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Modelo - Recurso de Apelação Cível

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Mariana de Sousa Farias CPD:018978
Direito - 8º Semestre Campus: Águas Claras Turno: Matutino
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA - DF
Autos do Processo nº 00.1.0000000-0
	
	MM Plano de Saúde, já qualificada nos autos em epígrafe, vem, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado, com fulcro no artigo 1009 do Código de Processo Civil, interpor
 
RECURSO DE APELAÇÃO
da sentença de procedência, na ação de Obrigação de Fazer c/c Ressarcimento, ajuizada por FULANO DE TAL, também qualificado, pelas razões que seguem anexas.
	Possui interesse e legitimidade, a ora apelante, tendo em vista ser parte sucumbente.
	Tempestivo é o apelo, já que com a oposição de embargos o prazo recursal é interrompido e a publicação do julgamento dos embargos foi feita no dia 05/10/2016, se protocolada a peça na data de 27/10/2016, irrecusável é sua tempestividade.
	Seguem anexos a guia e o comprovante das custas recursais.
	Requer seja a parte contrária intimada para apresentar suas contrarrazões e após sei protocolo que sejam remetidas as razões recursais ao colendo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para sua análise.
Nesses Termos,
Pede Deferimento
Brasília, 27 de outubro de 2016.
Advogado
OAB
AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
Apelante: MM Plano de Saúde
Apelado: Fulano de Tal
Autos nº: 00.1.0000000-0 
Juízo de Origem: 1ª Vara Cível de Brasília
RAZÕES DE APELAÇÃO
Egrégio Tribunal,
Colenda Turma.
DOS FATOS
O autor ajuizou ação pleiteando o ressarcimento das despesas decorrentes de sua internação na Instituição Vida – Centro de Convivência e Atenção Psicossocial LTDA, para realizar tratamento psicológico e psiquiátrico durante o período de 04/04/2016 à 28/09/2016.
O apelado alegou que a apelante estaria limitando o seu direito à internação, sustentando que a cláusula que prevê a taxa de coparticipação de 50% a partir do 31º dia de interação, seria abusiva.
Foi apresentada contestação onde a apelante sustentou que a cláusula estava regularmente prevista em contato, como permite o artigo 16, VIII, da Lei 9.656/98 e o artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor. 
A sentença julgou procedente o pedido da inicial para condenar a empresa para custear integralmente o tratamento recebido pelo requerente.
A apelante opôs embargos de declaração a fim de sanar a omissão quando ao artigo 16, VIII, da Lei 9.656/98 e o artigo 51 do CDC, porem os embargos restaram rejeitados.
Em síntese, os fatos. 
PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA 
Preliminarmente, se faz necessário observar que a apelante teve seu direito de defesa tolhido, uma vez que o magistrado não tratou de todos os pontos que foram alegados na contestação. E ao julgar os embargos para suprir tal omissão, o juiz os rejeitou e novamente os argumentos da contestação ficaram sem a devida apreciação.
É sabido que a prestação jurisdicional deve ser realizada de maneira completa, não podendo a defesa do jurisdicionado ser avaliada só em parte. Essa conduta não pode prosperar, pois vem a afrontar o princípio da ampla defesa elencado na Carta Magna no inciso LV do seu artigo 5º.
Houve assim um verdadeiro cerceamento de defesa, uma vez que sua contestação não foi devidamente apreciada. Por isso requer a anulação da sentença, uma vez que faltou à apelante a oportunidade de provar a verdade dos fatos. Portanto é necessário que os autos sejam remetidos ao juízo de origem para que seja proferida uma nova decisão.
DO MÉRITO
Após ultrapassada a questão preliminar, passa a apelante a rebater os argumentos levantados na referida decisão judicial. 
A respeitável sentença não merece prosperar pois o magistrado trouxe como fundamento de sua decisão um precedente que se mostra inaplicável no presente caso.
É de se esclarecer que muito diferente do que alegou o magistrado, não houve em nenhum momento modulação temporal do tratamento. Ao contrário, pode permanecer o autor internado pelo tempo que for necessário. Ocorre que o contrato entabulado entre as partes traz cláusula prevendo a coparticipação do segurado a partir do 31º dia de internação.
Também cabe salientar, que a conduta da empresa encontra respaldo na própria Lei que rege o setor de plano de saúde. A Lei 9656/98, disciplina em seu artigo 16, VIII, a existência de coparticipação desde que tenha cláusula contratual expressa nesse sentido, ficando delimitada assim a atuação legal da apelante. 
Ainda não pode ser cogitada a abusividade da cláusula quanto ela não afronta o Código Consumerista, pois o próprio CDC traz em seu artigo 51 a possibilidade de haver cláusula limitativa do direito, desde que clara e transparente no contrato. 
A incidência da Súmula nº 302/STJ também deve ser afastada, uma vez que não houve financiamento quase integral da internação por parte do usuário de modo a se considerada uma cláusula abusiva e ensejar a aplicação da referida súmula, mas na presente situação a taxa de coparticipação foi inserida dentro dos limites da razoabilidade.
Fica evidente, portanto, que a apelante obedeceu a todos os postulados que lhe cabiam na situação, sejam especificamente o Código de Defesa do Consumidor e a Lei 9656/98, uma vez que o apelado firmou o negócio jurídico por autonomia da vontade, aceitando assim todas suas cláusulas, inclusive a que dispunha sobre coparticipação.
Ainda, a jurisprudência elencada pelo magistrado em sua decisão resta ultrapassada, uma vez que nesse sentido o Colendo Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento nesse sentido. 
A 3º Turma Cível do STJ, desde 18/06/2015, tem entendido pela legalidade de taxa de coparticipação, conforme se verifica nos seguintes precedentes:
RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. SISTEMA DE COPARTICIPAÇÃO. PREVISÃO CONTRATUAL CLARA E EXPRESSA. ABUSIVIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. Demanda em que se pretende o reconhecimento de abusividade de cláusula contratual que estabelece a coparticipação do consumidor após o trigésimo dia de internação. 2. O Tribunal de origem, ao decidir a questão devolvida, declinou de forma expressa todos os fundamentos que lhe serviram de razão de decidir, não havendo omissão nos termos do art. 535 do CPC. 3. A legislação especial admite a configuração de planos de saúde com cláusula de copartipação, inclusive para todos os procedimentos utilizados (art. 16, VIII, do CDC), desde que contratados de forma clara e expressa. 4. A imposição de interpretação mais favorável ao consumidor, bem como o sistema de proteção contra abusividade não correspondem à proibição genérica de limitações dos direitos contratados. 5. Atendido o direito de informação, mediante a redação de forma clara e expressa da cláusula limitativa, bem como mantido o equilíbrio das prestações e contraprestações, não há que se cogitar de abusividade. 6. A redução dos custos assumidos pelas operadoras de plano de saúde, por meio da formatação de diversos contratos disponibilizados no mercado, resultam em contraprestações igualmente inferiores, devendo prevalecer a autonomia da vontade, mantendo-se o sinalagma contratual e protegendo-se as legítimas expectativas de ambos os contratantes. 7. Recurso especial provido. (STJ - REsp: 1511640 DF 2014/0203852-6, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Julgamento: 02/06/2015, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/06/2015).
E no ano de 2017, desde fevereiro, também a 4ª Turma do STJ passou a adotar o mesmo entendimento, verbis: 
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CONTRA PLANO DE SAÚDE. SISTEMA DE COPARTICIPAÇÃO DO BENEFICIÁRIO. QUADRO DE TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS. CUSTEIO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR EM UNIDADE CLÍNICA APÓS O 30º DIA DE INTERNAÇÃO. PREVISÃO CONTRATUAL (LEI 9.656/98, ART. 16, VIII). POSSIBILIDADE.PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO ELEVADO, FIXADO NO CONTRATO, INVIABILIZANDO A CONCRETIZAÇÃO DO SEU OBJETO. REDUÇÃO DO PERCENTUAL AO PATAMAR DE 50%. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1 - A Lei 9.656/98, principal diploma legal regulador dos planos de assistência à saúde, admite a existência de cláusula de coparticipação pelos beneficiários no custeio de internação hospitalar em unidade clínica, para todos os procedimentos utilizados. 2 - In casu, o percentual de coparticipação do segurado, fixado originalmente no contrato, atinge o elevado montante de 90% (noventa por cento) dos custos de internação, o que cria limitação excessiva que quase subtrai os efeitos práticos da cobertura, inviabilizando o próprio tratamento. 3 - Cabe, então, reduzir-se a coparticipação para o montante máximo de 50% (cinquenta por cento), percentual esse admitido em Resolução Normativa editada pela Agência Nacional de Saúde. 4 - Recurso especial parcialmente provido. (STJ - REsp: 1551031 DF 2015/0170323-5, Relator: Ministro MARCO BUZZI, Data de Julgamento: 28/06/2016, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 07/02/2017)
Diante dessas razões, corroboradas não só com a lei e contrato, mas também com os julgados do Tribunal Superior, não subsiste razão aos fundamentos elencados na decisão proferida pelo douto magistrado.
Depreende-se, portanto, a partir de todo o exposto que a sentença merece ser reformada afim de que seja revestida a condenação ao pagamento dos danos materiais ao apelado.
DOS PEDIDOS
Ante as razões expostas, requer:
O conhecimento do presente recurso;
O acolhimento da preliminar de cerceamento de defesa, afim de anular a sentença;
No mérito, que seja dado justo provimento às razões do apelo no sentido de afastar a responsabilidade civil da apelante, retirando-lhe a condenação ao pagamento das indenizações em razão dos alegados danos materiais e o consequente pagamento das custas e honorários advocatícios.
Nesses Termos,
Pede Deferimento
Brasília, 27 de outubro de 2016.
Advogado
OAB

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