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SECAO 6 RECURSO ESPECIAL

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA.
Processo nº XXX.
GERALDO SILVA, já devidamente qualificado, nos autos da ação em epígrafe movida INACIO GUERRA, em que inconformado com o r. Acórdão que negou provimento ao recurso de apelação, vem perante V. Exa., por intermédio de seu procurador signatário, interpor o presente
RECURSO ESPECIAL
o que faz com fundamento no art. 105, III, alíneas “a” e “c”, da Constituição Federal e do art. 417 a 420 do CC e Súmula 412 do STF, requerendo seja o mesmo recebido, processado e admitido, determinando-se sua remessa ao Colendo Superior Tribunal de Justiça para apreciação e, ao final, julgado, dando-se integral provimento aos pleitos constantes no mesmo. 
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Salvador, 29 de Agosto de 2018.
_______________________
Advogado
OAB/ XX . XXX.XXX
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
RECORRENTE: GERALDO SILVA
RECORRIDO: INACIO GUERRA
RECURSO ESPECIAL
Colenda Turma,
Eméritos Ministros:
“Permissa maxima venia” o v. Acórdão recorrido merece integral reforma, eis que infringiu vários dispositivos de leis federais, divergindo também de decisões de outros tribunais pátrios e, inclusive do presente E. Tribunal, conforme a seguir será demonstrado.
Tal decisão, todavia, merece reforma, pelas razões adiante expostas.
I – RAZÕES RECURSAIS:
O art. 105, III, “a”, da Constituição preconiza o cabimento de Recurso Especial para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quando acórdãos dos Tribunais de Justiça contrariarem Lei Federal. 
A) Do Cabimento do Recurso Especial:
Da análise dos autos restaram as seguintes conclusões: 
1. O acórdão recorrido foi julgado em última instância pelo Tribunal Regional; 
2. O acórdão caminhou, data vênia, em sentido contrário à lei federal, lhe afrontando, contradizendo e negando-lhe vigência;
 3. Há dissídio jurisprudencial quanto à questão suscitada no feito. 
Isto posto, à luz do art. 105, III, alíneas a e c da Constituição Federal, e, também, do art. 417 a 420 do CC e Súmula 412 do STF.
O Recurso Especial só pode ser proposto de decisão que contraria Lei Federal ou Súmula do STF. 
O Art. 420 do CC (Lei Federal) dispõe que nos contratos com cláusula de arrependimento não poderão ser pedidos valores suplementares a título de perdas e danos, tal dispositivo foi ratificado pela Sm 412 do STF (Súmula do STF), sendo assim houve descumprimento de Lei Federal, bem de Súmula do STF, razão pela qual deve o recurso ser conhecido e provido, é cabível o presente RECURSO ESPECIAL como meio de alcançar o fim desejado, qual seja, a reforma do acórdão para determinar a nulidade da sentença de primeiro grau.
B) Da Tempestividade do presente REsp:
Nos termos do art. 1003, § 5º do NCPC/2015, o prazo para interpor o presente recurso é de 15 dias. Dessa forma, considerando que a decisão fora publicada no Diário Oficial na data de 20/08/2018, tendo sido o recorrente intimado da mesma nesta data, reconhecidamente o recurso é tempestivo e merece acolhimento.
C) Do Preparo e Recolhimento das Custas Recursais:
Cumprindo uma das exigências para o recebimento do presente recursos, as custas referentes ao preparo já foram recolhidas, conforme demonstram as guias e comprovantes em anexo.
D) Do Prequestionamento:
Exige-se, para acolhimento de Recurso Especial, que a matéria tenha sido prequestionada. Este requisito foi cumprido, já que, no julgamento dos embargos de declaração, o competente Tribunal a quo manifestou-se sobre a matéria, decidindo não haver omissão.
 O acórdão que negou os embargos de declaração opostos pelo recorrente, solicitando que a sentença fosse reformulada, tendo em vista a clausula de arrependimento prevista na Promessa de Compra e Venda celebrada entre as partes, que permitia ao comprador a desistência da compra, nos termos do artigo 420 do Código Civil. 
De qualquer forma, está assim disposto o artigo 420 do Código Civil:
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente.
E) Da Síntese dos Fatos:
O recorrido ajuizou ação AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C RESTITUIÇÃO DE VALORES PAGOS.
Ocorre Excelência! Que em 10/03/2018 o Requerente, por motivo econômico, não mais teve condições de dar continuidade ao contrato, pois as dívidas se tornaram insustentáveis.
Desta forma, afim de evitar o adimplemento do contrato, resultando o acarretamento de mais dividas, podendo vir a ser taxado como mau pagador.
O Requerente entrou em contato com o Requerido, para informar a situação e requer o distrato da Promessa de Compra e Venda (doc. __), prevendo que o Requerido devolvesse o valor da amortização.
Assim, e diante de todo o exposto, viu-se o recorrente obrigado a interpor o presente Recurso Especial, tendo em vista tratar-se de questão de JUSTIÇA.
II – DO DIREITO.
A) Da ofensa aos artigos 1.022, II, art. 489, § 1º, IV, art. 373, I e art. 1.013 e incisos, todos do NCPC/2015:
Não tendo sido acolhidos os embargos de declaração, acabou-se por infringir os arts. 1022, II e 489, § 1º, IV do NCPC/2015, que assim estão dispostos:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
Ao negar provimento à apelação do recorrente, o Tribunal acabou por infringir os artigos acima colacionados, pois não manifestou-se em relação aos argumentos apresentados no apelo da recorrente, deixando de apreciar os mesmos, os quais poderiam, de fato, infirmar a conclusão adotada pelo julgador. Assim refere o julgador:
“(...)
Em que pese o inegável saber jurídico do ilustre relator do acórdão, não se trata de INOVAÇÃO RECURSAL, e sim, da CORRETA APRECIAÇÃO DA PROVA, argumentos estes que o acórdão recorrido pura e simplesmente NEGOU-SE a analisar.
Assim, trata-se da VALORAÇÃO DA PROVA DE MANEIRA ADEQUADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM, o QUE TAMBÉM É APRECÍAVEL EM INSTÂNCIA SUPERIOR, SEM A INCIDÊNCIA DA SUM. 412 DO STJ.
Súmula 412 do STJ:
No compromisso de compra e venda com cláusula de arrependimento, a devolução do sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dôbro, por quem o recebeu, exclui indenização maior, a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios e os encargos do processo.
Da mesma maneira, incorreu o tribunal na infringência do art. 1.013 do NCPC/2015 (correspondente do art. 515, § 1º do CPC/1973), ora veja-se:
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
III – Dos Pedidos:
Como se vê todos os dispositivosde lei federal e decisão paradigma acima transcritos, resta cabalmente demonstrada a violação de dispositivos de lei federal e a divergência jurisprudencial acerca da interpretação dos dispositivos legais violados.
FACE AO EXPOSTO, e tendo sido atendidos todos os requisitos de admissibilidade recursal, requer o recorrente:
a) seja recebido, processado e admitido o presente Recurso Especial;
b) seja intimado o recorrido, para, querendo, apresentar sua resposta, no prazo previsto em lei;
c) sejam juntados os comprovantes das custas do despacho de admissibilidade e da interposição de recurso em instância inferior;
d) seja dado provimento ao presente recurso especial, determinando-se a NULIDADE da decisão por falta de fundamentação, tudo com base nos fundamentos acima aludidos, por ser matéria de D I R E I T O e J U S T I Ç A.
e) A redistribuição dos ônus sucumbencial.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Salvador, 29 de Agosto de 2018.
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Advogado
OAB/ XX . XXX.XXX

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