabe o arbitramento de honorários advocatícios em benefício do exequente.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.291.736-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/11/2013 (recurso repetitivo) (Info 533).
Vale ressaltar que o STJ decidiu que não cabem honorários no âmbito de execução provisória em benefício do exequente.  No entanto, é possível que haja arbitramento de honorários na execução provisória em favor do executado provisório, caso a execução provisória seja extinta ou o seu valor seja reduzido.
Resumindo. Honorários advocatícios na execução provisória:
·         Não cabem em favor do exequente;
·         Cabem em favor do executado, caso a execução provisória seja extinta ou o seu valor seja reduzido.

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