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Primeiros socorros em emergências traumáticas.pdf

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS 
TRAUMÁTICAS 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842p Primeiros socorros em emergências traumáticas / Portal Educação. - 
Campo Grande: Portal Educação, 2012. 
 42p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-294-7 
 1. Emergências traumáticas - Primeiros socorros. 2. Traumas. I. Portal 
Educação. II. Título. 
 CDD 617.1027 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS ............................................. 4 
2 CINEMÁTICA DO TRAUMA ...................................................................................................... 6 
2.1 ENERGIA E LEIS FÍSICAS ........................................................................................................ 7 
3 TRAUMA FECHADO ................................................................................................................. 9 
3.1 COLISÕES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES ........................................................................... 9 
3.2 COLISÕES DE MOTOCICLETAS ............................................................................................. 11 
4 EXAME PRIMÁRIO .................................................................................................................. 12 
4.1 QUEDAS ................................................................................................................................... 12 
4.2 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO – TCE................................ ................................... 14 
4.2 FRATURA DE COLUNA ............................................................................................................ 16 
4.3 TRAUMA DE TÓRAX ............................................................................................................... 17 
5 AVALIAÇÃO INICIAL DAS LESÕES TRAUMÁTICAS TORÁCICAS ...................................... 20 
5.1 FRATURAS NO TÓRAX ............................................................................................................ 21 
5.2 PNEUMOTÓRAX (PTX) ............................................................................................................ 22 
5.3 LESÃO DE GRANDES VASOS ................................................................................................. 24 
5.4 LACERAÇÃO TRAQUEOBRÔNQUICA .................................................................................... 24 
6 TRAUMA ABDOMINAL ............................................................................................................ 25 
7 FRATURAS ............................................................................................................................... 28 
7.1 FRATURA FECHADA ................................................................................................................ 28 
 
 
3 
 
8 ENTORSE ................................................................................................................................ 30 
9 LUXAÇÃO ................................................................................................................................ 31 
10 CONTUSÃO ............................................................................................................................. 32 
11 AMPUTAÇÕES ......................................................................................................................... 33 
12 QUEIMADURAS........................................................................................................................ 35 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 
 
 
O atendimento ao paciente de trauma é como uma ciência. Não somos escolhidos por 
nossos pacientes, mas nós escolhemos tratar de pacientes vítimas de trauma. Em situações 
adversas, em horários impróprios, em datas festivas, deixamos nossas famílias para assistir à 
sociedade e oferecer a esses pacientes a oportunidade de anos de vida produtiva. Para tanto, 
profissionais ligados ao atendimento de vítimas de trauma, estaremos sempre renovando nosso 
conhecimento. Estaremos ligados a todos e quaisquer avanços que beneficiarem nossos 
pacientes. 
Segundo Aurélio (2000) apresenta a seguinte definição de trauma: V. Traumatismo 1. 
Lesão de extensão, intensidade e gravidade variáveis, que pode ser produzida por agentes 
diversos (físicos, químicos, psíquicos, etc.) e de forma intencional ou acidental. 2. Choque 
violento que pode desencadear perturbações várias. 
 
Sendo assim, o socorrista deve estabelecer as seguintes prioridades: 
1) Abordagem da cena – verificar antes mesmo do socorro às vítimas toda a cena, o 
contexto e situação que se encontram os pacientes. A segurança das ações é de extrema 
importância, uma vez que os socorristas não devem se acidentar; 
2) Triagem de gravidade – posteriormente, o socorrista deve rapidamente ater-se a 
uma rápida triagem dos casos a serem atendidos e priorizar os que apresentam risco de morte; 
após, risco de perda de membros, e as demais vitimas na sequência; 
3) Reconhecimento de catástrofe – destinar os benefícios para o salvamento do maior 
número de vitimas, e não das vitimas de maior gravidade como no item definido anteriormente. 
 
 
 
 
 
5 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://ocuriosodaunisinos.files.wordpress.com/2009/06/fotos-brasil-3.jpg>. Acesso em: 17 
mar. 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2 CINEMÁTICA DO TRAUMA 
 
 
Os profissionais responsáveis pelo atendimento ao politraumatizado devem ter dois 
tipos de lesões em mente. Existem aquelas facilmente identificáveis no exame físico, permitindo 
tratamento precoce. E também aquelas ditas potenciais, ou seja, não são óbvias ao exame, mas 
podem estar presentes pelo mecanismo de trauma sofrido pelo paciente. Dependendo do grau 
de suspeita destas lesões pela equipe, danos menos aparentes podem passar despercebidos, 
sendo tratadas tardiamente. 
Sendo assim, ressalta-se a importância de se conhecer a história do acidente. Quando 
bem acurada e interpretada pela equipe, tem-se a suspeita de mais de 90% das lesões antes de 
ter contato direto com o paciente. 
A história no trauma divide-se em três fases: 
 Pré-impacto: são os eventos que precedem o acidente, tais como ingestão de álcool 
e/ou drogas, condições de saúde do paciente (doenças preexistentes), idade, etc. Estes dados 
terão influência significativa no resultado final. 
 Impacto: deve constar o tipo de evento traumático (ex.: colisão automobilística, 
atropelamento, queda, ferimento penetrante, etc.). Deve-se também estimar a quantidade de 
energia trocada (ex.: velocidade do veículo, altura da queda, calibre da arma, etc.). 
 Pós-impacto: ela se inicia após o paciente ter absorvido a energia do impacto. As 
informações coletadas nas fases de pré-impacto e impacto são utilizadas para conduzir as ações 
pré-hospitalares na fase de pós-impacto.A ameaça à vida pode ser rápida ou lenta, 
dependendo, em parte, das ações tomadas nesta fase pela equipe de resgate. 
 
As informações colhidas pelas equipes a respeito dos danos externos e internos do 
veículo constituem-se em pistas para as lesões sofridas pelos seus ocupantes. Com isto, a 
identificação das lesões ocultas ou de diagnóstico mais difícil são facilitadas, permitindo 
tratamento mais precoce reduzindo-se a morbimortalidade dos pacientes. Algumas observações 
são muito comuns, tais como: deformidades do volante de direção, sugerindo trauma torácico; 
 
 
7 
 
quebra com abaulamento circular do para-brisa indicando o impacto da cabeça, o que sugere 
lesão cervical e craniana; deformidades baixas do painel de instrumentos sugerindo luxação do 
joelho, quadril ou fratura de fêmur. 
 
 
2.1 ENERGIA E LEIS FÍSICAS 
 
 
Um corpo em movimento ou em repouso tende a ficar neste estado até que uma 
energia externa atue sobre ele (1ª Lei de Newton). A energia nunca é criada ou destruída, mas 
sim, pode mudar de forma. As formas mais comuns são mecânica, térmica, elétrica e química. 
A velocidade é mais importante fator gerador de energia cinética do que a massa, ou 
seja, a energia trocada em uma colisão em alta velocidade é muito maior do que uma em baixa 
velocidade. Já a diferença da massa dos ocupantes do veículo pouco interfere na energia de 
colisão. 
Fator importante a se considerar numa colisão é a distância de parada. Antes da 
colisão, o veículo e o ocupante viajam numa mesma velocidade. Quando do impacto, ambos 
sofrem uma brusca desaceleração até pararem. Assim, aumentos da distância de parada 
diminuem a força de desaceleração sobre o veículo e seus ocupantes. A compressibilidade do 
material exerce influência na distância de parada e, consequentemente, na força de 
desaceleração. Ao ocorrer a compressão do material, há um aumento na distância de parada, 
absorvendo parte da energia, impedindo que o corpo absorva toda a energia, diminuindo as 
lesões no mesmo. 
Cavitação é o deslocamento violento dos tecidos do corpo humano para longe do local 
do impacto, devido à transmissão de energia. Este rápido movimento de fuga dos tecidos a partir 
da região do impacto leva a uma lesão por compressão tecidual e também à distância, pela 
expansão da cavidade e estiramento dos tecidos. Tal fenômeno gera cavidades temporárias no 
momento do impacto, aquelas que retornam a sua posição prévia após o impacto, e as 
 
 
8 
 
cavidades permanentes, aquelas que permanecem após o trauma. A diferença é a elasticidade 
dos tecidos envolvidos. 
Permutas de energia - depende de alguns fatores como: 
 Densidade: quanto maior a densidade do tecido, maior será o número de partículas 
que se chocará com o objeto em movimento, levando uma maior permuta de energia entre eles. 
 Área de superfície: similarmente o que ocorre com a densidade, quanto maior a 
área de contato entre os tecidos e o objeto em movimento, maior será o número de partículas 
envolvidas e, consequentemente, maior a permuta de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
3 TRAUMA FECHADO 
 
 
As forças físicas, cavitação e permuta de energia são similares nos traumas 
penetrantes e fechados. Mas quando a energia é concentrada em uma pequena área, ela pode 
exceder a tensão superficial do tecido e penetrá-lo. Em ambos os tipos de trauma, ocorre 
cavitação temporária, mas somente no penetrante existe a formação da cavitação permanente. 
No trauma fechado, duas forças estão envolvidas no impacto: mudança brusca de 
velocidade (aceleração ou desaceleração) e compressão. Elas podem ser resultantes de 
quedas, colisões automobilísticas, acidentes com pedestres, agressões, etc. 
 
 
3.1 COLISÕES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES 
 
 
Quando um veículo se choca contra um obstáculo fixo, ocorrem duas colisões. A 
primeira entre a vítima e o veículo e a segunda entre os órgãos da vítima e a estrutura de seu 
corpo. 
As colisões automobilísticas podem ser de seis tipos: 
 Impacto frontal; 
 Impacto traseiro; 
 Impacto lateral; 
 Impacto angular; 
 Capotamento; 
 Ejeção. 
 
 
 
10 
 
Impacto frontal: corresponde à colisão contra um obstáculo que se encontra à frente 
do veículo. Se o ocupante não estiver utilizando mecanismos contensores (ex.: cinto de 
segurança), ele irá se chocar contra alguma parte do veículo ou ser ejetado para fora do veículo. 
O impacto da vítima com a cabine do veículo ocorre em dois tempos: a vítima 
escorrega para baixo de tal forma que suas extremidades inferiores (joelho e pés) sejam o 
primeiro ponto de impacto. Nestas condições, as lesões mais comuns são: fratura, luxação do 
tornozelo, luxação do joelho, fratura de fêmur e luxação posterior do acetábulo. Após a trajetória, 
a vítima é projetada para frente e seu tronco se choca contra o volante ou painel. Dessa forma, 
seu crânio se choca contra o para-brisa, levando a lesões do segmento cefálico e/ou coluna 
cervical. Ao mesmo tempo, o tórax e o abdome se chocam contra o volante ou painel. 
Impacto lateral: se refere às colisões do lado do veículo capazes de imprimir ao 
ocupante uma aceleração que o afasta do ponto de impacto. Dele podem resultar lesões 
semelhantes às do impacto frontal, mas além destas, podem ocorrer lesões de compressão do 
tronco e de pelve do lado de colisão. Por exemplo, impactos do lado do motorista podem levar a 
fraturas de arcos costais esquerdo, lesão esplênica e lesões esqueléticas esquerdas (ex.: pelve). 
Na mesma situação, o passageiro terá mais lesões direitas (principalmente hepáticas). 
Impacto traseiro: geralmente este impacto ocorre quando um veículo parado é 
atingido por trás por outro veículo. Nestas condições, o assento carrega o tronco dos ocupantes 
para a frente com grande aceleração, mas a cabeça não acompanha este movimento, ocorrendo 
uma hiperextensão do pescoço. Este movimento leva à lesões pelo mecanismo de chicote 
(whiplash). Este tipo de lesão é evitado com o uso correto do suporte de cabeça. 
Impacto angular: neste tipo de impacto, ocorre um misto dos padrões estudados 
acima. 
Capotamento: nestas situações, o ocupante se choca contra qualquer parte da 
cabine, causando deslocamentos violentos e múltiplos, o que leva à lesões mais graves. 
Ejeção: a vítima nestes casos sofre lesões decorrentes da ejeção do veículo 
propriamente dito e do seu choque com o solo. A probabilidade de lesões aumenta em mais de 
300% e há grandes chances de ocorrer lesões ocultas. 
 
 
 
11 
 
3.2 COLISÕES DE MOTOCICLETAS 
 
 
Podem ocorrer lesões por compressão, aceleração/desaceleração e cisalhamento. 
Porém, menor será o risco de ocorrerem, quanto maior for o número de equipamentos de 
proteção utilizados no momento do impacto (ex.: capacete, botas, luvas, roupas, etc.). 
Nos pedestres as lesões ocorrem em três fases: 
 Impacto com o para-choque dianteiro: depende diretamente da altura do para-
choque e da vítima. Geralmente, em adultos, as lesões costumam acometer regiões entre as 
pernas e a pelve. Em crianças, as lesões torácicas e abdominais são mais comuns; 
 Impacto com o capô e para-brisas: ocorrem lesões do tronco e cabeça. 
 Impacto com o solo: lesões de cabeça e coluna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
4 EXAME PRIMÁRIO 
 
 
Em casos de politraumatizados graves a prioridade é a rápida identificação e o 
atendimento otimizado, potencializando as condições de vida dos pacientes envolvidos nesse 
tipo de incidente. 
O grande número de envolvidos em acidentes, consequentemente, vítimas de traumas, 
não são os gravemente feridos. São aqueles com lesões de apenas um sistema. Por exemplo, 
uma fratura e pequenas escoriações. 
Nesses pacientes é possível e completamente viável a realização do exame primário e 
até mesmo secundário, mesmo que durante o transporte até a unidade hospitalar. Já para o 
gravemente acometido, aos olhos do perspicazprofissional já identificado, deverá ser 
rapidamente atendido e de forma segura removido para unidade hospitalar de referência mais 
próxima. 
Nesse primeiro contato para a avaliação, o enfermeiro deve olhar o paciente como um 
todo. Se com ferimentos aparentes, raciocinar de acordo com a fisiopatologia de cada 
sangramento ou hematoma evidente. 
Exemplificando: em situação de acidente automobilístico, a vítima fora encontrada 
dentro do veículo, atada ao cinto de segurança consciente, orientada, com queixas álgicas em 
MSE. Suspeita-se de fratura e/ou entorse em MSE. Nesse caso, SE houver outras vítimas em 
piores estados, elas poderão ser atendidas anteriormente ao caso citado. 
 
4.1 QUEDAS 
 
Vítimas de queda estão sujeitas a múltiplos impactos e lesões. Nestes casos, devem 
ser avaliados: 
 
 
13 
 
Altura da queda: quanto maior a altura, maior a chance de lesões, visto que a 
velocidade em que a vítima atinge o anteparo é proporcionalmente maior e, consequentemente, 
a desaceleração. 
Compressibilidade da superfície do solo: quanto maior a compressibilidade, maior a 
capacidade de deformação, aumentando a distância de parada, diminuindo a desaceleração. Isto 
pode ser exemplificado quando se compara uma superfície de concreto e uma de espuma. 
Parte do corpo que sofreu o primeiro impacto: este dado permite levantar a 
suspeita de algumas lesões. Quando ocorre o primeiro impacto nos pés, ocorre uma fratura 
bilateral dos calcâneos. Após, as pernas absorvem o impacto, levanto a fraturas de joelho, ossos 
longos e quadril. A seguir o corpo é flexionado, causando fraturas por compressão da coluna 
lombar e torácica. Já quando a vítima bate primeiramente as mãos resulta em fraturas bilaterais 
do rádio. Nos casos em que a cabeça recebe o primeiro impacto ocorre lesões de crânio e 
coluna cervical. 
Explosões: esta ocorrência não é exclusiva dos tempos de guerra. Devido à violência 
civil, às atividades terroristas e ao transporte e armazenamento de materiais explosivos, as 
explosões ocorrem de modo rotineiro. 
Elas resultam da transformação química, extremamente rápida, de volumes 
relativamente pequenos de materiais sólidos, semissólidos, líquidos ou gasosos que 
rapidamente procuram ocupar volumes maiores. 
Tais produtos, em rápida expansão, assumem a forma de uma esfera, a qual possui no 
seu interior uma pressão muito mais alta que a atmosférica. Na sua periferia, se forma uma fina 
camada de ar comprimido que atua como uma onda de pressão que faz oscilar o meio em que 
se propaga. 
A medida em que se afasta do local de detonação, a pressão rapidamente diminui. A 
fase positiva pode atingir várias atmosferas com duração extremamente curta. A fase negativa é 
de duração mais longa. 
 
 
 
 
14 
 
4.2 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO – TCE 
 
 
Traumatismo cranioencefálico (TCE) é um problema de saúde pública na atualidade. 
Já se estima que cerca de quinhentas mil pessoas sofram de TCE por ano nos EUA, sendo que 
20% das vítimas terão algumas incapacidades e deficiências (BRUNNER, 2006). 
Segundo Arruda (2002), no Brasil, o aumento acidentes de trânsito se torna um grande 
problema à saúde; cem mil brasileiros morrem vítimas de trauma a cada ano e cerca de um 
milhão e quinhentos mil são feridos em acidentes. 
O TCE é frequente no Brasil e em sua maioria são causados pelos acidentes de 
trânsito, mergulho em águas rasas, agressões, quedas e projéteis de arma de fogo. 
De maneira geral, a gravidade está relacionada com a intensidade do trauma. Fator 
relacionado com o prognóstico das vítimas de TCE apontou que as alterações neuropsicológicas 
pós-traumáticas constituem um dos principais fatores que determinam no futuro o grau de 
independência funcional alcançado e retorno no trabalho, como também o estabelecimento de 
relações familiares e sociais satisfatórias (MUÑOZ, 2001). 
Traumas de crânio podem não aparentar danos imediatos, mas tardiamente os sinais e 
sintomas já demonstram lesões graves, tornando a assistência e pós-atendimento prejudicados. 
A avaliação primária deverá ser rápida e sistêmica com atenção especial a algumas 
alterações que podem indicar um grande trauma: 
 Ferimentos na cabeça; 
 Tontura, sonolência, inconsciência; 
 Hemorragia pelo nariz, boca ou ouvido; 
 Alterações no ritmo respiratório; 
 Hematoma nas pálpebras; 
 Vômitos e náuseas; 
 Perda de reflexos e controle de esfíncteres; 
 Paralisia; 
 
 
15 
 
 Anisocoria; 
 
O socorro a esses pacientes deverá ser prestado por profissionais capacitados atentos 
a: 
 Proceder controle imobilização e controle cervical; 
 Não realizar movimentos bruscos com a cabeça do acidentado; 
 Não aplicar compressão direta; utilize um curativo volumoso; 
 Caso haja extravasamento de sangue ou líquidos pelo nariz ou ouvidos, facilite a 
drenagem; 
 Previna o estado de choque; 
 Ministre oxigênio. 
 
O TCE é classificado da seguinte forma: leve, moderado e grave. 
 
 TCE leve: corresponde a cerca de 80% dos pacientes com trauma craniano; 
realiza-se tomografia computadorizada (TC); os achados neste exame são frequentemente 
fraturas lineares com ou sem afundamento, calcificação, níveis hidroaéreos nos seios, 
pneumoencéfalo e fratura de face; a escala de Glasgow é de 12 a 15, segundo a revisão 
bibliográfica (NASI, 2005). 
 TCE moderado: os pacientes com esse tipo de trauma são capazes de obedecer a 
ordens simples, mas estão confusos ou sonolentos e podem apresentar certo deficit neurológico 
focal como hemiparesia. Esses pacientes devem ser melhor observados, pois 10-20% evoluem 
para coma, portanto, devem ser tratados como potencial TCE graves. A primeira medida a ser 
tomada quando o paciente entra no hospital é garantir a estabilidade cardiopulmonar 
(BACCARINI et al, 2002). 
 TCE grave: quando o cliente se encontra neste caso eles não são capazes de 
obedecer ordens mesmo após estabilização; o diagnóstico deve ser rápido para que esta vítima 
possa ter um tratamento mais qualificado, tendo assim um melhor prognóstico; a escala de 
Glasgow é de 3 a 8 ( NASI, 2005). 
 
 
 
16 
 
 
FONTE: Disponível em: <http:// www.scielo.br/img/revistas/rcbc/v31n1/n1a06fig01.jpg>. Acesso em: 17 mar. 2010. 
 
 
As complicações dependerão do impacto sofrido podendo ocorrer uma série de lesões 
posteriores, sendo tais como o aumento gradativo da PIC, hematomas, afundamentos, 
hemorragias subaracnoide, contusão, laceração, concussão. 
 
 
4.2 FRATURA DE COLUNA 
 
 
Sabidamente perigosas, principalmente se houver manipulação inadequada dos 
socorristas, para que tal fatalidade não ocorra, sua assistência será realizada observando os 
seguintes preceitos: 
 
 
17 
 
 Associação do tipo de acidente com possíveis lesões; 
 Dificuldade para respirar; 
 Dor intensa no local; 
 Deformidade; 
 Perda de sensibilidade; 
 Perda de controle urinário e fecal; 
 Priapismo. 
 
Ações esperadas do socorrista: 
 Manter a coluna estável/imóvel; 
 Manter cabeça imobilizada levemente tracionada; 
 A imobilização deverá ser realizada com colar cervical, prancha rígida, e protetores 
laterais de cabeça; 
 Proceder o transporte até a unidade hospitalar mais próxima e capacitada e com 
recursos competentes para atender o paciente. 
 
Atenção a todas às vitimas de grandes acidentes, desastres, catástrofes, quedas, 
atropelamento, desabamento – inconscientes; atenda como se todas fossem vitimas de lesão 
medular, até que se prove o contrário. 
 
 
4.3 TRAUMA DE TÓRAX 
 
 
O trauma torácico tem como resultado a hipóxia tecidual, a hipercarbia e a acidose. A 
reduzida oferta de oxigênio tecidual, resultado de hipovolemia, por alteração da relação 
ventilação/perfusão pulmonar (contusão, hematoma, colapso alveolar, etc.), e por alterações nas 
 
 
18 
 
relações pressóricas intratorácicas (pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto, etc). 
Pode ser classificadoem: 
 Aberto: é, a grosso modo, o ferimento. Os mais comuns são os causados por arma 
branca (FAB) e os por arma de fogo (FAF) – agente causal. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.cudi.edu.mx/salud2/libros/trauma_toracico/manejo%20prehospitalario.htm> 
Acesso em: 17 mar. 2010. 
 
 Fechado: são as contusões. O tipo mais comum dessa categoria de trauma é 
representado pelos acidentes automobilísticos. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.inf.furb.br/sias/sos/Fotos/Lesao_cinto_seguranca.jpg>. Acesso em: 17 mar. 
2010. 
 
 
19 
 
Agente causal: 
 FAF; 
 FAB; 
 Acidentes automobilísticos; 
 Outros. 
 
Manifestação clínica: 
 Pneumotórax (hipertensivo ou não); 
 Hemotórax; 
 Tamponamento cardíaco; 
 Contusão pulmonar; 
 Lesão de grandes vasos (aorta, artéria pulmonar, veias cavas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
5 AVALIAÇÃO INICIAL DAS LESÕES TRAUMÁTICAS TORÁCICAS 
 
 
Inicialmente orientado, segundo os critérios de prioridade, o atendimento do paciente 
deverá seguir a assistência comum aos vários tipos de traumas (ABCD do trauma, que tem por 
objetivo manter a ventilação e perfusão adequados, evitando, assim, as deficiências respiratórias 
e circulatórias, respectivamente, pelo mecanismo de parada cardíaca anóxica). 
No caso em discussão, o trauma torácico leva com maior frequência à hipóxia tecidual. 
Este é resultado de um dos fatores abaixo, ou da associação destes: 
 Queda do volume sanguíneo circulante; 
 Distúrbio na ventilação pulmonar; 
 Contusão pulmonar; 
 Alterações do espaço pleural; 
 
Assim, pondo o socorrista em alerta quanto à análise dos seguintes itens na avaliação 
do paciente vítima de trauma torácico: vias aéreas, respiração, circulação, toracotomia. 
Vias aéreas - aqui deve-se certificar a permeabilidade das vias aéreas (a sensação 
tátil e ruidosa pelo nariz e boca do paciente nos orienta sobre ela e também sobre distúrbios na 
troca gasosa). A orofaringe sempre deve ser examinada à procura de obstrução por corpos 
estranhos, particularmente em pacientes com alterações da consciência. 
Respiração - fazer uma rápida propedêutica do tórax, avaliando o padrão respiratório, 
por meio da amplitude dos movimentos torácicos, simetria da expansibilidade, fraturas no 
gradeado costal, enfisema de subcutâneo, etc. Nesta fase, também deve-se suspeitar, frente a 
sintomas característicos, de pneumotórax hipertensivo e tamponamento cardíaco, pois são 
lesões que se não identificadas e tratadas prontamente levam rapidamente ao óbito. 
Circulação - para sua avaliação, faz-se a monitorização da pressão arterial do pulso 
(qualidade, frequência, regularidade, etc. Ex.: os pacientes hipovolêmicos podem apresentar 
ausência de pulsos radiais e pediosos), bem como de estase jugular e perfusão tecidual. Estes 
 
 
21 
 
parâmetros são muito úteis para uma avaliação geral do sistema cardiocirculatório. 
Toracotomia - para as lesões que, potencialmente, ponham em risco a vida do 
paciente, este poderá, eventualmente, ser um procedimento necessário. Os pacientes que 
chegam com perdas volêmicas maciças, com lesão penetrante em região precordial, sem pulso, 
porém, com atividade elétrica miocárdica, podem ser candidatos à toracotomia na sala de 
emergência. Presumindo-se a presença de um cirurgião, deverá ser realizada uma toracotomia 
anterior esquerda com clampeamento da aorta torácica descendente e pericardiotomia, e deve 
ser iniciada a massagem cardíaca aberta, paralelamente à reposição do volume intravascular. 
No entanto, para pacientes com trauma contuso, nos quais não se evidencia atividade 
elétrica cardíaca, a toracotomia na sala de emergência raramente é efetiva. É importante se 
ressaltar que, muitas vezes em casos de hemorragia intratorácica ou pneumotórax, antes de um 
procedimento mais invasivo como a toracotomia, opta-se pela drenagem do tórax (85% dos 
casos); nesse caso, é realizada com um tubo plástico multifenestrado, no 6º ou 7º espaço 
intercostal, na linha axilar média, sob sistema de selo d'água. 
 
 
5.1 FRATURAS NO TÓRAX 
 
 
São as lesões mais comuns do tórax e assumem fundamental importância, pois a dor 
causada por elas dificultam a respiração e levam ao acúmulo de secreção. 
As lesões por trauma direto formam espículas que se direcionam para o interior do 
tórax, logo com maior potencialidade de lesar a cavidade pleural. 
Nas lesões por compressão, as espículas se direcionam para fora, diminuindo a 
potencialidade de acometimento da cavidade pleural, porém, com maior chance de levar a um 
tórax instável e lesões de órgãos internos. 
Podemos classificá-las em três tipos: 
 
 
22 
 
1) Fraturas de costelas - as costelas são as estruturas mais comumente lesadas da 
caixa torácica. A dor provoca restrição à ventilação e consequente acúmulo de secreção 
traqueobrônquica. 
2) Afundamentos (fraturas múltiplas de costelas) - o afundamento do tórax se dá 
quando há fraturas de várias costelas em múltiplos pontos, levando ao chamado "tórax 
oscilante". 
3) Fraturas do esterno - lesões raras, mas de alta mortalidade, devido à ocorrência de 
lesões associadas (contusão cardíaca, rotura traqueobrônquica, ferimentos musculares) que 
devem ser pesquisadas concomitantemente. A intensa dor e o aumento de volume locais, e a 
crepitação óssea aos movimentos respiratórios, nos orientam para esse diagnóstico. 
 
 
5.2 PNEUMOTÓRAX (PTX) 
 
 
Definido como o acúmulo de ar na cavidade pleural, restringindo o parênquima 
pulmonar e prejudicando a respiração. Podemos classificá-lo em: aberto/fechado ou 
simples/hipertensivo. 
 Aberto: caracterizado pelo contato do espaço pleural com o meio ambiente 
(solução de continuidade entre a cavidade e o meio externo), levando a uma equivalência entre 
as pressões atmosférica e intratorácica, o que ocasionará, em última instância, o colapso 
pulmonar, queda da hematose e uma hipóxia aguda. Se o diâmetro dessa abertura for de, 
aproximadamente, 2/3 do diâmetro da traqueia ou superior a esse valor, o ar entrará, 
preferencialmente, por esse orifício (de menor resistência), proporcionando uma maior 
gravidade. O tratamento baseia-se no tamponamento imediato da lesão por meio de curativo 
quadrangular feito com gazes esterilizadas (vaselinada ou outro curativo pouco permeável ao ar) 
de tamanho suficiente para encobrir todas as bordas do ferimento, e fixado com fita adesiva 
(esparadrapo, etc.) em três de seus lados. A fixação do curativo oclusivo em apenas três lados 
 
 
23 
 
produz um efeito de válvula; desse modo, na expiração, tem-se a saída de ar que é impedido de 
retornar na inspiração, evitando, assim, formar um pneumotórax hipertensivo. O dreno de tórax 
deve ser colocado longe do ferimento, tão logo seja possível. Qualquer curativo oclusivo (gaze, 
plástico, etc.) pode ser usado temporariamente para permitir que se prossiga na avaliação 
rápida. Geralmente, o ferimento necessita ser fechado definitivamente por procedimento 
cirúrgico. 
 
 Simples: o PTX simples origina-se, principalmente, no trauma penetrante e na 
contusão torácica. O diagnóstico é dado pela hipersonoridade à percussão e diminuição ou 
ausência de murmúrio vesicular e complementado pelo Rx de tórax, onde há uma maior 
radiotransparência do pulmão acometido, devido ao acúmulo de ar no local que era para ser 
ocupado pelo parênquima pulmonar. 
 
 Hipertensivo: o PTX hipertensivo é uma lesão grave que põe em risco imediato a 
vida do paciente e por isso deve ser tratado com extrema urgência. Ocorre quando há um 
vazamento de ar para o espaço pleural por um sistema de "válvula unidirecional" (geralmente por 
fratura do arco costal). O sistema de válvula faz com que o ar entre para a cavidade torácica sem 
a possibilidade de sair, colapsando completamente o pulmão do lado afetado. O diagnóstico é 
caracterizado por dispneia intensa, taquicardia, hipotensão, desvio da traqueia, ausênciade 
murmúrio vesicular unilateral, distensão das veias do pescoço (estase jugular), hipersonoridade, 
desvio do ictus e cianose como uma manifestação tardia. Pela semelhança dos sintomas, o PTX 
hipertensivo pode, inicialmente, ser confundido com tamponamento cardíaco. O PTX 
hipertensivo exige a descompressão imediata e é tratado inicialmente pela rápida inserção de 
uma agulha no 2º ou 3º E.I.C. na linha hemiclavicular do hemitórax afetado. Esta manobra 
converte a lesão em um PTX simples. É necessário proceder a uma reavaliação repetida. O 
tratamento definitivo geralmente consiste apenas na inserção de um dreno de tórax no 5º espaço 
intercostal (linha do mamilo), anterior à linha axilar média. 
 
 Hemotórax (HTX) - definido como o rápido acúmulo de mais de 1.500 ml. de 
sangue na cavidade torácica (ATLS). Ocasionado mais frequentemente por: lesão da artéria 
intercostal, laceração do parênquima pulmonar (que geralmente é periférica), lesões em vasos 
da base, e lesão cardíaca. O hemotórax é assintomático até que dê choque hipovolêmico. Seu 
diagnóstico pode ser dado pela diminuição da expansibilidade torácica, dispneia, diminuição ou 
 
 
24 
 
ausência de murmúrio vesicular e pela macicez ou submacicez de base pulmonar à percussão. 
 
 Quilotórax - é o acúmulo de líquido linfático na cavidade pleural. Sua etiologia 
geralmente é devido a um ferimento transfixante do tórax que acomete o ducto torácico. 
 
 
5.3 LESÃO DE GRANDES VASOS 
 
 
A desaceleração brusca pode levar à ruptura total ou parcial da aorta, pela aplicação 
de uma força de cisalhamento em seus pontos de fixação. Além deste mecanismo, outro que 
comumente acomete os grandes vasos são os penetrantes, principalmente os que incidem em 
terço superior do tórax. Somente 20% dos pacientes com lesão aórtica chegam vivos ao hospital 
e correspondem àqueles que mantiveram a integridade da íntima arterial. 
 
 
5.4 LACERAÇÃO TRAQUEOBRÔNQUICA 
 
 
As principais etiologias que levam a esse tipo de lesão são a desaceleração horizontal, 
ferimento transfixante do mediastino médio e superior, e compressão torácica intensa e fugaz. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
6 TRAUMA ABDOMINAL 
 
 
O índice de suspeita para lesão abdominal deve ser baseado no mecanismo de trauma 
e nos achados de exame físico, tal como equimoses ou outros sinais de batida. Deve-se 
suspeitar de sangramento intra-abdominal quando o paciente apresentar escoriações externas 
ou distensão. Apesar de estes sinais e sintomas serem sugestivos de sangramentos intra-
abdominais, com frequência estão ausentes em pacientes com hemorragia considerável. O 
socorrista deve estar alerta para sinais mais sutis, como, por exemplo, ansiedade, agitação e 
dispneia. 
Alguns indícios da lesão abdominal vão estar presentes na cena do acidente: 
 Mecanismo de lesão ou estrago no carro (volante torto); 
 Sinais externos de trauma; 
 Choque de causa não explicada; 
 Choque mais grave do que o explicado por outras lesões; 
 Presença de rigidez abdominal, defesa ou distensão (raramente encontrada). 
 
A avaliação da vitima deve incluir a inspeção, a palpação; a ausculta não se faz 
necessária nem relevante numa avaliação pré-hospitalar. 
 
Disponível em: 
<http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=102&g2_serialNumber=2>. 
Acesso em: 17 mar. 2010. 
 
 
26 
 
Em traumas abdominais, o tratamento cirúrgico se faz necessário em grande parte dos 
casos. Quando a vítima possui objetos empalados, os mesmos não devem ser removidos, uma 
vez que a ponta distal pode estar tamponando um sangramento. 
Sua retirada só será realizada apos avaliação radiológica em intra-hospitalar durante 
procedimento cirúrgico. Faz-se desnecessária também a palpação, considerando o não 
conhecimento da extensão da lesão e possíveis lacerações. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.traumasurg.com/iWeb/Site/Penetrante/06E1622A-C1DC-406C-9FE7-
4B127D8B0CA0_files/Imagem%20011-1.jpg>. Acesso em: 17 mar. 2010. 
 
 
É possível também que ocorra evisceração, quando um seguimento do intestino ou 
outro órgão abdominal passa através de uma ferida, exteriorizando-se pela parede abdominal. 
Numa situação de evisceração, não se deve reposicionar os órgãos na cavidade. Para 
proteção desses órgãos deve-se mantê-los hidratados com solução fisiológica estéril. 
Para tal, pode ser realizado a cobertura com gazes estéreis umidecidas em solução 
fisiológica e ocluir com um curativo externo seco, trabalhando para a estabilização da 
 
 
27 
 
temperatura do paciente. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.dgei.cbmerj.rj.gov.br/documentos/EPOQS-
AULAS/TRAUMA_ABDOMINAL.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
7 FRATURAS 
 
 
A fratura define-se pela lesão/quebra de um osso, causada por uma pancada, queda, 
força aplicada muito forte. As fraturas são mais comuns nos membros, podendo ser únicas ou 
múltiplas. Na primeira infância, é frequente a fratura da clavícula. 
Trabalhamos com as fraturas divididas em dois tipos: as fechadas, que apesar do 
choque, deixam a pele intacta, e as expostas, quando o osso fere e transfixiona a pele. As 
fraturas expostas exigem cuidados especiais. Portanto, a cobertura do local com um pano 
limpo ou gaze e encaminhamento para serviço hospitalar especializado. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.tvcanal13.com.br/fotos/idosa%20atropelada.jpg>. Acesso em: 17 mar. 2010. 
 
 
7.1 FRATURA FECHADA 
 
 
 
 
29 
 
Sinais indicadores: 
 Dor ou grande sensibilidade em um osso ou articulação; 
 Incapacidade de movimentar a parte afetada, além do adormecimento ou 
formigamento da região; 
 Inchaço e pele arroxeada, acompanhado de uma deformação aparente do membro 
machucado. 
 
Assistência: 
 Atente para perfusão do membro atingido; 
 Mantenha a vítima aquecida; 
 Imobilize o osso, ou articulação, atingido com uma tala; 
 Mantenha o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e aplique 
compressas de gelo ou resfriadas para diminuir o inchaço, a dor e a progressão do hematoma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
8 ENTORSE 
 
 
É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as 
articulações). Os cuidados são semelhantes aos da fratura fechada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
9 LUXAÇÃO 
 
 
É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na 
articulação. Os primeiros socorros são também semelhantes aos da fratura fechada. Lembre-se 
de que não se deve fazer massagens na região, nem tentar recolocar o osso no lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
10 CONTUSÃO 
 
 
É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode 
apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é sinal de 
que houve hemorragia sob a pele (hematoma). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
11 AMPUTAÇÕES 
 
 
Lesão provocada por acidente de trabalho com serra circular 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.eutrabalhoseguro.com/>. Acesso em: 17 mar. 2010. 
 
 
O trauma está entre as causas mais comuns de amputação dos membros inferiores e 
superiores. A preocupação inicial do socorrista deverá ser sempre com a vida da vítima, e depois 
com as necessidades cirúrgicas do mesmo. 
 
 
 
34 
 
No contexto, o mais importante é a pessoa e não o membro amputado, e nessa linha 
torna-se imprescindível uma abordagem global do paciente, de forma a assegurar o máximo de 
suas potencialidades físicas e psicológicas. 
De qualquer forma, deve ficar claro que os procedimentos para amputação de 
membros inferiores ou superiores buscam a restauração de um órgão enfermo e não uma 
mutilação. 
Nessa conjuntura, é fundamental um trabalho integrado dos diversos tipos de 
profissionaisenvolvidos na reabilitação do paciente para estimular e valorizar a capacidade 
residual da pessoa atingida e assim buscar uma recuperação total. No diagnóstico médico a 
amputação é considerada como um diagnóstico secundário, pois a enfermidade ou trauma 
recebe o rótulo de diagnóstico primário. 
E, posteriormente, se surgirem complicações, quanto mais cedo forem identificadas as 
causas, mais rápido poderá ser o controle e cura; o que possibilitará um melhor desempenho do 
paciente na fase da reabilitação. 
Já as causas traumáticas atingem também um número expressivo da população por 
acidentes de trânsito, de trabalho ou, em número menor, em razão de outra etiologia. 
Dentre os citados, os acidentes de trabalho tendem a culminar em amputações dos 
membros superiores (dedos, mão e braço). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
12 QUEIMADURAS 
 
 
Como maior órgão do corpo humano, a pele é composta por três camadas; são elas: 
 Epiderme; 
 Derme; 
 Tecido subcutâneo. 
 
Exerce a importante função de formar uma barreira protetora contra o ambiente 
externo. Previne infecções, a perda de fluídos corporais, auxilia na regulação corpórea, é repleta 
de terminações nervosas. 
Assim, quando uma lesão térmica acontece, uma ou muitas dessas estruturas e/ou 
funções citadas são lesadas e tem sua atividade comprometida. 
As queimaduras podem acontecer por contato com: 
 Chama, brasa ou fogo; 
 Vapores quentes; 
 Líquidos ferventes; 
 Sólidos super aquecidos ou incandescentes; 
 Substâncias químicas; 
 Emanações radioativas; 
 Radiações infravermelhas e ultravioletas; 
 Eletricidade; 
 Frio; 
 Outros. 
 
As prioridades no cuidado às vitimas de queimaduras seguem os mesmos princípios e 
prioridades que para qualquer vítima de trauma: 
 
 
36 
 
1) Pare o processo de queimadura (térmica ou química); 
2) Realize o exame primário para avaliação e tratamento; 
3) Providencie os cuidados específicos para lesões isoladas. 
 
Ainda entre os pacientes vítimas de queimaduras, existem os que sofrem lesões 
pulmonares por inalarem subprodutos tóxicos da combustão. Deve-se considerar que houve a 
inalação se reclusa em local fechado com presença de fumaça, atentando para cuidados 
respiratórios além dos visíveis. 
A probabilidade da presença de monóxido de carbono em níveis alarmantes para 
desencadear problemas sistêmicos e pulmonares requer atenção especial. 
Quanto à avaliação das queimaduras, sete fatores devem ser observados para que 
entre os pacientes queimados se determine quais são os mais críticos: 
1) Profundidade da queimadura; 
2) Área da superfície corpórea envolvida; 
3) Idade do paciente; 
4) Lesões pulmonares: 
a) Inalação de fumaça; 
b) Inalação de subprodutos tóxicos. 
5) Lesões associadas: 
a) Queimaduras de vias aéreas. 
6) Situações especiais: 
a) Queimaduras químicas; 
b) Queimaduras elétricas; 
c) Intoxicação por monóxido de carbono. 
7) Doença preexistente. 
 
Quanto à profundidade, a primeira avaliação será visual. Esta será apenas uma 
estimativa já que a extensão e a profundidade real da lesão podem não ser aparentes por vários 
dias. 
 
 
37 
 
Queimaduras de primeiro grau, superficiais: 
 Lesão apenas da epiderme; 
 Vermelhidão, inflamação e dor na pele. 
 
 
Disponível em: <http://primeirossocorros12b.blogs.sapo.pt/1681.html>. Acesso em: 17 mar. 2010. 
 
 
Queimaduras de segundo grau, espessura superficial: 
 Lesão tanto da epiderme quanto da derme; 
 Pele com áreas avermelhadas, bolhas íntegras ou rotas mostrando uma ferida 
secretante; 
 Queixas de muita dor; 
 Perdas significativas de líquidos, que podem ocorrer levando ao choque. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://primeirossocorros12b.blogs.sapo.pt/1681.html> Acesso em: 17 mar. 2010. 
 
 
 
38 
 
Queimaduras de terceiro grau, espessura total: 
 Trauma da epiderme, derme e tecido celular subcutâneo (possivelmente lesões 
mais profundas); 
 Pele com aparência chamuscada ou de couro, e que pode estar sangrando; 
 Nenhuma dor (entretanto, queimaduras de segundo grau associadas provocam dor) 
 Reenchimento capilar ausente 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.gmvarginha.com.br/primeiros_sorrro/queimadura/queimaduras.htm>. Acesso 
em: 17 mar. 2010. 
 
 
São necessários cuidados especiais no ferimento a fim de evitar maiores danos e 
proliferações infecciosas. As roupas ao redor das lesões devem ser removidas com muita 
cautela, principalmente para não retirar as que estiverem aderidas à pele queimada. 
 
 
 
 
39 
 
No atendimento pré-hospitalar, o paciente deverá ser envolvido em lençol limpo e seco, 
ou até mesmo estéril. Tecidos que soltem fragmentos ou partículas no ferimento e quaisquer 
pomadas ou soluções não devem ser utilizadas. 
Toda a extensão queimada deve ser coberta com compressas secas. O socorrista não 
deve romper bolhas, pois elas são um mecanismo de proteção. O desbridamento não deve ser 
realizado na cena do incidente. 
Anéis, joias, relógios, etc., devem ser retirados uma vez que os metais retêm calor e os 
membros acometidos com a movimentação dos fluidos corpóreos irão edemaciar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
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