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Enquadramento Tarifário Unidade Planaltina - UnB 1o Lays Furtado de Medeiros Souza Engenharia de Energia Universidade de Brasília Brasília, Brasil lays.furtado94@gmail.com 2o Paulo Henrique Alves dos Reis Engenharia de Energia Universidade de Brasília Brasília, Brasil paulohenrirque@gmail.com 3o Matheus Pereira Gonçalves Engenharia de Energia Universidade de Brasília Brasília, Brasil matpg7492@gmail.com Resumo—Compreender as tarifas e as informações nas contas de energia é de extrema importância para a tomada de decisão em relação a projetos de eficiência energética e economia de custos. Pragmaticamente é observado que a contratação de fornecimento de energia sem uma análise do consumo e demanda prévia, impossibilita uma alocação tarifária ótima quanto aos custos. Este trabalho tem por objetivo propor um enquadramento tarifário da Faculdade de Planaltina (UnB), consumidor cativo da distribuidora de energia CEB, por meio de uma avaliação da estrutura tarifária vigente considerando seu histórico de consumo e demanda de energia observados na tarifa de energia. A análise realizada mostrou que uma mudança no enquadramento tarifário da unidade consumidora se faz necessária com alteração da modalidade tarifária Horossazonal, acompanhada de uma redução na demanda contratada nos horários de ponta e fora de ponta. Palavras-chave—tarifação, eficiência energética, estrutura ta- rifária, enquadramento tarifário, modalidade tarifária. I. INTRODUÇÃO ATUALMENTE o cenário do setor elétrico brasileiro emundial vivencia um aumento crescente de demanda de energia elétrica e dos seus indicadores de qualidade e eficiência operacional, diante disso os sistemas de geração, transmissão e distribuição vêm passando por diversas transfor- mações tecnológicas ao longo dos anos promovendo melhor qualidade e confiabilidade ao sistema, que por sua vez é refle- tido no valor cobrado aos consumidores. O modelo da tarifa de energia é formada com influência da área de concessão, as concessionárias responsáveis por determinadas áreas são obrigadas a fornecer energia elétrica aos seus consumidores e dessa forma os valores cobrados refletem as peculiaridades das áreas de concessão somados aos custos repassados relativos à geração, transmissão e distribuição, e aos encargos e tributos [1], [2]. Os valores relativos à geração são determinados em leilões públicos conforme a Lei N◦ 10.848/2004 e comprados pelas distribuidoras de energia. Os valores da transmissão são de- terminados com regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) devido ao monopólio natural do segmento, com isso impõe-se custos que efetivamente se relacionam com os serviços prestados. Por fim, os valores com a distribuição são determinados pela concessionária de energia de acordo com os serviços prestados, acrescidos de encargos e tributos determinados por lei destinados ao poder público [1]. É importante compreender a forma de cobrança da energia elétrica e como são calculados os valores apresentados nas contas de energia, pois se torna fundamental para a tomada de decisão em relação a projetos de eficiência energética e otimização de custos. Os dados contidos na conta de energia permitem visualizar como é feita utilização de energia em um determinado tempo por um consumidor, possibilitando conhecer relações entre hábitos e consumo [3]. Com as alternativas de enquadramento tarifário para alguns consumidores, o conhecimento da formação da conta de ener- gia e hábitos de consumo somados ao enquadramento tarifário, é possível definir a maneira de tarifação mais adequada e assim otimizar os custos [4]. Enquadramentos tarifários incorretos geram cobranças desnecessárias para os consumidores de grande porte, pois os mesmos pagam pelo consumo e pela demanda contratada. Caso a demanda contratada seja menor que a necessário, o consumidor pagará por ultrapassagem, e caso muito maior, o consumidor pagará por uma quantidade de energia não utilizada [5]. II. DEFINIÇÕES E CONCEITOS Para compreensão dos assuntos tratados neste trabalho, se faz necessário o conhecimento de alguns conceitos e definições mostrados a seguir: . Potência: é a capacidade de consumo de um aparelho elétrico. A potência vem escrita nos manuais dos apare- lhos, sendo expressa em watts (W) ou quilowatts (kW). . Energia elétrica ativa: é a quantidade de eletricidade utilizada por um aparelho elétrico ao ficar ligado por certo tempo. Tem como unidades mais usuais o quilowatt-hora (kWh) e o megawatt-hora (MWh). . Demanda contratada: demanda de potência ativa a ser obrigatoriamente e continuamente disponibilizada pela concessionária, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência no contrato de fornecimento e que deverá ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW). . Demanda medida: maior demanda de potência ativa medida e contabilizada em intervalos de quinze minutos durante o período de faturamento; . Demanda de ultrapassagem: excedente do valor da demanda contratada, expressa em quilowatts (kW). . Tarifa: Preço da unidade de energia elétrica (R$/MWh) e/ou da demanda de potência ativa (R$/kW). . Horário de ponta: período de 3 (três) horas consecutivas exceto sábados, domingos e feriados nacionais, definido pela concessionária em função das características de seu sistema elétrico. Em algumas modalidades tarifárias, nesse horário a demanda e o consumo de energia elétrica têm preços mais elevados. . Horário fora de ponta: corresponde às demais 21 horas do dia. . Períodos seco e úmido: o ano é dividido em dois períodos, um período seco que compreende os meses de maio a novembro (7 meses) e um período úmido, que compreende os meses de dezembro a abril (5 meses). Em algumas modalidades tarifárias, no período seco o consumo tem preços mais elevados. III. CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES Os consumidores podem ser classificados em dois grupos tarifários de acordo com nível de tensão em que são atendidos e em função da demanda, o grupo A que possui tarifa binômina composta pelo consumo e demanda de energia elétrica e o grupo B que possui tarifa monônima composta apenas pelo consumo. No grupo A encontram-se unidades consumidoras atendidos em alta tensão, acima de 2300 volts, normalmente, estão nessa classe as indústrias, shopping centers e alguns edifícios comerciais. Esse grupo é subdividido de acordo com a tensão de atendimento que é mostrado na Tabela I. Tabela I SUBGRUPOS E TENSÕES DE FORNECIMENTO. Subgrupos Tensão de Fornecimento A1 ≥ 230 kV A2 88 kV a 138 kV A3 69 kV A3a 30 kV a 44 kV A4 2,3 kV a 25 kV AS Subterrâneo No grupo B encontram-se unidades consumidoras de baixa tensão, abaixo de 2300 volts, normalmente, estão nessa classe as residências, lojas, agências bancárias, pequenas oficinas, edifícios residenciais, grande parte dos edifícios comerciais e a maioria dos prédios públicos federais, pois em sua maioria são atendidos nas tensões de 127 ou 220 volts. Elas são divididos conforme sua atividade da seguinte forma: a) Subgrupo B1 – residencial e residencial baixa renda; b) Subgrupo B2 – rural e cooperativa de eletrificação rural; c) Subgrupo B3 – demais classes; d) Subgrupo B4 – iluminação pública. IV. ESTRUTURA TARIFÁRIA A estrutura tarifária pode ser entendida como o conjunto de tarifas aplicáveis aos componentes de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência ativa de acordo com a mo- dalidade de fornecimento. No Brasil, as tarifas do Grupo A são constituídas nas modalidades Convencional e Horossazonal [3]. Sendo definidas como: Estrutura Tarifária Convencional: Esta modalidade é caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia e/ou demanda de potência independente das horas de utilização do dia e dos períodos do ano; Estrutura Tarifária Horossazonal: Esta modalidade é definidapelas tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, baseado nos horários do dia (ponta e fora de ponta) e nos períodos do ano (período úmido e período seco). A estrutura Horossazonal pode ser dividida em Azul e Verde conforme a Tabela II. Tabela II COBRANÇA DE ENERGIA E DEMANDA DAS TARIFAS. FONTE: [6]. Convencional Verde Azul Demanda Única Única Ponta Fora de ponta Energia Única Ponta Ponta Fora de Ponta Fora de Ponta A fatura de energia elétrica é composta (dependendo do grupo e modalidade) pela soma das parcelas referentes ao consumo, demanda e ultrapassagem na ponta e fora de ponta [3]. Para estrutura tarifária Horossazonal azul as tarifas podem ser calculadas pelas equações 1, 2 e 3. PC = TCP × CMP + TCFP × CMFP (1) Onde: ∗ PC é a parcela da tarifa referente ao consumo; ∗ TCP é a tarifa de consumo na ponta; ∗ TCFP é a tarifa de consumo fora de ponta; ∗ CMP é o consumo medido na ponta; ∗ CMFP é o consumo medido fora de ponta. PD = TDP ×DCP + TDFP ×DCFP (2) Onde: ∗ PD é a parcela da tarifa referente à demanda; ∗ TDP é a tarifa de demanda na ponta; ∗ TDFP é a tarifa de demanda fora de ponta; ∗ DCP é a demanda contratada na ponta; ∗ DCFP é a demanda contratada fora de ponta. PU = TUP × (DMP −DCP ) + TUFP × (DMFP −DCFP ) (3) Onde: ∗ PU é a parcela da tarifa referente à ultrapassagem; ∗ TUP é a tarifa de ultrapassagem na ponta; ∗ TUFP é a tarifa de ultrapassagem fora de ponta; ∗ DMP é a demanda medida na ponta; ∗ DMFP é a demanda medida fora de ponta. Para estrutura tarifária Horossazonal verde a tarifa PC é cal- culada da mesma forma que na Horossazonal azul, entretanto as demais tarifas são calculadas pelas equações 4 e 5. PD = TD ×DC (4) Onde: ∗ TD é a tarifa de demanda; ∗ DC é a demanda contratada. PU = TU × (DM −DC) (5) Onde: ∗ TU é a tarifa de ultrapassagem; ∗ DM é a demanda medida. V. ESTRUTURA TARIFÁRIA DA FACULDADE DE PLANALTINA – UNB A Resolução N◦ 414 da ANEEL estabelece as condições gerais de fornecimento de energia elétrica dispondo dos di- reitos e deveres dos consumidores e das distribuidoras de energia elétrica, contendo todos os parâmetros envolvidos nas faturas de energia em suas diversas modalidades [7]. Dentre as condições, está definida a regulamentação da estrutura tarifária, como conjunto de tarifas aplicáveis aos parâmetros de consumo e demanda das potências ativas [6], [8]. O Manual Tarifário de Energia Elétrica (2011) homologado pelo MME apresenta noções básicas sobre as formas de tarifação, sendo utilizado nesse projeto. A atual estrutura tarifária da CEB Distribuição S.A. e a Universidade de Brasília – Campus Planaltina apresenta as seguintes configurações: � Número do Medidor: 1236714; � Frequência: 60 Hz; � Tensão Nominal: 13,8 kV; � Tensão Nominal Entre Fases: 7,967 kV; � Modalidade Tarifária: Horossazonal Azul; � Subgrupo A4; � Classificação: Poder Público; � Demanda Contratada no Horário de Ponta (Seco): 400 kW; � Demanda Contratada no Horário Fora de Ponta (Seco): 350 kW; � Demanda Contratada no Horário de Ponta (Úmido): 400 kW; � Demanda Contratada no Horário Fora de Ponta (Úmido): 350 kW. Para uma análise da estrutura tarifária da Faculdade de Planaltina (UnB) foram analisados o histórico de consumo e o de demanda contratada durante seis meses, no período de outubro de 2015 a março de 2016. As Tabelas III, IV e V mostram a situação contratual em vigência. Tabela III CÁLCULO DO CONSUMO NO HORÁRIO DE PONTA E FORA PONTA. Mês/Ano Período Ponta Consumo (kWh) Tarifa (R$/kWh) Valor (R$) Out/15 Seco 7847 0,7116337 5584,18 Nov/15 Seco 7806 0,7035094 5491,59 Dez/15 Úmido 6835 0,7120398 4866,79 Jan/16 Úmido 4101 0,7168461 2939,78 Fev/16 Úmido 3439 0,7106894 2444,06 Mar/16 Úmido 4994 0,6807001 3399,41 Mês/Ano Período Fora de Ponta Consumo (kWh) Tarifa (R$/kWh) Valor (R$) Out/15 Seco 41184 0,5183774 21348,85 Nov/15 Seco 45651 0,5124593 23394,27 Dez/15 Úmido 45022 0,5186731 23351,70 Jan/16 Úmido 28171 0,5221742 14710,16 Fev/16 Úmido 27302 0,5150342 14061,46 Mar/16 Úmido 32116 0,487223 15547,56 Tabela IV CÁLCULO DA DEMANDA NO HORÁRIO DE PONTA E FORA PONTA. Mês/Ano Período Ponta Demanda (kW) Tarifa (R$/kW) Valor (R$) Out/15 Seco 400 22,9968607 9198,74 Nov/15 Seco 400 22,7343182 9093,72 Dez/15 Úmido 400 23,0099642 9203,99 Jan/16 Úmido 400 23,1653010 9266,12 Fev/16 Úmido 400 23,2823316 9312,93 Mar/16 Úmido 400 23,0231204 9209,24 Mês/Ano Período Fora de Ponta Demanda (kW) Tarifa (R$/kW) Valor (R$) Out/15 Seco 350 7,1428562 2499,99 Nov/15 Seco 350 7,0613102 2471,45 Dez/15 Úmido 350 7,1469324 2501,42 Jan/16 Úmido 350 7,1951740 2518,31 Fev/16 Úmido 350 7,2315235 2531,03 Mar/16 Úmido 350 7,1510126 2502,85 Tabela V VALOR TOTAL DO FATURAMENTO. Horossazonal Azul Mês Valor Out/15 38631,78 Nov/15 40451,05 Dez/15 39923,90 Jan/16 29434,38 Fev/16 28349,49 Mar/16 30759,17 A Tabela V mostra o registro comparativo entre as deman- das contratadas e as máximas registradas para o período de outubro de 2015 até março de 2016 em horários de ponta e fora de ponta. Tabela VI DEMANDAS CONTRATADAS E MÁXIMAS REGISTRADAS NOS HORÁRIOS DE PONTA E FORA DE PONTA. Demanda Mês/Ano Período Ponta Fora de Ponta Contratado (kW) Registrado (kW) Contratado (kW) Registrado (kW) Out/15 Seco 400 149 350 134 Nov/15 Seco 400 152 350 121 Dez/15 Úmido 400 152 350 135 Jan/16 Úmido 400 123 350 103 Fev/16 Úmido 400 73 350 70 Mar/16 Úmido 400 146 350 115 De a acordo com a Tabela VI, é possível visualizar que o consumo e a demanda mantém uma média próxima durante os meses de outubro de 2015 a dezembro de 2015, onde há maior fluxo de consumo de energia, devido ao funcionamento normal da faculdade. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2016 há uma queda na demanda no consumo pelo período de férias da faculdade, assim reduzindo o fluxo de consumo de energia. Em março de 2016 os valores voltam à média normal pela volta das aulas. Foi visto que a demanda contratada, tanto em ponta como fora de ponta, não é utilizada nem a metade do disponível, tanto em períodos secos quanto úmidos. A Figura 1 mostra o gráfico contendo a contribuição de cada parcela tarifária para estrutura Horossazonal azul vigente. 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 Out/15 Nov/15 Dez/15 Jan/16 Fev/16 Mar/16 Horossazonal Azul Consumo P Consumo FP Demanda P Demanda FP Figura 1. Composição Tarifária com a atual configuração tarifária. Segundo o gráfico da Figura 1, a maior contribuição para o valor cobrado é conseguente do consumo fora de ponta, isso se deve ao fato da unidade consumidora realizar suas atividades nos horários de aula, que acontecem no período de 8:00 as 18:00. VI. REENQUADRAMENTO TARIFÁRIO DA FACULDADE DE PLANALTINA – UNB Considerando os dados apresentados, por meio da Tabela IV é possível perceber que a demanda contratada está muito acima da maior demanda registrada, com isso sugere-se a alteração da demanda contratada na ponta e fora de ponta para 200 kW, sendo este valor definido prevendo a expansão da carga na unidade consumidora. Para os consumidores nos subgrupos A3a, A4 e AS é facultativo a escolha da estrutura tarifária Horossazonal azul e verde no contrato. Dessa forma, com a mudança na demanda para o valor mencionado, propõe- se a alteração da estrutura tarifária horossazonal azul para estrutura Horossazonal verde. As Tabelas VII e VIII mostram os resultados dos cálculos para a nova estrutura tarifária. Tabela VII CÁLCULO DO CONSUMO PARA ESTRUTURA TARIFÁRIA HOROSSAZONAL VERDE. Mês/Ano Período Ponta Consumo (kWh) Tarifa (R$/kWh) Valor (R$) Out/15 Seco 7847 1,26923 9959,671 Nov/15 Seco 7806 1,25474 9794,522 Dez/15 Úmido 6835 1,26664 8657,457 Jan/16 Úmido 4101 1,27853 5243,249 Fev/16 Úmido 34391,26334 4344,616 Mar/16 Úmido 4994 1,22786 6131,942 Mês/Ano Período Fora de Ponta Consumo (kWh) Tarifa (R$/kWh) Valor (R$) Out/15 Seco 41184 0,51838 21348,85 Nov/15 Seco 45651 0,51246 23394,27 Dez/15 Úmido 45022 0,51867 23351,70 Jan/16 Úmido 28171 0,52217 14710,16 Fev/16 Úmido 27302 0,51503 14061,46 Mar/16 Úmido 32116 0,48722 15547,56 Tabela VIII CÁLCULO DA DEMANDA PARA ESTRUTURA TARIFÁRIA HOROSSAZONAL VERDE. Mês/Ano Período Tarifa Única Demanda (kW) Tarifa (R$/kW) Valor (R$) Out/15 Seco 200 7,142857 1428,5714 Nov/15 Seco 200 7,061311 1412,2621 Dez/15 Úmido 200 7,128243 1425,6485 Jan/16 Úmido 200 7,195174 1439,0349 Fev/16 Úmido 200 7,231524 1446,3048 Mar/16 Úmido 200 7,151013 1430,2027 A Figura 2 mostra o gráfico contendo a contribuição de cada parcela tarifária para estrutura Horossazonal verde proposta. 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 Out/15 Nov/15 Dez/15 Jan/16 Fev/16 Mar/16 Horossazonal Verde Consumo P Consumo FP Demanda Figura 2. Composição Tarifária com configuração tarifária proposta. A Tabela IX mostra a comparação entre os valores das tarifas vigentes com o novo enquadramento tarifário. Tabela IX COMPARAÇÃO ENTRE A ESTRUTURA TARIFÁRIA VIGENTE E COM A NOVA PROPOSTA. Azul Verde Mês Valor (R$) Valor (R$) Redução (R$) Out/15 38631,78844 32737,09683 5894,69161 Nov/15 40451,05973 34601,06316 5849,99657 Dez/15 39923,90436 33434,80587 6489,09849 Jan/16 29434,38654 21392,45293 8041,93361 Fev/16 28349,49044 19852,38486 8497,10558 Mar/16 30759,17274 23209,79838 7549,37436 A Figura 2 mostra o impacto dos valores pagos pela Unidade Consumidora em questão, em contrapartida com os valores pagos considerando a nova estrutura tarifária Horos- sazonal verde. 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 Out/15 Nov/15 Dez/15 Jan/16 Fev/16 Mar/16 Modalidade Tarifária Azul Verde Redução Figura 3. Composição Tarifária com configuração tarifária proposta. Como pode ser observado na Tabela IX, a proposta de um novo enquadramento tarifário se mostra benéfica à Faculdade de Planaltina visto que ocorrerá uma redução média de R$ 7.053,7 na tarifa de energia. Este resultado mostra que o enquadramento tarifário atual está inadequado e que está sendo pago uma parcela de demanda de energia não utilizada desnecessariamente. Uma avaliação mais precisa poderia ser feita caso houvesse as tarifas de Janeiro a Dezembro, isso porque a análise levaria em conta as variações na fatura provocadas pela disponibilidade de energia elétrica durante o ano, além de situações como eventos comemorativos na unidade consumidora que alterariam os valores medidos de consumo e demanda. Por meio da Tabela III é visto que o consumo é signi- ficativamente maior no horário fora de ponta e a demanda neste mesmo período é menor, o que é vantajoso para uni- dade consumidora pois é pago um menor valor pelo mesmo quilowatt hora consumido. Para a análise realizada não foram considerados impostos e descontos, uma vez estes valores não irão mudar com a mudança da modalidade tarifária e da mesma forma interferir os resultados obtidos. VII. CONCLUSÕES Sendo assim, foi realizado uma avaliação da estrutura tarifá- ria vigente da Faculdade de Planaltina e com isso foi proposto um novo enquadramento tarifário considerando o histórico de consumo e demanda de energia. A análise realizada de reenquadramento tarifário da unidade consumidora demons- trou uma discrepância entre a demanda e o consumo. Dessa forma, a nova estrutura para Horossazonal verde e diminuição na demanda para 200 kW na ponta e fora de ponta resulta em uma redução média de aproximadamente 20% no valor cobrado sem alteração da carga. Para os meses analisados devido estarem em sua maioria no período úmido, tem-se que a redução nos custos seriam mais significativos se houvessem mais meses no período seco devido as maiores tarifas cobradas e bandeiras tarifárias. REFERÊNCIAS [1] A. N. de Energia Elétrica, “Por dentro da conta de luz: Informação de utilidade pública,” ANEEL, Brasília, Tech. Rep., Outubro 2008. [2] D. F. 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ANEEL, RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 414, DE 9 DE SETEMBRO DE 2010, ANEEL, Setembro 2010, estabelece as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica de forma atualizada e consolidada. [8] J. V. A. Costa, “Análise energética, propostas de implementação de geração distribuída fotovoltaica e readequação tarifária da faculdade unb gama,” 2016, monografia (Bacharel em Engenharia de Energia), UnB (Universidade de Brasília), Distrito Federal, Brazil.