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DEFESA PRÉVIA , Exercício 2º Estágio professor Rogério Abreu.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE RIO TINTO/PB
 TÍCIO AFONSINO, brasileiro, solteiro, desempregado, 23 anos de idade, com endereço na Rua dos Anzóis, n. 20, Bairro das Populares, Rio Tinto/PB, e CAIO MANUELINO, brasileiro, solteiro, atendente de caixa, 27 anos de idade, com endereço na Rua dos Figos, n. 30, Bairro das Populares, Rio Tinto /PB e já qualificado nos autos da respectiva AÇÃO PENAL, promovida pela Justiça Pública, por intermédio do Ministério Público Estadual da Paraíba. Neste Juízo, vem com o devido acatamento e respeito, na presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu Advogado signatário, que está subscreve, dizer que, não concorda com os termos da denúncia ofertada pelo Douto Representante Ministerial, porém, ao tempo que requer seja julgada improcedente a denúncia absolvendo sumariamente os réus pelas seguintes razões:
DEFESA PRELIMINAR
A denúncia oferecida pelo representante do Ministério Público, encontra-se em desrespeito aos preceitos do nosso art. 395, I por ser Inepta, não observa os aspectos do art. 41 CPP , como na ausência do rol de testemunhas imprescindível para o esclarecimento da verdade. A narrativa incompreensível quanto ao liame dos fatos narrados para ter-se a real ocorrência dos eventos criminosos praticados pelos réus, torna-se prejudicada a compatibilidade dos fatos. Hipótese do III do art. 395 do CPP, tendo em vista falta de provas suficientes para constatar a autoria dos crimes pelos acusados.
Vislumbra-se excelência, através desde instrumento de garantia processual pró-réu, externar os fatos ocorridos, afim de elucidar e contribuir para constatação do objetivo uníssono de todos os envolvidos no processo, a busca da verdade real.
O ilustríssimo representante do Ministério Público, ao apresentar a peça acusatória, não foi feliz no uso de expressões ofensivas como forma de qualificar profissionalmente a atividade desempenhada pelos acusados, utilizando-se de jargões injuriosos e grosseiros. Imputando aos senhores Tício Afonsino e Caio Manuelino, as qualificações profissionais de “ladrão” e “agiota” para cada um respectivamente. 
Faz-se mister excelência, que as expressões utilizadas pelo Ministério Público para qualificar os réus profissionalmente, não figuram como atividades profissionais regulares, visto que a expressão “ladrão” a qual foi dirigida ao Sr. Tício Afonsino, conforme o dicionário Aurélio, “é aquele que furta ou rouba coisa de outrem” praticando portanto, uma conduta inibida legalmente, ato contra lagen, não conhecido como atividade de trabalho pelo MTE e também um ato criminoso vedado pelo ordenamento jurídico. O mesmo há o que dizer da expressão “agiota” deflagrada contra o Sr. Caio Manuelino, esta consiste em “emprestar dinheiro fora do mercado de crédito legítimo, a taxas de juros ilegalmente elevadas e, sem as devidas autorizações legais para isso. “Dic. Aurélio. Ambas as expressões são descabidas, desrespeitosas e inconvenientes aos réus, maculam a honra e reputação de jovens que por inobservância dos fatos e provas vagas, vem sofrendo psicologicamente e moralmente, por um ato que almejam que se faça justiça. Nesta razão, requer o não acatamento da peça acusatória e a retratação do representante do ministério público pelo dano a honra dos acusados.
 
DOS FATOS E FUNDAMENTOS
Verifica-se na descrição da denúncia, a ausência de veracidade quanto ao fato narrado e a conexão temporal dos acontecimentos, primeiramente, a peça acusatória descreve que os servidores encontravam-se em um momento de muito trabalho e “descuido” quando o objeto fora furtado, e no mesmo lapso temporal afirma que o acusado saiu em: “desabalada carreira” enquanto era perseguido pelos servidores”. É digno de nota excelência, a contradição existente, pois encontravam-se os servidores, atarefados e distraídos com os afazeres do trabalho, razão pela qual não poderiam estar correndo atrás do acusado no mesmo momento em que cumpriam diligências, circunstâncias estas incomunicáveis em razão do tempo. Outro fato de insígnia relevância, refere-se ao réu, Tício Afonsino, que no mesmo horário do ocorrido, por volta das 12:00 do dia 20 de agosto do ano de 2008, encontrava-se este, na fila do Quiche da Agência do Banco do Brasil desta cidade, a espera de atendimento, não podendo no mesmo momento ser o suposto autor do furto, pois uma pessoa não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, estar-se-á diante de um álibi. Através do circuito interno de câmeras da agência bancária inserido no processo como prova, comprova-se a inocência do réu.
A compra do Notebook por parte do outro réu, o Sr. Caio Manuelino, é conduta típica e habitual em pequenas cidades do interior do Brasil, pois costuma-se trocar e comprar objetivos de lícita procedência, sendo estes comercializados por razoáveis preços, observando o estado do objeto e o período que o proprietário utiliza-o, a partir desses aspectos se avalia o preço, o que para as condições do notebook adquirido por Caio estava compatível com o valor, segundo os costumes da região. 
A procedência do objeto advindo de uma aposta referente ao resultado das eleições municipais é uma prática informal, muito comum no interior do nordeste. O réu saiu vitorioso da aposta por conta do êxito obtido em seu palpite, a vitória do atual prefeito, por esta razão, o Sr. Adailton Abdon, pessoa com quem o réu apostara e ganhara a aposta, entregou um Notbook da mesma marca, mas com características diferentes, que fora seu durante 5 anos avaliando-o em R$ 100,00, preço o qual este foi adquirido pelo Sr. Caio, podendo inclusive o antigo proprietário do bem, comprovar sua procedência através do antigo contrato de seguro do objeto. Diferentemente do objeto do furto, o notebook ganho na aposta por Tício, não possui Web Cam, nem entrada para CD, possuindo essa diferença quanto ao modelo que fora furtado. Pode-se vislumbrar por estas razões, a não ocorrência do crime de furto e em consequência disso a não consumação do crime do art. 180, já que os fatos desqualificam o tipo penal.
De maneira coercitiva e abusiva, os réus foram conduzidos à delegacia, ambos conscientes de sua inocência negaram o acontecimento dos crimes. A presença dos servidores públicos na delegacia torna clara a inocência dos réus, na ocasião há de levantar mais uma contradição dos fatos denunciados, pois se de fato o Sr. Tício tivesse cometido o furto, aqueles o reconheceriam, algo que conforme os autos, não consta, em segundo lugar, houve um erro por parte da autoridade policial ao entregar o objeto, pois apesar dos técnicos do IBAMA terem supostamente reconhecido o objeto, não há garantia e nem condição de ser o mesmo objeto, pois apesar que seja da mesma marca e há diferenças entre os modelos, o que fora despercebido pelos técnicos, o Notebook também não foi vistoriado minuciosamente quanto aos arquivos e programas existentes que pudessem comprovar que de fato seria o objeto furtado. 
DO PEDIDO
Ante o exposto requer de V. Exc:
A rejeição da denúncia e a desqualificação do crime de furto imputado a TÍCIO AFONSINO e o crime de receptação, imputado a CAIO MARCELINO pelas razões ora apresentada. Tendo em vista as alegações vagas expostas na denúncia, ausência de liame dos fatos interligados e insuficiência de provas que comprovem a prática do crime. Tendo também por base as Hipóteses do Art. 395 I e III. Por ser inepta a denúncia e pela ausência de fatos que comprovem a ligação dos réus com as práticas delituosas, como a não configuração destas. Como também do Art. 41 do CPP, ausência de Rol de testemunhas, qualificação precisa e respeitosa dos acusados.
A exclusão do nome destes do rol dos culpados.
A suspensão condicional do processo (Lei n. 9.099/95, art. 89)
A produção de todos os meios de provas em Direito admitidas que venha a desconstituir os fatos e a imputação dos crimes, descritos na denúncia.
Nestes Termos em que,
Pede deferimento.
Pilar, 28 de Março de 2014LANDOALDO CESAR DA S. FILHO
ADVOGADO OAB-PB 67890

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